ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O TEMPO VAI PASSANDO

O TEMPO VAI PASSANDO. - 

Alberto Bittencourt. - 31 de Março de 2014  fl 26/14


Incrível como o tempo vai passando sem que a gente se dê conta. Amanhã já é dia 1° de abril de 2014. Cinquenta anos são passados daqueles dias intensos em que vivi a Revolução de 31 de março de 1964.

Aos vinte e um anos de idade, completados em novembro, recém formado Aspirante a Oficial do Exército, eu me apresentara em fevereiro  no BESE - Batalhão Escola de Engenharia - unidade modelo, integrante do GUEs - Grupamento de Unidades Escolas. Tratava-se o G UES, de um conjunto de tropas, cuja finalidade era dar apoio aos capitães alunos da EsAO - Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Essas unidades escola realizavam demonstrações práticas no terreno, como complemento às aulas teóricas nos bancos escolares.

Os alunos do Curso de Engenharia da EsAO recebiam instrução teórica, nos bancos escolares, sobre as diversas matérias. Por exemplo, a construção de pontes de equipagem. Aprendiam a calcular o material, a dimensionar o número de caminhões de transporte, as equipes para as manobras de montagem e, em seguida, iam assistir na prática a teoria que haviam estudado. Essas manobras eram um eterno sacrifício para nós, soldados de engenharia - os pontoneiros. 

O trabalho era árduo e demandava tempo. Com quinze dias de antecedência já começávamos a carregar as viaturas com a ponte B4A1. E que viaturas! Eram caminhões Dodge, antigos, sem direção hidráulica, sem ar condicionado, sem sincronização nas marchas, o que exigia do motorista, dupla debreagem. Os motores quase estrebuchavam na subida da serra das Araras, a 10 km/h, na via Dutra, rodovia Rio-São Paulo. Na cabine, o calor era insuportável. Devia chegar a 60° C. Enquanto os caminhões se arrastavam, o barulho que saia do motor, para quem sentava na boleia, era ensurdecedor, chegava às raias do infernal. Coisa para macho, mesmo. 

Cada viatura transportava um pontão B4A1, com remos e material salva-vidas. 

Viajávamos em comboio, a uma velocidade máxima de 45 km/h. Chegados ao local do lançamento da ponte, às margens do rio Guandu, desce todo o material, para organizar o canteiro de trabalho. Tudo era muito bem planejado. O material ficava arrumado, disposto de modo estratégico para a montagem da ponte. Primeiro os pontões de ferro eram lançados manualmente na água, sob a voz de comando dos chefes das equipes de seis pontoneiros cada: 

AO BRAÇO...FIRME!

Depois entravam as turmas das vigotas, das talas de junção, dos parafusos.  

Enquanto isso a turma das amarras ficava à margem, enrolando e desenrolando amarras e era alvo de gozação pelos demais. Até o sol raiar. 

sexta-feira, 26 de junho de 2020

MOSTRE QUE VOCÊ SE INTERESSA






MOSTRE QUE VOCÊ SE INTERESSA
Resoluções de Ano Novo 
Alberto Bittencourt - De meu diário, em dezembro de 2007

Dentre minhas resoluções para este novo ano, a mais importante, será mostrar realmente meu interesse pelos amigos e parentes, os que me são caros.

Às vezes, um simples telefonema pode fazer uma grande diferença. Não basta pensar neles apenas, nem simplesmente responder convencionalmente a um e-mail, é preciso mostrar que me interesso. O saudoso companheiro José Christóvam Guerra, do Rotary Club do Recife-Boa Viagem, dizia: a distância nunca separa amigos que se interessam. É uma grande verdade. É a única forma de manter os laços apertados, aquecidos com amizade, com calor humano, com sentimentos de afeto. É abrir o coração e mostrar nosso amor e respeito, para isso, é preciso tomar a iniciativa, partir em direção aos amigos, à família. Foram tantos os que nos telefonaram, de muitos, a gente nem esperava o gesto carinhoso, a atenção. Se eu pudesse ainda escrever uma mensagem de Natal, eu diria: Mostre que você se interessa, parodiando o lema antigo de Rotary: "Mostre que Rotary se interessa."

