ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sexta-feira, 31 de julho de 2020

DESENVOLVER O HÁBITO DE CONTAR ESTÓRIAS 




Tirei de meu diário o texto a seguir, escrito em 2014. Coloco como sugestão às escolas e professores nos dias de hoje. Nas escolas bilíngues, o que menos importa são as legendas em inglês, posto que a partir das gravuras é que os pais devem inventar as estórias e contar para os filhos que as reproduzirão nas salas de aulas. Fica a sugestão. Vamos adotar essa prática para ver o resultado?

DESENVOLVER O HÁBITO DE CONTAR ESTÓRIAS. 
Alberto Bittencourt - março de 2014

 Toda criança pequena gosta de ouvir estórias.  Entretanto, o antigo hábito da mamãe contar uma estória para o filho na hora de dormir, parece-me, está desaparecendo do quotidiano das famílias.  Nos tempos atuais, o fato da esposa ter que trabalhar para ajudar no sustento da casa, faz com que ela chegue cansada e estressada ao fim do dia. E aí não sobra tempo, nem energia, nem ao menos um pouco de paciência, para sentar ao lado das crianças, dar asas à imaginação inventar um personagem, criar um enredo, tecer uma trama, por mais simples que seja para, com voz suave e doce, na penumbra do quarto, fazer o sono chegar e a criança adormecer.  Infelizmente tal hábito está praticamente abolido nas relações familiares, o que é uma pena. Deveria ser cultivado e incentivado por país, mestres e educadores, nas escolas do ensino fundamental.

Lembro de ter lido em algum lugar onde havia uma escola que incentivava tal prática.  A professora entregava a um aluno escolhido um livro. Era um livro simples, com fotos e gravuras e poucas legendas, apenas o essencial. O aluno levava o livro para casa.  A tarefa era pedir à mamãe para contar a estória do livro. Como a maioria dos pais nessas escolas públicas e do interior eram analfabetos, ele deveria inventar a narrativa,  a partir das  gravuras do livro. Assim se estimulava a imaginação do pai ou da mãe e o contato, a aproximação a criação de um canal de comunicação entre pai, ou mãe e filho. 

Estabelecia-se então um elo que jamais seria quebrado, um elo de amor, de aceitação de um e do outro, certamente um elo transformador que teria enorme influência na formação da personalidade e no caráter daquela criança.  Seu futuro estaria sendo moldado  no contato, na comunicação, na solidariedade e no amor. A criança jamais esqueceria desses momentos, uma imagem que guardaria para o resto de sua vida.  Aí está um papel da maior importância desempenhado por uma pequena escola do interior.  As crianças ficavam loucas para levarem os livros para casa. 

No dia seguinte, caberia à criança contar para a classe a estória que ouvira de sua mãe.  Um estímulo para o cérebro, para a mente, para a imaginação criativa da mãe e do filho.   Eis uma prática que todas as escolas deveriam adotar. Haveria menos violência no mundo, não tenho a menor dúvida, se a prática fosse disseminada. Os adultos seriam mais humanos, mais amorosos, menos frios, e mais calorosos, mais amigos e mais solidários, porque a semente do amor fora plantada no coração das crianças na sua infância.

Nos dias atuais é mais fácil entregar um celular a cada filho. Eles se isolam num mundo virtual e deixa-se de cultivar o hábito da leitura crítica e da escrita criativa.


CONTANDO ESTÓRIAS PARA DORMIR

Mais, mais, conta outra, mais uma, exige a criança, apoiada no travesseiro, as mãos espalmadas  sobre a cama.  A mãe tem que rapidamente inventar uma outra estória improvisada que faça sua filha dormir.  Ela mistura os personagens dos irmãos Grimm, com outros inspirados nos desenhos animados, formando uma fábula simpática, com um ensinamento moral no fim.  A mamadeira cai para um lado, os pés se aquietam, os olhos começam a fechar. A criança enfim dorme. Vitória da mãe.
Fora do quarto a esperam muitas horas de trabalho doméstico.  Lavar a louça, colocar o feijão de molho. Pelo menos a criança dormiu.

