ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

ANIVERSÁRIO DE 108 ANOS DO ROTARY

 ANIVERSÁRIO DE 108 ANOS DO ROTARY

Alberto Bittencourt









O Rotary International celebrou no sábado, 23 de fevereiro de 2013, 108 anos de fundação. 
O primeiro Rotary Club foi fundado na cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América no ano de 1905.
Nada melhor do que transcrever as palavras do idealizador e fundador do Rotary, o advogado norte-americano, Paul Percy Harris, de seu livro autobiográfico, intitulado Meu Caminho para o Rotary.

"Uma noite – conta ele – fui acompanhar um amigo profissional até sua casa nos arrabaldes (de Chicago). Depois do jantar, enquanto passeávamos pela vizinhança, o meu amigo saudava pelo nome vários comerciantes que estavam nos seus estabelecimentos. Isto  fez-me lembrar a minha aldeia da Nova Inglaterra. Ocorreu-me então: por que não arranjar em Chicago uma roda de companheiros de diferentes ocupações, sem restrições de política ou religião, com ampla tolerância pelas opiniões uns dos outros? Não poderia vir a existir nesse companheirismo um mútuo auxílio?"
"Não agi imediatamente segundo o meu impulso. Meses e até anos se passaram. Caminhei sozinho, mas por fim, em fevereiro de 1905, convidei três jovens homens de negócios para se reunirem comigo e expus-lhes um plano muito simples de mútua cooperação e amizade, sem constrangimentos, tal como havíamos outrora conhecido em nossas aldeias. Concordaram com meu plano, Sylvester Schiele, comerciante de carvão, o meu amigo mais íntimo de Chicago e um dos três que primeiro se reuniram comigo. Foi escolhido como nosso primeiro presidente, e tem sido um membro permanente do clube. Gustavus Loehr, engenheiro de minas e Hiran Shorey, dono de alfaiataria, eram os outros dois, mas, não continuaram. Porém outros que rapidamente se juntaram ao grupo com entusiasmo, ajudaram a desenvolver o projeto."
"Crescemos em número, em companheirismo, no espírito de auxílio à nossa cidade. Aprendemos o quanto tínhamos em comum. Sentíamos prazer em podermos ajudar-nos uns aos outros."

"Na terceira reunião do grupo, apresentei várias sugestões quanto ao nome a dar ao clube, entre elas o de Rotary, e esse foi o nome escolhido, visto que nos reuníamos nessa altura, em rotação, nos nossos escritórios e locais de negócios. Mais tarde, ainda em rotação, reuníamo-nos em hotéis e restaurantes. Assim, começamos como "rotarianos" e como tal continuamos a ser."
"No terceiro ano fui eleito presidente e as minhas ambições então eram primeiro, desenvolver o clube de Chicago, segundo, estender o movimento a outras cidades, terceiro, intensificar o serviço à comunidade como um dos objetivos do clube."

Até aqui foram palavras do próprio Paul Harris ao contar como foi o início do Rotary em seu livro autobiográfico.
O crescimento do Rotary foi incrivelmente rápido. Em 1908 foi fundado o segundo clube na cidade de São Francisco, longe, na costa oeste dos Estados Unidos. Logo no ano seguinte, o terceiro, no outro lado da baía de São Francisco, na cidade de Oakland. O quarto clube foi em Seattle e o quinto em Los Angeles. Em 1910 já havia 15 Rotary Clubs no país. Foi nesse ano que se realizou a primeira convenção rotária em Chicago, onde foi criada a Associação Nacional do Rotary Clubs. Estiveram presentes cerca de 1.500 rotarianos.
Nesse ano de 1910, o Rotary cruzou a fronteira do Canadá, com a fundação do clube de Winnipeg. E em 1911 cruzou o Atlântico e chegou à Irlanda e Grã-Bretanha. Em 1912 a organização passou a denominar-se "Associação Internacional dos Rotary Clubs". A designação "Rotary International" só foi adotada a partir da convenção de 1922, em Los Angeles.

A primeira convenção realizada fora dos Estados Unidos foi a de Edimburgo, na Escócia, e essa convenção teve uma importância extraordinária para os destinos do Rotary. É que os delegados decidiram criar uma comissão especial para estudar a estruturação de um estatuto único, bastante flexível, para todos os Rotary Clubs.
O presidente dessa comissão declarou: 
"A razão pela qual fomos convocados, decorreu do tremendo crescimento do Rotary. Estávamos tratando de tornar um grande sucesso em um sucesso ainda maior."
Foi o resultado do trabalho dessa comissão, e de outras que se seguiram, que foi discutido e aprovado o estatuto único do Rotary International.

Na verdade, o Rotary caminhava rapidamente em direção a outros países e outros continentes. A partir de certo momento, era o próprio Rotary International que enviava emissários a determinados países para realizarem a tarefa de fundar novos clubes. Em muitos casos financiava as despesas de abnegados construtores de clubes, como fez com o casal Davidson, um rotariano canadense, que passou cerca de dois anos fundando clubes no sul da Europa, no Egito, no Sião, na Índia e no Japão. Outro construtor de clubes foi o Secretário Geral do RI na época, Cheley Perry. Entre as dezenas de clubes que fundou, está o Rotary Club do Rio de Janeiro, em 1923, o primeiro do Brasil, hoje, às vésperas de completar seus 96 anos.