Mostrar aos amigos que você se interessa por eles, significa que, mesmo os seus planos, podem ser modificados em favor de cada um deles, que você está disponível para ajudá-los, que eles podem contar com você, com sua atenção, com sua abundância e com o seu tempo. Que prova maior de amizade pode haver do que você mudar sua rotina, alterar seus planos, parar o que estava fazendo, enfim, mudar sua vida para ajudar e atender um amigo? Tenham a certeza de que este gesto, mesmo que pequeno, fará uma enorme diferença – faz com que você se torne realmente um amigo.

A verdadeira amizade vem da alma, do interior de cada ser, lá do coração. É o encontro de dois espíritos afins que se afinam em pensamentos, sentimentos e vontades. A verdadeira amizade independe da razão, vem lá de dentro do nosso eu, superior, sensível e divino.

Nós crescemos junto com nossas amizades, a cada gesto de interesse, de carinho. Em pouco tempo vemos transbordar nosso sentimento e vai envolvendo todos aqueles que nos rodeiam, como uma onda luminosa que emana de nosso coração. 

Mostre que você se interessa, pelos planos, pelas metas e objetivos do outro, mostre que você é parte deles, só assim você realmente fará parte do grupo. Mostre que nossa passagem em suas vidas não foi em vão, deixou uma marca profunda, uma esteira de alegria, que nós os conquistamos e somos responsáveis por essa conquista, tal qual o Pequeno Príncipe. Nada é mais importante que os amigos e a família que Deus colocou em nosso caminho. É este o nosso verdadeiro patrimônio, que devemos manter e revigorar, que devemos demonstrar que sempre podem contar conosco, com nosso apoio e com nossa amizade.

Fica aqui registrada minha mais forte resolução para 2007: Mostrar que me interesso pelos amigos e pessoas que amo. Será que ainda dá tempo?  


sábado, 6 de janeiro de 2018

ENSAIO SOBRE O MEDO





ENSAIO SOBRE O MEDO

Alberto Bittencourt

Procurei a felicidade e não a encontrei. 
Ela estava logo ali, depois do medo



"O GRITO" Pintura de /Edvard Munch


Como entender e definir esse sentimento tão abstrato que é o medo?
O que realmente significa o "sentir medo"?

Será possível controlar, impedir que apareça ou subjugar o sentimento, já que as causas do medo são geralmente incontroláveis. Será o medo apenas consequência de alguma coisa, de um fato ou acontecimento? O que será melhor, esconder o medo ou simplesmente sufocá-lo, deixá-lo embutido em nosso ser, ou encará-lo, abri-lo para o mundo ou para as pessoas que nos cercam? 

A meu ver, os tímidos, os introvertidos, os ditos fechados, ou mesmo os recalcados, os complexados, esses tendem a esconder o medo, procuram sufocar o sentimento do medo. 

Os mais extrovertidos, de temperamento mais aberto, mais comunicativos, esses tendem a se expor mais, a pescar o que lhes vai interiormente, inclusive o medo. Estarei certo com tais afirmações? Não sei responder. O que eu tenho a mais plena certeza é que o medo é um sentimento mortificante. Comparo com uma espada transpassada no plexo solar, aquela região logo abaixo do coração e acima do diafragma, onde se situa o centro nervoso que comanda todas as reações, todas as emoções, sejam elas positivas ou negativas. É uma espada que nos atravessa e nos vai matando aos poucos. 

Viver assim, assolado pelo medo, de forma contínua e constante, de noite e de dia, ao dormir e acordar, sempre com a sensação da espada que penetra nossas entranhas, que, aos poucos, vai nos dilacerando, arrebentando tudo o que encontra. Certamente, trará mais rapidamente a hora de nossa morte. 

