ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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sexta-feira, 26 de junho de 2020

A ÁGUIA E A GALINHA


A ÁGUIA E A GALINHA
(Parábola sobre as Novas Gerações)
Alberto Bittencourt - setembro de 2012







Leonardo Boff no livro “A Águia e a Galinha” relata uma das parábolas mais bonitas de autoria de James Aggrey:


"Um fazendeiro encontrou na floresta um filhote de águia. Recolheu, levou e colocou no galinheiro, junto com as galinhas, e começou a alimentar com milho e ração de galinha. O filhote foi crescendo no meio das galinhas, adquirindo seus hábitos, ciscando a terra como se fosse galinha, embora a águia fosse o rei/ rainha de todos os pássaros.

Cinco anos depois, ela tinha o comportamento de galinha, vivia como galinha, comia como galinha, inclusive cacarejava como galinha.

Um dia um naturalista passou pela fazenda e observando o galinheiro, disse: Esse pássaro aí não é uma galinha, é uma águia.

De fato, disse o fazendeiro, ela nasceu águia, mas hoje é uma galinha. Foi criada como galinha, vive como galinha e se comporta como galinha. Tem os hábitos de uma galinha.

Não, retrucou o naturalista. Ela é e sempre será  uma águia, pois tem o coração de águia e ninguém pode contrariar a sua natureza. Esse coração a fará um dia voar às alturas. Eu vou provar a você que ela é uma águia.

Não, não, insistiu o fazendeiro. Não é possível. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a  águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a, disse: Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia viu as galinhas no chão, pulou para junto delas e voltou a ciscar os grãos.

O fazendeiro comentou: eu não falei que era uma galinha? Ela não é mais águia, ela virou uma simples galinha!

Mas o naturalista tornou a insistir: Não, ela tem no coração a natureza da águia. Vamos leva-la para cima de casa e você vai ver que ela vai se tornar águia novamente.

Ele a levou para o telhado da casa e sussurrou-lhe: Águia, abra suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas no chão, pulou e voltou a ciscar no meio delas. 

O fazendeiro disse: Tá vendo só o que eu disse? Ela é e sempre será uma galinha.

Mas o naturalista não se conformou. Não, afirmou. Amanhã nós vamos lá no alto daquela montanha e você vai ver que ela não é uma galinha, é uma águia.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: Águia, já que você é  uma águia, já que você pertence  ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia tremia feito vara verde, mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Você é uma águia, voe! E a lançou contra o sol. Nesse momento a águia abriu as suas asas de quase três metros de envergadura, grasnou como as águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou...voou... até confundir-se com o azul do firmamento."





Esta parábola  ilustra que nós temos o dever como rotarianos de resgatar nos homens a águia que existe dentro de cada um, para que eles não fiquem o resto de suas vidas a ciscar a terra feito galinhas, para que eles possam exercer a sua natureza divina e rica e desempenhem o seu verdadeiro papel na Terra.



Um jovem normal pode crescer num ambiente deturpado pela miséria, pela violência, pela marginalidade. É nosso dever, como rotarianos, trabalhar para libertar a águia que habita o coração desse jovem, para que ele possa ser liberto, atender ao chamado das alturas, voar em busca do sol, em lugar de passar a vida a ciscar a terra como as galinhas.





quinta-feira, 2 de agosto de 2018

CLANDESTINOS



CLANDESTINOS
Alberto Bittencourt - 2009





Recebi, pela Internet, impressionante e bem elaborado PPS sobre o tema "clandestinos".

O assunto levou-me à reflexão sobre os 74 milhões de clandestinos do mundo, conforme estatística do Banco Mundial. No fundo são todos refugiados de alguma situação, pessoas que largam sua terra natal, sua família, suas raízes. Deixam tudo por uma nova vida, num outro país, onde possam realizar os sonhos e adquirir um lugar ao sol. Muitos tentam a aventura na intenção de fazer o sonhado pé-de-meia, para depois voltar e trazer melhores condições de vida à família. Mesmo submetendo-se a salários baixos, os emigrantes conseguem poupar. Enviam vultosas quantias, cerca de 70 bilhões de dólares anuais a familiares e parentes nos países de origem.

