A PROVA QUÁDRUPLA E AS NOSSAS LIBERDADES
Alberto Bittencourt
Na vida de cada um a
liberdade representa a autonomia, a independência de ir e vir, o poder de si
sobre si mesmo.
A Prova Quádrupla
Rotária é um conjunto de princípios e valores que regem a convivência entre
pessoas livres. Como um código de ética, ela visa regular a vida em sociedade,
com o objetivo maior de preservar a dignidade do outro e a própria dignidade de
quem a aplica.
O fato do ser humano
ser dotado de autonomia, não significa que seja soberano. Não podemos nem
devemos agir puramente por instinto ou emoção. Devemos, antes, agir por
reflexão, juízo, decisão e avaliação.
A Prova Quádrupla
tem o formato de quatro quesitos para serem aplicados sempre no momento
presente. São quatro perguntas, quatro testes, quatro questões, destinadas a
nos capacitar para melhor refletir, julgar, decidir, avaliar.
Aqui e agora, de
modo singelo, a Prova Quádrupla oferece regras comportamentais para o
relacionamento entre os seres humanos.
A Prova Quádrupla,
reconhecendo nossa autonomia, parte de três diferentes tipos de liberdades:
liberdade de pensar, liberdade de falar e liberdade de fazer. São três
diferentes modos de ser livre: pensar, falar e fazer o que se quer.
A Prova Quádrupla
disciplina e regula essas três liberdades, na busca da dignidade, da harmonia e
da paz entre homens e nações.
A liberdade de
pensamento é a mais simples, a mais legítima das liberdades, a mais independente
e autônoma. Pode-se aprisionar o homem, mas nunca seus pensamentos ou suas
idéias. A liberdade de pensamento é uma questão filosófica. Eu diria que a
liberdade de pensamento é a liberdade da vontade.
Ser livre é pensar o
que se quer, mas não é falar, nem tampouco fazer o que se quer. O comportamento
humano é condicionado pelo trilema: QUERO? POSSO? DEVO? A paz interior é a
resposta afirmativa a essas três questões: o que eu quero deve ser o que eu
posso e o que eu devo. Porém, tal nem sempre é realidade, pois, muitas vezes eu
quero, mas não posso, ou se eu posso, não devo. Outras vezes eu posso querer
uma coisa e ser obrigado a fazer outra, que não quero.
A liberdade de fazer, ou de ação,
é a mais comum. Eu sou livre para agir quando posso e quando devo, ou seja,
quando nada me impede ou bloqueia. A liberdade de ação é o contrário da
repressão, da opressão, da escravidão, no sentido político do termo. Cabe ao
Estado, através da lei, o poder de garantir e também de restringir as
liberdades individuais. O princípio da vida em coletividade, para a harmonia da
convivência social é: "A liberdade de um termina onde começa a liberdade do
outro".
Até nas crianças, na
sua espontaneidade primordial, sem limites nem condicionantes, o "quero porque
quero", a liberdade da vontade, é relativa. Ela depende das características
hereditárias, ambientais, culturais, de DNA, das condições de saúde, sociais,
econômicas, circunstâncias essas que não lhes foram dadas escolher. Mas são
reais.
A afirmação de
Ortega y Gasset: "Eu sou eu e minhas circunstâncias" ou "Eu sou o que sou"
significa que restamos prisioneiros do que somos, já que nosso pensamento não é
nem mais nem menos livre do que a vontade. Quero mas não posso, ou posso mas
não devo, são fatores limitantes da vontade, constituem a nossa ética
comportamental.
Senão, vejamos a
PROVA QUÁDRUPLA:
Estes quatro
quesitos da Prova Quádrupla Rotária nos capacitam a refletir, decidir, julgar e
avaliar. São o que podemos chamar de razão ou bom senso. É onde se encontra a
verdadeira liberdade. Quando submetido à razão, meu pensamento não obedece nem
mesmo à mim, nem à minha vontade, nem ao meu inconsciente, nem à ninguém,
ou a quem quer que seja. Ele se submete à ele mesmo ou à sua própria
necessidade.
A razão é fruto do
livre arbítrio individual. Livre e arbitrária, a razão escapa à prisão de nosso ego
vaidoso e egoísta. Nossos pensamentos, guiados pela razão, conduzem à vontade,
para que nossas falas e nossas ações se pautem pela ética, pela dignidade,
pelos valores morais. Sem a razão, a vontade, as falas e as ações não seriam
senão reflexos do ego.
Restam, portanto,
três liberdades essenciais: liberdade do pensamento, liberdade da vontade e
liberdade da razão. Destas, a única que prevalece é a liberdade da razão.
E cada um é livre,
na medida em que compreende que não é, nem nunca será livre. Jamais.
5 comentários:
Caro companheiro Bittencourt: Parabéns pelo artigo: A PROVA QUÁDRUPLA E A NOSSA LIBERDADE.
ABRAÇO ROTÁRIO.
FERNANDA RC RECIFE ESPINHEIRO
Olá Dr. Alberto, bom dia!
Grata e parabéns pelo Blog.
Atenciosamente,
Conceição Martins
A liberdade e' nosso comprometimento de garantir a nossa própria e ao mesmo tempo a liberdade do outro!
Caro companheiro EGD Alberto Bittencourt, excelente artigo, sempre nos ensinando os princípios que regem o Rotary, neste momento a Prova Quádrupla. Parabéns.
O comentário acima é do companheiro Antonio do Vale do RC Tambaú.
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