Malgrado a pressão da vida moderna e os problemas de moradia, muitos pais antigamente contavam estórias aos seus filhos na hora de dormir. Alguns liam contos, enquanto outros os inventavam, ou evocavam os que escutaram em suas infâncias.  Os filmes de vídeo e os filmes de Disney trouxeram novas situações e novas personagens para contar.  Não é de se estranhar que Tom e Jerry tenham se tornado amigos nessas estórias, ou que Harry Potter seja vítima de uma maçã envenenada.
O esperado é que as pálpebras fiquem mais pesadas e o sono chegue o mais rápido possível.

 Há alguns dias, um amigo me contou que a filha lhe pedira para contar uma nova estória.
Uma estória, papai, que não está nos livros.
O pai, fatigado de uma jornada de trabalho, incapaz de inventar uma nova ficção, decidiu contar sua própria rotina. Começou assim:
Era uma vez um homem que levantava todos os dias às seis horas da manhã.
Enquanto ia falando, os olhos de sua filhinha revelavam expectativa.
Ele ia comprar o pão para o café e, em seguida, partia para o trabalho.  O ônibus às vezes passava dentro do horário, às vezes atrasava.
 Um pequeno sinal de impaciência começava a se esboçar na fisionomia da pequena. Mas ele continuava:
No fim do mês ele recebia um salário que dava apenas para pagar a conta de eletricidade, comprar um pouco de alimento, para garantir a sobrevivência.
Um muxoxo de frustração interrompeu a monótona narrativa.
Papai, eu quero uma estória onde são os bons que ganham.

Outro amigo contou-me que a filha de cinco anos lhe pediu para contar uma historia de princesas.
Ele perguntou:
De quais princesas você gosta mais?
A menina respondeu:
Eu gosto das que desmaiam...


terça-feira, 28 de julho de 2020

TORCIDAS EM FÚRIA.

TORCIDAS EM FÚRIA

Alberto Bittencourt- 13 set 2016 



As cenas foram dantescas. Dezenas de jovens munidos de pedaços de pau, a se agredirem mutuamente nas ruas, antes da realização da partida de futebol , de um desses clássico das multidões.

O chefe de uma das torcidas foi literalmente massacrado, já caído por terra, indefeso, atacado por torcedores rivais, até com pá, chutes, pisoes e porretes. Foi internado em estado grave. Escapou por um tris. Podia ter morrido.

Toda a barbárie foi filmada. Os autores da chacina foram identificados, protagonistas da violência. Os "de maior" já estão presos, recolhidos, enquanto os "de menor" foram aprisionados nas Funases. A partir daí passarão a contar com a assistência integral do estado: casa, comida e até mesada. Dentro em pouco estarão de volta às ruas, onde continuarão a praticar atos de barbarismo.

O chefe de uma das torcidas, cinicamente vestindo a camisa do clube de futebol, assinou no hospital um Termo de Responsabilidade, para poder voltas às ruas, em liberdade. Que se passa na cabeça dele? Teria medo de ser assassinado, caso permanecesse no hospital? Ou pretende exercer o papel de vingador e acionar os asseclas na cruel missão de dar o troco aos algozes? Ninguém sabe a quem interessa toda essa guerra das torcidas organizadas, na verdade, gangues a tudo dispostas.

Ontem, a torcida de um clube saiu em motos na direção do principal estádio de futebol da cidade. Eram mais de 400. Para quê? Qual a finalidade de todo esse aparato?

Quem são esses jovens, anônimos, que não estudam , não trabalham, tampouco têm oportunidades na vida? Desprovidos de ideal, nem mesmo aspiram a uma vida útil e produtiva. Tampouco são tocados pela crença, pela fé num Deus superior, o quê, pelo menos os afastaria da violência.

Antes eram os bailes Funks, o objeto das investidas dessas gangues.

Antes ainda, num carnaval fora de época, quem não lembra do bloco Balança Rolha?
Uma turba enfurecida baixou da periferia, em ataque contra os foliões protegidos pelos cordões de isolamento. Os que puderam pagar o abadá, viraram alvos da raiva e do ódio dos que nada tinham. Foram as manchetes daquele tempo.

O que faltou nesse Brasil que não deu certo?