Antes de falecer, em 27 de janeiro de 1947, Paul Harris pode ver o Rotary em volta do mundo. Ele nunca exerceu o cargo de presidente da Associação Internacional dos Rotary Clubs, ou do Rotary International. Mas a sua influência e os seus ideais, estavam sempre presentes na expansão do movimento. Ele tinha o título vitalício de "Presidente Emérito do Rotary International".
É o momento de voltarmos ao relato que fez o próprio Paul Harris no seu livro autobiográfico já referido. São palavras de Paul Harris:

"Conquanto o enorme desenvolvimento expansional do Rotary constitua um dos mais interessantes capítulos da sua história, também o desenvolvimento de seus ideais e práticas tem caminhado rapidamente. As ações precederam a palavra escrita. Depois de terem prestado serviços sob múltiplas formas, a palavra servir, com todas as suas conotações e acepções foi introduzida no movimento rotário. O Rotary deixou de ser aquele grupo local reunido na cidade de Chicago, para benefício próprio e mútua ajuda, para se expandir em uma organização de visão internacional e inegável nobreza de fins".
"Muitos rotarianos, continua ele, especialmente os do Brasil, afirmam que há na realidade um único objetivo no Rotary, e que esse é o conceito de servir. O Secretário Geral do RI, Cheley Perry, considera o servir como a via suprema do Rotary."

A opinião de Paul Harris sobre a sadia influência dos ideais rotários no mundo, tinha uma dimensão que precisa ser cultivada, sobretudo nesses momentos em que vivemos.
"O Rotary, escreveu ele, é uma força de integração, num mundo em que as forças de desintegração são demasiado preponderantes. O Rotary é um microcosmo de um mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir."
"A influência do Rotary na opinião pública dos 60 países onde estão localizados os nossos mais de 5 mil clubes, tem sido mais eficiente do que muitas pessoas supõem. É certo que o número dos nossos sócios é pequeno, comparado com a população do mundo, mas o caráter dos rotarianos, de uma maneira geral, e as posições que eles ocupam, justifica, parece-me, a afirmação que fiz."

Que diria hoje o fundador do Rotary, quando somos hoje mais de 1 milhão e 214 mil rotarianos espalhados em 34.431 clubes agrupados em 532 distritos rotários em 215 países?
A entrada do Rotary International no Brasil, ocorreu com a admissão do Rotary Club do Rio de Janeiro no Rotary International em 28 de fevereiro de 1923, data esta que passou a ser a data de aniversário da organização no Brasil.
A semente plantada em 1923 pelo RC do Rio de Janeiro, germinou e deu frutos: hoje, são 38 distritos no Brasil, com 2.394 unidades rotárias, das quais fazem parte 56.894 rotarianos.
No mundo rotário, o Brasil encontra-se em terceiro lugar em número de clubes e quinto em número de sócios. Além disso, duas convenções internacionais já foram realizadas no Brasil: uma em 1948, na cidade do Rio de Janeiro, com 7.511 participantes, e outra na cidade de São Paulo, em 1981, com 15.222 participantes. Está programada uma terceira convenção internacional para 2015, na cidade de São Paulo. 
Três ilustres rotarianos brasileiros também já ocuparam a posição de Presidentes de Rotary International: Armando de Arruda Pereira (1940-41), Ernesto Imbassahy de Mello (1975-76) e Paulo Viriato Correa da Costa (1990-91), todos já falecidos.

Temos, é certo, o dever de nos mantermos fiéis aos ideais pelos quais lutou Paul Harris. E não podemos perder de vista a advertência que ele nos deixou, na última mensagem que em vida pronunciou, por ocasião do aniversário do Rotary. Disse ele:
"Acredito que os dias pioneiros do Rotary apenas começaram. Há ainda tantas coisas novas a serem feitas hoje como em qualquer outra época da história. O Rotary deve certamente continuar a ser pioneiro ou se verá abandonado na retaguarda do progresso".

Na verdade surgiram coisas novas no Rotary. A Fundação Rotária criada como um fundo de dotações em 1917, por Arch Klumph, para fazer o bem no mundo, e que recebeu o nome pelo qual é conhecida, na convenção rotária de 1928, foi uma delas. Iniciou um programa de Bolsas de Estudo de Pós Graduação no ano rotário de 1947-48, como um tributo à memória do fundador, Paul Harris.
As ações da Fundação Rotária multiplicaram-se no correr dos tempos e abrangem hoje muitos campos, sempre coerente com a MISSÃO, constante de seus Estatutos:
"A missão da Fundação Rotária do Rotary International é capacitar os rotarianos para que possam promover a boa vontade, paz, compreensão mundial, por meio do apoio à iniciativas de melhoria da saúde, da educação e do combate à pobreza."

