ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 26 de dezembro de 2020

PRESENTE DE NATAL




PRESENTE DE NATAL
Alberto Bittencourt - 11 mar 2009
Fragmentos de meu diário



Manuela (14) e Bruna (12)


Fim do ano, em nossa casa. Papai Noel nos trouxe um presente especial. Foi-nos oferecido pela companheira Núbia Mesquita, recém aclamada por unanimidade, presidente 2007-08 do Rotary Club do Recife- Boa Viagem. O presente chegou na forma de duas criaturinhas adoráveis, que vieram passar conosco o dia de Natal. São elas as duas jovens irmãs, adolescentes, Manuela, 14 e Bruna, 12, ambas moradoras do ESPAÇO DA CRIANÇA, instituição da qual Núbia é presidente.

Chegaram no dia 24. Helena foi buscá-las. Fizeram o mesmo Flori Barbalho, Mônica Lima, Marcela Oliveira, atendendo a um pedido de Núbia, numa das últimas plenárias de 2004. Núbia pediu que cada família convidasse uma ou duas se irmãs, das crianças internas, para uma noite de Natal diferente, na casa dos companheiros, no convívio das famílias.

Segundo Núbia, a expectativa era enorme entre as crianças. Desde cedo, dia 24, aguardavam com ansiedade, prontas, arrumadas, a chegada de quem elas próprias batizaram de madrinhas.

Bruna e Manuela chegaram em nossa casa bonitas, vestindo suas melhores roupas. Curiosas, desconfiadas, posso imaginar as dúvidas que atravessavam suas cabecinhas. Afinal, como seriam essas pessoas, suas casas, como será o Natal no meio delas? 

Encontraram a família reunida para a ceia de Natal. Filhos e netos, os do Recife e os vindos da Bahia, aguardavam com alegria a chegada de Papai Noel, tradição em nossa família, desde os tempos de meus avós, nos anos cinquenta.

A mais velha, Manuela, mostrou-se a princípio reservada. Pouco falava, a todos cumprimentou, mas permaneceu a maior parte do tempo quieta, observando curiosa o ambiente, o movimento de todos.

Bruna, ao contrário, revelou-se de pronto falante, comunicativa. Dotada de inteligência viva, raciocínio rápido, encantou-nos de saída. Cursa a Quarta Série, mas sabe ler e escrever com precisão, o que é admirável, em se tratando de escolas públicas. Gosta de desenhar. Faz desenhos artísticos, coloridos, com mensagens afetuosas, muito bonitas, em retribuição ao acolhimento que lhe demos. Demonstrou certa carência afetiva, ao procurar mais a companhia dos adultos, dar as mãos, abraçar, enquanto a irmã, permanecia seca e séria.

Precisamente à meia-noite, Papai Noel chegou, tocando sineta. Gordo, barba branca, gorro e roupas vermelhas, barriga proeminente, arrastava enorme saco de presentes. A agitação tomou conta das crianças. Algumas manifestaram medo, outras a euforia de quem já conhecia o bom velhinho de outros natais.

Sentado, esbaforido, numa poltrona, enquanto puxava os presentes de dentro do saco, Papai Noel chamava os pequenos pelo nome que ia lendo nos embrulhos. A cada um fazia um afago, dirigia-lhes a palavra de carinho, o conselho, o elogio.

Bruna e Manuela não ficaram de fora. Também receberam de Papai Noel presentes, roupas, sapatos novos. Esboçavam sorrisos de felicidades cada vez que seus nomes eram pronunciados.

Foram dormir felizes. Dia seguinte se esbaldaram na piscina. No final da tarde fomos todos ao cinema, assistir “O leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa”, ou “Crônicas de Nárnia” no Shopping Guararapes, com direito a pipocas, refrigerantes e outras iguarias, após o quê,  as devolvemos à sua casa, o Espaço da Criança.

Paira no ar a pergunta de Bruna, ao despedir-se: “Tio, vocês vão ser nossos padrinhos? A questão trás no ar a esperança do aconchego familiar, a falta da referência doméstica, o quão importante é a família na construção da identidade do ser humano.

Qual seria a biografia dessas duas meninas, entregues pela justiça ao Espaço da Criança? O que teria ocorrido, para que o juiz determinasse a destituição do Pátrio Poder? Que importa? Imagino a mesma história de sempre: a mãe sozinha, parceiros variados, violência doméstica, promiscuidade, exploração. Manuela, certamente mais sofrida, criou seu círculo de proteção, fechando-se em si própria. Bruna, na terceira infância, tem a alma e o coração abertos para o convívio fraterno, ainda confia nas pessoas.

