ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 20 de abril de 2020

VISÃO DO DISTRITO 4500 NO ANO DE 2008


VISÃO DO DISTRITO 4.500 NO ANO DE 2008
Resumo da palestra de Alberto Bittencourt 


O governador Aluísio de Freitas me encarregou de dar uma visão do Distrito 4500 no ano de sua governadoria.
 Ninguém seria mais abalizado para fazer esta palestra do que o próprio casal governador Aluísio de Freitas Almeida e sua Yêda, que exerceu a governadoria em dois mandatos, 2002-03 e 2007-08.
Tendo assumido pela segunda vez o cargo de governador do Distrito 4.500 num momento de dor e de emoção, pelo falecimento da nossa querida e inesquecível governadora Dulcinéa Oliveira, decorridos três meses do ano rotário, Aluísio e Yêda levaram avante a tarefa hercúlea de administrar este que é o maior distrito do Brasil, com seus 90 Rotary Clubs e 2157 rotarianos distribuídos nos três estados da federação: Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Com muito sacrifício, Aluísio soube, como ninguém dar continuidade aos programas de Dulcinéa. Conservou a mesma equipe distrital, escolhida por Dulcinéa, as mesmas metas, os mesmos objetivos. Permanecem vivas em nossas mentes as palavras de Dulcinéa, que criou um chamamento especial para todos os rotarianos: “Mantenham acesa a chama do Rotary”.
Quanta coisa encerra este lema. Quanta verdade, quanta ação, quanta inspiração. Para manter acesa a chama de um ideal, é preciso que esta chama brilhe no coração de cada rotariano, no âmago de seu ser, onde faz morada o Deus interior, no altar do pensamento, sentimento e vontade.
Manter acesa a chama do Rotary significa pensar sempre na grande obra e nos objetivos de Rotary, significa sentir emoções, alegrias, compartilhando Rotary, e sobretudo, significa criar e agir a favor  da vida na compaixão e ajuda aos semelhantes.
No altar do pensamento, sentimento e vontade, brilha a chama do Rotary.
O governador Aluísio de Freitas Almeida me encarregou de transmitir a vocês o seguinte:
As suas primeiras palavras foram dirigidas aos governadores assistentes. Há governadores assistentes excelentes, muito bons, e esses são a maioria. Mas, infelizmente, como em toda coletividade, há também os que não correspondem, os que pouco ou nada fazem, ou os que fazem resistência passiva. O governador pede que todos vocês, governadores assistentes, colem nos seus clubes, procurem bem desempenhar a missão que lhes foi confiada, preencham os relatórios a tempo e a hora, ajudem aos seus presidentes no que for preciso, mantenham acesa a chama do Rotary.
Quanto à visão do Distrito 4.500, Aluísio me informou e pediu que transmitisse aos companheiros que dois pontos são os mais importantes, verificar em suas andanças pelos clubes do distrito. O Desenvolvimento do Quadro Social e o apoio à Fundação Rotária.
Na expansão  Quadro Social há a perspectiva da fundação de dois novos Rotary Clubs, ambos em Pernambuco: o RC de Bezerros, patrocinado pelo RC Casa Amarela e o RC Suape-Ipojuca, patrocinado pelo RC Guararapes-Piedade, aproveitando o crescimento extraordinário daquele município, com as grandes obras e empreendimentos que ali se iniciam: a Refinaria Abreu e Lima; o estaleiro Atlântico-Sol, o pólo petroquímico entre outras.
Quanto ao Desenvolvimento do Quadro Social, nosso Distrito, com 2157 em 90 Rotary Clubs, perfaz uma média de 29 sócios por clube. É o maior distrito da América Latina, com número de clubes e de sócios. Pode parecer suficiente, mas não é. Um distrito da Alemanha que também possui 90 Rotary Clubs, tem um total de 4.500 rotarianos, o que perfaz a média de 50 por clube. Que segredo eles usam para fazer a retenção de tão grande número de sócios por clube? Assim como o Brasil, o D. 4.500 é visto por RI, como um distrito que vem diminuindo ao longo dos anos. Segundo informou Aluísio, essa tendência declinante do Quadro Social entretanto, estancou estando o Quadro Social do D. 4.500 estabilizado.