Entre os programas da Fundação Rotária, destaca-se o da Pólio Plus, que todos nós conhecemos e para o qual muitos de nós colaboram.
Com sua rede mundial de contatos, o Rotary é uma autoridade em serviços voluntários e primeiro contribuinte do setor privado a participar da parceria global dedicada à erradicação da pólio. Desde seu lançamento em 1988, a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio – liderada pela OMS, Rotary International, CDC e Unicef – diminuiu em mais de 99,81 % os casos de pólio em todo o mundo. Na época, a pólio era endêmica em mais de 125 países e mais de 350.000 crianças ficavam paralisadas anualmente por causa dessa doença.  Mais de 2,5 bilhões de crianças foram imunizadas, prevenindo 6 milhões de casos de paralisia e 300.000 mortes.  .
Grande progresso foi feito: apenas 650 casos foram reportados no mundo em 2011. Já fazem dois anos desde que o último caso de pólio foi diagnosticado na Índia. Para que esse país seja declarado pela OMS oficialmente livre da pólio, deve ficar três anos sem nenhuma ocorrência. Atualmente apenas três países são endêmicos: Afganistão, Nigéria e Paquistão.
O Rotary recebeu recentemente mais um subsídio de US$ 50 milhões da Fundação Bill e Melinda Gates, totalizando US$405 milhões e ultrapassou em janeiro de 2012 o desafio de arrecadar US$200 milhões adicionais. Estas verbas são utilizadas para fornecer vacina antipólio, apoio operacional, equipe médica, equipamento de laboratório e materiais educacionais para agentes de saúde e pais das crianças. Além disso, o Rotary tem desempenhado um importante papel junto a governos doadores, resultando em mais de US$8 bilhões em contribuições para o esforço. 
Embora mais visível, a Pólio Plus não empana o brilho de outros programas dos setores da educação, da saúde pública, do desenvolvimento comunitário no mundo. As bolsas de estudo têm sido concedidas todos os anos, desde a sua criação em 1947. Os Centro Rotary de Estudos Internacionais na Área da Paz e Resolução de Conflitos já formaram, desde a primeira turma em 2002-04, mais de 500 pacifistas que hoje militam em órgãos de governos, empresas privadas e ONGs muitas de sua própria criação.
Os recursos financeiros para a realização de serviços e compra de equipamentos em projetos que emparceiram clubes rotários em todo o mundo, realizam verdadeiros milagres, sobretudo porque os projetos são formulados com finalidades humanitárias.
A Fundação Rotária está bem posicionada para Fazer o Bem no Mundo com seu Plano Visão de Futuro, que lhe dará mais agilidade, eficácia e vantagem estratégica. Os 100 distritos pilotos, entre os quais se encontra o D.4500, testaram e aprimoraram o plano durante 3 anos, com vistas ao seu grande lançamento mundial, a partir de 01/07/2013. Na Assembleia Internacional de San Diego, em Janeiro deste ano, governadores e presidentes das 532 CDFR do mundo inteiro foram treinados para esse lançamento.

Pode-se dizer que a Fundação Rotária é o braço forte do Rotary na realização do objetivo de servir. Não há rotariano que não se sinta feliz por sua contribuição financeira espontânea, voluntária.
Paul Harris teria ficado orgulhoso com o Projeto Pólio Plus e outros programas voltados para a Paz Mundial.

Para encerrar, deixamos esta bela reflexão de Paul Harris, que consta de sua autobiografia:
"Certa vez, durante os primeiros anos do movimento, o secretário Chess Perry veio ao meu escritório para apresentar os ótimos rotarianos canadenses que tinham sido encarregados de fundar clubes na Austrália e na Nova Zelândia. Eles haviam expressado o desejo de me conhecer, designando-me como "O Fundador do Rotary". Agradeci e aceitei a honra, mas sugeri que meu papel tivesse sido posto demasiadamente em relevo. Perry respondeu pelos meus visitantes e disse: Suponho que os visitantes vão ver, Paul, mais ou menos com o mesmo espírito com que vão visitar a nascente de um grande rio. 
"Tenho muitas vezes pensado naquelas palavras: constituíram um grande cumprimento feito na forma de uma bela analogia. Aceitei o cumprimento segundo a sua intenção, mas pergunto: Será verdade que a corrente de um grande rio provém somente de uma nascente especial? Não, o grande rio é a soma total da contribuição de centenas, talvez de milhares de pequenos ribeiros e riachos, que vêm montanha abaixo, cantando enquanto correm, ansiosos por se lançarem no canal do grande rio. Pois é tal o crescimento do Rotary. Tornou-se grande em virtude das contribuições desinteressadas de milhares de rotarianos de muitas nações.



F  I  M

ANIVERSÁRIO DE 108 ANOS DO ROTARY INTERNATIONAL











 ANIVERSÁRIO DE 108 ANOS DO ROTARY INTERNATIONAL
Alberto Bittencourt

O Rotary International celebra no sábado, 23 de fevereiro de 2013, 108 anos de fundação. O primeiro Rotary Club foi fundado na cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América no ano de 1905.
Nada melhor do que transcrever as palavras do idealizador e fundador do Rotary, o advogado norte-americano, Paul Percy Harris, de seu livro autobiográfico, intitulado Meu Caminho para o Rotary.

