ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
Mostrando postagens com marcador Paul Harris. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Paul Harris. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

O ROTARY, A COMPREENSÃO MUNDIAL E A PAZ

 O ROTARY, A COMPREENSÃO  MUNDIAL E A PAZ

Palestra no interclubes de Afogados da  INGAZEIRA em 2013
           Alberto Bittencourt 



O Caminho para a Guerra é uma estrada bem pavimentada, e o caminho para a paz é ainda um deserto. (Paul Harris)


Para os rotarianos do mundo todo o mês de fevereiro tem um significado especial, pois foi em 23 de fevereiro de 1905, que Paul Harris e seus companheiros reuniram-se pela primeira vez em Chicago, iniciando nossa maravilhosa história.


No início de tudo, a ideia dos quatro amigos era reunir-se periodicamente sob o espírito do companheirismo, com o intuito de desfrutar de sua amizade e de aumentar seu círculo de negócios e de relacionamento profissional. Mas logo começaram a notar que seria muito egoísmo prender-se apenas a esses objetivos, daí então é que surgiu o grande interesse em desempenhar amplas funções cívicas de valor para toda a comunidade local, o que acabou sendo o grande passo para a concretização do mais audacioso sonho de simples cidadãos: a prestação de serviços.


Ao longo desses últimos 109 anos o Rotary tem se dedicado quase que exaustivamente a divulgar e a praticar ações que dignificam a sua existência de entidade que busca a compreensão da humanidade. Gostaria de citar aqui apenas alguns exemplos:


Ocorrida num período próximo à eclosão da Primeira Guerra Mundial, a convenção de 1914 adotou uma resolução convocando para uma conferência internacional pela paz e pedindo aos rotarianos que apoiassem movimentos pela paz internacional;


Em 1917, no auge da Primeira Guerra, durante a convenção de Atlanta, Arch C. Klumph propôs o estabelecimento de um fundo de dotações “para fazer o bem no mundo”, o que seria a semente da Fundação Rotária;


Na Guerra do Chaco, disputada entre a Bolívia e o Paraguai entre 1932 e 1935, conflito em que morreram mais de 100 mil soldados e milhares foram feitos prisioneiros, rotarianos bolivianos, paraguaios e de outros países sul-americanos, fizeram um enorme esforço para minorar o sofrimento dos prisioneiros e de suas famílias ajudando a repatriar os feridos, estabelecendo postos para a troca de correspondência e distribuindo roupas, alimentos e remédios;


Na convenção internacional de 1940, realizada em Havana, os rotarianos adotaram uma resolução pedindo “liberdade, justiça, verdade, inviolabilidade da palavra dada e respeito pelos direitos humanos”, que se tornou a base para a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU;


Em 1942, rotarianos de Londres convocaram uma conferência para planejar um mundo pacífico assim que terminasse a guerra. Representantes de 21 nações compareceram ao encontro, que serviu para desenvolver uma visão avançada sobre educação, ciência e cultura, e que resultou na criação da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.


Mas este não foi o único envolvimento dos rotarianos com o nascimento de organizações mundiais. Entre 1943 e 1945, eles participaram de uma série de reuniões que conduziram à formação da ONU. O Rotary recebeu o status de conselheiro durante a conferência de São Francisco, que resultou no lançamento da carta de constituição da ONU.


Compreensão e Paz


Na segunda metade do século XX, o Rotary focou seu trabalho na disseminação da harmonia internacional. Para isso, o Rotary International e a Fundação Rotária estabeleceram uma série de programas que colocaram nossa organização na vanguarda dos movimentos de paz entre os povos. Programas como Serviços à Comunidade Mundial, Intercâmbio Internacional de Jovens, Bolsas Educacionais, Intercâmbio de Grupos de Estudos e Subsídios Equivalentes, que envolvem a participação de pessoas de diferentes culturas e nacionalidades certamente criam um vínculo de compreensão e paz entre essas pessoas.


