ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ROTARY - UMA GRANDE ESCOLA

ROTARY - UMA GRANDE ESCOLA

 Alberto Bittencourt 

 O Rotary é uma grande escola em que somos mestres e alunos ao mesmo tempo. Uma escola de amor, de companheirismo, de liderança. Uma escola onde não há distinção de raça, religião, status social, credo político ou ideologia. Uma escola em que todos trabalham a favor da humanidade, da paz, da compreensão entre homens e nações. Nela aprendemos ensinando e ensinamos aprendendo. Nessa grande escola estamos juntos, dando o nosso melhor, para transformar o mundo. Obrigado por suas palavras. Encontrei essa foto na internet. Nela tenho a honra de estar ao lado de tantos e tão valorosos companheiros. Abraços. Alberto.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

COMPETITIVIDADE X SOLIDARIEDADE


Competitividade x Solidariedade

Alberto Bittencourt - out 2008


Dois caçadores, um americano e um japonês, se perdem na savana. Exaustos, sentam-se em um tronco e com os pés doloridos pelo cansaço tiram os sapatos. Nisso, ouvem apavorados o rugido de um leão, certamente faminto.
O caçador japonês imediatamente começa a vestir o sapato e é interpelado pelo americano:
-É inútil calçar o sapato, companheiro. Você acredita que pode correr mais rápido que um leão faminto?
Resposta do japonês:
- Que leão que nada. Estou pensando que posso correr mais rápido que você...

A anedota ilustra, de forma singela, o que no mundo das empresas é chamado de competitividade, ou concorrência, hoje cada vez mais acirrada. Uma empresa, ao chegar ao mercado, não chega apenas para competir, para disputar clientes, chega para destruir a concorrência.
Para as empresas a concorrência virou questão de vida ou morte. Todos têm de estar preparados. Para disputar um mercado há que ser o melhor, oferecer melhor produto, pelo menor preço, com maior qualidade.
Já no Rotary é diferente. Aqui a competitividade, que divide e separa, dá lugar à mutua cooperação, que soma e une, à solidariedade, ao amor.
Enquanto as empresas, por seu turno, trabalham em função de três objetivos principais: produto, cliente e lucro, no Rotary as metas visam atingir: pessoas, pessoas e pessoas.
1.  As pessoas à que ajudamos, as beneficiárias de nossos projetos e de nossas ações são nossos clientes finais, ou público alvo. A elas dedicamos nossa solidariedade e amor.
2.  As pessoas que ombreiam conosco, comungam nossos objetivos e metas, os companheiros membros da Família Rotária, são nossos clientes internos, ou público interno. A esses devemos oferecer um ambiente saudável de companheirismo e amizade.
3.  As pessoas que nos observam, são nossos clientes externos ou público externo. Cabe-nos fazer com que conheçam nossas ações, divulgar Rotary, dar-lhe visibilidade.
Segundo pesquisas, três coisas motivam um empregado a não sair de uma empresa: Em primeiro lugar as perspectivas de futuro; em seguida vem o ambiente de trabalho; por último, o salário.
No Rotary, não há perspectivas de futuro, ninguém espera fazer carreira, obter promoções, receber maior fatia de poder ou de autoridade. Tampouco no Rotary existe salário. O rotariano é antes de tudo um voluntário. Ele paga para trabalhar.
Duas coisas apenas mantêm o rotariano em seu clube: o ambiente de companheirismo e a prestação de serviço.
O ambiente deve ser o mais agradável possível. Um ambiente que dê prazer somente pelo simples prazer de estar lá, entre os companheiros. Um ambiente que envolva as famílias, do qual todos participem com a maior alegria.
Outro fator que prende o rotariano, que o faz ficar ligado ao seu clube é o envolvimento nos serviços. Quanto mais engajado estiver alguém nos trabalhos do clube, quanto mais ele permanecer ligado, atuante, mais rotariano ele será, maior nível de responsabilidades ele assumirá.
A maior recompensa é justamente a satisfação do dever cumprido, a consciência tranqüila de haver feito a sua parte, a consciência de haver trabalhado para mudar o Brasil, para mudar o mundo.












sábado, 22 de agosto de 2020

NOS ENCONTROS, A PAZ

NOS ENCONTROS, A PAZ

Alberto Bittencourt 23 fev 2016 - fl 22/16 


Rotarianos do Distrito 4500 - unidos pela paz 

Paul Harris reuniu três amigos e fundou o Rotary porque se sentia só na grande Chicago. Os objetivos iniciais foram o companheirismo primeiro e a mútua ajuda profissional (em segundo lugar). Somente depois é que a prestação de serviços foi introduzida. 