Uma noite – conta ele – fui com um amigo profissional até sua casa nos arrabaldes (de Chicago). Depois do jantar, enquanto passeávamos pela vizinhança, o meu amigo saudava pelo nome vários comerciantes que estavam nos seus estabelecimentos. Isto  fez-me lembrar a minha aldeia da Nova Inglaterra. Ocorreu-me então: por que não arranjar em Chicago uma roda de companheiros de diferentes ocupações, sem restrições de política ou religião, com ampla tolerância pelas opiniões uns dos outros? Não poderia vir a existir nesse companheirismo um mútuo auxílio?”
“Não agi imediatamente segundo o meu impulso. Meses e até anos se passaram. Caminhei sozinho, mas por fim, em fevereiro de 1905, convidei três jovens homens de negócios para se reunirem comigo e expus-lhes um plano muito simples de mútua cooperação e amizade, sem constrangimentos, tal como havíamos outrora conhecido em nossas aldeias. Concordaram com meu plano, Sylvester Schiele, comerciante de carvão, o meu amigo mais íntimo de Chicago e um dos três que primeiro se reuniram comigo. Foi escolhido como nosso primeiro presidente, e tem sido um membro permanente do clube. Gustavus Loehr, engenheiro de minas e Hiran Shorey, dono de alfaiataria, eram os outros dois, mas, não continuaram. Porém outros que rapidamente se juntaram ao grupo com entusiasmo, ajudaram a desenvolver o projeto.”
“Crescemos em número, em companheirismo, no espírito de auxílio à nossa cidade. Aprendemos o quanto tínhamos em comum. Sentíamos prazer em podermos ajudar-nos uns aos outros.”
“Na terceira reunião do grupo, apresentei várias sugestões quanto ao nome a dar ao clube, entre elas o de Rotary, e esse foi o nome escolhido, visto que nos reuníamos nessa altura, em rotação, nos nossos escritórios e locais de negócios. Mais tarde, ainda em rotação, reuníamo-nos em hotéis e restaurantes. Assim, começamos como “rotarianos” e como tal continuamos a ser.”
“No terceiro ano fui eleito presidente e as minhas ambições então eram primeiro, desenvolver o clube de Chicago, segundo, estender o movimento a outras cidades, terceiro, intensificar o serviço à comunidade como um dos objetivos do clube.”

Até aqui foram palavras do próprio Paul Harris ao contar como foi o início do Rotary em seu livro autobiográfico.
O crescimento do Rotary foi incrivelmente rápido. Em 1908 foi fundado o segundo clube na cidade de São Francisco, longe, na costa oeste dos Estados Unidos. Logo no ano seguinte, o terceiro, no outro lado da baía de São Francisco, na cidade de Oakland. O quarto clube foi em Seattle e o quinto em Los Angeles. Em 1910 já havia 15 Rotary Clubs no país. Foi nesse ano que se realizou a primeira convenção rotária em Chicago, onde foi criada a Associação Nacional do Rotary Clubs. Estiveram presentes cerca de 1.500 rotarianos.
Nesse ano de 1910, o Rotary cruzou a fronteira do Canadá, com a fundação do clube de Winnipeg. E em 1911 cruzou o Atlântico e chegou à Irlanda e Grã-Bretanha. Em 1912 a organização passou a denominar-se “Associação Internacional dos Rotary Clubs”. A designação “Rotary International” só foi adotada a partir da convenção de 1922, em Los Angeles.

A primeira convenção realizada fora dos Estados Unidos foi a de Edinburgo, na Escócia, e essa convenção teve uma importância extraordinária para os destinos do Rotary. É que os delegados decidiram criar uma comissão especial para estudar a estruturação de um estatuto único, bastante flexível, para todos os Rotary Clubs.
O presidente dessa comissão declarou: “A razão pela qual fomos convocados, decorreu do tremendo crescimento do Rotary. Estávamos tratando de tornar um grande sucesso em um sucesso ainda maior.”
Foi o resultado do trabalho dessa comissão, e de outras que se seguiram, que foi discutido e aprovado o estatuto único do Rotary International.

Na verdade, o Rotary caminhava rapidamente em direção a outros países e outros continentes. A partir de certo momento, era o próprio Rotary International que enviava emissários a determinados países para realizarem a tarefa de fundar novos clubes. Em muitos casos financiava as despesas de abnegados construtores de clubes, como fez com o casal Davidson, um rotariano canadense, que passou cerca de dois anos fundando clubes no sul da Europa, no Egito, no Sião, na Índia e no Japão. Outro construtor de clubes foi o Secretário Geral do RI na época, Cheley Perry. Entre as dezenas de clubes que fundou, está o Rotary Club do Rio de Janeiro, em 1923, o primeiro do Brasil, às vésperas de completar seus 90 anos.

Antes de falecer, em 27 de janeiro de 1947, Paul Harris pode ver o Rotary em volta do mundo. Ele nunca exerceu o cargo de presidente da Associação Internacional dos Rotary Clubs, ou do Rotary International. Mas a sua influência e os seus ideais, estavam sempre presentes na expansão do movimento. Ele tinha o título vitalício de “Presidente Emérito do Rotary International.
É o momento de voltarmos ao relato que fez o próprio Paul Harris no seu livro autobiográfico já referido. São palavras de Paul Harris:

Conquanto o enorme desenvolvimento expansional do Rotary constitua um dos mais interessantes capítulos da sua história, também o desenvolvimento de seus ideais e práticas tem caminhado rapidamente. As ações precederam a palavra escrita. Depois de terem prestado serviços sob múltiplas formas, a palavra “servir”, com todas as suas conotações e acepções foi introduzida no movimento rotário. O Rotary deixou de ser aquele grupo local reunido na cidade de Chicago, para benefício próprio e mútua ajuda, para se expandir em uma organização de visão internacional e inegável nobreza de fins”.
“Muitos rotarianos, continua ele, especialmente os do Brasil, afirmam que há na realidade um único objetivo no Rotary, e que esse é o conceito de servir. O Secretário Geral do RI, Cheley Perry, considera o servir como a via suprema do Rotary.”