O Rotary sempre sonhou em ter uma instituição educacional destinada à promoção da paz e resolução de conflitos e da compreensão entre homens e nações. Esse sonho foi concretizado há poucos anos com o lançamento dos Centros Rotary de Estudos Internacionais da Paz e Resolução de Conflitos. Todos os anos, 70 bolsistas são selecionados para estudar nas seis universidades parceiras do programa. Em dois anos de curso de mestrado, ao custo de US$50 mil por bolsa de estudo, os alunos são formados embaixadores da paz. Já concluíram o curso 600 bolsistas da paz.


Nossa organização hoje, com seus programas beneficiando milhões de pessoas espalhadas pelo planeta, é paladino incansável em busca da paz e da compreensão mundial. A paz, que nos parece objetivo inalcançável, pelos exemplos de insensatez e intolerância que presenciamos diariamente, um dia será realidade. Apesar da arrogância daqueles que detém o poder bélico e se julgam os donos da verdade; apesar da ganância dos senhores, do poder econômico, sempre interessados em aumentar suas riquezas, apesar da intolerância daqueles que colocam fatores religiosos ou culturais acima do bem comum, e da ignorância das massas, nós, rotarianos conscientes do nosso papel na história, temos a esperança de um dia ver concretizado o ideal de Paul Harris, que, no seu livro Esta Era Rotária, escrito em 1935, questionou: “Será utopia o ideal rotário da Paz universal?”


Entretanto, temos que ser conscientes: sem Compreensão não há paz. Sem entendimento, sem diálogo, não há paz, pois a paz está na cabeça das pessoas e é lá que cada um de nós tem que atuar!


Paul Harris, nosso fundador, disse: Para promover a compreensão mundial, precisamos consciencializar um grande número de pessoas – rotários e não-rotários– e esta tarefa não pode ser realizada individualmente.


É nossa responsabilidade difundir, conversar, compartilhar nosso sonho de paz, nas escolas, no trabalho, em nossa casa, com nossos filhos e família, com nossos amigos.


O Dia Mundial da Compreensão e da Paz, 23 de fevereiro, é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o relacionamento das pessoas, das instituições e dos povos.


AS GUERRAS


Meus companheiros, não podemos falar permanentemente de Paz e Compreensão sem nos lembrarmos da guerra.


Uma rápida percepção sobre o sentido e a preciosidade da palavra “compreensão” nos leva a perceber, com bastante evidência, que a compreensão mundial foi e continua sendo seriamente ameaçada pela triste realidade das guerras.


O historiador Eric Hobsbawm afirmou que as guerras do século 20 mataram 187 milhões de pessoas. Só na IIGM morreram 60 milhões. Mas a violência armada permanece presente numa grande parte do mundo. A expectativa de um século de paz é remota.


FOCOS DE GUERRA


Movimentos separatistas, lutas pela derrubada de governos, tensões étnicas e religiosas, massas de refugiados, são alguns dos motivos dos conflitos mundiais. Some-se a isso os cataclismos que assolam o mundo: furacões, ciclones, terremotos, tsunamis, enchentes, gerando milhões de vítimas e desabrigados.


AS GUERRAS DOS RECURSOS


Entretanto, não somente as diferenças políticas, étnicas ou religiosas que alimentam as guerras civis, aqui podemos incluir a luta pelo controle de diamantes, café, petróleo, água e de outros recursos naturais de elevado valor.


Estima-se que apenas os Estados Unidos consumam um terço dos recursos naturais do planeta, como petróleo, água, madeira, sem falar na China.


O PROBLEMA DAS ARMAS


Cada vez mais fáceis de manejar e de comprar, o comércio internacional de armas alimenta e prolonga os conflitos, semeia a violência e a morte, como também modifica a maneira de fazer a guerra e conquistar o poder. Basta citar que mais de 500 milhões de armar circulam pelo mundo, e que todos os anos causam 600 mil mortes.


Na Guerra da Síria, morreram nos últimos 3 anos, 130 mil pessoas. No Brasil, o número de mortes por armas de fogo é superior a 50 mil por ano. Uma verdadeira epidemia, uma catástrofe que se prolonga há vinte anos.