 Na minha opinião, a grande obra do Rotary é a promoção de encontros. É dos encontros, e não dos desencontros que se faz  a PAZ. Eu não conheceria ninguém nesta reunião se não fosse o Rotary. Dos encontros, surge a paz. Pessoas de diferentes países e regiões geográficas, de costumes e tradições, raças e idiomas, religiões, hábitos e culturas diferentes, quando se encontram no Rotary, desaparecem todas essas diferenças. 

 É dos encontros e não dos desencontros que surgem os relacionamentos, o companheirismo, a união, as amizades. Daí a importância da frequência às reuniões do Rotary. As plenárias de determinado clube podem ser chatas, repetitivas, monótonas, mas é ali que nos encontramos uns com os outros. Desses encontros emana a paz. Nesses encontros afloram os conhecimentos. Esse conhecimento nos torna familiares, amigos. Daí surge a confiança que passamos a ter uns nos outros. 

Dos encontros resulta a singularidade dentro da diversidade. A diversidade faz com que os seres humanos sejam diferentes, uns dos outros, entre os mais de sete bilhões existentes na Terra. A singularidade faz com que cada um seja único, que não exista outro igual. Dos encontros surge a união, a força, a sinergia, que é a energia do coletivo, sempre maior que a soma das energias dos componentes. Desses encontros surgem as ideias que se trocam. Das ideias trocadas vem a ação. Das ações se constrói a paz. Da paz emana um mundo melhor, com menos sofrimento, menos miséria, menos injustiça social.   

Por essa razão Paul Harris fundou o Rotary. Por isso eu entrei no Rotary. Ao assistir, por acaso, a um programa de entrevistas na rede Bandeirantes de televisão, no início dos anos 80, conduzido por Ziraldo, em que o entrevistado era Dom Helder Câmara, ante a pergunta:

 _Padre Helder, que conselho o Sr. dá aos nossos telespectadores, o que cada um poderia fazer para mudar esse estado de sofrimento, de violência, de miséria, de injustiça social, que permeia a sociedade, o que cada um poderia fazer para mudar o mundo? 

Dom Helder respondeu com apenas três palavras: 

_Não fique só!.  Foi a resposta de Dom Helder

Paul Harris também se sentia só na megalópoles de Chicago. Ele fundou o Rotary, com o objetivo primeiro de promover encontros onde, em cada encontro, se constrói um mundo de paz. De paz interior, paz social e paz ambiental. A paz não é apenas ausência de guerras. Paz é atitude, é compreensão, é entendimento, é harmonia, é solidariedade e compaixão. Paz é bom senso. Paz é a Prova Quadrupla Rotária. A paz não está no fim do caminho. GANDHI disse que a paz é o próprio caminho. A paz se constrói no dia-a-dia. A paz é construída em cada encontro. 

Para muitos, o Rotary é a última oportunidade de fazer novos amigos. Você vai desperdiçar essa chance? Vai deixar o cavalo passar selado na porta de sua casa? Aproveite. Junte-se a nós. Venha trocar ideias. Vamos , juntos, partir para ações construtoras da paz. Vamos mudar o mundo. Transformar as pessoas, mudar o futuro de crianças, dos jovens em situação de risco, dos idosos, enfermos, pessoas que não têm fé, nem Esperanca. Vamos recriar o alento nos desalentados. O Rotary te chama. 

VENHA, 

JUNTE-SE A NÓS.

NÃO FIQUE SÓ! 

DOS ENCONTROS SURGE A PAZ!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

ESTILO DE VIDA ILUMINADO

 ESTILO DE VIDA ILUMINADO

Alberto Bittencourt- 


Vou escrever de modo genérico, para quem nos ler, sem destinação específica.

Tem dias em que a gente se sente assim, sem ânimo.

Dá vontade de ficar o dia inteiro olhando para o nada, sem fazer até o mais importante.