A opinião de Paul Harris sobre a sadia influência dos ideais rotários no mundo, tinha uma dimensão que precisa ser cultivada, sobretudo nesses momentos em que vivemos.
“O Rotary, escreveu ele, é uma força de integração, num mundo em que as forças de desintegração são demasiado preponderantes. O Rotary é um microcosmo de um mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir.”
“A influência do Rotary na opinião pública dos 60 países onde estão localizados os nossos mais de 5 mil clubes, tem sido mais eficiente do que muitas pessoas supõem. É certo que o número dos nossos sócios é pequeno, comparado com a população do mundo, mas o caráter dos rotarianos, de uma maneira geral, e as posições que eles ocupam, justifica, parece-me, a afirmação que fiz.”

Que diria hoje o fundador do Rotary, quando somos hoje mais de 1 milhão e 214 mil rotarianos espalhados em 34.431 clubes agrupados em 532 distritos rotários em 215 países?
A entrada do Rotary International no Brasil, ocorreu com a admissão do Rotary Club do Rio de Janeiro no Rotary International em 28 de fevereiro de 1923, data esta que passou a ser a data de aniversário da organização no Brasil.
A semente plantada em 1923 pelo RC do Rio de Janeiro, germinou e deu frutos: hoje, são 38 distritos no Brasil, com 2.394 unidades rotárias, das quais fazem parte 56.894 rotarianos.
No mundo rotário, o Brasil encontra-se em terceiro lugar em número de clubes e quinto em número de sócios. Além disso, duas convenções internacionais já foram realizadas no Brasil: uma em 1948, na cidade do Rio de Janeiro, com 7.511 participantes, e outra na cidade de São Paulo, em 1981, com 15.222 participantes. Está programada uma terceira convenção internacional para 2015, na cidade de São Paulo. Três ilustres rotarianos brasileiros também já ocuparam a posição de Presidentes de Rotary International: Armando de Arruda Pereira (1940-41), Ernesto Imbassahy de Mello (1975-76) e Paulo Viriato Correa da Costa (1990-91), todos já falecidos.

Temos, é certo, o dever de nos mantermos fiéis aos ideais pelos quais lutou Paul Harris. E não podemos perder de vista a advertência que ele nos deixou, na última mensagem que em vida pronunciou, por ocasião do aniversário do Rotary. Disse ele:
“Acredito que os dias pioneiros do Rotary apenas começaram. Há ainda tantas coisas novas a serem feitas hoje como em qualquer outra época da história. O Rotary deve certamente continuar a ser pioneiro ou se verá abandonado na retaguarda do progresso”.

Na verdade surgiram coisas novas no Rotary. A Fundação Rotária criada como um fundo de dotações em 1917, por Arch Klumph, para fazer o bem no mundo, e que recebeu o nome pelo qual é conhecida, na convenção rotária de 1928, foi uma delas. Iniciou um programa de Bolsas de Estudo de Pós Graduação no ano rotário de 1947-48, como um tributo à memória do fundador, Paul Harris.
As ações da Fundação Rotária multiplicaram-se no correr dos tempos e abrangem hoje muitos campos, sempre coerente com a MISSÃO, constante de seus Estatutos:
“A missão da Fundação Rotária do Rotary International é capacitar os rotarianos para que possam promover a boa vontade, paz, compreensão mundial, por meio do apoio à iniciativas de melhoria da saúde, da educação e do combate à pobreza.”

Entre os programas da Fundação Rotária, destaca-se o da Pólio Plus, que todos nós conhecemos e para o qual muitos de nós colaboram.
Com sua rede mundial de contatos, o Rotary é uma autoridade em serviços voluntários e primeiro contribuinte do setor privado a participar da parceria global dedicada à erradicação da pólio. Desde seu lançamento em 1988, a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio – liderada pela OMS, Rotary International, CDC e Unicef – diminuiu em mais de 99,81 % os casos de pólio em todo o mundo. Na época, a pólio era endêmica em mais de 125 países e mais de 350.000 crianças ficavam paralisadas anualmente por causa dessa doença.  Mais de 2 bilhões de crianças foram imunizadas, prevenindo 5 milhões de casos de paralisia e 250.000 mortes.  .
Grande progresso foi feito: apenas 650 casos foram reportados no mundo em 2011. Já fazem dois anos desde que o último caso de pólio foi diagnosticado na Índia. Para que esse país seja declarado pela OMS oficialmente livre da pólio, deve ficar três anos sem nenhuma ocorrência. Atualmente apenas três países são endêmicos: Afganistão, Nigéria e Paquistão.
O Rotary recebeu recentemente mais um subsídio de US$ 50 milhões da Fundação Bill e Melinda Gates, totalizando US$405 milhões e ultrapassou em janeiro de 2012 o desafio de arrecadar US$200 milhões adicionais. Estas verbas são utilizadas para fornecer vacina antipólio, apoio operacional, equipe médica, equipamento de laboratório e materiais educacionais para agentes de saúde e pais das crianças. Além disso, o Rotary tem desempenhado um importante papel junto a governos doadores, resultando em mais de US$8 bilhões em contribuições para o esforço. 
Embora mais visível, a Pólio Plus não empana o brilho de outros programas dos setores da educação, da saúde pública, do desenvolvimento comunitário no mundo. As bolsas de estudo têm sido concedidas todos os anos, desde a sua criação em 1947. Os Centro Rotary de Estudos Internacionais na Área da Paz e Resolução de Conflitos já formaram, desde a primeira turma em 2002-04, mais de 500 pacifistas que hoje militam em órgãos de governos, empresas privadas e ONGs muitas de sua própria criação.
Os recursos financeiros para a realização de serviços e compra de equipamentos em projetos que emparceiram clubes rotários em todo o mundo, realizam verdadeiros milagres, sobretudo porque os projetos são formulados com finalidades humanitárias.
A Fundação Rotária está bem posicionada para Fazer o Bem no Mundo com seu Plano Visão de Futuro, que lhe dará mais agilidade, eficácia e vantagem estratégica. Os 100 distritos pilotos, entre os quais se encontra o D.4500, testaram e aprimoraram o plano durante 3 anos, com vistas ao seu grande lançamento mundial, a partir de 01/07/2013. Na Assembleia Internacional de San Diego, em Janeiro deste ano, governadores e presidentes das 532 CDFR do mundo inteiro foram treinados para esse lançamento.