Como podemos vencer o medo, sem vencer as causas que lhe originaram? Como vencer o medo, se as causas desse medo não mais dependem da gente, são incontroláveis, constantes e opressoras? teria o medo a mesma imagem da morte, uma sombra negra, coberta dos pés à cabeça, segurando uma foice ameaçadora, a nos perseguir de perto?

Receio, medo e pânico são as três manifestações do medo. O Pânico é a manifestação extrema. Paralisa os membros, o cérebro, os músculos. A pessoa perde o controle de si e da situação. Suas reações fogem ao controle, indo da apatia total ao histerismo irracional. Pode ser uma doença – a Síndrome do Pânico. Nesse caso, a pessoa acometida pode desencadear uma crise a partir de situações normais e corriqueiras. É comum dizermos que determinada pessoa desenvolveu a síndrome do pânico. Acredito mais que seja uma deterioração dos sentidos e emoções individuais, que vão gradativamente degenerando as células nervosas e dando lugar ao comportamento desajustado.

A psiquiatria, através de quimioterápicos, pode ajudar na cura de pacientes com esse mal que, em essência, é um doença depressiva. Mas é diferente do medo. 

O medo pode ser individual ou coletivo. No caso dos índios Sinagua Farmers, o medo coletivo os paralisou, os impediu de lutar, de enfrentar o desconhecido. Uma pessoa pode ter medo do futuro, simplesmente medo do que possa advir, às vezes, das consequências de acontecimentos e procedimentos anteriores. Medo das consequências de atos ou decisões errôneas, tomadas anteriormente. Esse medo pode ser paralisante, inibidor, pode até impedir que a pessoa desenvolva plenamente suas potencialidades. Nesse caso, eu pergunto : Como fazer para vencer esse sentimento, para superar e afastar essa espada transfixiante ? 

Para mim, o medo é uma espécie de depressão, causada pelo medo de viver situações desgastantes, conflitantes. Vontade de morrer, para que tudo se acabe. Morrer para não precisar passar por tristezas e dificuldades, uma atitude extremamente egoísta. Tal atitude provocará uma consequência drástica, acarretará em morte. Uma morte, mesmo natural, provocada por um câncer, na vida dos que nos amam ou dependem de nós, ou mais provavelmente levando a nós mesmos, à morte. 

Acredito que várias técnicas, envolvendo a meditação, a elevação do espírito, o desenvolvimento de uma fé interior, têm o poder de resgatar o indivíduo para seu retorno à vida. A partir daí, atividades físicas podem fortalecer nosso espírito e empurrar para longe esse sentimento do medo. Mesmo extinguindo suas causas, você nunca conseguirá acabar com ele, mas poderá afastá-lo o suficiente para que ele não mais o afete. Você esquecerá do medo, esquecerá que ele existe e poderá viver sua própria vida. E, quanto mais você viver a vida em sua plenitude, mais o sentimento do medo terá interposto à sua frente, um escudo, uma barreira que por seu estilo de vida se interporá ao medo.

É dessa maneira que devemos enfrentar nossos inimigos, nossos medos. Assim, ao invés de apenas os deixarmos de lado, fingindo para nós mesmos que nada está acontecendo, devemos enfrentá-los, reconhecendo-os, olhando dentro de nossos olhos, lutando contra eles e fazendo prevalecer nossas vontades. 