Bruna e Manuela, seu lugar está reservado em nossa consciência, em nossa casa. Pedimos a Deus que lhes dê a chance. Que elas possam crescer e progredir, aprender a ganhar a vida honestamente, amando ao próximo e a Deus. Que aprendam os valores mais altos da vida. Que Deus as abençoe. Obrigado, Núbia, obrigado ao Espaço da Criança.

Bruna e Manuela foi o presente que recebemos neste Natal.





CEIA DE NATAL SE e


CEIA DE NATAL 
Alberto Bittencourt - 23 dez 2012





Faltando apenas alguns dias para o Natal, o ônibus se deslocava lentamente por uma congestionada avenida Caxangá, direção subúrbio-cidade. O céu parecia tingido de azul turquesa, com salpicos de algodão. Uma brisa constante, vinda do mar, mantinha a temperatura amena e agradável. A esplendorosa manhã, teimando em continuar primaveril, contrastava com a atmosfera pesada e quente, dentro do veículo lotado e barulhento.
Sentada na primeira fila, uma mulher de semblante amargurado, parecia alheia ao ambiente. Clara pensava no Natal e na filha Cristina, de seis anos, que ficara em casa, aos cuidados da avó. Estava ao mesmo tempo triste e resignada, pois não tinha como atender ao pedido da menina. Ela não lhe pedira bonecas, nem brinquedos, nem roupa nova, nem sapatos. A criança perdera o encanto pelos presentes desde que soubera na escola que Papai Noel não existe. Para surpresa da mãe, o pedido de Tina se resumiu à Ceia de Natal. Dessas que já vira nas novelas. A mesa posta com toalha de motivos natalinos, ornada de flores e velas, os pratos, copos e talheres, cuidadosamente arrumados, sucos, refrigerantes variados, iguarias de dar água na boca, tudo preparado com amor, para ser partilhado numa ocasião muito especial. 
A imagem da família reunida em torno da mesa, cada um na sua melhor fatiota, se afigurava utópica para Clara, impossível sem dinheiro. Ela tentara explicar à filha o significado da reunião, a celebração do nascimento do irmão maior, Jesus Cristo. Disse, que apesar de serem apenas três pessoas na casa, avó, filha e neta, - o pai desapareceu tão logo ela se confessou grávida, - as três formavam, sim, uma família, unidas no amor e nas adversidades.
A casa pobre, espremida numa ruela de Camaragibe, tinha sala-cozinha e um só quarto, com uma cama e um estrado, onde dormiam as três. A mãe, hoje aposentada, conseguira comprá-la após uma vida inteira de trabalho como empregada doméstica. Clara, costumava arrumar serviço de cuidadora de idosos. No momento, estava desempregada e sem dinheiro. A aposentadoria da mãe mal cobria as necessidades.
No percurso do ônibus, Clara ia envolta em pensamentos negativos. Ela marcara uma entrevista de emprego e pedia a Deus que tudo desse certo. Queria atender o pedido deTina, nem que fosse para um arremedo de ceia, para rezarem e comerem qualquer coisa. Mas, como fazer, sem dinheiro?
Clara nem notou que o ônibus estava cada vez mais lotado. Os passageiros se acotovelavam no corredor entre as fileiras de poltronas.
Clara já telefonara para alguns amigos com os quais costumava de quando em vez fazer programa, em troca de pequena ajuda financeira. Nenhum deles a atendera. Ela, apesar de jovem e bonita, não tinha namorado. Altura média, corpo esguio, olhos verdes, vivos e inteligentes, cabelos longos e louros, a pele macia, de cor clara como seu nome. Em respeito à filha e à mãe, sempre ficara longe das drogas. Dizia que boyzinho não dá futuro, bastava a experiência com o pai de Tina e por isso, procurava a companhia de homens mais maduros, sem se preocupar com o estado civil. No momento, todos estavam fora, ou tinham outros compromissos. Ela não era mulher de fazer pegação nas esquinas, nem de frequentar boates e lupanares. Não se considerava prostituta, mas agora estava em dificuldades. O que fazer? Fechou os olhos. Pediu a Deus que a ajudasse. Não queria deixar passar em branco o pedido da filha, da Ceia de Natal, mesmo que na tosca mesa de sua casinha.
Num instante Clara sentiu um toque no ombro esquerdo. Alguém, do banco de trás a cutucou. Virou e deparou-se com um homem bem vestido, cabelos negros, compridos, arrumados em rabo de cavalo, brincos nas orelhas. Clara adivinhou logo as preferências sexuais do estranho, ele não poderia estar, portanto, interessado na sua pessoa.
Sem nada dizer, o homem passou-lhe um cartão. Estava escrito coiffeur. Clara não sabia o que era. Subitamente ele começou a falar: Que cabelos lindos, bem se vê que nunca foram tingidos. Que tonalidade, que maciez, que desenvoltura, sem nós, ou fios quebradiços, a cor clara, natural, perfeita.
Lisos e dourados, os cabelos eram a alegria de Clara, a sua maior esperança. Ela os cultivava como a um tesouro há 15 anos. Quando podia, comprava shampoos de marca, para tê-los sempre soltos, leves e brilhantes. Com eles, tivera momentos felizes, alegres, que fazem parte de sua história e de suas lembranças. Os cabelos eram a razão de ser de seus sonhos. Imaginava-se modelo fotográfico, capa de revista, a aparecer na TV, linda, entre anúncios de produtos miraculosos.
Clara desconversou e voltou aos seus pensamentos de amargura.
O homem insistiu. Tome o meu cartão, sou cabeleireiro, o salão fica no Shopping. Quer vender o seu cabelo? Eu pago R$ 500,00. Clara levou um susto, quase caiu do banco. De verdade? Sim, procure-me amanhã às 15 horas nesse local. Clara não pensou duas vezes, aceitou sem regatear.
No dia seguinte, à hora aprazada, lá estava ela, no salão. Esquecera todos os planos de modelo fotográfico, só pensava na filha e na Ceia de Natal. O coiffeur aplicou-lhe o tratamento adequado. Clara sentia-se a tal no ambiente sofisticado, ao lado das grã-finas. Primeiro, um banho com água morna, shampoo e massagem. A seguir, mãos hábeis e experimentadas, fizeram uma trança, que foi cortada e acondicionada cuidadosamente dentro de um saco plástico.
Clara recebeu o pagamento combinado e saiu feliz. O milagre acontecera. A filha ia ter a Ceia de Natal e ainda dava para comprar uns presentinhos. Pensou, num impulso: Ano que vem vou vender os cabelos da Tina... Mas logo sentiu o chamamento para a tarefa mais importante: agradecer a Deus pela graça recebida.