Apenas uma coisa: EDUCAÇÃO.

Se a eles tivesse sido dada alguma educação de qualidade, em escolas bem instaladas, com professores motivados, provavelmente eles hoje teriam outras metas e objetivos na vida.

Não me refiro a essa educação de fachada, em que os professores fingem ensinar, os alunos fingem aprender e os pais fingem acreditar. E o aluno, termina o curso, se não evadiu-se antes, como analfabeto funcional, mal sabendo assinar o próprio nome. Frequentou escolas, mas não conseguiu aprender.

É a dura realidade do nossos ensino público, que se contrapõe à propaganda oficial de Escola de Referência, ou Ensino Integral. É uma lástima e uma tragédia ao mesmo tempo. A maioria daqueles jovens, sem outras oportunidades, vai se meter com traficantes, com drogas, e não passará dos vinte e quatro anos de vida. As estatísticas estão aí para confirmar. Uma pena .

Vivemos em permanente crise. Ou será que a crise neste país é apenas crise de autoridade? Se for, basta mostrar aos vândalos, aos baderneiros, onde está a autoridade, de verdade: "escreveu, não leu, o pai comeu". É isso aí, bicho.

Presumivelmente a grande maioria dos jovens das torcidas organizadas dos clubes de futebol pertencem à chamada periferia. Vivem em favelas, moram em barracos insalubres, num meio deturpado pela pobreza, pela fome, pela doença, pela violência, desprovidos de água, de esgoto, do mínimo razoavelmente tolerável. Vivem e habitam em condições sub humanas e sub normais. Cresceram ao Deus dará, abandonados à própria sorte. A maioria, filhos de mães adolescentes, desconhece o pai.

Nos momentos de conflitos, quando se juntam em bandos, ou gangues, surgem os aproveitadores, a quem interessa o acirramento dos ânimos. São os integrantes dos chamados movimentos sociais,  e outros, vivandeiros do caos, da barbárie, cultores da anarquia, do quanto pior melhor. É a triste realidade do Brasil do futuro.

NOTA: A partir de 2020 as torcidas organizadas levantaram a falsa bandeira da defesa da democracia, se autodenominaram "antifas", e partiram para o vandalismo.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ODE A CYNTHIA VALLENTIN

ODE A CYNTHIA VALENTIN 

Alberto Bittencourt - julho de 2020

 
Eu havia perdido o contato com suas imagens. 
Você é a índia mais linda que já vi. Jamais esquecerei a expressão de seus olhos infantis, editados ou despojados. 

Sou seu eterno fã e admirador. Sua beleza me fascina, seu jeito selvagem, debochado, desafiador, me cativa. Ora você é a ingênua, a bobinha, a mocinha inocente, ora você é a bandida, a cachorrona, a guerreira dominadora, a abelha rainha com um milhão de escravos zangãos a seus pés, para escolher o reprodutor e depois de fecundada, o enviá-lo para o cadafalso. Você é a fêmea que falta no meu harém.
 
Venha ser a minha rainha, minha deusa, minha mãe menininha. Vem, que eu quero sorver teus sumos até a última gota, vem que eu quero provar do nectar divino dos teus humores, vem me lambuzar na tua essência, vem que eu quero me fundir nesse corpão mágico e divino.
 
Cintia Vallentim, sereia de rara beleza. Teu canto me encanta. Faz-me naufragar nas pedras do desejo. Quero cavalgar tuas ancas, escalar teus cabelos, espraiar-me na fartura dos teus seios. Afasta de mim esse olhar matreiro, permite-me espreitar da arca o tesouro, embriagar-me no teu hálito perfumado. Quero beber na fonte dos teus sabores, derreter-me na poesia dos teus contornos. Leva-me, sereia, para novos mundos, novas aventuras

Você é a musa que me alça a voos infinitos.
Nos teus olhos eu vejo a virgem no rio vadio,
Sinto o gosto da tua essência na cachoeira vibrátil.
No teu hálito mergulho para sentir  a vertigem voraz,
A vida voluptuosa.
Ora, vem, virás, virvinda,
Virgindade vagueada, ventania incendiada,
Vândalo de paixões veladas.