Pode-se dizer que a Fundação Rotária é o braço forte do Rotary na realização do objetivo de SERVIR. Não há rotariano que não se sinta feliz por sua contribuição financeira espontânea, voluntária.
Paul Harris teria ficado orgulhoso com o Projeto Pólio Plus e outros programas voltados para a Paz Mundial.
Para encerrar, deixamos esta bela reflexão de Paul Harris, que consta de sua autobiografia:
“Certa vez, durante os primeiros anos do movimento, o secretário Chess Perry veio ao meu escritório para apresentar os ótimos rotarianos canadenses que tinham sido encarregados de fundar clubes na Austrália e na Nova Zelândia. Eles haviam expressado o desejo de me conhecer, designando-me como “O Fundador do Rotary”. Agradeci e aceitei a honra, mas sugeri que meu papel tivesse sido posto demasiadamente em relevo. Perry respondeu pelos meus visitantes e disse: Suponho que os visitantes vão ver, Paul, mais ou menos com o mesmo espírito com que vão visitar a nascente de um grande rio. 
“Tenho muitas vezes pensado naquelas palavras: constituíram um grande cumprimento feito na forma de uma bela analogia. Aceitei o cumprimento segundo a sua intenção, mas pergunto: Será verdade que a corrente de um grande rio provém somente de uma nascente especial? Não, o grande rio é a soma total da contribuição de centenas, talvez de milhares de pequenos ribeiros e riachos, que vêm montanha abaixo, cantando enquanto correm, ansiosos por se lançarem no canal do grande rio. Pois é tal o crescimento do Rotary. Tornou-se grande em virtude das contribuições desinteressadas de milhares de rotarianos de muitas nações.

F  I  M




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

END POLIO NOW


INFORMAÇÕES SOBRE A CAMPANHA
“END POLIO NOW”


Adeus à poliomielite. Obrigado ao ROTARY






O mundo está à beira de eliminar uma das doenças mais temidas do século 20 - a poliomielite. Durante a primeira metade do século, a poliomielite matou ou deixou aleijadas mais de meio milhão de pessoas por ano. Mesmo hoje em dia, crianças em alguns países em desenvolvimento continuam a ser vítimas da doença. Mas em grande parte, graças ao Rotary e aos 1,2 milhões de rotarianos em todo o mundo, o número de casos foi reduzido em 99%, e em em breve, a doença estará eliminada da face da Terra.



O Rotary, uma organização humanitária que congrega cerca de 34.000 Rotary Clubs em mais de 200 países e áreas geográficas, fez da erradicação da poliomielite, sua prioridade a partir de 1985. Desde então, o Rotary contribuiu US$1,3 bilhão à causa, e seus associados dedicaram milhões de horas de trabalho voluntário para imunizar mais de 2,5 bilhões de crianças no mundo, em 122 países.

Além de arrecadar dinheiro, os rotarianos oferecem seu tempo e experiência para combater a pólio, fornecendo apoio nas clínicas, transporte de vacinas, suprimentos médicos, e mobilizando as comunidades para a vacinação e outras atividades.

A Campanha da Polio é a maior campanha de saúde pública já realizada em todos os tempos. A poliomielite será a segunda doença humana erradicada da face da Terra por meio da vacinação. A primeira foi a varíola.

A pólio, uma doença altamente contagiosa, afeta crianças, sobretudo as menores de cinco anos. Ainda é endêmica em três países – Nigéria, Paquistão e Afganistão. Não há cura para a doença, que pode causar paralisia e até mesmo a morte. No entanto, por apenas US$0,60 uma criança pode ser vacinada e ficar protegida por toda sua vida. 

Um progresso notável foi alcançado nesta luta. O número de casos da doença passou de 350.000 por ano, em 1988, para 416 em 2013. Em 2014, ocorreram até 30 de setembro, apenas 209 casos.