O governador Aluísio de Freitas assim se expressou:
"Quando assumi a governadoria do D. 4.500 em 2002, para dar uma idéia, assumi com 2481 sócios e terminei com 2370, tendo ocorrido no ano 359 admissões contra 470 baixas, numa perda líquida de 111 companheiros. Vale dizer que o Rotary no Distrito 4.500 já teve mais de 2500 sócios".
Há muitas razões para explicar isso. O R.I tem investido em pesquisas, estudos, projetos pilotos e tudo desemboca numa única questão: a retenção do quadro social. Como reter é o "x" do problema, eu creio que tudo é reflexo de apenas uma coisa que se chama relacionamento. Com as dificuldades do mundo moderno os relacionamentos empobrecem, de um modo geral. Antigamente as famílias se visitavam. Paul Harris em “ESSA ERA ROTÁRIA”, escrito em 1935 já pregava as vantagens de fazer uma visita a um amigo. Ele dizia que receber  uma visita é melhor do que visitar. Deepach Chopra, em sua obra "7 Leis Espirituais do Sucesso", ensina que ao visitarmos alguém, devemos levar sempre uma pequena lembrança. Hoje em dia as pessoas se fecham em seus círculos familiares, premidos pela violência urbana, pela falta de segurança, pelos afazeres multiplicados do dia a dia.
Para se ter um bom relacionamento em Rotary, é preciso convivência e para isso é necessária a freqüência. Não somente do rotariano, mas de toda a Família Rotária. O relacionamento tem que ser cultivado.  A confiança somente se desenvolve com o convívio. Confiança é a cola que une os relacionamentos, disse James Hunter, autor do Best Seller “O Monge e o Executivo”. As mulheres são mais eficientes por que investem mais nos relacionamentos do que os homens. Enquanto que estes só pensam nas tarefas, nos objetivos, elas se preocupam com as pessoas. Por isso devemos atrair as mulheres para o nosso Quadro Social. O RC ideal é aquele que tem 50% de homens e 50% de mulheres. Uma grande fonte de recursos são as esposas dos rotarianos.
O diretor do Rotary International, José Alfredo Petroni sugere que as “donas de casa” podem adotar a classificação “Administradora de bens”.
Outra fonte de arregimentação são os jovens. Não podemos desprezar esse enorme potencial para incrementar o quadro social em nossos clubes.
Vou citar um exemplo do meu clube, o RC Boa Viagem: o projeto EQUAL EDUCATION, em parceria com uma ONG Holandesa do mesmo nome.
Tudo começou no programa de Intercâmbio de Jovens.
O envolvimento dos clubes em projetos é outro fator de retenção dos sócios. O RC Setúbal se reergueu com o projeto “Salvando Vidas através da Música”.
Mas o pecado capital que hoje prejudica os clubes é a FALTA DE EFICIÊNCIA.
É generalizada a falta de eficiência na maioria dos clubes.
O apoio à FR é outro item vital. Muitos clubes se desinteressaram, perderam o foco em relação à FR.
Segundo Aluísio, no atual ano rotário, com o valor altamente convidativo do dólar rotário, R$ 1,77 em fevereiro, as contribuições são as mais baixas dos últimos 10 anos. Inferior aos sette mil dólares do ano de 1997-98 quando o câmbio pulou de R$1,00 para R$2,00
Como aproveitar a oportunidade?
O RC Boa Vista está realizando um consórcio interno de títulos PHF.
Há também o consórcio GOL da Solidariedade em parceria com a VW.
São iniciativas como essas que alavancam o DQS dos clubes.