É quando o desânimo se instala e se não reagirmos, vai crescendo, crescendo.

Fica cada vez mais difícil vencer a inércia, pode se transformar em apatia, um estado emocional que precede a depressão.

É como se tivéssemos chegado ao fundo do poço.

Sentimo-nos incapazes de fazer as coisas mais simples.

Tudo fica difícil.

Então é preciso barrar o processo depressivo, para não chegar aos quimioterápicos de efeitos colaterais.

É a hora de mudar a qualidade de vida. Adote o


Estilo de Vida Iluminado

1. Durma e levante mais cedo.

2. Pratique alguma atividade física. Caminhada, yoga, Pilates, dança, biodança ou ginástica.

3. Frequente grupos de pessoas com interesses afins,

4. Pratique cânticos ou músicas devocionais, e alguma religião.

5. Contemple a natureza. Sinta-se parte dela.

6. Pratique a alimentação vegetariana,

7. Medite regularmente: 20 min pela manhã e 20 min à tarde.

8. Pratique a solidariedade. Ajude instituições humanitárias.

9. Pratique a empatia, coloque-se no lugar do outro para evitar conflitos.

10. Relaxe e deixe brotar em seu coração a semente do amor.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

FUNDAMENTALISMO OCIDENTAL

FUNDAMENTALISMO OCIDENTAL. 

Alberto Bittencourt - 18 ago 2020 

 As pessoas que fizeram essa violência toda, que invadiram o hospital e promoveram a arruaça, as agressões, os atentados, são fundamentalistas, que se dizem cristãos. São tão fanáticos, quanto os jihadistas, capazes de matar dezenas de pessoas, a quem chamam de infieis, pelo simples fato de seguirem outra religião. 

 Nem a Bíblia, nem o Alcorão preconizam esse ódio exacerbado contra os que não comungam dos mesmos ensinamentos . Nem Jesus Cristo, nem Maomé pregaram tal violência. O que vai ser da vida dessa menina pouco importa para esses fundamentalistas. Importa apenas promover a jihad, a guerra santa, a defesa de seus interesses escusos, que ninguém sabe quais são, camuflados sob o manto da religião. Só importa berrar, gritar, bater. O resto que se dane. 

 O aborto no caso, foi uma questão de humanidade, de preservação da vida de uma criança de dez anos, vítima inocente, que não tinha consciência da prática criminosa contra ela perpetrada, desde a idade de seis anos, por um ser monstruoso, travestido de tio. Uma criança, cujo corpo não ainda devidamente amadurecido para levar adiante uma gravidez sem riscos de hemorragia ou de outras consequências. 

 Ela vai precisar de muita assistência psicológica, de muito carinho, de muito amor, para emergir de todo esse traumatismo, resiliente, tornar-se no futuro cidadã, mãe de família, capaz de transmitir ao próximo o amor que não recebeu. 

 Sábio é o Rotary que aboliu de seus princípios as temáticas sobre assuntos de política e de religião. Pelo simples motivo que essas temáticas dividem, desagregam, desunem e afastam as pessoas. 

 Que esse monstro receba a punição que merece. Que mofe na cadeia até o fim de seus dias.

DISCURSO DO SECRETÁRIO DE DEFESA AMERICANO NA ESG EM 28ago2018

EXTRATOS DO DISCURSO DO SECRETÁRIO DE DEFESA AMERICANO JAMES MATTIS NA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA EM 28 ago 2018

 Nessa semana, o Secretário de defesa americano James Mattis discursou na Escola Superior de Guerra. Nós brasileiros temos pouco costume de valorizar nosso passado, nossos heróis e nossos feitos. Para fazer minha parte, divulgo os 4 parágrafos que achei mais importantes do discurso do Secretário. Sei que a mídia nunca vai mostrar isso, é por isso que divulgo. 

SEGUE A TRANSCRIÇÃO: 

 Fui criado pela Geração Grandiosa – como chamamos aqueles que serviram na Segunda Guerra Mundial. Essa é a mesma geração que lutou ao lado da Força Expedicionária Brasileira em Monte Castelo; esses são os mesmos norte-americanos que voaram ao lado de seus pilotos de caça em P-47 Thunderbolts; nossos marinheiros que caçaram U-boats alemães com vocês no Oceano Atlântico, onde a Marinha do Brasil escoltou mais de 3.000 navios – e perdeu apenas três, uma conquista impressionante. 