Em 2014, o Sudeste Asiático foi certificado como livre da pólio depois que a Índia eliminou a doença de suas fronteiras, uma conquista incrível para um país antes considerado como o lugar mais difícil de eliminar a paralisia infantil em todo o mundo.

A Iniciativa Global de Erradicação da Pólio é uma parceria que, além do Rotary, conta com a participação da OMS - Organização Mundial da Saúde, do CDC - Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças, da UNICEF, da Fundação Bill e Melinda Gates, além de governos mundiais e muitas outras pessoas e organizações. Em 2013, estabeleceu a meta de eliminar o poliovirus até o ano de 2018.

O acordo com a Fundação Bill e Melinda Gates prevê que, de 2013 a 2018, cada dólar que o Rotary aplicar diretamente no combate à pólio, até o limite máximo de US$ 35 milhões por ano, será equiparado na proporção de 2 para 1. Significa que, se o Rotary colocar 35 milhões, a Fundação Bill e Melinda Gates coloca 70 milhões, totalizando 105 milhões de dólares por ano. No final dos cinco anos, terão sido aplicados 525 milhões pelas duas entidades.

Em 2014, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde declarou a pólio como uma emergência global de saúde pública. Como resultado, a OMS está pedindo que os países onde haja ocorrência de poliomielite imunizem os viajantes que deixam suas fronteiras. Esta decisão visa proteger o progresso até aqui alcançado e eliminar os casos ainda restantes.

Após interromper a disseminação do poliovirus, a vacinação e a vigilância devem continuar por vários anos para ter certeza de que o vírus está completamente eliminado. Não é uma tarefa fácil. Um dos maiores desafios para o esforço é a escassez de recursos financeiros.

Desde 1995, os governos de diversos países contribuíram com mais de US$ 6 bilhões para a erradicação da poliomielite, em parte devido aos esforços empreendidos pelo Rotary. Mas é preciso muito mais. 

Leia mais e faça uma doação:
 http://www.endpolionow.org/pt
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PÓLIO NUNCA MAIS



PÓLIO NUNCA MAIS
Alberto Bittencourt - out 2015








Dias 27 e 28 de outubro de 2015, tive a feliz oportunidade de participar de um importantíssimo seminário denominado PÓLIO NUNCA MAIS, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz - em comemoração dos 21 anos da certificação da eliminação da Polio no Brasil.


Infelizmente a divulgação do Seminário no âmbito do Rotary foi quase nula.

A secretaria de imprensa da Fiocruz mandou um simples comunicado com o programa para a revista Rotary Brasil, na semana anterior ao evento. A revista encaminhou para seus diretores e conselheiros. 
Eu soube apenas na quinta feira anterior, dia 22 de outubro.


Estavam presentes,  da Fiocruz,  muitos cientistas, pesquisadores, doutores, médicos sanitaristas, professores, técnicos. 

Participaram também membros da OMS - Organização Mundial de Saúde; da OPAS - Organização Panamericana de Saúde; do Ministério da Saúde; e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio. 


Estavam também presentes uma cientista argentina e um cubano, ambos autoridades sanitaristas em seus países e que apresentaram um relato da história do combate à Pólio em sua pátrias.

Os rotarianos presentes eram apenas eu, a gov Adelia Villas do D. 4570, com o marido Valter, e dois jornalistas da revista Brasil Rotário que se revezaram na cobertura, além do fotógrafo da revista.

O Seminário teve também a participação do rotariano Wan Yu Chih, do RC Florianópolis, que apresentou um painel sobre o papel do Rotary no combate à Polio no Brasil, intitulado: "21 anos de erradicação da pólio no Brasil":




Wan, que já foi
 presidente da Subcomissão da campanha da Polio do Distrito 4651 - Santa Catarina, escreveu um livro sobre a História da Poliomielite no Brasil.



Tive o prazer de conhecê-lo neste seminário.

Ele conta que foi atraído para o Rotary ao conhecer o trabalho dos rotarianos na campanha. Estudou, pesquisou, deslocou-se ao Rio, entrevistou autoridades, construiu um blog de excelência sobre o assunto, que pode ser acessado pelo link: 






Escreveu também por iniciativa própria, um excelente livro sobre a história da Pólio:


Livro de autoria de Wan Yu Chih, do RC Florianópolis


Wan Yu Chih palestra no Seminário POLIO NUNCA MAIS

Cartão de visitas do Wan

O seminário constituiu-se de dois dias de intensas palestras e debates sobre a Polio.

Na ocasião, tive a oportunidade de manifestar opinião de que este seminário deveria se repetir em outros distritos rotários do Brasil, pois apresenta uma visão do ponto de vista científico, epidemiológico e imunológico. Mostra bem a luta e dedicação dessas pessoas quanto à evolução dos tipos de vírus e consequente formulação de novos processos de vacinação.



Ao manifestar minha opinião, disse que, se mais rotarianos estivessem presentes, em número mais representativo, os assuntos tratados poderiam repercutir em seus distritos e estados, o que muito ajudaria na conscientização das pessoas e autoridades.

O Dia Nacional de Combate à Pólio, disse eu, 24 de outubro, foi solenemente ignorado pela imprensa em vários estados da federação.

De fato, todos concordaram.

