ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 19 de março de 2024

VENDO, VIVENDO E APRENDENDO

 

VENDO, VIVENDO E APRENDENDO

Alberto Bittencourt – set 2009

 

No Seminário do Quadro Social, que aconteceu como pré-evento do XXXII Instituto Rotary Brasil, realizado em Gramado, RS, em setembro de 2009, tivemos uma palavra brilhante e de grande inspiração pronunciada pelo Diretor Convocador, Antônio Hallage.

Ao encerrar o dito seminário, em seus comentários finais, Hallage disse que, ao tomar posse um novo sócio, a primeira coisa que o clube deveria fazer, seria apresentá-lo aos projetos e realizações, antes mesmo de ministrar a Instrução Rotária. Essa é necessária, mas pode ser feita depois, e há muito tempo para tal. Levar primeiro o novo rotariano para conhecer os trabalhos efetivos do clube é o grande ensinamento transmitido por Hallage, pois é Vendo, Vivendo e Aprendendo, que o novo sócio poderá se transformar num verdadeiro rotariano, num líder capaz de atuar dentro e fora do âmbito do clube. É imperioso mostrar ao novo rotariano que o Rotary não é só teoria, não são apenas palavras vazias. Somente vendo, vivendo e aprendendo, nos trabalhos e projetos que o clube realiza, ele terá a compreensão necessária para que o Rotary possa ocupar espaço junto ao seu coração, lá onde mora o seu Mestre Interior, no altar do Pensamento, Sentimento e Vontade.

A parte teórica, informação e instrução rotária, os ensinamentos virão depois e há tempo para isso, para que os líderes do clube transmitam os conhecimentos teóricos que formarão a verdadeira base de novo rotariano.

É conhecendo a parte prática, operacional, primeiro que o novo sócio vai adquirir a motivação para permanecer no clube e se tornar atuante, proativo, um militante do trabalho rotário o em ativista social, disponível e participante para o trabalho.

Parabéns,  portanto, ao diretor Hallage, por suas inspiradas palavras. Que uma comissão de rotarianos se encarregue de marcar as visitas com o novo sócio. Levá-lo para conhecer os projetos do clube é primordial. Ver, Viver e Aprender o que se passa nas creches, orfanatos, escolas, centros de recuperação de deficientes, hospitais infantis, comunidades carentes, favelas. Leve-os aos Interacts, Rotaracts, NRDCs, que veja o que cada um realiza.

Somente Vendo, Vivendo e Aprendendo o novo sócio será um verdadeiro rotariano.

Com freqüência nos deparamos com novos companheiros que entram nos clubes, mas ali restam apáticos, insensíveis, indiferentes, desmotivados. Estes acabarão deixando o Rotary e, por desconhecimento do que o Rotary faz, acabarão saindo e sairão falando mal, dizendo, como já ouvi diversas vezes, que o Rotary só tem teoria, que do discurso à prática ele não passa, que o Rotary gosta de palavras bonitas, de palmas e nada de ação.

Para não deixar que o sócio adquira tais idéias, é preciso levá-lo a conhecer, efetivamente, todos os projetos do clube, pois só Vendo, Vivendo e Aprendendo se poderá tornar grande na prestação do serviço, um verdadeiro soldado da paz, um agente transformado da sociedade.

Convide os novos sócios e os antigos que nunca visitaram um projeto, para acompanhá-lo. Se ele alegar falta de tempo, falta de horário disponível, adéqüe-se ao horário dele, marque as visitas nos dias em que ele possa dar um jeito de comparecer, seja num sábado, domingo ou feriado, claro, combinando antes com a instituição (os rotaractianos sabem fazer isso).

Torne essas visitas obrigatórias para os novos sócios, condição sine qua non para que ele se efetive como rotariano.

Estenda esse convite aos rotarianos antigos que nunca foram aos projetos do clube. É preciso sacudir, às vezes, um companheiro, para tirá-lo da apatia, da acomodação.

Faça uma pesquisa. Verifique quais são os sócios que nunca foram a um projeto, convide-os, leve-os. Torne essa condição obrigatória. Só assim, teremos um quadro social atuante e mobilizado para a grande mudança. É fazendo primeiro, a transformação individual, a transformação interior, para que, Vendo, Vivendo e Aprendendo, ele possa, afinal, ter o Rotary dentro de si, no altar do Pensamento, Sentimento e Vontade.