Nas forças armadas dos EUA, não nos esquecemos de nossa dívida com vocês quando estávamos por baixo e vocês ficaram firmes ao nosso lado. Esses "Febianos" (brasileiros da FEB) suportaram 229 dias de combate contínuo na Itália. Eu nunca, em todas as minhas guerras, passei por 229 dias de combate constante. Na batalha de Monte Castelo, a sede da divisão brasileira foi bombardeada por dias. Quando perguntado se eles queriam sair da mira, o comandante, general Mascarenhas respondeu, e eu o cito aqui: "Quando eu mudar essa sede, será para frente e não para trás". 

Então, senhoras e senhores, com respeito à liderança desse comandante, que ainda ressoa hoje, nesse mesmo espírito, sempre que mudamos nosso relacionamento EUA-Brasil, ele será para frente, não para trás. 

 Os desafios nunca surgem quando estamos totalmente descansados. Eles vêm quando estamos há três dias sem dormir, e o estresse que é inerente ao nosso chamado tira o fino verniz da civilização. É quando vocês provam sua coragem como descendentes daquelas bravas almas que invadiram Monte Castelo, não uma, mas três vezes; os soldados brasileiros que permaneceram fiéis, que mantiveram a fé uns nos outros e que receberam a primeira rendição de toda uma divisão alemã na frente ocidental; aqueles soldados que escarneceram e que viram as pessoas duvidarem deles e depois costuraram remendos em suas mangas – e acho que digo isso direito, general: "A cobra vai fumar" – "the snake will smoke!" Nós, americanos – e somos todos americanos aqui – somos "fortes". 

Somos um grupo desordeiro e sempre fomos. Lutamos ferozmente por nossas liberdades e esse espírito vive desde minha cidade natal no Rio Columbia até o Rio de Janeiro e desde os rodeios no Texas até a "cultura gaúcha" do Brasil. Sobre esse fundamento de democracias com valores compartilhados e história comum de luta pela nossa liberdade, as forças militares dos EUA respeitosamente buscam trabalhar lado a lado com o Brasil e com os vizinhos do Brasil para construir juntos um futuro que compartilhe todos os benefícios de se viver em nosso grande hemisfério. Deve ser uma ilha, uma ilha de democracia e prosperidade em um mundo instável. Nosso hemisfério deve mostrar o caminho e ser um modelo. 

 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA TER ACESSO À ÍNTEGRA DO DISCURSO.

 http://www.defesanet.com.br/br_usa/noticia/30224/BR-US---Discurso-do-Secretario-de-Defesa-James-Mattis-na-ESG/

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A CONQUISTA DE MONTE CASTELO





A CONQUISTA DE MONTE CASTELO
Alberto Bittencourt

(Palestra realizada para oficiais e graduados 
da cadeia de comando da 7a. RM/7a DE)