Todos perderam a esperança de um futuro melhor na terra em que nasceram.

Uns são refugiados políticos, perseguidos pela facção que detém o poder em seu país. Outros são tangidos pela pobreza, caso dos africanos de algumas áreas pobres daquele imenso continente.

Muitos brasileiros procuram o tão propalado sonho erqedzzw 
Há muitos jovens brasileiros clandestinos, nos Estados Unidos, Canadá, Europa. Eles não podem voltar ao Brasil, pois sabem que as autoridades de migração do país em que estão não lhes permitiriam o reingresso.


O que leva esses jovens brasileiros a tentarem a vida no exterior, mesmo se arriscando, na condição de clandestinos? Creio que tal fato evidencia uma distorção: a falta de oportunidades de trabalho no Brasil. O sonho dos jovens ou é passar num concurso público ou é sair do país, mesmo na condição de clandestino. 


E as mulheres que emigram para serem, exploradas, prostituídas, vilipendiadas no mercado de escravas brancas que as leva para a Europa? Muitas conseguem chegar aonde jamais chegariam se por aqui ficassem. Deixam a casa, os filhos, e vão para o futuro incerto, sem saber se um dia voltarão. Têm a esperança de casar, de obter a cidadania, um trabalho honesto, o que nem sempre é possível. Sofrem violência sem tamanho. Outras são levadas às drogas à destruição. Quando podem, regressam, trazendo dinheiro, melhorias para a família. Constroem casa, dão presentes para a mãe, para os filhos que aqui ficaram. Depois, partem novamente, na incerteza. É um misto de coragem, sonhos, loucura, mas, sobretudo de esperança numa vida melhor.


Será que eles têm algum direito, os clandestinos? Entre os direitos do homem, que todo o mundo reverencia, os direitos do cidadão são os mais importantes. Será que os clandestinos possuem algum direito de cidadão no país em que vivem, na periferia obscura dos que oficialmente não existem? Talvez a questão seja mais de ordem moral do que política.


Os países do hemisfério norte, alvo principal das migrações, adotaram medidas de maior controle e procuram fechar as fronteiras na medida em que sua população envelhece e os órgãos de previdência social enfrentam problemas financeiros.

O debate se acendeu desde quando o presidente francês Nicolau Sarcozy manifestou a intenção de endurecer com todos os imigrantes clandestinos. A esquerda se dividiu entre a moral e a política. 

O estrangeiro clandestino não é considerado cidadão do ponto de vista moral.

Mas o estado de direito significa que os cidadãos não se encontram indefesos ante os abusos do aparato estatal. Ninguém contesta que os imigrantes, mesmo clandestinos devam se beneficiar integralmente dos direitos do homem. Somente os xenófobos pensam o contrário. Eles têm direito, por exemple, à saúde, à segurança, à educação. Mas, por outro lado, eles não têm o direito de votar nas eleições nacionais já que não são cidadãos do país em que vivem. São ainda passíveis de serem expulsos ou deportados para o país de origem, o que os torna particularmente frágeis e bode expiatório ideal. 

É claro que o estrangeiro é obrigado a respeitar as leis do país em que escolheu para viver. Mas ele não está obrigado a ir à guerra, nem a defender esse país caso ele seja atacado.

A moral, que se define com o jargão moderno do politicamente correto, tende a transigir, a esquecer, a fingir que o problema dos clandestinos não existe. É a tolerância até que, por qualquer motivo, eles infrinjam a lei. Então são presos e expulsos. É como os Estados Unidos procedem com os milhões de clandestinos que vivem na terra acolhedora do Tio Sam. Embora o rigor tenha aumentado para impedir as migrações clandestinas, na fronteira com o México, nas concessões de visto e nos aeroportos, eles têm a tendência a tolerar os clandestinos que cumprem seus deveres de cidadão.