Os Estados Unidos, que são considerados um país armado, possuem 200 milhões de armas em poder da população. No Brasil esse número é estimado em um décimo desse montante, ou 20 milhões de armas. Pois mata-se mais no Brasil que nos Estados Unidos, que sofre com atentados, terrorismo, ataques armados a escolas, hospitais, quarteis.


Os homens do mal são ousados. 3 ou 4 trocam dois olhares e formam uma quadrilha para roubar, atirar e matar. Os homens do bem são tímidos. Ficam em conferências, em conjecturas, em reuniões, fazem estatísticas, planos nacionais de segurança, que resultam em nada.


O contrário da paz não é guerra, o contrário da paz é omissão, indiferença, impunidade.


São palavras de Martin Luther King: 

O que me assusta não é o grito dos homens do mal. O que me assusta é o silêncio dos bons.


E disse mais: 

Não podemos saciar nossa sede de justiça no cálice do ódio, do sangue e da violência.


PAZ MUNDIAL: POSSÍVEL?


A Paz Mundial parece ser um sonho acalentado por todos os povos da Terra. Mas sua realização parece tão distante quanto desejada, apesar do esforço contínuo de várias organizações mundiais.


O primeiro dos oito objetivos do milênio estabelecido em uma assembleia de cerca de 200 países na ONU, tem por meta, até 2015, erradicar a metade da pobreza extrema e a fome do mundo. Os avanços foram pontuais. Já estamos em 2014 e o que se vê é uma prolongada indiferença internacional diante das situações de inumana miséria que afetam grande parte da população mundial.


O único caminho para a paz é o da superação das injustiças e das divergências, no quadro de um diálogo supervisionado por instâncias políticas e jurídicas internacionais que deveriam ser mais respeitadas e fortalecidas, como a ONU e o Tribunal Internacional de Haia, para onde, suspeitos de crimes de guerra ou terrorismo devem ser conduzidos, julgados e punidos.


A sociedade vive em constante movimento, influenciada por todo tipo de turbulência. A humanidade está esquecida do carinho, desligada do amor como comportamento. As pessoas não se reconhecem, esquecem a fonte de paz que é a compreensão entre os indivíduos.


É nessa situação que o Rotary surge como uma luz no fim do túnel.


Nosso fundador afirmava: O Rotary é um microcosmo do mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir.


Paul Harris plantou sementes do amor num momento de lucidez e paz quando fundou o Rotary, com o propósito humanitário. Essas sementes do amor é que farão nascer uma ternura espessa pelo mundo, pelos outros seres humanos e pelo poder de transformação que há nas pessoas como chave clara de dias mais serenos e harmoniosos.


Paz é sinônimo de bem-estar, tranquilidade, harmonia, segurança, autoestima, confiança, dignidade, certeza, esperança e amor – tudo isso na visão individual. Numa percepção coletiva, há nações ricas e pobres, desenvolvidas, em desenvolvimento e subdesenvolvidas. Há nações dominadoras e dominadas. Mas, em quase todas elas, sem importar a posição que ocupam no cenário local, existem pessoas que pensam em pessoas. Existe o Rotary.


Na realidade, o Rotary é como uma grande orquestra chamada esperança e generosidade. Os músicos são os rotarianos envolvidos, conscientes do seu valor. No altruísmo de cada um há o compromisso em função do outro. O rotariano é desprovido de vaidades, interesses escusos, promoções e reconhecimentos. Cada rotariano traz sua doação pessoal, com seu brilho, sua estrela, sua característica singular, sua grandeza de alma, sua liderança, sua ética, seu bom humor, sua sede de justiça, sua compreensão, seus bons exemplos e muito mais. Na realidade, cada um traz o ponto mais importante e primordial: a solidariedade. Utilizam o talento, a fé e o conhecimento adquirido ao longo da vida nas ações que executam.