A VOLTA ÀS ORIGENS


A VOLTA ÀS ORIGENS


Alberto Bittencourt - 10 de outubro de 2012
 
Muito se tem apregoado “A VOLTA ÀS  ORIGENS” como um fator capaz de, não apenas diminuir a evasão de sócios, como também tornar o Rotary mais  atraente para líderes e profissionais de todas as categorias.

A VOLTA ÀS ORIGENS, significa retomar o elo que reuniu aqueles quatros profissionais e homens de negócios no dia 23 de fevereiro de 1905. Paul Harris, ao criar o Rotary, o fez com dois objetivos principais: companheirismo e mútua ajuda profissional.

Nascido numa cidade pequena, em Wisconsin, EUA e criado em outra pequena localidade, a cidade de Wallingford, em Vermont, Paul Harris ao chegar em 1900 à Chicago para exercer o ofício de advogado, após ter passado cinco anos como nômade a percorrer a Europa e os Estados Unidos de costa a costa para adquirir experiência, sentiu o isolamento e as dificuldades de quem não conhecia e tampouco tinha amigos na cidade grande.

Certo dia, chamou seu único amigo, Silvester Schiele para um passeio e ficou  deveras impressionado ao ver seu companheiro de caminhada cumprimentar pelo nome e ser correspondido  pelos donos de estabelecimento comerciais à frente dos quais passavam. Paul Harris admirou-se porque não tinha amigos. Aí nasceu a inspiração para a fundação do Rotary, ideia que Paul Harris amadureceu por cinco anos.

O Rotary oncebido para ser um clube que reunisse profissionais, um por categoria, para, na base do companheirismo, se ajudarem mutuamente, vencerem o isolamento da grande cidade e ainda desenvolverem um círculo de amizades capaz de trazer confiança e fortalecimento aos seus negócios e contratos comerciais.

Somente anos depois é que os objetivos do Rotary foram estendidos para a prestação de serviço.