"O meu sonho, como rotariano, é que todos os que hoje são clandestinos, sejam um dia cidadãos plenos do país em que vivem. Que não existam fronteiras nem barreiras nem muros entre as nações, que todos possam ser livres e viver como irmãos." É o sonho que Paul Harris descreveu em "Esta Era Rotária", 1935.


VEJA O POWER POINT "CLANDESTINO" 
(Manu Chao)



Clandestino from Manu Chao



x-x-x-x-x-Xero 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O HOMEM DE LA MANCHA_Trilha sonora


O HOMEM DE LA MANCHA 

 Alberto Bittencourt – jan 2006



Assista até o fim o vídeo da trilha sonora do musical "O Homem de La Mancha", nas vozes de Paulo Autran, Maria Betânia e Elvis Presley. Clique nas 4 setas do canto inferior direito para ver em tela cheia.  

Trilha sonora: 



James Lacy, presidente do Rotary 1998-99 e presidente do Conselho Curador da Fundação Rotária, 2003-04, em mensagem dirigida aos Governdores Eleitos do Centenário, transcrita nos anais da Assembleia Internacional de 2004, realizada em Anaheim, California, EUA, sob o título “O Nobre Trabalho da Fundação Rotária”, disse o seguinte:


No musical O Homem de La Mancha, Dom Quixote parte em busca de um mundo melhor. A busca do sonho impossível é incessante, mas ele não esmorece. O sonho parece impossível, mesmo assim ele prossegue a...

       Sonhar o sonho impossível
       Lutar contra o inimigo invencível
       Carregar no peito a tristeza insuportável
       Ir aonde nem os mais corajosos ousam chegar.

Continuemos:

       É a nossa lei, é a nossa questão
       Virar este mundo, cravar este chão
       Não importa o quanto temos que lutar,
       O sonho do Rotary precisamos realizar.
       Rotarianos, lutemos até vencer,
       Para transformar o mundo em um lugar melhor para se viver.

A nossa missão de Rotary é fazer o vem a toda a humanidade. No Rotary, o impossível torna-se possível.

A lembrança de James Lacy foi muito oportuna, não somente por haver transcorrido em 2005 o quadricentenário da primeira da primeira edição da obra prima de Miguel de Cervantes Saavedra, mas, sobretudo, pelo texto inspirador que muito tem a ver com a luta dos rotarianos por um mundo melhor.

O musical conta a história de um cavaleiro que encontrou nas ruas uma prostituta, uma mulher sem eira nem beira, sem passado e sem futuro, um reles instrumento nas mãos de todos os homens que passaram por sua vida. O cavaleiro viu nessa mulher as virtudes de uma deusa. Encontrou nela qualidades divinas que passou a enaltecer, a exaltar, tornou-se a sua verdadeira musa inspiradora. Deu-lhe o nome de Dulcinéa, a mulher de seus sonhos. A dama, a princípio reagiu, afastou-se, não aceitou a nova condição na visão daquele cavaleiro. Ele não desistiu. O tempo foi passando e ela foi incorporando aquele sentimento sublime. Aos poucos foi se erguendo da condição rasteira até aceitar a divina posição, assumir o papel de diva e assim chegou ao seu leito de morte. O Homem de La Mancha então cantou a canção que nos inspira: 


       Sonhar mais um sonho impossível,
       Lutar, quando é fácil ceder,
       Vencer o inimigo invencível,
       Negar, quando a regra é ceder.
       Sofrer a tortura implacável,
       Romper a inaceitável prisão,
       Voar, num limite improvável,
       Tocar o inacessível chão.
       É a minha lei, é a minha questão.
       Virar este mundo, cravar este chão.
       Não me importa saber,
       Se é terrível demais,
       Quantas guerras terei que vencer,
       Por um pouco de paz.
       E amanhã, este chão que eu beijei,
       Por meu leito e perdão,
       Por saber que valeu delirar,
       E morrer de paixão.
       E assim, seja lá como for,
       Vai ter fim a infinita aflição,
       E o mundo vai ver uma flor
       Brotar do impossível chão.