domingo, 19 de abril de 2020

AS DEZ QUALIDADES TRANSFORMADORAS DO ROTARIANO

As Dez Qualidades Transformadoras do Rotariano
Alberto Bittencourt (Texto Compactado)
Publicado no Boiletim nº 22 do RC Caruaru em 27 de novembro de 2012.

O Rotary é uma reunião de pessoas. O que o torna único, diferente, são as qualidades transformadoras de seus membros. São dez as principais qualidades transformadoras do rotariano:
1- Coerência
Está no comportamento e nas atitudes do rotariano. Significa não perder de vista os motivos que o trouxeram para o Rotary. Significa manter-se fiel aos princípios e ideais rotários em todos os momentos da vida.
2-Foco
O rotariano mantém o foco no passado, no presente e no futuro.
Fico no passado ao se tornar guardião da história e das tradições rotárias.
Foco no presente, ao ter a consciência plena da grande obra que o Rotary executa no mundo.
Foco no futuro, ao se fixar nas metas e objetivos do Rotary International.
3- Consciência
Ter consciência em Rotary é saber que se faz parte de uma grande obra, de uma grande missão. Significa dizer: "Eu sou Rotary! Rotary sou eu!" Porque no seu dia a dia, em todos os minutos, o verdadeiro rotariano se confunde com a grande obra.
4-Voluntariado
Os voluntários do Rotary defendem a paz, a harmonia entre homens e nações. Eles nunca desistem, eles abraçam a prestação de serviço de forma desinteressada, com o único objetivo de ajudar o próximo.
5-Liderança
Rotarianos foram escolhidos por suas qualidades de liderança. Rotarianos são profissionais, executivos, professores, homens de negócios, líderes nas comunidades.
O rotariano vive como vive um líder, pensa como pensa um líder, enfrenta a vida tal qual um líder a enfrenta
6-Transparência
É a característica transformadora do rotariano , seja como presidente do clube, seja na condução de um projeto.
Ninguém é dono do clube, nem de um projeto, tampouco dono da verdade. Tudo em Rotary é transparente, claro e aberto para ser partilhado com a humanidade.
7-Participação
O Rotary é uma reunião de pessoas participativas. O rotariano participa de todos os eventos rotários, dentro e fora do seu clube. Ele está sempre disponível e motivado para o trabalho.
8-Trabalho em equipe
O Rotary é diferente de qualquer outra agremiação de pessoas, porque aqui elas trabalham em equipe, sob a liderança maior do presidente do clube. No trabalho de equipe, o presidente delega e cada um executa a sua função, com dedicação e seriedade.
9-Ética
O rotariano tem como base de suas atividades e relacionamentos profissionais, familiares e sociais a Ética como um princípio que não pode ter fim.
Ele aplica e difunde a Prova Quádrupla Rotária:
  • Em tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos,
  • 1- É a verdade?
  • 2- É justo para todos os interessados?
  • 3- Trará boa vontade e melhores amizades?
  • 4- Será benéfico para todos os interessados?
10- Compaixão.
Ao contrário da piedade que é estática, a compaixão é dinâmica, ativa e respeitosa. Ela consiste em se colocar no lugar do outro, em sintonizar com seu sofrimento e ajudar, na medida do possível, a superar as dificuldades, dando-lhe a palavra justa, o gesto salvador.
Esta nova visão, mostra que a compaixão é sobretudo ação. Significa ajudar, compartilhar, dar a mão, ser solidário. A compaixão é uma das dez qualidades transformadoras do rotariano.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

MORRE NO RIO O PROF HERMOGENES. 

MORRE NO RIO O PROFESSOR HERMÓGENES

(Veja outros textos de minha autoria sobre Yoga e o prof HERMÓGENES.)