Vem prá mim, vem.


sábado, 18 de julho de 2020

EVINHA

EVINHA 
Alberto Bittencourt - Ficção - Março de  2016. 





Evinha - que múltiplos segredos se escondem por trás desse rostinho infantil, desse olhar perdido no tempo, dessa alma brejeira, criança e mulher ao mesmo tempo? Tão jovem nos seus 25 anos, tão madura no comportamento? tem um filho de quatro anos. É paulista, veio para o Recife onde tem outros parentes. Por que? Que mistério cercam sua vida? Casou com pernambucano. 

Na internet revelou-se uma mulher independente, marota, maliciosa. Soube manipular a imagem, atirou a isca, atraiu milhares de seguidores. Deixou mais de mil pedidos de amizades pendentes. Repeliu assédios. Afastou conquistadores afoitos. Após ter exposto três fotos ousadas e algumas piadas avançadas, invenção de sua própria cabeça, retraiu-se. Desapareceu do mapa. 

 A princípio enviei um pedido de amizade, acompanhado de um texto. Será que me aceitaria em seu rol de incontáveis amigos e pretendentes?

Estou louco para te ver, meu anjo, ansioso por te conhecer. Ir até aonde ninguém ousou, mergulhar nas profundezas do sonho, aspirar o inebriante perfume, sentir a suave carícia, ouvir a doce música, sugar a pérola oculta, navegar na mais pura emoção.

Deu o sinal verde ao responder com apenas uma palavra:

Fofo.

Depois deu o bote. Disse que precisava de apoio financeiro. Quanto? Barganhei, ofereci a metade e ela topou. Marcamos o encontro no estacionamento do shopping. Chegaria com um vestido verde estampado , uma saia rodada. Para facilitar as coisas, imaginei. Cheguei no horário. Ela apareceu em seguida. Cabelo solto, brejeira, faceira, alta, esguia nos seus 1m75. Sandálias rasas, pernas bem torneadas, roliças, expostas até um palmo acima dos joelhos. Esplendorosa, parecia uma estrela de cinema, uma diva iluminada, inalcançável para a maioria dos cristãos. 

Revelou-se tímida em nosso primeiro encontro. Meiga. Explode ante o fogo dos hormônios aos primeiros contatos. Sente a volúpia arrebatadora do prazer até então adormecido. Com rapidez alcança o clímax. Explode em mil contorções, vira e revira os olhos, o coração dispara, a respiração torna-se curta e rápida. Depois tudo se acalma.

Pronto, o fogo apagou, segundo suas próprias palavras. Disse ficar sensível nas partes íntimas, sentir aflição ao menor toque. Em seguida, Evinha se desdobra para proporcionar ao parceiro o melhor dos prazeres. Desde que reste quieto, estático, é só deixar a cargo dela. Com movimentos vigorosos manipula o corpo do parceiro até que atinja au grand complet,  o Final Feliz. 

Assim é Evinha, mulherão com cara de menina. Doce no jeito de ser, voz delicada, vigorosa nas atitudes de quem sabe o que quer. Atenciosa e educada, sabe conversar. Trabalhadora, tem emprego fixo, concilia as atividades com as de mãe, dona de casa e esposa. De seu perfil no Facebook consta: em um relacionamento complicado. De seus olhos percebo um lampejo de tristeza. Não sei se as saídas são por necessidade financeira ou por conta do relacionamento complicado. Não sei. 

Hoje foi nosso segundo encontro. Como antes, o fogo intenso, de uma fogueira crepitosa. Devoradora, avassaladora, demolidora. Como antes, durou o espaço de minutos. Arrefeceu ante o gozo extremo. Aí ficou novamente sensível ao menor toque. Aquele mulherão, de extrema feminilidade, de extrema meiguice, de total doação, se queda em silêncio, olhar perdido no espaço. Que se passa em sua cabecinha de criança? Imóvel, rejeitava o menor toque de carinho. A devoradora de homens de momentos antes, evaporara. A fêmea sedenta, agressiva, voluptuosa, desarmada e entregue, a musa da internet, cuja malícia atrai milhares de seguidores incondicionais, escafedera-se de novo.