Mas foi com base no companheirismo e na mútua ajuda que o Rotary teve grande crescimento inicial, transpôs fronteiras e iniciou a expansão pelo mundo.

A VOLTA ÀS ORIGENS que hoje se preconiza, nesse mundo egoísta, em que às vezes nos sentimos sós, é exatamente que prevaleça entre rotarianos a relação  de confiança nos negócios. Que  as portas da  direção  de uma empresa de rotarianos estejam sempre abertas para os companheiros do Rotary. Que em igualdade de condições, possamos sempre dar preferência ao cliente rotariano, firmar contratos com empresas de rotarianos, e porque não, reconhecendo a condição de correligionários do serviço ao próximo,  oferecer descontos pelo simples fato de ser rotariano? 

Nas minhas empresas os companheiros têm descontos. É como conceder pequena vantagem a um membro da família, com o qual temos uma relação maior de confiança. Aliás, é o mesmo desconto que damos aos funcionários de empresas e entidades públicas, com as quais fazemos convênios.

Outra coisa: qualquer rotariano pode subir à tribuna do clube para oferecer  produtos ou serviços de sua empresa que possam ser  de interesse geral. É o caso, por exemplo, do companheiro agente de viagens que oferece um pacote turístico para uma convenção ou conferência internacional, ou do agente de seguros que anuncia um  novo produto.

Se tal não pudesse ocorrer, tampouco poderíamos anunciar nossas empresas nos boletins dos clubes e nem colocar estandes em Conferências Distritais para divulgar e oferecer produtos.

Agora, é preciso nunca esquecer os princípios da ÉTICA, para que ninguém queira tirar vantagem pessoal, alegando ser  rotariano e abusar da confiança depositada.

Cito aqui 2 fatos ocorridos, ambos verídicos dos quais me reservo o direito de resguardar os nomes e a procedência.

Fato n° 1: Um companheiro tenta entrar num banco após o horário de fechamento das portas. Da rua acena, faz sinais, gestos, e tenta telefonar para o gerente, seu conhecido e amigo, companheiro do mesmo Rotary Club. O companheiro gerente fez que não viu, não tomou conhecimento, nem deu a mínima atenção. Resultado: no outro dia, indignado o companheiro que queria entrar e não conseguiu, pediu desligamento do clube. Esse não era rotariano na verdadeira acepção da palavra. Queria aproveitar-se do fato de ser rotariano para conseguir vantagem  normalmente não  concedida. Tempos depois o outro companheiro, gerente de banco também pediu  afastamento. Faltava-lhe o espírito rotário. Devia ter dado uma satisfação: “olhe companheiro as normas do banco são claras e infelizmente eu não posso transgredir”. O que custava? Ter-se-ia evitado maiores problemas. O diálogo resolve tudo.

Fato nº 2: O companheiro se prevalece da condição de rotariano para tomar empréstimo bancário que normalmente não conseguiria por ter cadastro insuficiente. Usou de influência junto ao gerente que também era rotariano. Resultado: recebeu o empréstimo e não pagou. E quem teve que arcar com o prejuízo foi o pobre do gerente rotariano que se responsabilizara pessoalmente pelo cliente companheiro.

Considerando aspectos como esses, é que a ÉTICA  deve prevalecer acima de tudo, consoante a Prova Quádrupla e a Declaração para Executivos e Profissionais Rotarianos, cujo artigo VIII prescreve:

         “Não procurar obter de um rotariano, nem lhe outorgar, privilégio ou vantagem que não sejam normalmente concedidos num relacionamento comercial ou profissional”.

 

   

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O R

 

REFLEXÕES SOBRE O ROTARY NO BRASIL


                                                                     Alberto e Helena



Alberto Bittencourt -
29 abr 2015
Fragmentos de meu diário.

 

1.     Por que os profissionais jovens não têm interesse no Rotary?

Eles não querem fazer parte de um clube que não faz nada, sequer possui   um plano anual de gestão para debater e seguir.

A maioria não sabe o que significa, nem  quais os objetivos do PLC - Plano de Liderança de Clube.

As Comissões Executivas dos clubes  não se reúnem e tampouco funcionam. 

Os presidentes dos clubes, na maioria, desconhecem inteiramente a sua missão. Em geral, os PETS - Seminários de Treinamento de Presidentes Eleitos -  são feitos apenas para cumprir o cronograma do Rotary.

Muitas vezes o presidente foi eleito apenas para tapar um buraco e o clube empurrar com a barriga, mais um período de gestão rotária.