Recebi a notícia do falecimento do professor José Hermógenes de Andrade enquanto participava do REGONNE - Reunião de Governadores do Rotary, do norte e nordeste do Brasil.
Morreu no dia 13 de março de 2015 no Rio de Janeiro aos 94 anos de idade completados dia nove. A causa da morte não foi divulgada mas a partir do momento em que completou 90 anos de idade, ele entrou num processo degenerativo acentuado culminando no desenlace.
 Hermórgenes é considerado o pai da Yoga no Brasil. Autor de mais de 30 livros dentre eles Yoga para Nervosos e Auto Perfeição com Hata Yoga, a primeira obra em língua portuguesa, lançada no país em 1960.
Nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte. Seguiu a carreira militar chegando ao posto de tenente-coronel da ativa.
Aos 35 anos de idade foi diagnosticado portador de tuberculose avançada que quase lhe tirou a vida.
Foi aí que descobriu os ensinamentos da Hata Yoga cujos posturas e respirações passou a praticar escondido no banheiro de casa. Hermórgenes dizia que a Yoga salvou a sua vida. A transformação foi tamanha que resolveu dedicar o resto da sua vida a mostrar-las aos outros.
Começou a dar aulas na garagem de sua residência. Seu trabalho de divulgação o fez ser tratado como mestre.
Ele tinha duas filhas. Foi cremado às 15h00 do dia 15 de março no Rio.
Ele obteve reconhecimentos e títulos como o de doutor em Yoga Terapia pelo Word Development .... da Índia. Em 1998 foi escolhido cidadão da Paz do Rio de Janeiro e em 2000 recebeu a Medalha Tiradentes maior honraria oferecida pela Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro.
Hermógines era oficial do Exército da arma de Infantaria. Sua vocação humanística o distanciou de armas mais técnicas como a Engenharia. Confessava que teve grandes dificuldades com a tal da Descritiva. Viu se logo também incompatibilizado com os afazeres naturais da arma de infantaria: "logo eu que tenho alergia a poeira fui ser infante." Os soldados de infantaria são apelidados de "pé de poeira".
No posto de capitão prestou concurso para o magistério do Exército e foi ser professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro onde lecionou Educação Moral e Cívica e outras ciências humanas além de Filosofia e Historia.
Eu o conheci no ano de 1953 nos meus 11 anos de idade, quando cursei o curso de admissão - CAD, do Colégio Militar do Rio de Janeiro que preparava os alunos para a difícil competição que era o concurso de admissão, onde cerca de 4000 candidatos disputavam 300 vagas. O capitão Hermógenes ensinava História.

sábado, 11 de abril de 2020

INFÂNCIA ROUBADA

INFÂNCIA ROUBADA
Alberto Bittencourt - abril de 2020



GRETA THUNBERG



A menina sueca Greta Thunberg, 16, ativista do meio ambiente, protagonizou na ONU, com o rosto crispado de ódio, a trágica mensagem : "vocês destruíram a minha infância, roubaram os meus sonhos".
Referia-se ao aquecimento global e às irresponsabilidades de países no trato com as mudanças climáticas.
A mídia postou logo memes de crianças esfomeadas na Venezuela, ou na África, catando comida nos lixos.
Porém eu digo: _No Brasil estão milhões de crianças que tiveram a infância destruída e os sonhos roubados.
São os que perderam a infância na maior parte das escolas públicas.
Passaram anos e anos sentadas em bancos escolares, fingindo aprender, enquanto professores fingiam ensinar, e os pais, fingiam acreditar. E elas saiam mais velhas cronologicamente, porém tão imaturas e infantis quanto no dia em que entraram.
Essas crianças, perderam os anos mais produtivos de suas vidas.
Perderam o período mais fértil de aprendizado, em que seus cérebros poderiam ter dado o grande salto, da ignorância à inteligência, à transformação em cidadãos úteis e produtivos, capazes de ganhar o pão de cada dia de maneira honesta, de chefiar família e criar filhos com dignidade.
Essas crianças perderam um tempo, que não voltará jamais.
Tiveram roubados os anos mais fartos de aprendizado, da infância à adolescência.
Após essa idade, os maus hábitos, a má formação, a ignorância provenientes do meio deturpado pela miséria do qual são oriundos, se entranham em suas mentes e torna-se muito difícil resgatar-lhes os valores morais, devolver-lhes não somente a infância que lhes foi roubada, mas, principalmente o futuro.

Comentário de Luíz Carlos Carneiro:
Alberto, reconheço de longe armação de gente sem caráter. Veja a quanto tempo o tal Raoni vende sua imagem (E não é barata). Má fé dessa gente e não sei quanto a ela. Semblante tresloucado, fala raivosa mas decorada, uma pena. Deus queira pelo menos renda algum recurso para ela mesmo e seus pais, aparentemente também dependentes da exploração da filha...Esse é o mundo cão da mídia "...fomando opinião...".