 

 

domingo, 17 de março de 2024

CONSCIÊNCIA E LIDERANÇA NA GESTÃO DOS SONHOS

 

 

CONSCIÊNCIA E LIDERANÇA NA GESTÃO DOS SONHOS

 Compilação de textos e artigos de autoria  de Alberto Bittencourt


SUMÁRIO

                          I – INTRODUÇÃO

II – DESENVOLVIMENTO

           1. O Rotary é uma reunião de pessoas.

           2. Coerência Rotária

             A Primeira Chama   
                         Dom Helder Câmara

          3. Foco Rotário 

          4. Conscientização Rotária

                         Os três Pedreiro 
            O elefante e os seis cegos. 
            O Feixe de Varas

          5. Liderança

          6 Voluntariado

          7 Transparência

          8. Motivação

          9. Participação

          10.Trabalho em equipe

 

 

 

xxxxxxx

 

 

I – INTRODUÇÃO

 

CONSCIÊNCIA E LIDERANÇA NA GESTÃO DOS SONHOS

Trata-se de um tema motivacional da maior relevância que vem sendo bastante abordado em palestras e seminários. Mesmo sendo um tema conhecido, é bom enfatizá-lo, apresentá-lo sob nova didática, com nova roupagem, principalmente para os novos, que ainda não conhecem em profundidade o que é ser um rotariano de verdade.

Vale a pena rememorar algumas características que fazem com que o Rotary seja diferente de um aglomerado de pessoas que não tenham o mesmo comprometimento de ética, de prestação de serviço, de amizade e de companheirismo.

 

II – DESENVOLVIMENTO

 

1.  O ROTARY É UMA REUNIÃO DE PESSOAS

·         Coerentes

·         Focadas

·         Conscientes

·         Líderes

·         Voluntárias

·         Transparentes

·         Participativas

  • Que trabalham em equipe

 

2. COERÊNCIA ROTÁRIA

O Rotary é uma reunião de pessoas coerentes.

A coerência significa não perder de vista os objetivos, as metas e as razões palas quais você entrou no Rotary. É preciso ficar batendo sempre nesta tecla: não perder a coerência para com as razões que o trouxeram para o Rotary.

Com o passar dos anos, a gente acaba se esquecendo porque que entrou no Rotary. Para não perder a coerência, você deve manter um foco no passado, nas suas origens em Rotary.

Mantenha sempre acesa a pergunta: _Porque que você entrou no Rotary?

Quando me perguntam por que eu entrei no Rotary, eu respondo: _ Eu entrei em Rotary porque eu quero mudar o Brasil.

Vou contar um fato que se passou comigo.

 

2.1 - A Primeira Chama

Recém-formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, ainda no posto de aspirante a oficial, comandante de pelotão, fui designado em abril de 1964, para dar segurança à Fábrica Nacional de Motores, situada no distrito de Xerém, município de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, no sopé da serra de Petrópolis, limite da baixada fluminense.

Ali se fabricava o famoso caminhão FNM, mais conhecido como Fenemê. Naquele tempo, a quase totalidade do transporte rodoviário de carga era feito pelos caminhões Fenemês. Valentes, robustos, possantes, esses veículos varavam  o Brasil de ponta a ponta, dominavam absolutos as estradas  de terra e lama, levavam o progresso aos quatro cantos do país. Ainda não existiam os Mercedes, Volvos, Scânias, Fords, Chevrolets, Volks, tudo era feito pelos Fenemês, produzidos, para nosso  orgulho, por uma fábrica genuinamente brasileira, do governo, a Fábrica Nacional de Motores.

Às duas da madrugada, numa noite escura e fria, de jipe, eu rondava os postos de sentinelas,  acompanhado apenas do motorista. Ao contornar a fábrica pelo lado de fora,  notei uma sombra fugidia a se esgueirar pelos cantos dos muros. A figura de pronto despertou-me suspeita. Aproximei-me com cautela.  Uma mulher, envolta em panos dos pés à cabeça, transportava nos braços um volume amorfo. A cada passo, seu corpo estremecia, chorava copiosamente.

“O que houve, perguntei, aonde vai?”.

“Estou indo para casa”, respondeu entre soluços.

 “O que  você está fazendo a esta hora, sozinha, chorando, por essas ruas escuras e desertas?”

“O hospital não quis receber meu bebê!”

Por quê?”

“Meu bebê morreu dormindo, sufocado.”

Fixei o olhar com atenção. Envolto nos trapos, havia um bebê de no máximo dois meses de idade. Só então verifiquei que o corpo franzino, pequenino, jazia inerte nos braços da mãe. Certamente essa fora a razão pela qual o hospital não a quis receber. A criança já lá chegara sem vida. Uma chuva fria e fina ameaçava. Ofereci-lhe carona. 

Chegamos! No pequeno barraco de apenas um vão moravam a mulher e quatro filhos, idades entre 2 meses e 4 ou 5 anos. Chão de terra batida, paredes e teto de restos de tábuas, pedaços de telhas, misturados com taipa, plástico e papelão. Para se chegar ao pequeno fogão sobre uma mesa tosca, tinha que passar por cima da cama. O bebê morrera asfixiado, porque todos dormiam embolados num pequeno estrado, arremedo de cama.