Não se acomode na mediocridade dos fracos e medrosos, como os índios Sinagua Farmers, lute, se antecipe busque de todos os meios um jeito de reverter a situação. Esqueça o passado e não tenha medo do futuro. Erga a cabeça e viva o momento presente, com energia, com fé, com esperança. Mostre que você está vivo, que não morreu e nem morrerá. 
Se os índios Sinagua Farmers tivessem tido a coragem de enfrentar o medo, teriam encontrado a felicidade.









sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

VISITA AO SÍTIO "CRISTO LIBERTA"


VISITA AO SÍTIO CRISTO LIBERTA
Alberto Bittencourt
Sexta-feira, 15 de junho de 2012









Conheci, na quarta-feira, dia 13 de junho de 2012, o Professor Lupércio Carlos Nascimento, homem humilde, de gestos calmos e atitude ponderada. Olhando assim, à primeira vista, ninguém dá nada por ele. Quem poderia imaginar, sem o conhecer de perto, que aquele ser, de aparência modesta, é na realidade, um verdadeiro gigante. Por trás da figura franzina, da voz baixa e fala mansa, se esconde uma pessoa dinâmica, relativamente jovem, capaz de abraçar uma causa, de empreender uma obra humanitária sem tamanho, de grandes proporções. 



Como cheguei até ele? Através da Helena, que precisava encontrar uma instituição séria que oferecesse tratamento para jovens quimicamente dependentes. Um local onde eles pudessem ficar internados por períodos de pelo menos seis meses, afastados do meio em que viviam e, principalmente, do flagelo do crack. Assim, perguntando a uns e a outros, chegamos ao Professor Lupércio. 



Foi no Sítio “Cristo Liberta” que ficou internado Rômulo, 36 anos, um jovem problemático, que não conseguiu completar os estudos, sem qualificação profissional que lhe garantisse um salário mais digno. Certa vez ele nos confessou que andava loucão, pelas ruas do Recife, em busca da pedra. Para conseguir dinheiro, começou roubando o que podia na casa de seus próprios pais. Depois, passou a praticar pequenos furtos como descuidista, até entrar em um apartamento vizinho no prédio em que morava e furtar uma sofisticada câmera fotográfica. 

Na certeza de quem fora o autor, as vítimas bateram à porta de seus pais e ameaçaram dar queixa na polícia se não lhes devolvessem o objeto surrupiado. Foi um duro golpe para o casal, já com idades avançadas e com a saúde enfraquecida, que, embora desconfiassem do envolvimento do filho com drogas, fingiam nada saber, no intuito de poder ajudá-lo. Enquanto a mãe se acabava de chorar, o pai agiu com a energia necessária. Conseguiu se comunicar com Rômulo pelo telefone e foi bem claro: Se você não devolver o objeto surrupiado, vai para a cadeia. 

Assim, na busca de um centro de tratamento que isolasse o jovem do meio em que vivia e das drogas, chegamos ao Professor Lupércio. Rômulo aceitou ficar internado por seis meses e hoje, decorridos mais de um ano, parece ter se libertado do vício. Trabalha como motorista e consegue se sustentar 

Após minha palestra sobre drogas para as mães na Associação dos Moradores do Chié, a convite de Albertina Farias, presidente do E-Club D-4500, A presidente do NRDC e da Associação, Conceição, pediu-me socorro para outra mãe em desespero como o filho. 

Consegui marcar reunião com o prof Lupércio no Centro de Triagem, situado no terminal de Rio Doce. Compareceram Conceição e Avelino, da Comunidade do Chié. Numa ampla casa, toda branca e de esquina, lê-se pintado no muro: Tratamento de Dependentes Químicos Professor Lupércio. Com portas e janelas bem abertas, ali é feita a triagem, etapa preliminar do internamento. É aonde chegam as pessoas que querem e precisam se tratar, geralmente acompanhadas por parentes e voluntários ajudantes. No meio estava o Professor Lupércio, recebendo gêneros e doações, entrevistando pessoas, dirigindo os trabalhos. Esse extraordinário personagem ainda mantém em Rio Doce mais duas casas chamadas Núcleos de Saúde, destinadas a acolher as pessoas que, vindas do interior, necessitam de tratamento médico e não têm onde morar aqui na capital. 

