CONSTRUTORES DA PAZ
Palestra proferida no Rotary E-Club de Esperanto,
em 10 de outubro de 2022
SUMÁRIO
1)
Imagine o
Rotary
2)
Tipos de Paz
Paz
interior, Paz social e Paz ambiental.
3)
A Busca da Paz
Manutenção da paz, Imposição da Paz, Construção da Paz.
4)
Transforme-se num pacifista
A Prova
Quádrupla Rotária
1. Sendo um ativista
2. Sendo um humanitarista
3. Realizando a transformação
pessoal
4. Compartilhando Rotary
5) O Rotary
Trabalha pela Paz.
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O ROTARY E A PAZ.
Alberto Bittencourt
O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos, que se unem para entrar em ação e causar mudanças duradouras em si, nas comunidades e no mundo, por meio de projetos sustentáveis em áreas como alfabetização, paz, saúde, meio ambiente, recursos hídricos, erradicação e prevenção de doenças.
Fundado no dia 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, USA, pelo advogado Paul Harris, o Rotary, há 117 anos busca o ideal da Paz e da Compreensão Mundial.
A humanidade sempre viveu em conflitos. No século passado, mais de 110 milhões de pessoas perderam a vida por ações do homem contra o próprio homem. Em pleno século XXI, as guerras continuam a ceifar e destruir vidas.
1.Será utopia o ideal rotário da Paz Universal?
2. Será que o Rotary, que tanto apregoa a paz, tem sido efetivamente, um arauto e defensor da paz?
3. Como é que o Rotary como instituição age para promover a tão sonhada paz no mundo?
4. Será que os 37.000 Rotary Clubes, espalhados em 219 países e regiões geográficas, têm trabalhado o suficiente na difusão da paz no mundo ou em nossas comunidades?
5. O que cada um dos mais de 1.200.000 rotarianos tem
feito, no seu dia a dia, para colaborar na construção da paz, seja no mundo,
seja em nossas comunidades, seja em nossas relações sociais?
2)
Tipos
de paz:
Paz
Interior, Paz Social e Paz Ambiental.
O Rotary trabalha pela paz interior, na
razão de ser um instrumento de crescimento e desenvolvimento pessoal, através
de seus programas educacionais.
O Rotary trabalha pela paz social, na
minoração do sofrimento do próximo, na ajuda a quem precisa, através de seus
programas humanitários.
O Rotary trabalha pela paz ambiental, em defesa do meio ambiente, na preservação dos recursos naturais.
A paz, cujo símbolo é a pomba branca,
com o ramo de oliveira no bico, é sinônimo de bem-estar, de felicidade, de
saúde, de segurança, de relações sociais equilibradas, de harmonia consigo
mesmo, com o próximo, com o meio ambiente e com Deus.
A paz não chega pela mentira, pela
guerra, pela imposição da vontade do mais forte.
A paz não chega pela miséria, pela
fome, pelo desemprego, pela exclusão social.
Os caminhos para a paz foram ensinados por Jesus. A prática de amor incondicional, da fraternidade, da solidariedade, do perdão.
Os princípios – Diversidade, Equidade, Inclusão, introduzidos pela presidente 2022-23 do Rotary, Jennifer Jones, significam a eliminação dos excluídos, das desigualdades, da injustiça social, da concentração da renda.
Felizes somos os rotarianos de todos
os tempos que temos a oportunidade de promover a paz. Felizes são os heróis
pacifistas, exemplos de dedicação de suas vidas em prol da solidariedade, como
Paul Harris, Gandhi, Madre Tereza, Irmã Dulce, Martin Luther King, Desmond
Tutu, Nelson Mandela, Zilda Arns, Viviane Senna e Dom Helder Câmara, o nosso
Dom da Paz.
3.1
- Manutenção
da Paz.
As Forças
internacionais da Paz, das Nações Unidas, como a Minustrah do Haiti, têm a
função de manter a paz e são exercidas através do Conselho de
Segurança da ONU.
O Brasil
tem por tradição integrar essas forças internacionais de paz desde a guerra do
Yon Kypur, entre Israel e os países árabes, quando foi instituída a Força da
Paz de Suez. São Domingos, na América Central, e o Timor Leste, na Ásia, foram
outras nações que receberam soldados brasileiros integrantes das Forças de Paz
da ONU. Graças à atuação dessas forças, foram e estão sendo devolvidas à Paz
regiões cheias de conflitos, de tensões, sejam de origem étnicas, políticas ou
religiosas. A eficiência dessas intervenções tem evitado que os conflitos se
prolonguem no tempo e se expandam causando aumento do sofrimento de populações
civis, gerando levas de refugiados e de pessoas desabrigadas, acomodadas em acampamentos.