É verdade. A mídia gosta de explorar pessoas aparentemente inocentes, como índios, jovens e pobres para colocá-los como vítimas de empresários, de políticos e de governos interessados em explorar recursos naturais e desviar o dinheiro de impostos pagos pelo povo.

É tudo uma disputa pelo poder. O Brasil tem o que eles querem, a Amazônia. Por isso temos que ficar vigilantes, sobretudo contra os próprios brasileiros traidores da Pátria, vendilhões das nossas riquezas.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

CADERNOS DO SEMIÁRIDO


Cadernos do Semiárido

Alberto Bittencourt - 09 abr 2020








Cadernos do Semiárido














Antes de começar, parabenizo ao engenheiro e Professor Mário de Oliveira Antonino pela iniciativa de editar a coleção dos Cadernos do Semiárido, mostrando a verdadeira redenção do semiárido e a transformação do sertanejo.

Inicialmente rendo uma homenagem ao DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - órgão criado em 1909, com sede no Recife. É a entidade governamental encarregada da construção de açudes para enfrentar o flagelo da seca que ciclicamente assola a região.  Até hoje continua a exercer a função. Em 20 de novembro de 1954, meu pai, engenheiro militar, foi designado para presidir o DNOCS. Ia assumir no dia seguinte, discurso de posse já preparado. Quis o destino, entretanto, que um edema pulmonar o vitimasse aos 41 anos de idade.  Deixou a minha mãe, viúva e mais três filhos sendo eu o mais velho, com 12 anos recém completados. Infelizmente, o grande desafio na vida de meu pai não pode ser concretizado.

Desde criança, morador do Rio de Janeiro já ouvia falar da seca no sertão. Nos meios escolares dizia-se que a mesma não era produzida pela falta, mas, sim, pela má distribuição das chuvas. Com isso alternavam-se períodos de abundância e de completa escassez de água.

O período das chuvas produzia uma transformação na vegetação do sertão. Os galhos secos, acinzentados e queimados, de um dia para o outro, assumiam um aspecto verde, brilhante, viçoso, transformando-se novamente em fonte permanente de vida. Os rios temporários, secos, voltavam a fluir, trazendo de volta a fertilidade, a fartura, àquela gente, sertaneja e sofrida.

De repente retornava o período de estiagem.

O solo encarquilhado e rachado, dos leitos secos dos açudes e rios, no dizer de Graciliano Ramos, o gado esquelético morria à míngua de fome e de sede. A água dos açudes e poços, salobra, tornara-se imprópria para o consumo humano e animal.

Era quando chegavam os coronéis do sertão, os políticos com suas promessas vazias a pedir votos em troca de um prato de feijão, ou um punhado de tijolos, a trazer promessas de vida melhor. Era a chamada “indústria da seca”, em que os recursos destinados à luta contra as secas, eram na verdade, utilizados para consolidar a influência dos chefes do interior.

Ocorria então o fenômeno chamado de êxodo rural.

Os homens, não raro, abandonavam as famílias, casas, terras, e se empoleiravam nos “paus de arara”, em direção ao sul, na busca de trabalho e dinheiro. Deixavam a mulher e as crianças a passar fome, na pobreza extrema, na mais absoluta miséria, a sobreviver não se sabe como, por meses e até anos seguidos.

As escolas quando funcionavam, fingiam ensinar. Os alunos passavam de ano em ano, na condição de analfabetos funcionais.

Assim, viviam as crianças da seca, abandonadas à própria sorte. Perdiam a idade da razão, os anos em que o cérebro é mais receptivo, mais capaz de assimilar novos conhecimentos. Assim era o sertão, assim vivia o sertanejo, acostumado com a falta d’água, consumindo a água turva dos barreiros, a conviver com doenças tropicais as mais diversas.

São Paulo foi construída pela mão de obra dos nordestinos, apelidados genericamente de "paraibas". Eram migrantes premidos pela fome, pela seca. Foi quando batizaram toda essa área de semiárido, por ser característica de um índice pluviométrico baixo, inferior ao da evaporação.