Dali, com mais dois carros e uma kombi, formamos uma comitiva de voluntários e dependentes, um dos quais cadeirante e, carregados de malas, materiais e alimentos, dirigimo-nos ao sítio aonde funciona o Centro de Tratamento “Cristo Liberta”, em Igarassu. 

Amplo e muito arborizado, lá encontramos cerca de setenta jovens em processo de desintoxicação, chamados simplesmente de alunos. Sendo a quarta-feira um dia livre, sem atividades de trabalho, quando lá chegamos, por volta das 15h30min, todos estavam no campo de futebol, organizados em diversos times, para um torneio rápido. O gramado bem verde, plano e uniforme indicava um campo de boa qualidade. 

No sítio, cercado de árvores frutíferas, existe a casa central onde ficam os escritórios e alojamento dos gerentes e diretores. No entorno há outras construções que abrigam alojamentos dos alunos, em camas beliches. Os próprios alunos estão construindo uma cozinha e um refeitório. No momento, a obra se encontra paralisada por falta de material, infelizmente. 





Nos demais dias da semana, a rotina é pesada. Às seis da manhã toca a alvorada, literalmente, em regime militar, com o toque de corneta reproduzido por uma gravação, porém não menos eficaz. Após o café, vem a atividade física, o culto religioso e depois, cada um vai executar sua tarefa: uns cuidam da horta e das plantações, outros dos animais – há cavalos, patos, galinhas caipiras e um açude com peixes. Os encarregados da cozinha preparam a comida, em um fogão improvisado, à lenha. Após o almoço, sinalizado pelo toque de rancho, as atividades continuam. Ao fim da tarde, outro culto (evangélico), avisado pelo toque de reunir, precede a hora do banho, às 18 horas. Depois vem o jantar, seguido do horário do silêncio, às 21 horas, quando todos se preparam para dormir. Não há médicos nem enfermeiros, tampouco são ministrados remédios. A cura se dá pelo despertar no jovem da vontade de se livrar da dependência e pelo afastamento do seu ambiente anterior. E tudo, tudo isso de graça, sem um centavo de custo.




Como se pode observar, a disciplina é rígida. Todos os volumes que chegam são minuciosamente revistados para evitar a entrada de drogas. Telefones celulares são mantidos desligados e na TV, somente é permitido assistir programas esportivos.

O Centro vive de doações e contribuições espontâneas. As necessidades são muitas, mas nada parece desanimar esse homem simples, trabalhando com gente pobre, em lugares de pouca importância, mas fazendo uma obra extraordinária. 



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CARUARU

E
FRAGMENTOS DE MEU DIÁRIO
Recife, 6 de janeiro de 2015.

EM CARUARU

         Estamos em Caruaru. Eu, Helena, Simone, Gabriela e Rafael. Cauã, Rafinha e Bruna vieram antes, com Millena e Bruno. Viemos conhecer a casa "nova" do Bruno, um próprio residencial do DNIT, que ele recebeu após a aposentadoria do Dr. Luiz, chefe da UL Caruaru. Nessa casa, ele morou mais de 20 anos. Aí os filhos cresceram e se educaram. Agora, aposentado, volta a morar no Recife. 

        Bruno, da nova geração de engenheiros, assumiu a chefia da UL (unidade local) e com direito a essa moradia. A casa é o reflexo do que acontece com a maioria de imóveis pertencentes ao Patrimônio da União, entregue a órgãos que, completamente sem verbas destinadas a conservação desses imóveis, acabam sucateadas pelo uso e pelo tempo. Uma lástima! Construída no inicio dos anos 50, foi adquirida pelo antigo DNER, no tempo do Presidente Juscelino, quando começou o "boom" rodoviário no país. O DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem era um órgão prestigiado. Seus engenheiros tinham autonomia, trabalhavam e produziam verdadeiramente, segundo a política desenvolvimentista da época, conforme os slogans do presidente JK:  "Governar é construir estradas"– "50 anos de progresso em 5". Ele sim, um verdadeiro líder que acabou colidindo com os rumos tomados pelos governos militares, após 1964. 