Oi Eva. Obrigado pela tarde maravilhosa que passamos.
Você é uma pessoa especial.  Sensível, romântica, carinhosa.  E ainda por cima, muito linda.  Carinha alegre de menina adolescente, com um pouco de malícia no olhar fagueiro, gestos e postura de estrela, sem ser posuda. Em certos momentos fica caladinha, o olhar perdido no ontem, certamente a rememorar ou simplesmente a relaxar.

Adorei te conhecer.  Espero que nosso encontro se repita muitas vezes, cada vez mais prazeroso.
Faço votos de que vc realize todos os seus sonhos, desde adolescente, até os da mulher adulta, madura, experiente, que busca novos caminhos.
Que você seja feliz, junto com seu filho, com as bênçãos de Deus.

Some não.
Foram as últimas palavras que ouvi de seus lábios. Foi-se embora sem se despedir. Sumiu. Talvez tenha voltado para a cidade de origem. 
Em meu coração ficou a marca de uma saudade que virou lembrança.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

O ROTARY ABRE OPORTUNIDADES


O ROTARY ABRE OPORTUNIDADES.
Alberto Bittencourt - jul 2020

HOLGER KNAACK - presidente do Rotary 2020-21


A Fundação Rotária realizou durante a jornada do sábado, dia 11 de julho de 2020, um Mega Seminário Virtual, com a presença de  mais de 900 rotarianos de vários distritos do Brasil e a participação de competentes palestrantes .

A participação em seminários rotários, mesmo virtuais, é essencial para que rotarianos se atualizem, se inspirem, tomem iniciativas, aprendam a desenvolver projetos, e possam transmitir opiniões, mensagens, comentários.   
Nestes tempos difíceis de pandemia, de distanciamento físico, já chegados há quatro meses, para os quais a humanidade não estava preparada, ante todo o sofrimento dos empregos perdidos, das empresas fechadas, das perdas de entes queridos, poderíamos arguir:

_Qual seria o papel da FR para melhor cumprir a sua missão: FAZENDO O BEM NO MUNDO  ?
_Como poderiam Rotary, Rotary Clubs, rotarianos, fazerem jus ao lema do presidente Holger Knaack,  2020-21 - ROTARY ABRE OPORTUNIDADES  ?  

Em tempos  de covid-19, uma parcela informal da população, estimada em 14 milhões de pessoas,  deixa diariamente as suas casas para buscar o sustento nas ruas. Essa parte da população que, com o isolamento social, perdeu suas referências, hoje subsiste graças ao auxílio emergencial dado pelo governo.
Com a gradativa volta ao que chamam de novo normal, venho sugerir dois projetos de Subsídios Globais, os quais reputo da maior importância, por ter como público alvo justamente essa população desprovida de tudo, inclusive do essencial, vítimas maiores da pandemia e do isolamento:

1) PROJETO DE MICROCRÉDITO (CRÉDITO ROTATIVO)

Destinado justamente a essa população informal, que nunca teve CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social -, ambulantes, camelôs, vendedores de rua, flanelinhas, malabaristas de semáforos.
Para esse segmento, proponho um tipo de projeto financeiro, patrocinado pela Fundação Rotária, chamado Microcrédito ou Crédito Rotativo.
Seriam pequenos empréstimos para pequenos negócios, de pequenos empreendedores, que teriam que pagar num certo prazo, acrescido de juros, o valor recebido.
Exemplos: apetrechos para um salão de cabeleireiro;  carrinho para vender espetinhos; tabuleiro para tapioca; ingredientes para fabricar e entregar bolos;  oficina de costura; barraca de pasteis; oficina de informática, e outros. Poderiam funcionar na própria residência do tomador, nas ruas, praias, em diversos locais.
Seriam contempladas pessoas que comprovassem o perfil, de micro empreendedor individual, sem precisar estar oficialmente  registrado como tal.  Proporcionaria renda e sustentação para importante segmento da população.  

2) PROJETO DE REFORÇO ESCOLAR E CULTURA DA PAZ.