O semiárido proporcionou o maior movimento migratório do campo para as capitais. Segundo dados do IBGE, até 1970, a população rural da região somava quase o dobro da população urbana. Em 30 anos, deu-se um acentuado movimento migratório do campo para as cidades.  Segundo o censo demográfico de 2010, a população urbana da região nordeste já superava em mais de duas vezes a do meio rural.   Hoje, em 2020, o índice de urbanização da região é de cerca de 80%.

As cidades, entretanto, não dispunham de infraestrutura para absorver essa massa humana. As consequências foram: favelização, violência urbana, poluição, enchentes, pobreza extrema, doenças, fome. Todos esses males surgiram de repente.  As capitais do Nordeste passaram a ostentar os maiores índices de violência de todo o território nacional.

A partir do ano 2000, novas soluções começaram aparecer:

• O aproveitamento das águas das chuvas através da construção de cisternas.  A ONG ASA - Articulação  do Semiárido -  estabeleceu a meta de construir 1 milhão de cisternas para captação das águas das chuvas, coletadas nos telhados das casas.

• O Exército Brasileiro dispôs de 300 caminhões-pipas para fornecer água potável nas regiões mais secas.

• A perfuração de poços se ampliou, apesar de ser uma região em que o maciço rochoso impermeável chamado cristalino chega aflorar em muitos pontos, impedindo a formação de lençóis d’água subterrâneos.

• Começaram a surgir as hortas e áreas de cultura agrícola chamada de ciclo curto, destinada a prover a subsistência familiar.

• Barragens subterrâneas destinadas a represar a água que corria no subsolo, mantinham o solo fértil na superfície.

• Sistemas de agricultura doméstica, como as denominados de “mandala”, constituídos por um tanque circular de baixa profundidade, cimentado, com 30m de diâmetro, cercado de plantações irrigadas por bombeamento, com mangueira furada e cotonetes.

• Defensivos agrícolas orgânicos formados por raízes fermentadas, mantinham os insetos predadores à distância.

• Sobretudo a transformação se deu com a chegada dos ovinos, de carne mais saborosa e macia. A ovelha nordestina é desprovida de lã, perfeitamente adaptada ao clima e à temperatura do semiárido. 

• Mas o sertanejo não abandonou a cultura dos caprinos, mais antiga. Seus hábitos alimentares não mudaram com a chegada dos ovinos. A preferência de consumo do sertanejo continuou sendo a carne de bode e seu prato predileto a famosa buchada. O desenvolvimento das crianças continuou na base do leite de cabra, de qualidades fortificantes e imunizantes.

 Os últimos anos trouxeram uma verdadeira revolução nos hábitos e costumes do sertanejo cujas vestimentas características eram o chapéu, o gibão e as sandálias de couro cru, para protegê-lo dos espinhos e arranhões provocados pela vegetação da caatinga. Isso tudo fixou homem na rica terra de origem e trouxe uma nova esperança para o sertanejo, sobretudo um forte, no dizer de Euclides da Cunha.




RAIZES DA VIOLÊNCIA


RAIZES DA VIOLÊNCIA
Resumo de palestra proferida no RC de Arcoverde, em 15 de maio de 2017
Alberto Bittencourt