Tal aconteceu há 45 anos, em 1964. O Brasil tinha uma população de apenas 80 milhões de habitantes. Os jornais da época já noticiavam constantemente que: crianças eram vítimas de deslizamentos de barreiras, pois moravam em lugares perigosos; bebês eram roídos por ratos, porque viviam em lugares infectos; crianças morriam de disenteria por falta de água potável; esgotos serpenteavam a céu aberto, nas chamadas valas negras; padrastos estupravam enteadas, habitantes de um só vão; adolescentes eram abusadas por irmãos mais velhos, porque dormiam todos na mesma cama...

Hoje, nossa população beira os 200 milhões de habitantes e o que mais aumentou foi justamente a camada mais pobre, excluída, despojada, desprovida de tudo.

O fato ocorrido no início de minha carreira militar, fez queimar dentro do meu peito o clamor de uma chama. Ardeu como uma fogueira em meu coração um primeiro impulso em favor dos excluídos da vida.

2.2 - DOM HELDER CÂMARA

Passei a questionar: _O que cada um pode fazer para mudar essa situação?

A resposta, assisti no final dos anos setenta, num programa de entrevistas da televisão, comandado por Ziraldo.  O entrevistado da noite era o nosso querido e saudoso arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara. 

Comentando esse quadro de miséria, de pobreza, de violência que se multiplica a cada dia, de sofrimento que afeta cada vez maior número de pessoas, Ziraldo perguntou a Dom Helder:  Padre, que conselho o senhor daria a cada um dos ouvintes que querem fazer alguma coisa  para mudar essa situação de injustiça social, de violência, de pobreza, de exploração, de abandono? Qual o seu conselho, padre Helder? 

Dom Helder disse apenas três palavras:

_Não fique só!

Aí companheiros, eu entrei no Rotary.

É dever de todo presidente ficar vigilante para não deixar a incoerência prosperar dentro do clube.

A incoerência é pode ser uma palavra mais agressiva, uma palavra sarcástica uma palavra um pouco menos construtiva. A incoerência é a falta de cortesia, a desatenção, a impolidez, a agressividade. Tudo isso deixa seqüelas, mágoas, cria ressentimentos, é incompatível com os ideais rotários É preciso zelar pela coerência do grupo. Isso não é tarefa nem de um, nem de dois, mas da totalidade dos membros rotários.

As vezes até de uma discordância normal pode se instalar a incoerência. Os focos de incoerência precisam ser identificados para serem corrigidos.

A contenda, a competição, tudo o que separa, desagrega, é incoerente com os objetivos do Rotary, de unidade, de solidariedade, de fraternidade, de amizade e companheirismo.

 

3. FOCO ROTÁRIO

O Rotary é uma reunião de pessoas focadas.
O rotariano mantém o foco no passado, ao se tornar guardião da história e das tradições rotárias, ao lembrar
 das razões que levaram Paul Harriis a reunir três amigos e fundar o Rotary. 

O rotariano mantém o foco no presente, ao ter a consciência plena da grande obra que o Rotary executa no mundo. Ao conhecer e participar das ações de seu clube nas comunidades.

O rotariano mantém o foco no futuro, ao se fixar nas metas e objetivos do Rotary International,

Foco rotário significa não perder de vista os objetivos a curto, médio e longo prazo de seu clube, do presidente do Rotary, da Fundação Rotária e do RIB


4.  CONSCIENTIZAÇÃO ROTÁRIA

O Rotary é uma reunião de pessoas conscientes.

  “CONSCIÊNCIA é o atributo altamente desenvolvido na espécie humana, pelo qual o homem toma conhecimento em relação ao universo, da possibilidade de níveis mais altos de integração”

Daí se depreende que a consciência é um atributo inerente ao homem. Os animais são desprovidos desse atributo.

Conscientização é o conhecimento ou noção de que o homem não é um ser isolado, separado, estanque, que inicia e termina nele mesmo mas sim, que o homem é antes de tudo, um ser integrado, unido, uma parte, um pedaço do universo.

Quanto maior for o nível de consciência de cada um, maior será o seu sentimento de união com o todo.

Segundo Maharish Mahesh Yogui, o guru da Meditação Transcendental, os três níveis mais elevados de consciência são:

- a Consciência Universal, na qual temos a noção de que somos parte integrante da natureza, da Terra, do mundo tal qual o percebemos;

- a Consciência Cósmica, em que nos sentimos como parte do Cosmos.