O outro projeto seria para ser aplicado nas escolas públicas de ensino fundamental, contemplando alunos na faixa etária de 09 a 15 anos. Buscaria evitar que esses alunos chegassem e concluíssem o ensino médio como analfabetos funcionais, isto é praticamente sabendo apenas assinar o nome. Sabem  ler mas não conseguem interpretar o que lêem, não sabem fazer as quatro operações aritméticas,  desconhecem o que seja percentagem, proporção, não sabem calcular 1/4 de qualquer coisa, não conseguem assistir  filmes legendados, pois não sincronizam a leitura com  o desenrolar da história,  não sabem ler as horas em relógio analógico,   nada sabem de ciências físicas nem biológicas.  Seus conhecimentos de  tecnologia se resumem ao uso básico dos telefones celulares. Escrevem mensagens de whatsapp eivadas de erros os mais grosseiros. São eles que levam o Brasil aos últimos lugares dos testes internacionais chamados PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - aplicados aos alunos de escolas públicas e privadas de mais de 70 países nessa faixa etária. Pois bem, o Brasil ocupa rabeira desses países, à frente apenas da Etiópia ou de algum outro país africano, e último lugar na América do Sul. O teste avalia conhecimentos de Matemática básica,  Leitura com interpretação de texto,  princípios de Ciências. 

Proposta 1 -
A minha proposta é que se faça um projeto de reforço escolar nos moldes do que é feito pelo Instituto Ayrton Senna com os programas Se Liga e Acelera, sob a direção de Viviane Senna, a valorosa irmã do ídolo brasileiro.  O Instituto atua nas mesmas escolas públicas do ensino regular, com os mesmos professores, com os mesmos  alunos, com resultados expressivos. Seu método não tem segredos.  Apenas investe na capacitação desses professores, incentiva, monitora, avalia, premia na base da meritocracia.

Proposta 2-
Paralelamente ao ensino curricular, o Rotary investiria para implantar nas escolas uma  Cultura da Paz e Não Violência.
Constituída por dinâmicas desenvolvendo temas  de convívio harmônico, pacífico, de amizade, tolerância e empatia. Abordaria temas de comportamento cívico, ético, profissional, ensinando os alunos a ganhar o pão de cada dia de maneira honesta. Poderia fornecer instrução profissional, mas o essencial seria ensinar os valores morais e humanos através da contratação de facilitadores  profissionais qualificados, professores, pedagogos, técnicos, psicólogos, médicos, que transmitissem conhecimentos, noções de higiene, de saúde, regras para um relacionamento harmonioso e além de ensinamentos de combate à droga, à banalização do sexo, ao bullying e à violência.  O projeto abrangeria também todo o corpo docente da escola e as famílias dos alunos.
Este é o papel do Rotary, de transformar vidas, abrir oportunidades.
O Rotary Club patrocinador faria um projeto de Subsídio Global da FR,  no valor mínimo de 30.000 USD. O patrocínio poderia ser de um ou mais Rotary Clubs, que fariam parcerias ou convênios com as secretarias de educação. Teria a duração de um ou dois anos, abrangendo alunos de mais de uma escola, podendo chegar a 2000 ou 3000 alunos. 

É um projeto para fazer a diferença na vida dessas crianças para que elas sejam resilientes, posto que, advindas de um meio deturpado pela pobreza, pela violência,  pela fome. Essas crianças aprenderiam a ser chefes de família,  produtivos e responsáveis. 

Essa é minha  proposta em tempos de pandemia: dois projetos de Subsídios Globais da Fundação Rotária, para FAZER O BEM NO MUNDO,  dentro do lema do presidente Holger Knaack:

O ROTARY ABRE OPORTUNIDADES.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

EXISTE VIDA ALÉM DA MORTE?





EXISTE VIDA ALÉM DA MORTE?

Alberto Bittencourt - agosto 2009





“Enquanto a morte é a coisa mais certa da vida, a hora da morte é a mais incerta”. 

O falecimento de pessoas queridas, devotadas à vida, à família, aos amigos, o sentimento de perda de todos os que ficam, cônjuges, filhos, parentes, colegas, fazem-nos refletir sobre a antiga questão: “Existe vida além da morte?”