A ideia da realização de seminários estaduais foi prontamente aceita pela diretoria da Fiocruz que ficou de manter contato para programar a respeito.

Considerei riquíssimo o nível de qualidade do evento. Não foi apenas técnico. Teve relatos históricos de quem vem atuando nessa área desde os anos 70, médicos, doutores, pesquisadores, cientistas, membros da OPAS, e outros organismos internacionais. Testemunhos importantíssimos de coordenadores das campanhas nas principais regiões brasileiras, desde 1980 foram gravados ao vivo, e enviados através de vídeos. Todos os apresentadores fizeram uso de meios auxiliares, com profusão de gráficos, esquemas e resumos em powerpoint. 

A finalidade foi apresentar um panorama geral da poliomielite no Brasil após 21 anos da certificação, que ocorreu em 1994. 

Deixo aqui registrado meus aplausos para esse jovem companheiro Wan Yu Chih, do RC Florianópolis. É, sem dúvida um grande valor em Rotary, merecedor de todos os nossos encômios. De personalidade modesta e tímida, Wan conhece em profundidade a campanha da poliomielite. Entretanto, não tem recebido missões em Rotary à altura de seus méritos. 

Precisamos valorizar mais a prata da casa, reconhecer os verdadeiros valores, aqueles que são desprovidos de vaidades, de carreirismo, interessados apenas em trabalhar em prol da grande obra do Rotary de erradicar a poliomielite da face da Terra. 

No seminário, todos os palestrantes foram unânimes em reconhecer e louvar o trabalho do Rotary. 

Tenho participado de seminários nacionais e internacionais sobre a Polio. O que diferenciou o atual, foi justamente a parte técnica, apresentada por renomados cientistas. Na minha opinião, o embasamento técnico é necessário para melhor entendimento e compreensão, para uma maior conscientização, motivação e mobilização dos companheiros, no sentido de esclarecer dúvidas e alinhar os conhecimentos. 


Alem da abordagem histórica, dois pontos importantes foram abordados:

1) Vigilância.

Essa é uma questão que envolve diretamente o Rotary, por estar dentro de suas metas, mas que ninguém sabe explicar direito o que é, nem como se deve proceder.

Nesse Seminário o tema foi bem abordado. Explicaram em que consiste a vigilância e como estamos atrasados nesse campo, por razões meramente de falta de políticas públicas que lhe dêem a prioridade devida.

A vigilância não significa apenas a verificação dos percentuais de vacinação  durante as campanhas. Inclui, antes,  a Identificação dos casos suspeitos, a coleta rápida de amostras de fezes e o envio para os centros laboratoriais, para pesquisas e diagnósticos. 


Os laboratórios para análise e pesquisa do vírus da poliomielite são sofisticados. Existem apenas 145 no mundo e 03 no Brasil.

Acreditem, o que deveria levar apenas alguns dias, no Brasil, entre a coleta da amostra e a chegada no laboratório, chega a demorar dois meses. O hospital do SUS manda a amostra suspeita para a secretaria de saúde que manda para a Anvisa, que manda para o Ministério da Saúde, que manda para o laboratório credenciado. 

Depois o laboratório não consegue identificar se é Polio ou não. Confunde frequentemente com a Síndrome de Guillain-Barré ou outras doenças como meningite. 


Há casos em que o laboratório recebeu a amostra há mais de um ano e ainda não conseguiu diagnosticar, apesar do paciente apresentar todos os sintomas característicos da Polio, como a paralisia flácida aguda assimétrica das pernas, etc.


Aprendi coisas importantes que não são normalmente veiculadas nas palestras a que tenho assistido. Você sabia, por exemplo, que o assunto poliomielite está fora da grade curricular de todas as faculdades de medicina do Brasil? Que os atuais médicos residentes desconhecem totalmente o que seja a poliomielite? Que o conhecimento da doença está restrito aos sanitaristas da Fiocruz? Ouvi a seguinte pergunta: Como é possível manter a vigilância desse jeito? 

2) Síndrome do Pospolio.

Esse é outro problema seríssimo. Foi apresentado pelas próprias vítimas que estavam presentes. Eram cerca de quarenta cadeirantes. Essa pessoas vítimas da poliomielite há trinta ou quarenta anos, voltam a sentir os mesmos sintomas que 
sentiram quando contraíram a poliomielite. Sentem-se abandonadas à própria sorte. 

As sequelas dessa síndrome exigem tratamento especializado, acompanhamento, diferente de uma fisioterapia normal de recuperação. 


Portadores da Síndrome do Pospolio chegaram até a organizar uma associação: a Associação dos Portadores da Síndrome do Pospolio, já existente em diversos estados do Brasil e países do mundo. Nem o Hospital Sarah Kubitscheck de Brasília está aparelhado para dar a assistência de que necessitam.


Disseram, que não têm apoio político. Inclusive, quando avançavam no diálogo com o ministro da saúde, eis que o mesmo é substituído e tudo volta à estaca zero.

Fiquei estarrecido com os depoimentos.

Ouvimos a palavra de médicos abalizados com a vida inteira dedicada ao tratamento da pólio e da síndrome do pós pólio.

Enfim, muitas coisas apresentadas no Seminário, normalmente não são abordadas nas palestras e seminários do Rotary, mas são de vital importância para a compreensão do problema. Trataremos aos poucos desses assuntos.