Protocolo, Tesoureiro e Secretário em geral são apenas figuras decorativas. 

O governador deve exigir dos presidentes o seu Plano de Gestão. Este deve ser feito em reunião conjunta do presidente com sua diretoria.  Não confundir exigir com pedir. Se pedir, ninguém faz.

Quem quiser ser rotariano, tem obrigação de cumprir e seguir  as normas e regulamentos do Rotary International. O Rotary, antes de ser um clube de amigos, é um clube de serviços. 

O jovem não está desmotivado para ingressar no Rotary. O que não o atrai é a pouca ou nenhuma capacidade de inovar de nossa organização. Inovar no sentido de provocar transformações sustentáveis na vida e no futuro de pessoas e comunidades.

O que podemos oferecer ao jovem, em troca de seu dinheiro e tempo?  

Que podemos oferecer em  troca de mensalidades que, hoje, em 2015, já podem chegar aos R$200,00 além de uma reunião insossa, sem objetivos, sem realizações? 

Alguns rotarianos reagem até com brutalidade quando são abordados para contribuir com algum valor para a Fundação Rotária, como aconteceu agora no meu clube, quando da oferta de bilhetes de rifa, lançados pelo governados do Distrito. 

Os jovens não vêm sentido na hierarquia do Rotary, quando não existe um propósito explícito e concreto para atender a alguma demanda da sociedade.

 

2.     Como mobilizar os companheiros para praticar ações do Rotary na comunidade?

Desenvolver compromissos para a melhoria da comunidade. 

Promover Rotary Days > mutirões de ações em benefício da comunidade, por exemplo, deixar a escola mais limpa e bonita.

Mostrar para a comunidade que praticamos o trabalho voluntário.

Promover o desenvolvimento sustentável > preservando a natureza e o meio ambiente, o que é diferente de realizar projetos sustentáveis.

Participar de diretorias de associações de classe. Eu, por exemplo, participei da ADEMI - Associação das Empresas do Mercado Imobiliário, do SINDUSCON -  Sindicato da Indústria da Construção, do SECOVI - Sindicato dos Corretores e Condominios.

O Rotary tem o compromisso com a melhoria da qualidade de vida das comunidades. Quanto mais comprometido e organizado for o grupo,  maior a dedicação dos seus membros.  

O Rotary tem quase cem anos  no Brasil (O RC Rio de Janeiro foi fundado em 1923). Os últimos 25 anos foram os mais difíceis para o desenvolvimento do Rotary no Brasil. Aqui, a partir da década de 90, ocorreu um grande crescimento e amadurecimento das ONGs.

Em virtude principalmente do processo de redemocratização brasileiro, as ONGs europeias, ligadas ou não a igrejas católicas ou evangélicas, passaram a investir alto na formação de lideranças nos movimentos sociais. 

Universidades como USP e FGV passaram a oferecer cursos de formação em gestão de ONGs. O governo federal passou a comprar servicos oferecidos pelas ONG, que nas décadas anteriores se fortaleceram recebendo subsídios de organizações internacionais.

 

3.     Características do desenvolvimento comunitário no Brasil:

Aumento do número de ONGs

Despertar para os direitos humanos e  constitucionais, com a institucionalização  de organismos jurídicos tipo::

     ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
CDC - Código de Defesa do Consumidor
Estatuto do Idosos
Lei Maria da Penha. 

O Estado Brasileiro se fez mais presente na vida dos pobres e, em consequência, eles não mais dependem só da ajuda dos clubes de serviços.

O desenvolvimento econômico do Brasil provocou o envelhecimento dos clubes do Rotary que passaram a ter dificuldades em atrair pessoas mais  jovens.

Os clubes deixaram de investir na valorização e na ética  profissional. Deixaram de chamar a atenção para as responsabilidades técnicas dos profissionais.

Os profissionais deixaram de ter no Rotary o status que antes lhes garantia algum benefício social. No Brasil, há 30 ou 50 anos, ser rotariano era sinal de status, pois o Rotary era poderoso financeiramente.

Hoje, há muitas organizações locais do Terceiro Setor, que agregam muito mais recursos que um Rotary Clube.

Por outro lado, Rotary Clubs não se prepararam para os desafios dessas mudanças.

 

4.     Que quadros se apresentam hoje, nas grandes cidades?

Rios contaminados, poluídos, secando, pelo desmatamento das áreas nascentes. 