3.2 - Imposição da Paz
Sempre que
há um conflito e uma ameaça à paz internacional, como ocorreu na guerra da
Bósnia e da Líbia, e no Oriente Médio, uma coligação de países, muitas vezes
sob liderança da ONU, exerce o seu poderio bélico para encerrar os conflitos e
impor a paz.
3.3
- Construção da Paz
Por outro
lado, a Construção da Paz envolve um conceito inteiramente
diferente.
É prevenção de conflitos a longo prazo, um assunto muito mais complexo. Às vezes, é fácil tomar atitudes bélicas para manter a paz. Para construir a paz, nem sempre é uma decisão simples.
Os
orçamentos dos países destinam bilhões de dólares para garantir o aparato
militar, sob o pretexto de Manutenção da Paz. Há toda uma estrutura
industrial bélica sob o pretexto de exercer o poder dissuasório. Afirmam os
belicistas que a manutenção do aparato bélico, da capacidade de destruição, tem
a finalidade de desencorajar as pretensões belicosas de vizinhos, assim como a
conhecida expressão:
Si vis
pacem, para bellum –
Se queres
a Paz, prepara-te para a guerra.
Com esta ideia, surgem algumas “operações de manutenção da paz” que geram investimentos superiores a US$ 2 bilhões.
Em contrapartida, não se consegue US$30 milhões para operações de Construção da Paz. Construir a paz é empreender uma ação preventiva. Acontece, porém, que essas ações preventivas não trazem consigo nem a glória, nem o reconhecimento para quem as executa.
Condecoram-se
os generais que vencem as batalhas, mas os realmente importantes são os que
evitam a eclosão das guerras. Só estamos acostumados com os resultados
concretos, que aparecem nos jornais e na TV, então, se nada acontece, e é
exatamente isso que desejamos, aí ninguém reconhece que o fato se deve ao
trabalho contínuo, permanente, feito nos bastidores, em pequenas doses e muito
abrangentes.
É o que fazem os rotarianos no mundo inteiro.
Esses são os verdadeiros pacifistas, ou construtores da paz.
Segundo nos ensinou Gandhi,
Não existe um caminho para a paz. A paz é o próprio caminho.
A Construção da Paz é um estado da sociedade para qual todo cidadão contribui, a cada instante, na família, na escola, no trabalho, nos parlamentos, nos bares. As possibilidades de paz precisam ser construídas diariamente. A cultura da paz se constrói dia a dia, com justiça, dignidade, igualdade e solidariedade.
Construir a Paz não significa reparar os danos, mas sim evitar que eles se produzam. Isso só é possível com a participação da sociedade civil nessa tarefa e que cada indivíduo se ocupe dela pessoalmente.
4) Transforme-se num pacifista
4.1 – A Prova Quádrupla Rotária
A maneira mais simples de
se transformar num pacifista, de percorrer os Caminhos da Paz, é vivenciar e
praticar a Prova Quádrupla. Repita-a mil vezes, todos os dias, em todos os
momentos, como se fosse um mantra:
De tudo o que você pensar, falar ou fazer:
É a verdade?
É justo para todos os interessados?
Despertará boa vontade e melhores amizades?
Será benéfico para todos os interessados?
Há quatro maneiras de AGIR
em favor da paz;
1. Sendo um
ativista
Todas as guerras criam
algum tipo de movimento pela paz que se opõe a elas.
É o engajamento político.
Seja participando da política partidária, seja exercendo pressão sobre
autoridades, governos, políticos.
Participar de
manifestações públicas de protesto, campanhas e marchas da Paz, fazer lobby.
Enviar artigos e cartas para jornais, revistas. Denunciar os casos de
malversação de recursos públicos.
Paul Harris escreveu, em ESTA ERA ROTÁRIA,
1935:
O espírito e o ideal rotários manifestaram-se nos
incontáveis artigos de contestação que rotarianos enviaram aos propagandistas
da guerra, publicados em revistas e jornais rotários de mais de oitenta países.