O Brasil é o país mais urbanizado do mundo quase 90% da população vive nos centros urbanos.
Em 30 anos o Brasil teve maior crescimento na taxa de urbanização do mundo o que aconteceu um prazo de 100 anos na Europa, no Brasil aconteceu em 30.
Com os males subsequentes, pois as cidades não estavam Preparadas para receber uma massa humana e ignorante proveniente do Campo.
O resultado são as gerações perdidas.
A taxa de urbanização de um país ou região é medida pelo quociente da população das grandes cidades dividido pela população total e x 100.
A o crescimento vegetativo que é o aumento natural da população e o crescimento Devido os movimentos migratórios.
O crescimento da taxa de urbanização acontece quando o aumento da população urbana é maior que a Rural.
Em 1950 a taxa urbanização era de 30% no Brasil em 1980 era de 70% em 2010 Chegou a 90%.
A urbanização no Brasil começou a partir de 1956 o governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek.
Começou com a industrialização do país quando o setor cafeeiro perdeu a rentabilidade.
O Brasil era um país e monocultura.
Então começaram a surgir as primeiras indústrias no Rio e em São Paulo, têxteis e de alimentação.
No trabalho rural aconteceu a substituição do homem pela máquina e o aumento da estrutura fundiária. Surgiram os grandes latifúndios que é um modelo concentrador de riquezas.
Começou a haver carência de terras para o trabalhador rural.
Em 1940 moravam 12,9 milhões nas cidades cerca de 30% da população total. Em 1970, 55,9%. Em 30 anos a taxa de urbanização  subiu de 30% para 60% no Brasil.
Na Europa e Estados Unidos isso ocorreu em 100 anos de 1850 para 1950.
Na Inglaterra foi mais cedo, em 1856.
Em 2005, a taxa de urbanização brasileira era de 84,2%.
Hoje são quase 90% morando nas cidades.
A previsão para 2050 é que 93,6% dos 240 milhões de brasileiros habitem nas cidades, e apenas 16 milhões no meio Rural.
Decorrem daí os problemas sociais e ambientais como desemprego, criminalidade, favelização,  poluição do ar, da terra e da água.
Atualmente existem 16,433 favelas, nas quais habitam 52,3 milhões de brasileiros, segundo lugar a ONU.
Em 2020 serão 55 milhões de favelados no Brasil. Decorrem daí os problemas de violência urbana.
A urbanização não se distribui igualitariamente. Está concentrada nas regiões Sudeste, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo.
Nos últimos anos o grande aumento da taxa de urbanização foi no norte e no nordeste que hoje tem as capitais mais violentas do país com os maiores índices de morte por armas de fogo por 100 mil habitantes.
Em 2003 a taxa de urbanização do norte nordeste era de 69,9.
É a região que mais se urbanizou nos últimos anos entre 1991 e 2000 9 anos segundo lugar o IBGE foi de 28,54% o aumento devido à inserção tardia na economia brasileira, a floresta Amazônia impede o escalado Belém e Manaus.

Males do Brasil


Falta de uma política de planejamento familiar nos anos de 1960 a 2000.
O aumento dessa brava gente que chegou, os filhos nasceram de 1980 a 2000 escolas públicas de baixíssima qualidade o aluno sai praticamente analfabeto aí proliferam as faculdades privadas com todo tipo de ensino, inclusive a distância. Surgiram o FIES, o Enem, os sistemas de cotas.
Drogas bebidas roubos.
Na geração de 1980 a 2000
Começaram a proliferar as escolas técnicas privadas como a Grau Técnico.
Solução fortalecer as cidades do interior, que já nos deram exemplos de empresas familiares com grandes fortunas como Ferreira Costa de Garanhuns, Mendonça de Caruaru, Luna e outros.
Hoje seria difícil conseguir o mesmo efeito
Veja a justa homenagem a Zoroastro.
Programa para cidades de porte médio projeto estratégico de desenvolvimento para atrair investimentos privados geradores de emprego e riqueza que financiasse as políticas sociais com soluções de infra-estrutura Viária e mobilidade para o crescimento equilibrado com rede de serviços urbanos e saneamento Educação e Cultura saúde e lazer e conectividade para nossa economia digital internet com políticos de gestão Urbana.

sábado, 4 de abril de 2020

É JUSTO ISSO?

É JUSTO ISSO?                                                      
Alberto Bittencourt
Em qualquer lugar do mundo, funcionários públicos, sejam de que poderes forem, é classe média.
Menos no Brasil.
Principalmente em se tratando do poder judiciário.
Já se constitui numa aberração terem direito a férias de sessenta dias. Tal já é uma tremenda injustiça para com os demais trabalhadores do Brasil, dos setores público ou privado.
Não bastasse, magistrados ainda têm direito à indenização pecuniária no ano seguinte, acrescida de um terço, caso não gozem, "por motivos de serviço", desses dois meses de férias remuneradas.
Esse tremendo absurdo transforma quem deveria ser servidor público, mas que na realidade é servidor de si próprio, numa casta de marajás, sem limite de teto, com poderes quase absolutos para avançar no dinheiro do povo, que, em última instância, é quem os paga tão regiamente.
É JUSTO ISSO?
Pode ser legal, mas justo não é.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