Para o terço da humanidade que acredita que além da morte apenas há o vazio, que nada mais existe depois desta limitada vida material, resta curtir saudades, cultivar a memória e viver, enquanto não é chegada a própria hora, o fim de seu corpo e de sua consciência. 

Para outro terço da humanidade que crê na vida eterna, certamente a pessoa amada está ao lado do Criador, a zelar, a velar pelos entes queridos que continuam sua missão na Terra. 

Para o terceiro terço da humanidade que acredita na reencarnação, nas vidas sucessivas, determinadas pelo karma, a união das almas transcende esta vida, vem de muitas vidas em comum e de muitas outras vidas que viverão juntos, cumprindo o dharma ou destino de cada um.

Porém ninguém sabe como é do lado de lá. Tudo é mistério.

Ao percorrer os estandes da III Bienal Internacional do Livro em Pernambuco, deparei-me com dois importantes livros, escritos pelo médico psiquiatra Dr. Raymond Moody Jr.: Vida Após a Vida, sucesso editorial, com mais de 13 milhões de exemplares vendidos e A Luz que Vem do Além.

O dr. Moody realizou pesquisas com pessoas consideradas clinicamente mortas que retornaram ao mundo dos vivos. Apresenta inúmeros casos em que essas pessoas contam suas experiências, as radicais mudanças de personalidade que sofreram, além de, a partir daí, terem deixado de sentir medo da morte.

Há no mundo, centenas, talvez milhares dessas pessoas que colocaram um pé, chegaram a dar os primeiros passos nesse outro mundo e retornaram. Elas estão vivas para contar. São as pessoas que atravessaram o que no mundo científico chama-se “NDE – Near Death Experience”, ou “EQM - Experiências de Quase Morte”. São pessoas cujo eletro encefalograma por minutos transformou-se numa linha reta e contínua. O coração deixou de pulsar, o cérebro deixou de receber oxigênio, a vida parou por um tempo determinado. A seguir veio a ressuscitação. 

Seus relatos constam dos compêndios científicos. “Encontramos descrições desse tipo em todas as culturas e em todas as épocas da humanidade”, diz o dr. Moody. 

Os relatos são mais ou menos coincidentes. A provação os transformou para sempre. Eles tiveram a consciência de estarem mortos e de terem passado para o “outro lado”. Encontraram “Seres de Luz”, ou uma luz muito brilhante e viva que veio lhes acolher e da qual emanava muito amor e proteção. É comum reencontrarem com pessoas falecidas há bastante tempo que os tratavam carinhosamente e lhes disseram que seu tempo ainda não havia chegado e que eles deveriam voltar. Eles a princípio lamentavam esse retorno à vida e se recordavam do sofrimento no momento de tomar seu lugar no interior do corpo morto. 

Certos elementos, como a alegria, a sensação de flutuar dentro de um túnel e a presença de uma luz muito viva – são tão freqüentes que não se pode imaginar que sejam devidas às alucinações de um cérebro com falta de oxigênio. 

Como explicar, por exemplo, os detalhes notados pelos pacientes quando se vêem flutuando sobre os médicos que os tentam reanimar e dos quais eles podem, em certos casos, repetir as palavras pronunciadas? Quando estava totalmente inconsciente um homem disse a uma enfermeira o local preciso onde ela guardara a sua dentadura, retirada antes da intubação, na tentativa de reanimação. 

Essa experiência os mudou profundamente, eles se tornaram capazes de melhor falar de suas emoções, ficaram mais abertos aos outros, mais tocados pelo prazer simples de sentir a presença da vida no seu entorno e, sobretudo eles perderam definitivamente o medo do que poderia lhes esperar após a morte.

Para nós, que acreditamos na vida após a morte, quatro mantras budistas transmitem fé, esperança, amor e imensa força espiritual: ENTREGO, CONFIO, ACEITO e AGRADEÇO.


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segunda-feira, 6 de julho de 2020

PAULO MACEDO - UM AMIGO

PAULO MACEDO, um amigo. 
Alberto Bittencourt – 05 jul 2020 
  


Recebi, com muita tristeza a notícia do falecimento do rotariano,  companheiro e amigo, Paulo Macedo, aos 88 anos de idade, na cidade de Natal, onde morava. Cearense de nascimento, Paulo mudou-se para o Rio Grande do Norte em 1950, onde construiu uma carreira de sucessos.