Doenças já erradicadas, como a febre amarela, o sarampo, a dengue e a hanseníase, estão voltando mais fortes. 

Novas doenças como a zica, chicungunha, se propagam, fruto do aquecimento global. 

Sem falar na pandemia da Covid-19, destruindo centenas de milhares de vidas.

As escolas públicas formam analfabetos funcionais, conforme resultados das provas do ENEM.

Monumentos públicos são destruídos e roubados pela sanha de vândalos, abandonados que são pelas autoridades constituídas.

As cidades acumulam lixo por toda parte.

Há falta de ética nas relações profissionais.
Há falta de civilidade nas relações sociais. 
Há falta de respeito humano no trato com as diferenças e minorias sociais. 

A violência entre a juventude nem-nem,  que nem estuda, nem trabalha, virou uma endemia nacional. Oitenta por cento dos assassinatos por armas de fogo no país vitimam jovens de menos de 24 anos de idade, pobres, de cor parda ou negra, do sexo masculino. 

As distâncias urbanas e deficiências no transporte público levam os jovens a terem que tomar dois ou três modais e a demorarem mais de duas horas nos  deslocamentos entre a casa e o trabalho. 

Há escassez não apenas de transporte, mas principalmente de saúde pública, moradia e segurança. 

Há disseminação de fraudes na gestão pública, em todos os setores, desde uma pequena prefeitura do interior, até nas grandes capitais. 

Falta um projeto institucional que desperte o ideal de servir, funcione como uma causa e uma bandeira  entre os voluntarios  do Rotary. 

Vejam o documentário SAL DA TERRA sobre a obra do fotógrafo da ONU, Sebastiao  Salgado. Um exemplo a ser seguido por todos.

 

5.     PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR:

1.      Por que nossos filhos, genros, noras, não aceitam participar do Rotary?

2.      Por que profissionais jovens não se interessam em participar do Rotary?

3.      Eu continuo rotariano, muito menos pelo que representa o grãozinho da doação  de mim mesmo, do que em função das ações de meu Rotary Club.


Parodiando o título da palestra de Cezar Romão: Seja protagonista de seu futuro, conclamo o rotariano de hoje:

              SEJA PROTAGONISTA DO FUTURO DE SEU ROTARY CLUB.

 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

CHARLIE

 

JE SUIS CHARLIE

Alberto Bittencourt- 17 jan 2015  

 

Fragmentos de meu Diario. 

 


 

 

Sempre defendi a liberdade de expressão. Sou um adversário ferrenho do autoritarismo governamental, quando seus líderes querem estabelecer o que apelidaram de “controle social da mídia”, que nada mais é do que a imposição da censura prévia.  Isso é próprio das ditaduras e dos governos corruptos e centralizadores, que não querem ver suas falcatruas expostas ao público, que mascaram a verdade para que ela não apareça com toda a sua nudez e crueza.


Sou contra a proibição de biografias não autorizadas pelo biografado. Acho que tal é um direito do autor, que é responsável pelo que escreve, podendo quem se considerar ofendido,  ir buscar reparação nas barras dos tribunais.

Porém, acho que a liberdade deve ter limites, especialmente quando se trata de assuntos de fé e religião, como  disse o papa Francisco.


As liberdades, como bem definiu um escritor brasileiro, devem ser como as águas de um rio. Enquanto correrem dentro do leito, contido pelas bordas e margens, está tudo bem.

Porém a liberdade em excesso é como as águas que extravasam do leito, invadem as margens, causando destruição, danos, prejudicando toda a população ribeirinha.

É famoso o ditado:  “ A liberdade de cada um termina onde começa o direito do outro.”


A ninguém é dado o direito de escrachar a fé ou os deuses, sejam lá quais forem.

O tabloide Charlie Hebdo fazia isso sem respeitar nenhuma crença, seita ou religião. Desdenhava de Alá e de seu profeta Maomé. Ridicularizava o Deus dos cristãos e dos judeus.

Eu jamais compraria um tabloide desses, sensacionalista, da imprensa nanica ou marrom, especializada em escândalos e,  muito menos, esse tal de Charlie Hebdo.

Não defendo a violência em nenhuma hipótese, considero-me um pacifista, uma pessoa que defende a paz, que abomina a agressão física, as mortes, os justiçamentos.