Ninguém pode negar a força da união e do companheirismo, a força da do pensamento coletivo.
Juntos, unidos, podemos realizar milagres. Fazer muito mais do que cada um poderia fazer isoladamente.
Juntos constituímos uma sinergia, que é a energia resultante do coletivo, muito maior do que a soma das energias dos seus componentes.
Juntos, podemos multiplicar os pães, podemos mover montanhas, podemos parodiar o musical do Homem de La Mancha.


                                         





Parabéns a todos e abraços de



Alberto Bittencourt – Governador do Centenário, 2004-05


sábado, 13 de janeiro de 2018

A ÉTICA CONVIVENCIAL


A ÉTICA CONVIVENCIAL

 Discurso pronunciado na abertura do fórum “A ÉTICA CONVIVENCIAL”, realizado no Tribunal Regional Federal de PE, sob a presidência da Exma sra. Desembargadora Margarida Cantarelli, em homenagem aos 100 anos do Rotary International,  nos dias 10 e 11 de março de 2005, pelo governador do Distrito 4500 do R.I. – Alberto Bittencourt.

Os palestrantes - Gustavo Krause, Alberto Bittencourt e Arli Melo Pedrosa, 
presidente do NACC - Núcleo de Apoio à Criança com Câncer.


            Como governador do Distrito 4500 do Rotary International, que congrega mais de 2.500 rotarianos e suas famílias em 92 Rotary Clubs dos estados de PE, PB e RN, rejubilo-me com este egrégio Tribunal Regional Federal, pela feliz iniciativa de promover este fórum de “Ética Convivencial”, como forma de reconhecimento e homenagem pelo transcurso do aniversário de 100 anos do Rotary International.
            Simplesmente o fato de ter chegado aos 100 anos de idade já é uma prova de sua importância para o mundo. Mas, quais foram as razões que  possibilitaram ao Rotary, celebrar agora “100 anos de sucessos” e lançar-se fortalecido no mundo, para realizar mais 100 anos de serviços? No meu entender, são quatro as principais razões da longevidade do Rotary.


Primeira razão da longevidade do Rotary:  voluntariado
            O Rotary é constituído por mais de 1,2 milhões de rotarianos distribuídos em 32.000 Rotary Clubs em 529 distritos, 166 países e uma região geográfica, a da Antártica, todos voluntários, líderes em seus segmentos profissionais, de conduta ética ilibada, reunidos com o objetivo maior de ajudar ao próximo. Esta é a primeira razão da longevidade do Rotary. A de que todos os rotarianos, sejam eles de que país forem, independente do credo religioso que professem, da ideologia política que abracem, da raça, da posição social, todos são dedicados e consagrados ao ideal de servir, ao trabalho em prol dos necessitados, a melhoria de condições de vida dos menos afortunados, não importa o país, não importa a região, não importa a comunidade. Onde houver sofrimento, onde houver fome, onde houver miséria, onde houver guerras, conflitos, cataclismas, violência, lá estarão sempre os rotarianos, eixos propulsores da solidariedade, da compreensão entre os povos, do amor ao próximo, do “dar de si, antes de pensar em si”.
            Por ser uma usina produtora do bem no mundo é que esta entidade chegou aos 100 anos de idade e celebra hoje o seu centenário. Mas não é essa a única razão.