Este mundo é um só. Estamos todos no mesmo barco: a humanidade e a Terra. Não podemos permitir que este barco afunde. Não haverá outra arca de Noé. A tarefa primordial é ajudar a “acordar pessoas para um novo ou renovado sentido do certo e do errado em relação a problemas sociais”.


O quadro que se pinta hoje no cenário mundial é atemorizante, complexo e os conflitos vão desde guerras reais até simples incompreensões nos lares. A família é a base da paz. Assim, é urgente que se faça alguma coisa frente à mídia que propaga novos costumes nem sempre saudáveis e exemplares.


A educação pela paz, a resolução de conflitos e todas as iniciativas de natureza pacífica devem considerar a conexão entre a paz individual e a coletiva.


Assim é o Rotary. O estreitamento das relações cordiais, ordeiras e humanitárias conduz os indivíduos que participam da engrenagem do Rotary à liberdade, à justiça e à verdade. Ou seja: ao respeito pelos direitos humanos.


Finalmente, conclui-se que ser rotariano é colocar-se no lugar do outro, viver seu dia-a-dia, suas incertezas, angústias e sofrimentos, pois o servir rotário é uma dedicação! É ação espontânea do homem! Nada forçado! E a compreensão mundial acontecerá no momento em que o homem tomar consciência plena do bem que deve promover, do amor que deve despertar, da lealdade que deve cultivar, do sacrifício que deve suportar, da verdade que deve expressar.


Termino com as palavras e a visão do futuro do Prêmio Nobel da Paz, Martin Luther King:


  • Eu tenho um sonho. Um dia os jovens aprenderão palavras que não compreenderão.
  • As crianças da Índia vão perguntar: O que é fome?
  • As crianças do Alabama questionarão: O que é segregação racial?
  • As crianças de Hiroshima se assombrarão: ‘O que é bomba atômica?
  • E as crianças na escola vão indagar: O que é guerra?
  • E tu lhes responderás, tu lhes dirás: São palavras que não se usam mais, como as diligências, as galeras ou a escravidão. São palavras que nada exprimem”. Essa é a razão porque foram banidas do dicionário.


Nós, rotarianos, também temos um sonho: um dia as crianças do mundo vão perguntar – o que é a paralisia infantil, o que é a poliomielite. E tu lhes responderá: Era uma terrível doença que dizimava e aleijava milhares de crianças. Hoje essas palavras não se usam mais, nada exprimem, porque a doença foi banida da face da Terra pelo Rotary e, por isso, essas palavras foram banidas do dicionário.


Que Deus abençoe cada um dos rotarianos aqui presentes que simbolizam toda a essência do nosso movimento. Que esta benção seja permanente para que possamos todos juntos continuar o nosso trabalho na busca do Bem, da Paz e da Compreensão entre homens e nações.


Muito obrigado.

domingo, 9 de outubro de 2022

CONSTRUTORES DA PAZ

CONSTRUTORES DA PAZ

Alberto Bittencourt  

Palestra proferida no Rotary E-Club de Esperanto, 

em 10 de outubro de 2022



SUMÁRIO

 

1)          Imagine o Rotary

2)          Tipos de Paz   

         Paz interior, Paz social e Paz ambiental.

3)          A Busca da Paz

         Manutenção da paz, Imposição da Paz, Construção da Paz.

4)         Transforme-se num pacifista

        A Prova Quádrupla Rotária

                       1.   Sendo um ativista

                       2.   Sendo um humanitarista

                       3.   Realizando a transformação pessoal

                       4.  Compartilhando Rotary

5)  O Rotary Trabalha pela Paz.

x-x-x-x-x-

 

 

 

 

 

O ROTARY E A PAZ. 

Alberto Bittencourt

 

 

O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos, que se unem para entrar em ação e causar mudanças duradouras em si, nas comunidades  e no mundo,  por meio de projetos sustentáveis em áreas como alfabetização, paz, saúde, meio ambiente, recursos hídricos, erradicação e prevenção de doenças.

Fundado no dia 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, USA, pelo advogado Paul Harris, o Rotary, há 117 anos busca o ideal da Paz e da Compreensão Mundial​.