Aos autores desses atentados, não resta outro caminho senão o da punição exemplar, até com a pena de morte.  Não passam de terroristas armados e financiados, treinados por fundamentalistas religiosos, fanáticos que consideram ser a sua religião a única verdadeira. Quem não reza por ela é considerado infiel e como tal deve ser eliminado. Eles criam uma sinergia do mal, uma massa crítica de fanáticos, capaz de cometer todas as atrocidades que a mídia destaca, no que chamam de “guerra  santa” - a jihad. 


O mundo assistiu estarrecido às execuções em massa de populações inteiras pelo estado islâmico - no Iraque, na Síria e na Nigéria. Crianças sendo decapitadas sob o argumento de que, quando crescerem se tornarão inimigos do estado islâmico.

Viu-se esta semana, na TV, um menino de dez anos executar com  tiros na cabeça, dois prisioneiros que confessaram serem espiões.

Viu-se uma menina de dez anos se explodir na entrada de uma mesquita, matando mais de vinte inocentes.

O mundo não aprendeu a viver em paz.

O século XX deixou a cifra de 187 milhões de mortes em guerras e conflitos. 

O que se assiste é a reedição do nazismo, em que fanáticos eliminaram no século passado 6 milhões de judeus. 


Aproveito para destacar aqui um outro tipo de humor, produzido por um outro Charlie. Refiro-me a CHARLIE CHAPLIN - este sim, dotado de uma verve artística, satírica. Ator britânico, diretor, produtor, roteirista, escritor, compositor, digno, criativo, sem ofensas, puro, um exemplo, capaz de encantar crianças e idosos, não apenas no tempo do cinema mudo, mas hoje e sempre. .

 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

BOLSAS ROTARY PELA PAZ MUNDIAL



BOLSAS ROTARY PELA PAZ MUNDIAL
Alberto Bittencourt

Para mais informações, contacte: rotarypeacecenters@rotary.org

Você gostaria de mudar o mundo? 

Gostaria de ganhar uma bolsa de estudos numa universidade de renome internacional com todas as despesas pagas? As despesas cobertas são: passagens aéreas, mensalidades e taxas escolares, hospedagem e alimentação, transporte local, despesas fortuitas e estágios. 

Então inscreva-se numa “Bolsas Rotary pela Paz Mundial”. 

As inscrições para bolsas no período 2022-23, estarão abertas a partir de 01 fevereiro, até o dia 01 de julho de 2021.

Candidate-se a uma das bolsas patrocinadas pela Fundação Rotária do Rotary International, em um dos oito Centros Rotary de Estudos Internacionais, existentes no mundo:

  1. Chulalongkorn University, Bangcoc, Tailândia.
  2. Makerere University - Uganda
  3. Duke University - Chapel Hill, Carolina do Norte, EUA.
  4. University of North Carolina - Chapel Hill, Carolina do Norte, EUA.
  5. International Christian University - Tóquio, Japão.
  6. University of Bradford - West Yorkshire, Reino Unido.
  7. Uppsala University, Suécia.
  8. University of Queensland, Brisbane, Austrália.

Você pode concorrer a dois tipos de bolsa:

·         um curso de mestrado, com duração de 15 a 24 meses;

·         um curso de aperfeiçoamento profissional em Paz e Resolução de Conflitos, com duração de um ano, que pode se realizar nos Centros Rotary da Tailândia ou de Uganda.

A Fundação Rotária seleciona anualmente, com base de mérito, a nível mundial, 50 bolsas de mestrado e 80 de aperfeiçoamento profissional, num total de 130 bolsas anuais. Oferece também um estágio, onde os bolsistas podem aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos no curso.

Os bolsistas do Rotary pela Paz Mundial são líderes que promovem a paz, a mútua cooperação entre homens e nações, a resolução de conflitos em todos os setores. Atuam nas áreas onde houver guerras, cataclismos, fome, miséria, doenças, no atendimento.

Os cursos abrangem relações internacionais, administração pública, desenvolvimento autossustentável, estudos da paz e resolução de conflitos, entre outros assuntos.

Após a conclusão, os ex-bolsistas trabalham em várias áreas: órgãos públicos governamentais; ONGs internacionais, como Médicos Sem Fronteiras; empresas de consultoria; Forças Armadas e em organizações internacionais, como o Banco Mundial, a Organização Internacional para as Migrações, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas (ONU), entre outras.

Os candidatos devem ter, além de excelentes habilidades de liderança, compromisso com a paz e compreensão mundial, demonstrado por intermédio de conquistas acadêmicas, profissionais e pessoais, e de participação em atividades de prestação de serviços comunitário.