VIVA 31 DE MARÇO DE 1964

VIVA 31 DE MARÇO DE 1964.
Alberto Bittencourt. Escrito em abril de 2020

De toda crise emerge algo de bom. Até entre nós, humanos, depois de uma crise existencial é que vem o renascimento para uma verdadeira vida espiritual.
Eu não sou otimista. Os ânimos estão muito acirrados.
Quem for escalado para bater o pênalti pode recusar. Mas uma vez aceito, tem que assumir a responsabilidade pelo erro ou pelo acerto. Baggio errou e a Itália perdeu a copa do mundo.
Mas, acertando ou errando tem que se blindar a comentarios do tipo "eu não disse".
Lula enganou a classe média com a "Carta aos Brasileiros" Em seguida de se vendeu ao capitalismo de extrema direita representado pelos banqueiros e pelos meta empresários. 
Bolsonaro é a esperança de redenção. O partido que o acolheu tem um dono corrupto chamado Luciano Bivar. Um cara que enriqueceu às custas de vender seguros à Caixa Econômica. Queria impor a Bolsonaro suas regras. Os outros eleitos nas costas do Bolsonaro não hesitaram em traí-lo na primeira oportunidade. Agora se unem para tentar derrubar o presidente.
Eu vivi um drama semelhante há exatamente 56 anos. Não podemos permitir que tudo volte ao que era antes. O povo confia no Exército Brasileiro.
O Corona vírus é apenas um acidente de percurso. Não vai mudar o destino do Brasil.
VIVA 31 DE MARÇO DE 1964.

Respeito a opinião de vocês. Mas a maioria não era nascida naquela época. Não viveu o que eu, sendo tenente do Exército, vivi. O Brasil caminhava para um regime totalitário de esquerda. A corrupção e à subversão corriam soltas e aceleradas. O movimento de 1964 teve apoio da sociedade e das famílias brasileiras e da maior parte da imprensa. Tenho as fotos da edição da Manchete sobre o dia 31 de março, comprobatórias dessa afirmação. Também sou contra a censura e a tortura que chegaram depois. Mas o movimento de 1964 foi legítimo para livrar o país de uma ditadura comunista. Os regimes comunistas russo, chinês, cubano, mataram mais de cem milhões de oponentes no século passado. Isso ninguém fala. A opção ao atual governo é exatamente a ditadura comunista e o Brasil virar uma Venezuela.

Os regimes socialistas todos faliram no mundo. Os únicos que sobreviveram como a China, Rússia, Cuba, Coreia do Norte, são ditaduras ferrenhas, de partido único. Algumas abriram parcialmente a economia para o capitalismo. Lá a justiça não conversa, fuzila. 
Os chineses esconderam o Corona vírus por quatro meses. Sumiram com médicos e pesquisadores. Com a complacência da OMS.

No Brasil o regime petista só sobreviveu com a prática da corrupção. Roubaram um trilhão de reais.  Venderam-se aos capitalistas de extrema direita, aos banqueiros e aos meta empresários. Se os esquerdistas voltarem vão implantar a ditadura comunista nos moldes de Cuba e da Venezuela. Desde a intentona comunista de 1935 eles tentam dar o golpe neste país.
Dizem que nas ditaduras qualquer opinião contrária se torna cruel. Esse é exatamente o sistema do PT e seus partidos satélites. Não aceitam opinião contrária. Queimam todos.
O mais normal numa democracia é a alternância de poderes, coisa que os petistas abominam. Só admitem a perpetuação no poder. Querem destruir o atual governo, que foi democraticamente eleito pela maioria do povo. Os petistas governaram tranquilos durante quatorze anos no poder. Agora querem destruir o presidente Bolsonaro numa campanha sem precedentes no Brasil. Eu só digo o seguinte: deixem Bolsonaro governar em paz.
Parece que os petistas, derrotados nas urnas, querem a intervenção militar para se fazerem de vítimas e voltarem à oposição. Só pode ser isso.
PÁTRIA, BRASIL.