A humanidade sempre viveu em conflitos. No século passado, mais de 110 milhões de pessoas perderam a vida por ações do homem contra o próprio homem. Em pleno século XXI, as guerras continuam a ceifar e destruir vidas.


1)          Imagine o Rotary

 Faça as seguintes reflexões:

1.Será utopia o ideal rotário da Paz Universal?

2. Será que o Rotary, que tanto apregoa a paz, tem sido efetivamente, um arauto e defensor da paz?

3. Como é que o Rotary como instituição age para promover a tão sonhada paz no mundo?

4. Será que os 37.000 Rotary Clubes, espalhados em 219 países e regiões geográficas, têm trabalhado o suficiente na difusão da paz no mundo ou em nossas comunidades?

5. O que cada um dos mais de 1.200.000 rotarianos tem feito, no seu dia a dia, para colaborar na construção da paz, seja no mundo, seja em nossas comunidades, seja em nossas relações sociais?

 

2)         Tipos de paz:

Paz Interior, Paz Social e Paz Ambiental.

 

O Rotary trabalha pela paz interior, na razão de ser um instrumento de crescimento e desenvolvimento pessoal, através de seus programas educacionais.

O Rotary trabalha pela paz social, na minoração do sofrimento do próximo, na ajuda a quem precisa, através de seus programas humanitários.

O Rotary trabalha pela paz ambiental, em defesa do meio ambiente, na preservação dos recursos naturais.

A paz, cujo símbolo é a pomba branca, com o ramo de oliveira no bico, é sinônimo de bem-estar, de felicidade, de saúde, de segurança, de relações sociais equilibradas, de harmonia consigo mesmo, com o próximo, com o meio ambiente e com Deus.

A paz não chega pela mentira, pela guerra, pela imposição da vontade do mais forte.

A paz não chega pela miséria, pela fome, pelo desemprego, pela exclusão social.

Os caminhos para a paz foram ensinados por Jesus. A prática de amor incondicional, da fraternidade, da solidariedade, do perdão.

Os princípios – Diversidade, Equidade, Inclusão, introduzidos pela presidente 2022-23 do Rotary, Jennifer Jones, significam a eliminação dos excluídos, das desigualdades, da injustiça social, da concentração da renda.

Felizes somos os rotarianos de todos os tempos que temos a oportunidade de promover a paz. Felizes são os heróis pacifistas, exemplos de dedicação de suas vidas em prol da solidariedade, como Paul Harris, Gandhi, Madre Tereza, Irmã Dulce, Martin Luther King, Desmond Tutu, Nelson Mandela, Zilda Arns, Viviane Senna e Dom Helder Câmara, o nosso Dom da Paz.

 

3)         A Busca da Paz

3.1     - Manutenção da Paz.

 

As Forças internacionais da Paz, das Nações Unidas, como a Minustrah do Haiti, têm a função de manter a paz e são exercidas através do Conselho de Segurança da ONU.

O Brasil tem por tradição integrar essas forças internacionais de paz desde a guerra do Yon Kypur, entre Israel e os países árabes, quando foi instituída a Força da Paz de Suez. São Domingos, na América Central, e o Timor Leste, na Ásia, foram outras nações que receberam soldados brasileiros integrantes das Forças de Paz da ONU. Graças à atuação dessas forças, foram e estão sendo devolvidas à Paz regiões cheias de conflitos, de tensões, sejam de origem étnicas, políticas ou religiosas. A eficiência dessas intervenções tem evitado que os conflitos se prolonguem no tempo e se expandam causando aumento do sofrimento de populações civis, gerando levas de refugiados e de pessoas desabrigadas, acomodadas em acampamentos.

 

3.2     - Imposição da Paz

Sempre que há um conflito e uma ameaça à paz internacional, como ocorreu na guerra da Bósnia e da Líbia, e no Oriente Médio, uma coligação de países, muitas vezes sob liderança da ONU, exerce o seu poderio bélico para encerrar os conflitos e impor a paz.