Recebi o honroso convite do Exmo Sr. Gen Div Marcelo Flávio Oliveira Aguiar, comandante da 7ª. RM/7ª. DE, Região Matias de Albuquerque, para falar sobre Monte Castelo. P or feliz coincidência, estou, juntamente com o dr. Petrônio Gonçalves Muniz, presidente do Pátria, Instituto Brasileiro de Cidadania Ativa, do qual tenho a honra de ser diretor, escrevendo o livro “De Bello Annis” – Anos da Guerra – sobre a participação da FEB na Itália e sua orientação sábia e segura, me permitiu atender ao convite.
A guerra, como síntese de todas as ações humanas, é algo complexo. Não se pode falar em Monte Castelo sem se pensar na campanha que a precedeu.
Hitler, o “Fuher” alemão, desejava dominar o mundo e impor a ideologia nazista, que acreditava na supremacia da raça alemã. Em 1º. de setembro de 1939, invadiu a Polônia, dando início à II Guerra Mundial.
O Continente Americano declarou-se neutro e criou uma zona de segurança marítima continental para preservar os transportes de cabotagem entre seus países. Os alemães não concordaram com essa medida e, por isso, os Chanceleres americanos declararam, na cidade de Havana, em junho de 1940, que “todo atentado de um Estado não americano contra a integridade ou inviolabilidade do território e contra a soberania ou independência de qualquer Estado Americano será considerado como um ato de agressão contra os signatários daquela declaração”.
A conquista da França pelos nazistas consolidou seu domínio sobre a Europa e a aliança feita com os fascistas italianos, projetou seu poder sobre a África do Norte e criou condições para a invasão da América através do Saliente Nordestino Brasileiro, o que levou à sua militarização, com a instalação de diversas bases aeronavais naquela região.
O ataque japonês aos americanos em Pearl Harbour, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, e o afundamento de 31 navios de transporte brasileiros, ocasionando a perda de 971 vidas, levaram o Brasil a declarar guerra aos países do Eixo - Alemanha, Japão e Itália, em e22 de agosto de 1942.
O Brasil, na época da guerra, era um país de economia agrária, com cerca de 40 milhões de habitantes. Convocou cem mil homens para compor a Força Expedicionária Brasileira, dos quais, selecionou 25.334  homens para combaterem o inimigo no Teatro de Operações da Itália. Eles compunham a 1ª. Divisão de Infantaria Expedicionária, o contingente logístico e administrativo, incluindo aí o Depósito de Pessoal, destinado a repor as perdas em combate (mortos, feridos, doentes e aprisionados pelo inimigo).
O primeiro escalão da FEB partiu, por via marítima, do Rio de Janeiro, em 5 de julho de 1944, com 5.081homens, e desembarcou 11 dias após, em 16 de julho, no porto de  Nápoles, no sul da Itália. Três meses depois chega ao TO o restante da 1ª.Divisão de Infantaria Expedicionária, que, com seus 15 mil homens foi incorporada ao V Exército norte-americano, o qual compunha, junto ao VIII Exército Inglês a tropa aliada em combate aos nazistas na Itália. Por via aérea, antecipando-se ao transporte marítimo, chegaram ao Teatro de Operações os membros do Comando da FEB, acompanhados das nossas 64 enfermeiras, dos auditores e juízes, dos elementos do Banco do Brasil e dos correspondentes de Guerra.
O espaço de tempo de dois anos, entre a declaração de guerra em 22 de agosto de 1942  e a partida do 1º. Escalão da FEB, em 05 de julho de 1944, levou a imprensa a publicar a charge: “É mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embarcar” que deu origem ao emblema e ao lema da FEB: “A cobra está fumando”.
Nossa Divisão Expedicionária iria combater ao lado de americanos, ingleses, indianos, franceses, poloneses, neo-zelandeses, e dos “partizans” italianos.
Pouco antes da chegada dos pracinhas brasileiros, ocorreram as maiores batalhas da Itália, na frente de Monte Casino, onde morreram 200 mil homens, entre aliados e alemães. A violência da batalha foi tão grande que o general Alexander, então Comandante Geral no TO, em correspondência para Churchill, disse que estava enfrentando os melhores soldados do mundo.
Após Monte Casino, a tropa alemã recuou e foi fixar-se nos Apeninos Italianos, onde a FEB os encontrou.
Nesse TO, o efetivo alemão era superior ao dos aliados que, por sua vez, levavam a vantagem de possuírem equipamentos superiores. O sistema alemão de defesa era um sistema montado em profundidade, com emprego de muitas metralhadoras, uma cobrindo a outra, sem deixar um ponto a descoberto. Por isso, os brasileiros sofreram os primeiros reveses em Monte Castelo.
O batismo de fogo da FEB foi na região de Camaiore, localizada na extremidade ocidental dos Apeninos, uma cadeia de montanhas muito altas, que separa a península italiana da região do Vale do Rio Pó, o grande e rico vale, ao norte da Itália, onde estavam situadas as grandes indústrias daquele país, alimentadoras do esforço de guerra nazista.
Os aliados planejaram romper a linha fortificada dos Apeninos, denominada de Linha Gótica, no início de novembro e conquistar Bolonha, no Vale do Pó, antes do inverno.
Nessa operação coube aos brasileiros a missão de conquistar a região de Monte Castelo, um morro com 977m de altitude, situado a 61,3 km sudoeste de Bolonha, de onde os alemães controlavam a rodovia nº 64, que, no Vale do Rio Reno, conduzia ao Vale do Pó e à região de Bolonha.
Durante os meses de novembro e dezembro, enfrentando a chuva, a lama, o frio e a neve, os pracinhas brasileiros atacaram por diversas vezes o infernal baluarte.
           Em novembro de 1944, o General Mascarenhas de Moraes, havia montado seu QG avançado na localidade de Porreta-Terme, cuja área era cercada por montanhas sob controle dos alemães. Esse perímetro tinha um raio aproximado de 15 quilômetros. As posições alemãs eram consideradas privilegiadas e submetiam os brasileiros a uma vigilância constante, dificultando qualquer movimentação. Estimativas davam que o inverno prometia ser rigoroso, além do frio intenso, as chuvas transformaram as estradas, já esburacas pelos bombardeiros aliados, em verdadeiros mares de lama.