         Essa casa, em estilo modernista dos anos 50, muito bem planejada, com todas as novas exigências da época, requisitos e distribuição advindos da escola de Le Corbusier. É ampla, térrea, com área social contendo: hall de entrada, sala com ambientes de estar e jantar isolados por porta da parte íntima, constituída de cinco quartos sociais, sendo dois deles suítes, uma sala íntima de TV e jogos, uma ampla copa-cozinha e área de serviço completa, além de uma ampla garagem e rodeada por jardins. Deve ter quase 500 m2, num terreno de esquina, bem no coração do centro comercial da cidade, junto à bancos, colégios, supermercados, lojas e escritórios. 

        Como tudo o que acontece nesse país, deixaram esse patrimônio da União se deteriorar. Não por culpa do órgão, mas por culpa da falta de políticas públicas que preservem nossos bens materiais e imateriais, públicos que fazem nossa história e nossas riquezas. Essa construção atravessou anos sem nenhuma manutenção, as instalações elétricas, hoje encontram-se totalmente arcaicas, sub dime nsionadas, oferecendo sérios riscos aos usuários, inclusive o de provocar incêndio. Vejam o absurdo, há somente 3 circuitos para toda a parte elétrica! O que acarreta existir ar condicionados e chuveiros usando o mesmo circuito, com um único disjuntor e fiação abaixo da bitola necessária e com fis antigos, sem capeamento. 

         O mesmo se dá com a instalação hidráulica, uma calamidade! Tubos de ferro, com bitola estreita, completamente enferrujados e entupidos. E nem se fale no escoamento sanitário, feito em manilhas antigas de barro que, pelo uso e pelo tempo, afundaram e hoje provocam afundamento de alguns pisos, o que exala um mau cheiro insuportável nos banheiros. 

         Bruno vai fazer um orçamento e tentará conseguir verba para uma ligeira reforma e conservação do imóvel, nada mais justo. Acreditem, nesta semana, dois escorpiões foram encontrados nos banheiros e muitas baratas. Graças a Deus, Bruno conseguiu afastar essa ameaça fazendo dedetização no imóvel. Considerando as somas astronômicas que o governo gasta na conservação dos imóveis funcionais de Deputados e Senadores, Ministros e agregados, em Brasília, para uso de políticos, nada mais justo que invista também nos demais imóveis patrimoniais, que correm o risco de se acabarem. 

         Só desejamos que Bruno, Mill e as crianças sejam muito felizes aqui e que Deus os abençoe.


MINHA INFÂNCIA NO SUL

         Revivi lembranças do tempo de minha infância, essa casa me faz lembrar a minha própria história de vida. Desde que me entendo, morei em mutos Próprios Residenciais, assim chamados na linguagem oficial. Foram Vilas Militares são numerosas no Exército, pois oficiais são constantemente movimentados de uma cidade para outra, geralmente a cada dois ou três anos. Meu pai, oficial do Exército, recebia imóveis para morar com minha mãe e meus irmãos e aí sempre fomos muito felizes. Foram períodos inesquecíveis! Dos 3 aos 6 anos de idade, lembro-me de Bento Gonçalves, quando meu pai serviu no 1º Batalhão Ferroviário, de 1945 a 1948, encarregado da construção do TPS – Tronco Principal Sul. 