 

3.3     - Construção da Paz 

Por outro lado, a Construção da Paz envolve um conceito inteiramente diferente.

É prevenção de conflitos a longo prazo, um assunto muito mais complexo. Às vezes, é fácil tomar atitudes bélicas para manter a paz. Para construir a paz, nem sempre é uma decisão simples.

Os orçamentos dos países destinam bilhões de dólares para garantir o aparato militar, sob o pretexto de Manutenção da Paz. Há toda uma estrutura industrial bélica sob o pretexto de exercer o poder dissuasório. Afirmam os belicistas que a manutenção do aparato bélico, da capacidade de destruição, tem a finalidade de desencorajar as pretensões belicosas de vizinhos, assim como a conhecida expressão: 

Si vis pacem, para bellum – 

Se queres a Paz, prepara-te para a guerra.

Com esta ideia, surgem algumas “operações de manutenção da paz” que geram investimentos superiores a US$ 2 bilhões.

Em contrapartida, não se consegue US$30 milhões para operações de Construção da Paz. Construir a paz é empreender uma ação preventiva. Acontece, porém, que essas ações preventivas não trazem consigo nem a glória, nem o reconhecimento para quem as executa.

Condecoram-se os generais que vencem as batalhas, mas os realmente importantes são os que evitam a eclosão das guerras. Só estamos acostumados com os resultados concretos, que aparecem nos jornais e na TV, então, se nada acontece, e é exatamente isso que desejamos, aí ninguém reconhece que o fato se deve ao trabalho contínuo, permanente, feito nos bastidores, em pequenas doses e muito abrangentes.

É o que fazem os rotarianos no mundo inteiro.   

Esses são os verdadeiros pacifistas, ou construtores da paz.


Segundo nos ensinou Gandhi,

Não existe um caminho para a paz. A paz é o próprio caminho.

 

A Construção da Paz é um estado da sociedade para qual todo cidadão contribui, a cada instante, na família, na escola, no trabalho, nos parlamentos, nos bares. As possibilidades de paz precisam ser construídas diariamente. A cultura da paz se constrói dia a dia, com justiça, dignidade, igualdade e solidariedade. 

Construir a Paz não significa reparar os danos, mas sim evitar que eles se produzam. Isso só é possível com a participação da sociedade civil nessa tarefa e que cada indivíduo se ocupe dela pessoalmente.

 

4) Transforme-se num pacifista

4.1 – A Prova Quádrupla Rotária

A maneira mais simples de se transformar num pacifista, de percorrer os Caminhos da Paz, é vivenciar e praticar a Prova Quádrupla. Repita-a mil vezes, todos os dias, em todos os momentos, como se fosse um mantra:

De tudo o que você pensar, falar ou fazer:

É a verdade?

É justo para todos os interessados?

Despertará boa vontade e melhores amizades?

Será benéfico para todos os interessados?

 

Há quatro maneiras de AGIR em favor da paz;

1.   Sendo um ativista

Todas as guerras criam algum tipo de movimento pela paz que se opõe a elas.

É o engajamento político. Seja participando da política partidária, seja exercendo pressão sobre autoridades, governos, políticos.

Participar de manifestações públicas de protesto, campanhas e marchas da Paz, fazer lobby. Enviar artigos e cartas para jornais, revistas. Denunciar os casos de malversação de recursos públicos.

Paul Harris escreveu, em ESTA ERA ROTÁRIA, 1935:

O espírito e o ideal rotários manifestaram-se nos incontáveis artigos de contestação que rotarianos enviaram aos propagandistas da guerra, publicados em revistas e jornais rotários de mais de oitenta países.

2.   Sendo um humanitarista

Consiste no trabalho dos clubes de Rotary em apoio às creches e instituições que tiram as crianças da rua, aos abrigos de idosos, aos centros profissionalizantes, aos centros de deficientes, aos hospitais, às comunidades as mais carentes, realizando projetos humanitários e educacionais da Fundação Rotária, participando dos inúmeros programas de intercâmbio de jovens, Intercâmbio de Grupos de Estudos-IGE, Intercâmbio da Amizade. É a formação de Embaixadores da Boa Vontade, através das Bolsas Educacionais da FR.