A Operação

          A Tomada de Monte Castelo marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram cinco ataques, com grande número de baixas devido a vários fatores, entre os quais as temperaturas extremamente baixas. Quatro dos ataques não tiveram êxito, por falhas e estratégia.
          O General Mark Clark, comandante das Forças Aliadas na Itália, pretendia direcionar sua marcha com o 4º Corpo de Exército rumo a Bolonha, antes que as primeiras nevascas de 1944 começassem a cair. Entretanto, a posição de Monte Castelo se mostrava extremamente importante do ponto de vista estratégico, além de dominado pelos alemães dava pleno controle sobre a região.
         Caberia, então, aos brasileiros a responsabilidade de conquistar o setor mais combativo de toda a frente Apenina. Porém havia um problema: a 1ª DIE era uma tropa ainda sem experiência suficiente para encarar um combate daquela magnitude. Mas como o objetivo de Clark era conquistar Bolonha antes do Natal, o jeito seria o de aprender na prática, ou seja, em combate.
       No segundo dia de ataques tudo indicava que a operação seria exitosa: soldados americanos chegaram até a alcançar o cume de Monte Castelo, depois de conquistarem o vizinho Monte Belvedere.
Entretanto, em uma contra-ofensiva poderosa, os homens da 232ª Divisão de Infantaria germânica, responsável pela defesa de Castelo e do Monte Della Torracia, recuperaram as posições perdidas, obrigando os soldados brasileiros e americanos a abandonar as posições já conquistadas - com exceção do Monte Belvedere.
        Em 29 de novembro, planejou-se o 2º ataque ao monte. Nesta contra-ofensiva a formação de ataque seria quase em sua totalidade obra da 1ª DIE - com três batalhões - contando apenas com o suporte de três pelotões de tanques americanos. Todavia, um fato imprevisto ocorrido na véspera da investida comprometeria os planos: na noite do dia 28, os alemães haviam efetuado em contra-ataque contra o Monte Belvedere, tomando a posição dos americanos e deixando descoberto o flanco esquerdo do aliados.
          Inicialmente a DIE pensou em adiar o ataque, porém as tropas já haviam ocupado suas posições e deste modo a estratégia foi mantida. Às 7 horas uma nova tentativa foi efetuada.
As condições do tempo mostravam-se extremamente severas: chuva e céu encoberto impediam o apoio da força aérea e a lama praticamente inviabilizava a participação de tanques. O grupamento do General Zenóbio da Costa no início conseguiu um bom avanço, mas o contra-ataque alemão foi violento. Os soldados alemães barraram os avanços dos soldados. No fim da tarde, os dois batalhões brasileiros voltaram à estaca zero.
        Em 5 de dezembro, o general Mascarenhas recebe uma ordem do 4º Corpo: "Caberia à DIE capturar e manter o cume do Monte Della Torracia - Monte Belvedere." Ou seja, depois de duas tentativas frustradas, Monte Castelo ainda era o objetivo principal da próxima ofensiva brasileira, a qual havia sido adiada por uma semana.