Nascido a 29 de dezembro de 1931, Paulo tomou posse no Rotary Club de Natal-Alecrim dia 03 de dezembro de 1963.  Em 01 mar 1977 fundou e transferiu-se para o Rotary Club de Natal-Sul tendo sido seu presidente por quatro mandatos, inclusive no ano do Centenário do Rotary, 2004-05, em que fui governador do Distrito 4500.

Companheiro 100% durante 57 anos,  Paulo sempre teve acendrado amor ao Rotary, ao qual dedicava largos espaços  em suas colunas nos jornais e na TV.

Tive a honra de ser por ele entrevistado por vinte minutos em seu programa de entrevistas, na TV Ponta Negra, integrante da rede SBT de TV, denominado Sala Vip. Helena foi alvo de bela homenagem em sua coluna social no jornal Diário de Natal, onde Paulo foi colunista social por mais de 40 anos, e mantinha a crônica diária Vida em Sociedade.

Em minha visita oficial como governador, ao RC Natal-Sul, visitamos o Marco Rotário do Centenário, de inauguração recente. Á noite, a reunião festiva promovida por Paulo Macedo, contou com as presenças da governadora do estado, Wilma de Faria, do arcebispo de Natal e de outras autoridades.

Paulo Macedo, e seu governador assistente do ano do centenário, José Liderzio Ferreira de Vasconcelos, e sua Lucy, sempre dedicaram especial atenção à mim e Helena. Fiz diversas palestras em seu clube, seja na posse de novos associados, seja em temas como Planejamento Estratégico e outros. Eu e Helena somos muito gratos a esses dois rotarianos exemplares, tendo sido Paulo, fundador de quatro Rotary Clubs no estado.

Por ocasião do lançamento de meu livro “Ajudando a Construir a Paz”, em 2005, Paulo Macedo franqueou os salões da Academia Norte-Riograndense de Letras, da qual era vice-presidente para uma bonita festa, com a presença de expressivos nomes e lideranças do meio literário e rotário, além de outras autoridades estaduais e municipais.

Em homenagem e reconhecimento pelo seu trabalho de Imagem Pública do Rotary, Paulo Macedo foi agraciado durante a minha Conferência Distrital com o troféu FEIXE DE VARAS e recebeu do Rotary International um expressivo diploma de Honra ao Mérito, assinado pelo presidente Glenn Estess.

Como jornalista, foi pioneiro no setor automotivo. Mantinha duas páginas no Jornal da Tarde sobre sua velha paixão, o automobilismo, como também uma coluna na revista Foco Nordeste.  Decano do colunismo social, Paulo Macedo era profundo conhecedor da natureza humana e da vida na cidade de Natal. Em ambas dedicava largos espaços ao Rotary. Paulo Macedo tinha outro programa na rádio Poty, que sempre abria com a mesa de bate-papo Tea for Two.

Paulo Macedo era um homem de comunicações com larga atuação na imprensa oral, escrita e televisada. Era membro da UBE-RN, União Brasileira de Escritores, regional do Rio Grande do Norte, vice-presidente da Academia Norte–Riograndense de Letras, membro do Conselho Estadual de Cultura, e diplomado pela Escola Superior de Guerra, no RJ.

Dotado de singular inteligência, ninguém detinha tantas honrarias nem recebera tantas distinções quanto ele. Foi condecorado pelas três Forças Armadas - Exército, Marinha e Aeronáutica. Possuía títulos de cidadão honorário de 158 municípios do RGN, inclusive Natal,  faltando apenas 9 para fechar o estado.  Era imortal em dezenas de academias de letras e artes espalhadas pelo Brasil afora. 

Visitou 62 países no mundo e escreveu 25 livros, sendo o primeiro com tiragem de 30 mil exemplares, intitulado "Memória Contemporânea". Paulo Macedo foi casado duas vezes, deixa três filhos.

Esse era Paulo Macedo, um amigo, um rotariano, que deixará eternas saudades e fará muita falta. Que Deus o guarde em uma de suas moradas e conforte seus familiares.