Segunda razão da longevidade do Rotary:  companheirismo
Como podem os homens de bem, em meio a tantos percalços, tantas dificuldades, tantas ameaças, deixarem o aconchego de seus lares, o afago e o carinho de suas famílias, o conforto de suas residências, e se lançarem nas mais diversas atividades, colocando energias, seu tempo, seu dinheiro, em sacrifício muitas vezes de seus próprios negócios profissionais, em algo que a única remuneração é a consciência tranqüila  a satisfação individual, o sentimento de ter cumprido seu dever? Isso só é possível porque o Rotary pratica a filosofia da união, da comunhão de todos os homens, da integração das famílias rotárias, da mútua ajuda e da mútua cooperação, do não ao separatismo, não à divisão, não ao isolacionismo, não ao egoísmo ou egocentrismo, não à competição, não à vaidade cega pura e simples. É  essa a segunda razão da longevidade do Rotary. Ninguém pode negar a força da união e do companheirismo, a força do pensamento coletivo. Juntos, unidos, podemos realizar milagres, fazer muito mais do que cada um poderia fazer isoladamente. Juntos, constituímos uma sinergia que é a energia resultante do coletivo, muito maior do que a soma das energias dos seus componentes. Juntos, podemos multiplicar os pães, podemos mover montanhas, parodiando o musical o Homem de La Mancha, que conta a história de um cavaleiro andante que encontrou nas ruas uma prostituta, uma mulher, sem eira nem beira, sem passado, sem futuro, um reles instrumento nas mãos de todos os homens que passaram por sua vida. O cavaleiro viu nessa mulher as virtudes de uma deusa. Encontrou nela qualidades divinas, que passou a enaltecer, a exaltar, tornou-a sua verdadeira musa inspiradora. Deu-lhe o nome de Dulcinéa, a mulher dos seus sonhos. A dama, a princípio reagiu, afastou-se, não aceitou a nova condição, na visão daquele cavaleiro. Ele não desistiu. O tempo foi passando e ela foi incorporando aquele sentimento sublime. Aos poucos foi se erguendo da condição rasteira até aceitar a divina posição, assumir o papel de diva e assim chegou ao seu leito de morte. O homem de La Mancha então cantou a canção que nos inspira:

Juntos, podemos sonhar o sonho impossível,
Afastar a tristeza infinita,
Vencer o inimigo invencível
Chegar aonde nem os mais 
corajosos ousaram chegar.
           