         Mas em 12 de dezembro de 1944, a operação foi efetivada, data que seria lembrada pela FEB como uma das mais violentas enfrentadas pela tropas brasileiras no Teatro de Operações na Itália.
Com as mesmas condições meteorológicas da investida anterior, o 2º e o 3º batalhões do 1º Regimento de Infantaria fizeram, inicialmente, milagres. Houve inicialmente algumas posições conquistadas, mas o pesado fogo da artilharia alemã fazia suas baixas. Mais uma vez a tentativa de conquista se mostrou infrutífera e, o pior, causando 150 baixas, sendo que 20 soldados brasileiros haviam sido mortos. A lição serviu para reforçar a convicção de Mascarenhas de que Monte Castelo só seria tomada dos alemães se toda a divisão fosse empregada no ataque - e não apenas alguns batalhões, como vinha ordenando o 5º Exército.
Com o agravamento do inverno no final de 1944, o gen. Mark Clark que ascendera ao comando do XV Grupamento do Exército, em substituição ao gen. Alexander, determinou à tropa brasileira a suspensão da ofensiva. Na plenitude do inverno, as temperaturas chegavam a cair até a 20 graus negativos. O terreno, normalmente verde em outras épocas do ano, apresentava-se completamente branco, em função das precipitações de neve.
O soldado brasileiro, oriundo das terras quentes e amenas, foi se adaptando ao clima e ao terreno e aprendeu a conviver com a adversidade do frio intenso e da neve. Um dos aspectos a ressaltar nessa fase defensiva, foi o intenso emprego de patrulhas. Estas podiam ser de reconhecimento, (valor GC ou Pel) ou de combate, (valor Pel). Estas ações de pequenos efetivos tiveram um papel preponderante na segurança do dispositivo defensivo que dependia fundamentalmente do cumprimento das missões por natureza, perigosas e difíceis, exigindo dos combatentes, qualidades acentuadas de inteligência, coragem, astúcia e sangue frio. Embora com pequenos efetivos, essas patrulhas estavam sempre muito bem armadas, com fuzis, fuzis-metralhadoras, metralhadoras de mão, granadas e rádios portáteis, para ligação com a retaguarda. Do tenente ao mais moderno dos soldados, o nosso combatente encontrou nessa atividade uma maneira positiva de reabilitar o seu ânimo, bastante desgastado face aos reveses sofridos em Monte Castelo.
Infiltrando-se na retaguarda do inimigo, em audaciosas ações de surpresa, reconhecendo, executando emboscadas e golpes de mão com rara eficácia, o nosso combatente foi incrementando de modo intensivo o seu preparo técnico profissional.
Quando em fevereiro, a Divisão reiniciou as operações ofensivas, o nosso homem já não era mais aquele soldado tímido, vacilante e inexperiente das primeiras jornadas, mas sim, um verdadeiro combatente de escol, confiante na sua capacitação, prudente e experiente, capaz de sobrepujar conscientemente as mais complexas e perigosas situações que se lhes apresentassem no decurso do combate. 
Somente em 19 de Fevereiro de 1945, após a melhora do inverno o comando do 5º Exército determinou o início de uma nova afensiva para a conquista do monte. Tal ofensiva utilizaria as tropas aliadas, incluindo a 1ª DIE, ofensiva que levaria as tropas para o Vale do Pó, até a fronteira com a França.