A eliminação da poliomielite da face da terra, a ajuda às vítimas de guerra, de conflitos, de cataclismos, são todos os atos de humanidade e compaixão praticados por rotarianos de todo o mundo.

 

3.   Realizando a transformação pessoal.

Gandhi ensinou: Você é capaz de ser a mudança que quer ver no mundo?

A transformação pessoal é adquirir a consciência da paz. É quando você resolve acabar com a guerra pessoa por pessoa. A ideia predominante é que a guerra começa de pessoa para pessoa e só aí pode terminar.

Nando Cordel: A paz no mundo começa em mim.

A tradição religiosa de rezar pela paz começa por acabar com a guerra dentro do coração. Depois, como uma onda de luz, extravasa para a nossa família, para os nossos amigos, para os nossos círculos de relações, alcança os dirigentes de nossa cidade, dos países, do mundo.

O fato de que a guerra é o principal problema do mundo é inegável. A necessidade de uma ideia nova é inegável. A ideia nova, sugerida por Deepak Chopra, é criar uma massa crítica de pacifistas através da atuação individual. Se um número suficiente de pessoas no mundo se transformar em pacifistas, teremos uma massa crítica que pode mudar o mundo. A guerra acabaria.

Foi uma massa crítica de seres humanos que formou as religiões, que aboliu a escravatura do mundo, que acabou com o apartheid e com a discriminação racial.

A eliminação da poliomielite da face da Terra só é possível porque o Rotary formou uma massa crítica que há mais de trinta anos trabalha diuturnamente com esse objetivo. O programa da Pólio Plus honra toda a comunidade rotariana e sua erradicação do mundo será a nossa maior conquista.

Todas as tradições espirituais acreditam que a paz precisa viver no coração das pessoas antes que possa existir no mundo exterior.

4.  Compartilhando Rotary

Ao compartilhar Rotary, você estará compartilhando a Paz. 

-  Compartilhe a Paz. Converse sobre a paz. Na medida em que um número cada vez maior de pessoas participar desse compartilhamento, sua massa crítica surgirá.

- Compartilhe sua experiência de paz por e-mail, por telefone, nos boletins dos clubes.

- Compartilhe a consciência da paz com outras pessoas, na família, na escola, no trabalho.

- Compartilhe sua gratidão pelo fato de outra pessoa encarar a paz com tanta seriedade quanto você.

- Compartilhe suas ideias para ajudar o mundo a ter paz.

- Compartilhe sua energia, sua força, sua abundância para ajudar qualquer pessoa que deseje se tornar um pacifista.

Nossa meta é realizar a mudança por meio da transformação pessoal. Nossa tarefa é acabar com as 30 guerras ao redor do mundo e talvez todas as guerras futuras que certamente irão irromper.

Nossa tarefa é formar um movimento pela paz, que não seja um movimento contra a guerra.

Madre Tereza de Calcutá: “As pessoas me perguntam por que eu não participo de movimentos contra a guerra e eu respondo que se vocês tiverem movimentos a favor da paz, podem me chamar que irei a todos.”

A diferença é fundamental, porque todo movimento criado para ser “contra”, acaba se transformando em resistência, oposição e violência.

 

5. O ROTARY TRABALHA PELA PAZ.

Transforme as reuniões plenárias semanais de seu clube em fórum de discussão, no qual todos tenham a chance de falar no seu desejo para a paz. Que cada Rotary Club se transforme numa “Célula da Paz”, num grupo que deseja promover a paz nas ruas, nas escolas, nas comunidades. 

A paz é uma visão íntima, de cada um, invisível, oculta.

No momento, é apenas uma centelha que queima em nosso peito.

Em algum momento essa centelha se incendiará e juntará com outras centelhas que também se incendiarão e teremos então a grande fogueira da Paz Universal. 

 

xoxoxoxoxo