            É o poder da união que faz o Rotary chegar aos 100 anos de sucesso e buscar mais cem anos de serviços.
            Para materializar a união, fomos buscar em La Fontaine, o símbolo para o nosso ano Rotário no distrito 4500: O FEIXE DE VARAS. Separadas, as varas são facilmente vencíveis, quebráveis, mas unidas, num feixe de varas, são impossíveis de derrotar, de serem quebradas. É o poder da união, a segunda razão da vitória, que fez o Rotary capitanear a maior campanha de saúde pública que já ocorreu em toda a história da humanidade: a da erradicação da poliomielite da face da terra.
            Sozinhos nunca chegaríamos a mobilizar tão grandes esforços, de gente, de recursos, para levar a vacinação, as duas gotinhas da vacina Sabin, a 2 bilhões de crianças, nos mais difíceis, inóspitos, recônditos recantos da terra. Em países da África e da Azia, do Oriente, há décadas conflagrados  por guerras fraticidas que já ceifaram milhões de vidas, que devoraram recursos humanos, e naturais insubstituíveis. Voluntários rotarianos lideraram milhões de outros voluntários, em mais de 20 milhões de horas de trabalho em campanhas e dias nacionais de imunização. Tréguas em conflitos, armistícios em guerras foram decretados, em territórios infestado de minas terrestres, contaminados por doenças como AIDS, tuberculose, malária, onde a ignorância, a miséria, a violência leva a inimagináveis preconceitos, como o de que a vacina produzia nas crianças a esterilização e transmitia a AIDS. Que o diga o EGD EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO, nossa maior expressão na Campanha da Pólio Plus.
            Conseguimos superar isso tudo. Estamos em vias de bradar aos 4 ventos:  o mundo está livre da pólio!! Nunca mais uma criança vai morrer ou ficar aleijada, vítima da paralisia infantil. Por isso este meu grito, ao celebrar os 100 anos do Rotary, é celebrar a vida, é celebrar a saúde, é celebrar a paz. 
   Mas não é apenas isso. Os programas de alfabetização do Rotary, chamados Lighthouse levaram com sucesso, em muitas regiões do mundo a luz do saber, da leitura com interpretação do texto, dos conhecimentos básicos de aritmética  a milhões de crianças no mundo, em países como a Tailândia, em que os programas oficiais faziam com que as crianças saíssem das escolas como analfabetas funcionais, sem compreender o que liam, sem saber as mais elementares operações, muito parecido com o que ocorre entre nós, nas escolas públicas. Pois na Tailândia, país que primeiro adotou esse programa do Rotary, todas as crianças hoje, aprendem a ler e interpretar textos em poucos meses. Que o diga o EGD EDISON LIMA, que tanto lutou para implantar o programa em nossas escolas, e o seu êxito comprovado, em três escolas da rede municipal do Recife. O programa só não se estendeu a todas as escolas por razões políticas.
            No Brasil o programa Lighthouse está sendo implantado com êxito em Minas Gerais e algumas cidades isoladas, não tendo uma dimensão nacional apenas por injunções políticas.
Graças a Deus  uma mulher, uma líder, uma grande brasileira, agindo sob a inspiração de um grande herói nacional, está mudando a face da educação fundamental neste país. Refiro-me a Viviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, que tanto honra e dignifica a memória de seu irmão, ao cumprir sua vontade, expressa antes de morrer precocemente nas pistas de Fórmula 1. São mais de 800.000 crianças nos projetos “Se Liga”e “Acelera”, plenamente alfabetizadas, em apenas 4 meses, nas mesmas escolas, nas mesmas instalações, com os mesmos meios, os mesmos professores, os mesmos alunos, funcionando onde o ensino regular não funciona. Por que? Motivação, capacitação, supervisão permanente, avaliação constante são a receita. Seriedade, patriotismo, amor, constituem os ingredientes.
            Rendo aqui, nas pessoas de Viviane Senna e também Zilda Arns com a Pastoral da Criança, minha homenagem à mulher brasileira.  Zilda Arns, mudando os índices de mortalidade infantil, alcançando mais de 1 milhão de crianças no Brasil, com a multi- mistura, o soro caseiro, os jogos educativos, e sobretudo os agentes familiares, mulheres voluntárias, que levam a orientação, a noção de higiene, a saúde para dentro dos lares os mais carentes e necessitados.