Para o curso de mestrado são exigidos diploma universitário, proficiência em um segundo idioma e um mínimo de três anos de experiência na área, seja como voluntário, seja em empregos remunerados. A decisão final pela aceitação dos candidatos é da universidade escolhida.

Para o curso de aperfeiçoamento profissional são exigidos diploma de nível médio ou superior, proficiência em inglês e um mínimo de cinco anos de experiência em posição de responsabilidade. 

Não poderão candidatar-se: rotarianos; rotarianos honorários; funcionários de qualquer entidade rotária; cônjuges, descendentes diretos (filhos e netos) ou ascendentes (pais ou avós) de rotarianos; ex rotarianos que deram baixa do Rotary há menos de 36 meses, e seus parentes.

Sócios de Rotaract Clubs e pessoas deficientes podem e são incentivados a se inscreverem.

Para se inscrever, o candidato deve baixar na internet o formulário de inscrição, ou solicitar por e-mail junto a um Rotary Club.

Uma vez preenchido o formulário, anexar os documentos pedidos e enviar a inscrição a um dos Rotary Clubs locais até o dia 15 de maio de 2021. 

Desde que foram criados em 2002, os Centros Rotary pela Paz Mundial já formaram mais de 1400 bolsistas (alumni).

ATENÇÃO ROTARIANO!

A você, rotariano, cabe divulgar o programa, de modo a atrair candidatos de qualidade, com o perfil adequado, entre professores, advogados, militares e outros profissionais. 

Prepare um cartaz tamanho A3 e coloque nas salas de reuniões de escolas,  universidades e instituições. 

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

DIA MUNDIAL DE COMBATE À POLIO

DIA MUNDIAL DE COMBATE À POLIO. 

Alberto Bittencourt - 08 dez 2020






O Dia Mundial de Combate à Pólio foi criado pela Rotary Internacional há uma década para comemorar o nascimento de Jonas Salk, que liderou a primeira equipe a desenvolver uma vacina contra a poliomielite. Desde então, o dia tem sido usado para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação na erradicação do vírus. O dia é comemorado todos os anos em 24 de outubro.


O Brasil é o campeão mundial absoluto pelo quinto ano consecutivo em número de eventos, tendo registrado este ano de 2020, segundo consta do Boletim de novembro, da Coordenação da Campanha da Pólio Plus no Brasil, a quantidade de 2195 eventos.  Disparado à frente do México, segundo colocado na estatística, com 650 eventos.  


Tenho muito medo dessa corrida por dados estatísticos, que podem nos afastar dos reais e verdadeiros objetivos da criação do Dia Mundial de Combate à Pólio. 


Mesmo porque essa quantidade de eventos não tem se  refletido no aumento da cobertura vacinal das crianças de zero a cinco anos. Este ano, já decorridos quase quatro meses de campanha,  ainda  estamos em 70,3%, conforme consta do mesmo boletim.  


Quando o objetivo do evento deixa de ser a motivação e o esclarecimento de pessoas pobres e iletradas para levarem seus filhos aos postos de vacinação, bem como divulgar nas mídias a necessidade de vacinar e passa a ter apenas o objetivo de aparecer nas estatísticas como campeão, algo precisa mudar.   Mormente quando o próprio Rotary International alerta que há o registro de eventos repetidos e inexistentes, com o fim apenas de aumentar a estatística, conforme consta da mensagem enviada pela especialista em comunicação do RIBO, Aurea dos Santos, dia 09 de nov de 2020.


Segundo o diretor José Alfredo Pretoni, para a maioria dos brasileiros, não tem significado promover eventos com mensagens do tipo: "poliomielite", "end polio now". Para que surtam efeito, essas mensagens precisam falar em "paralisia infantil", "vacine seu filho agora". Disse ainda o diretor, que esses eventos, deveriam contar com depoimentos de pessoas vitimadas pela doença, sequelados, cadeirantes, para alcançar os resultados pretendidos. 


O objetivo do WPD - Dia Mundial de Combate à Pólio não é apenas o registro de números, mas a realização de eventos que realmente motivem e induzam ao aumento das coberturas vacinais, conscientizando o povo, as autoridades, os técnicos de saúde e, principalmente os rotarianos , da necessidade de se manter a vacinação contra a pólio e a VIGILÂNCIA epidemiológica, para prevenir surtos, principalmente nestes tempos de pandemia da COVID-19.