         Depois de um certo período no Rio, fomos para Rio Negro, no Paraná, onde o rio Negro fazia fronteira com o Estado de Santa Catarina. Separadas pelo rio, do outro lado ficava a cidade de Mafra, onde costumávamos ir à pé, aos domingos, comer uma deliciosa kuka, um delicioso bolo ou pão de banana e canela, uma receita alemã. Lá morei dos 6 aos 9 anos, de 1948 a 1951. As casas da Vila eram de madeira, térreas, todas bem conservadas e confortáveis. As paredes duplas, tinham enchimento de material isolante, para fazer frente ao frio intenso do inverno. Meu pai era chefe do escritório técnico do 2º Batalhão Ferroviário – o Batalhão Mauá. Minha mãe, nos criava com liberdade, só possível numa cidade pequena, mesmo naqueles tempos. Ruas de terra, poucos carros, pouca gente. Nas Vilas Militares as famílias eram unidas e se apoiavam mutuamente. Era uma questão de necessidade, pois estavam bem longe dos parentes. Amizades verdadeiras surgiram nessas Vilas. 

         Daí, mudamo-nos para o Rio, onde meu pai faleceu precocemente em 1954, aos 41 anos de idade.

VIDA ERRANTE DE MILICO

         Eu também, como oficial do Exército, morei na Vila Militar de Resende, na AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras, em referência aos picos da Serra de Itatiaia. A experiência se repetiu, fomos felizes, nasceram nossas filhas e fizemos muitos amigos. De lá, nos mudamos para a Praia Vermelha, quando cursei o IME. Saímos do Rio, após minha formatura, para servir na CRO-7, Comissão Regional de Obras, na 7ª Região Militar, sediada em Recife, quando tornamos a morar em Próprio Residencial, desta vez em apartamento, na Av. Agamenon Magalhães, no Edifício Vidal de Negreiros. 

          

domingo, 1 de dezembro de 2013

PERSONAL BIOGRAPHER

PERSONAL BIOGRAPHER


Preserve a história de quem você ama.


Por Alberto Bittencourt
Biógrafo Pessoal



Antes de tudo, trabalhar na feitura de uma biografia é para mim motivo de satisfação e orgulho. É a oportunidade de conhecer com mais profundidade uma vida, uma obra, a história de alguém muito especial, um profissional de destaque, um chefe de família querido, uma personalidade importante na sociedade. 

O objetivo, antes de ser comercial, é preservar a memória, prestar uma homenagem a alguém, seja em vida ou post mortem, para que os descendentes, filhos, netos, parentes, admiradores e amigos conheçam, não apenas os detalhes e aspectos marcantes de sua vida, mas sobretudo os sentimentos, a opinião, a sua visão do mundo. Caso contrário, tudo poderá ficar perdido na bruma do tempo. 

Os que vierem depois pouco saberão daquela existência. A biografia visa imortalizar uma pessoa, fazendo-a protagonista de sua própria história. 

Normalmente se faz coincidir o lançamento da biografia com a passagem de uma data significativa da vida do biografado, uma comemoração ou um aniversário. 

Minha proposta é escrever uma biografia pessoal completa, incluindo a história da família, dos ascendentes e descendentes, a infância, os estudos, o início profissional, as lutas, as dificuldades, oportunidades, o crescimento, vitórias e conquistas, a importância da obra que construiu. Farão parte do trabalho aspectos da sociedade local e mundial, e acontecimentos mais importantes​ da época. 

Há alternativas simples e econômicas, com cerca de 200 páginas, tiragem de 200 a 300 exemplares, para distribuição  aos mais chegados. 

O lançamento se dará numa festa de  confraternização com parentes e amigos. A venda de cem exemplares já cobriria os custos da edição. 
Os objetivos são os mesmos:  resgatar e imortalizar a memória de alguém querido. 


Em princípio a narrativa será escrita na terceira pessoa. Poderá ser escrita na primeira pessoa, como se fosse uma autobiografia, dependendo do que se considere melhor. 


Objetivando levar a termo com sucesso o empreendimento, uma relação de confiança deve se estabelecer entre o biógrafo, o biografado e sua família. 

O trabalho consistirá de entrevistas​, além de ​pesquisas a documentos, fotos, reportagens, jornais, revistas. Todas os originais das entrevistas e depoimentos serão gravados, transcritos em computador e colocados à disposição da família. 