Terceira razão da longevidade do Rotary: 
flexibilidade
A terceira razão da longevidade do Rotary é que se trata de um clube dinâmico e flexível, que nunca fica estacionado no mesmo lugar, que se movimenta, que muda, que se adapta aos novos tempos, às novas idéias, às mudanças que permeiam a sociedade e se torna parte dessas mudanças. Por isso ele é chamado de “Movimento”.  Movimento Rotário.
Disse Paul Harris, nosso fundador: Este é um mundo que muda, e nós temos que aprender a mudar com ele. A história do Rotary será escrita muitas vezes.
É esta a terceira razão pela qual Rotary chegou aos 100 anos. A capacidade de se adaptar ao longo dos tempos. Por isso, o símbolo do movimento rotário é a famosa roda dentada, que sugere movimentos. Os 24 dentes correspondem às 24 horas do dia. Para que possa ser movimentada, ela possui um pequeno rasgo no centro, denominado “chaveta”. Imaginamos que nessa chaveta se encaixa o ressalto de um eixo propulsor para movimentá-la que é o verdadeiro rotariano.
É o rotariano, o eixo propulsor que move a roda dentada, sempre que leva ajuda à uma criança, educação, ensino profissionalizante aos jovens, sempre que tira um menino(a) das ruas, quando leva apoio e carinho aos idosos, alegria e tratamentos aos deficientes, fé e esperança às comunidades. Graças a esse movimento, a essa capacidade de adaptação, é que a mulher entrou em Rotary. Mas ainda  são muito poucas, apenas 12% no Brasil. Não podemos deixá-los de lado. Não podemos prescindir de sua ajuda. O mundo precisa de vocês, cada vez mais.
O editorial do Jornal do Comércio de hoje, traz uma notícia aterradora. Um dado uma pesquisa da UNESCO que constatou que de 1982 a 2002, subiu de 30 para 54 por 100 mil habitantes o número de assassinatos anuais de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil, na sua maioria por armas de fogo. Significa que se antes, tínhamos 50 mil vítimas por ano, hoje temos 100 mil. Um verdadeiro genocídio. A população masculina neste país está sendo dizimada, a tal ponto, que, segundo o IBGE, mudou o perfil populacional do País, reduzindo o número de homens em relação ao de mulheres. É uma situação, diz o texto, similar à de um País em guerra, quando a grande mortalidade de homens jovens altera o equilíbrio numérico entre os sexos. E em conseqüência, os costumes são alterados. São as guerras entre grupos de traficantes, são os embates com a polícia, numa sociedade em que as opções de vida honesta são poucas. Onde permeia o desemprego onde a juventude se afunda na miséria, na falta de oportunidades.
Nos últimos 10 anos, 500.000 pessoas foram assassinadas neste país. Quase 10 vezes mais do que em 10 anos de guerra do Vietnan, quando  morreram 58.000 soldados americanos. Mata-se mais neste país que nos EUA, que é considerado um povo armado. Mata-se mais neste país que na China, com 1,3 bilhões de habitantes. Mata-se mais neste país que na Índia, que tem 1 bilhão de habitantes.
Não podemos nos conformar. Não temos o direito de ficar omissos ou indiferentes. 
Os homens do bem são tímidos, os homens do mal são ousados. Quatro homens do mal trocam 2 olhares e formam uma quadrilha. Os homens do bem ficam conjeturando, enrolados em burocracia, fazendo discursos, citando estatísticas, mas esquecendo tudo quando termina o evento. Nós temos que levar adiante tudo o que aqui se apregoa.
 Que saiamos deste fórum com um projeto de Paz, com linhas de ação traçadas e bem definidas, e que não deixemos se apagar a idéia. Temos que manter viva na lembrança tudo o que aqui se discutir. 



Quarta razão da longevidade do Rotary:  
ética
Mas, senhores e senhoras, este fórum não se refere apenas aos excluídos, às populações miseráveis, aos marginais. Este fórum é dirigido principalmente ao homem que freqüentou escola, que teve instrução, que aprendeu a distinguir entre o bem e o mal.
É dirigido ao homem de nível universitário, ao profissional de carreira, ao executivo, empresário, juízes, políticos, banqueiros gestores do bem público e a todos aqueles que usam colarinho branco, ostentam anel de grau no dedo, e que vemos todos os dias envolvidos em escândalos de corrupção na televisão. Por isso este fórum sobre a Ética é tão importante.
E esta é finalmente a quarta razão da longevidade do Rotary:
     A Ética, um princípio que não pode ter fim. 
Desde que o Rotary é Rotary, sempre se pautou na conduta dos rotarianos pelos mais elevados princípios da ética. E por isso ele chegou aos 100 anos.

Felicidades, e que Deus nos abençoe.

Assista até o fim o vídeo da trilha sonora do musical "O Homem de La Mancha", nas vozes de Paulo Autran, Maria Betânia e Elvis Presley. Clique nas 4 setas do canto inferior direito para ver em tela cheia.