2. Sendo um
humanitarista
Consiste no trabalho dos
clubes de Rotary em apoio às creches e instituições que tiram as crianças da
rua, aos abrigos de idosos, aos centros profissionalizantes, aos centros de
deficientes, aos hospitais, às comunidades as mais carentes, realizando
projetos humanitários e educacionais da Fundação Rotária, participando dos
inúmeros programas de intercâmbio de jovens, Intercâmbio de Grupos de
Estudos-IGE, Intercâmbio da Amizade. É a formação de Embaixadores da Boa
Vontade, através das Bolsas Educacionais da FR.
A eliminação da
poliomielite da face da terra, a ajuda às vítimas de guerra, de conflitos, de
cataclismos, são todos os atos de humanidade e compaixão praticados por
rotarianos de todo o mundo.
3. Realizando a
transformação pessoal.
Gandhi ensinou: Você
é capaz de ser a mudança que quer ver no mundo?
A transformação pessoal é
adquirir a consciência da paz. É quando você resolve acabar com a guerra pessoa
por pessoa. A ideia predominante é que a guerra começa de pessoa para pessoa e
só aí pode terminar.
Nando Cordel: A
paz no mundo começa em mim.
A tradição religiosa de
rezar pela paz começa por acabar com a guerra dentro do coração. Depois, como
uma onda de luz, extravasa para a nossa família, para os nossos amigos, para os
nossos círculos de relações, alcança os dirigentes de nossa cidade, dos países,
do mundo.
O fato de que a guerra é o
principal problema do mundo é inegável. A necessidade de uma ideia nova é
inegável. A ideia nova, sugerida por Deepak Chopra, é criar uma massa
crítica de pacifistas através da atuação individual. Se um número
suficiente de pessoas no mundo se transformar em pacifistas, teremos uma massa
crítica que pode mudar o mundo. A guerra acabaria.
Foi uma massa crítica de
seres humanos que formou as religiões, que aboliu a escravatura do mundo, que
acabou com o apartheid e com a discriminação racial.
A eliminação da
poliomielite da face da Terra só é possível porque o Rotary formou uma massa
crítica que há mais de trinta anos trabalha diuturnamente com esse objetivo. O
programa da Pólio Plus honra toda a comunidade rotariana e sua erradicação do
mundo será a nossa maior conquista.
Todas as tradições
espirituais acreditam que a paz precisa viver no coração das pessoas antes que
possa existir no mundo exterior.
4. Compartilhando Rotary
Ao compartilhar Rotary, você estará compartilhando a Paz.
- Compartilhe a Paz.
Converse sobre a paz. Na medida em que um número cada vez maior de pessoas
participar desse compartilhamento, sua massa crítica surgirá.
- Compartilhe sua
experiência de paz por e-mail, por telefone, nos boletins dos clubes.
- Compartilhe a
consciência da paz com outras pessoas, na família, na escola, no trabalho.
- Compartilhe sua gratidão
pelo fato de outra pessoa encarar a paz com tanta seriedade quanto você.
- Compartilhe suas ideias
para ajudar o mundo a ter paz.
- Compartilhe sua energia,
sua força, sua abundância para ajudar qualquer pessoa que deseje se tornar um
pacifista.
Nossa meta é realizar a
mudança por meio da transformação pessoal. Nossa tarefa é acabar com as 30
guerras ao redor do mundo e talvez todas as guerras futuras que certamente irão
irromper.
Nossa tarefa é formar um
movimento pela paz, que não seja um movimento contra a guerra.
Madre Tereza de
Calcutá: “As pessoas me perguntam por que eu não participo de
movimentos contra a guerra e eu respondo que se vocês tiverem movimentos a
favor da paz, podem me chamar que irei a todos.”
A diferença é fundamental,
porque todo movimento criado para ser “contra”, acaba se transformando em
resistência, oposição e violência.
5. O ROTARY
TRABALHA PELA PAZ.
Transforme as reuniões
plenárias semanais de seu clube em fórum de discussão, no qual todos tenham a
chance de falar no seu desejo para a paz. Que cada Rotary Club se transforme
numa “Célula da Paz”, num grupo que deseja promover a paz nas
ruas, nas escolas, nas comunidades.
A paz é uma visão íntima,
de cada um, invisível, oculta.
No momento, é apenas uma
centelha que queima em nosso peito.
Em algum momento essa
centelha se incendiará e juntará com outras centelhas que também se incendiarão
e teremos então a grande fogueira da Paz Universal.