Os serviços do biógrafo pessoal incluem a revisão final do texto, até a elaboração do boneco. Pode-se também publicar a edição digital para oferta pela internet. 

Todos os serviços contarão com o assessoramento direto do biógrafo pessoal.

Uma entrevista pessoal preliminar entre as partes se faz necessária para se estimar o volume de trabalho, após o quê, celebrar-se-á um contrato, explicitando prazos, valores e responsabilidades. 

Sugiro que acessem meu perfil resumido e alguns de meus trabalhos constantes de meu blog FEIXE DE VARAS. Cliquem no link abaixo:

  http://albertobittencourt.blogspot.com    

Coloco-me ao inteiro dispor dos interessados para quaisquer dúvidas e esclarecimentos. 

RESGATE A HISTÓRIA DE QUEM  VOCÊ AMA.  
Seus filhos e netos agradecerão. 

Alberto Bittencourt





                             


quarta-feira, 27 de março de 2013

CALENDÁRIO para uns, FOLHINHA para outros.


CALENDÁRIO para uns, FOLHINHA para outros.
                  
                                                                                                                             De meu diário, em
23 de janeiro de 2009


Natal


      Ganhei do Reverendo Salomão Azulay, sogro de minha filha Cris e pai do meu genro Solano, um desses calendários de mesa, não muito grandes, em que cada folha destacável corresponde a uma semana.  No verso, há mensagens inspiradoras, que nos convidam à reflexão.
      A desta semana, caiu como uma luva nas  minhas carências e vicissitudes. No momento, não me lembro aonde a coloquei, mas dizia, mais ou menos o seguinte:

      Se você tem uma tarefa para fazer em uma data pré determinada, não deixe para fazer tudo na última hora. Comece agora, mesmo que seja com muita antecedência, a tomar as providências necessárias, de modo a chegar com calma e precisão ao que você se propôs. Verá que você ficará muito mais tranquilo e chegará com muito mais eficiência ao resultado final.

      É isso aí! A mensagem era tudo o que eu precisava. Parece que foi escrita para mim.
      Tenho algumas palestras já agendadas para fevereiro e maio. Devo começar a preparar os audiovisuais, os slides em Powerpoint,  pesquisar o que há de bom na internet, procurar filminhos motivadores, escrever os textos, para não improvisar na hora.
      Invariavelmente, eu sempre deixo tudo para o momento final, para resolver às pressas, madrugadas a dentro. O resultado, modéstia à parte, sempre sai bom, mas poderia ser muito melhor. Vou começar agora mesmo a preparar a palestra do Rio, para os governadores assistentes de Rotary.

      Segue abaixo o texto da folhinha, na íntegra:

Administrando a energia acumulada
Descobrir seu objetivo na vida e retirar dela
os elementos que roubam sua energia vital.
A tendência natural é deixar para a última hora.
A excelência acontece quando começamos bem cedo
 a andar em direção ao nosso chamado individual.
Começando cedo, há tempo suficiente para
ajuntar recursos, montar estruturas de apoio, contatar pessoas.
Se tiver que dar uma aula,
comece a se preparar no mesmo dia em que foi convidado.
Leia, medite, crie seus recursos audiovisuais,
invente novas e diferentes maneiras de cativar a atenção dos alunos.
Calcule o tempo que falta,
aquele que você dispõe para esta preparação e
divida seu trabalho em pequenas tarefas diárias,
que possam ser feitas com calma e concentração.
Pequenas atitudes como essa,
nos levam a uma vida de excelência.
E, a excelência, nos leva a Deus. 


E mais:

      Procuro a verdade humildemente, mas com toda a seriedade e, no caminho dessa busca, confio totalmente nos meus companheiros de jornada, de maneira que eu possa conhecer os meus erros e corrigi-los. 
                                   GHANDI    

Modelar uma estátua e dar-lhe vida, é belo;
modelar uma inteligência e dar-lhe verdade, é sublime.
                                        VICTOR  HUGO