O Ataque Final

         Novamente a ofensiva batizada de Encore, ou Bis, utilizaria a formação brasileira para a conquista do Monte e a consequente expulsão dos alemães. Desta vez a tática utilizada, seria a mesma idealizada por Mascarenha de Moraes em 19 de Novembro. Assim, em 20 de Fevereiro as tropas da Força Expedicionária Brasileira apresentaram-se em posição de combate, com seus três regimentos prontos para partir rumo a Castelo. À esquerda do grupamento verde-amarelo, avançaria a 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos, tropa de elite, que tinha como responsabilidade tomar o Monte della Torracia e garantir, dessa forma, a proteção do flanco mais vulnerável do setor.
       O ataque começou às 6 horas da manhã, o Batalhão Uzeda seguiu pela direita, o Batalhão Franklin na direção frontal ao Monte e o Batalhão Sizeno Sarmento aguardava, nas posições privilegiadas que alcançara durante a noite, o momento de juntar-se aos outros dois batalhões. Conforme descrito no plano Encore, os brasileiros deveriam chegar ao topo do Monte Castelo às 18 horas, no máximo - uma hora depois do Monte della Torracia ser conquistado pela 10ª Divisão de Montanha, evento programado para as 17 horas. O 4º Corpo estava certo de que o Castelo não seria tomado antes que Della Torracia também o fosse.
        Entretanto, às 17h30, do dia 21 de fevereiro de 1945, quando os primeiros soldados do Batalhão Franklin do 1º Regimento conquistaram o cume do Monte Castelo, os americanos ainda não haviam vencido a resistência alemã. Só o fariam noite adentro, quando os pracinhas há muito já haviam completado sua missão, e começavam a tomar posição nas trincheiras e casamatas recém-conquistadas. Grande parte do sucesso da ofensiva foi creditada à Artilharia Divisionária, comandada pelo General Cordeiro de Farias, que efetuou um fogo de barragem perfeito contra o cume do Monte Castelo, permitindo a movimentação
         A tomada do Monte Castelo, foi a mais significativa vitória da FEB, demonstrando o valor do soldado brasileiro, sua versatilidade, sua persistência, seu estoicismo e sua coragem. Foi a vitória da superação e da raça.
A campanha prosseguiu. A conquista do baluarte de Castelnuovo, em 5 de março, consolidou a posse do Vale do Rio Reno e garantiu o livre trânsito na Rodovia nº 64.
No mês de abril, os aliados atacaram em toda a frente dos Apeninos, para chegarem ao Vale do Rio Pó. Foi a Ofensiva da Primavera. Aos brasileiros coube conquistar a região de Montese, objetivo situado na porção da frente de combate mais à esquerda de todo o dispositivo aliado. Foi a nossa vitória mais sangrenta, efetivada em 14 de abril.
O acesso à Planície do Pó permitiu que o êxito da Linha Gótica fosse aproveitado, levando à perseguição, à captura e à total desorganização do dispositivo alemão na Itália.
A FEB participou dessa operação e, em 28 de abri, capturou a 148ª Divisão de Infantaria alemã, tropas blindadas de uma Divisão Panzer e remanescentes fascistas da Divisa Bersagliere. Foram aprisionados 14.779 homens e vultoso material de guerra.
No dia 1º de maio, os brasileiros ocuparam a cidade de Turim e, no dia seguinte, 2 de maio, a guerra terminou na Itália.
O tributo de sangue brasileiro em combate contabilizou 443 mortos e 1.577 feridos. Foi o preço da luta pela liberdade e pela democracia, no mundo e no Brasil. A guerra deixou 60 milhões de mortos. Foi criada a Organização das Nações Unidas, (ONU), na esperança de se viver num mundo melhor.

O legado da FEB

O nosso esforço de guerra permitiu que o Brasil começasse sua industrialização. A instalação e a operação de bases militares no Nordeste nos permitiu receber uma usina siderúrgica, que foi instalada em Volta Redonda.
A industrialização estimulou a urbanização, possibilitou a emergência da economia do petróleo, induziu a interiorização da nossa capital, com a criação de Brasília, o que estimulou, nas décadas seguinte, a marcha para o oeste.
O Exército brasileiro mostrou aos americanos, o quão danosa era a prática da segregação racial, com batalhões constituídos somente de elementos da raça negra. A mistura, a integração de todas as raças dentro das unidades brasileiras provou ser mais eficiente e eficaz pois mantinha elevado o moral da tropa e conseguia os melhores resultados no campo de batalha.
O soldado brasileiro, admirado e respeitado pela sua coragem e pela sua cordialidade, ganhou notoriedade e passou a ser requisitado para compor as Forças de Paz da ONU e OEA. Suez, São Domingos, Timor Leste, Haiti, com a Minustah, são exemplos da atuação do soldado brasileiro em defesa da paz. 

BIBLIOGRAFIA:

1. DE BELLO ANNIS - Petrônio Muniz e Alberto Bittencourt, ainda não editado.
2.  O NORDESTE NA II GUERRA MUNDIAL; Gen Ex R1, Paulo de Queiroz  Duarte. Ed. Record, 1971.
3.  O BRASIL E MONTE CASTELO – Fundação Armando Alvares Penteado.
4.  TRINTA ANOS DEPOIS DA VOLTA – Octavio Costa
5.  O Exército na História do Brasil (vol. III, República).  Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora,
6.  Marechal Mascarenhas de Morais, Memórias (Volume 1)- Bibliex, 1984
7.  Joel Silveira, O Inverno na Guerra - Objetiva,2005