- a Consciência Divina, em que somos um só com Deus, unos com a força criadora e amorosa responsável por tudo o que existe. É o nível de percepção dos grandes yogues e dos iluminados homens santos.

E a CONSCIÊNCIA ROTÁRIA, o que vem a ser?

Creio, firmemente que a Consciência Rotária é a percepção de que, cada um, dentro de sua singularidade, é unido ao coletivo, ao todo, que é o Rotary. É o sentimento de que os valores coletivos da comunidade rotária, tudo o que ela defende, prega e tem por objetivos, são os valores de que cada um, são o que cada um pensa, fala e faz.

A consciência rotária é o que faz com que o rotariano sinta uno com a filosofia do movimentos rotário, que ele e o Rotary se confundem, expresso na afirmação: “EU SOU ROTARY”

Isso é a consciência rotária, e ter Concientização Rotária é o ato ou efeito de viver no dia a dia, em todos os minutos, sob a inspiração dos ideais rotários.

Ter Conscientização Rotária significa que o rotariano tem integrado dentro de si a consciência plena de que em todas as ações, seja no companheirismo, seja nos serviços, seja ao dar sua contribuição espontânea para a Fundação Rotária, ele está Construindo a Paz e a Compreensão, entre homens e nações.

 

·        Os três passos para adquirir Conscientização Rotária

Para que haja a integração e a harmonia, é preciso que todos estejam sintonizados com os objetivos do coletivo, nessa grande peça de teatro que é o Rotary. Isso é Conscientização Rotária. Para que ela exista, são necessários três requisitos:  

Para ser consciente, você precisa dar três passos:

1) - O PRIMEIRO PASSO é fazer um exame de consciência que lhe traga respostas às seguintes questões. Feche os olhos e pense:

_Onde está você neste momento?

_O que está você fazendo aqui e agora?

_O que é que você está fazendo no seu clube de Rotary?

_Qual o seu papel dentro do seu clube?

_Como está você se sentindo como membro do Rotary International?

_Sabendo ser o tempo o bem mais precioso de cada um, você gasta de forma proveitosa o seu tempo no Rotary?

Para ser um rotariano consciente, você precisa primeiro identificar o seu papel dentro do clube, em seguida, verificar como é a sua atuação, e depois, saber como você está se sentindo como rotariano.

Para ilustrar, cito a fábula de Charles Péguy, escritor francês, 1873-1914:

 

4.1 - OS TRÊS PEDREIROS

“Uma vez um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação de um  importante projeto.

O viajante aproximou-se, curioso. Perguntou ao primeiro pedreiro o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê?  Respondeu o pedreiro.  Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas, este trabalho é um sacrifício, concluiu.

Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta. Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que  consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.

O viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo? Este respondeu:  Estou construindo uma Catedral!

Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo trabalho.  Cada um manifestou sua própria visão. 

Para o primeiro pedreiro, o serviço significava dor e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e lhe fazia mal. Se você tiver no Rotary o sentimento do primeiro pedreiro, estiver se sentindo de certa forma desconfortável, sem gostar, meio contrariado, até um pouco desmotivado, tudo lhe será muito difícil e penoso. Você estará desperdiçando um tempo precioso de sua vida. Você precisa mudar.

O segundo pedreiro manifestou indiferença. Estava conformado mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o fazia por obrigação. Você pode estar no Rotary com o mesmo sentimento de indiferença do segundo pedreiro. Comparece, cumpre as obrigações de freqüência, pagamento e nada mais. A indiferença, geralmente, termina em desistência. Mude antes que seja tarde.

Já o  terceiro pedreiro tinha a consciência da importância do seu trabalho. Desempenhava a função com orgulho e satisfação. Tinha o sentimento elevado de participar de uma grande obra, o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade.

Você, rotariano, como em tudo na vida, deve encarar suas ações, com o sentimento superior  do terceiro pedreiro, com a consciência de que é vetor da construção de um mundo melhor, mais justo, mais humano, de que trabalha para o bem do Brasil.

Se você manifestar a visão do terceiro pedreiro, ao atuar em seu clube, ao colaborar com a Fundação Rotária, você estará dizendo com devoção e orgulho: Eu estou construindo a Paz e a Compreensão Mundial!

Esta é a visão maior de quem tem a verdadeira Conscientização Rotária, a consciência de estar participando de uma grande obra, a consciência de que o Rotary está mudando o mundo. Assim, você será feliz e terá a consciência tranqüila de quem está cumprindo a sua parte. Você estará atuando no Rotary com alegria, com felicidade, com amor.

Sempre que você comparecer a uma reunião plenária, a um serviço numa creche, ou a um evento, você tem que ter a consciência de que faz parte da grande obra do Rotary no mundo inteiro. Todos os que estão em Rotary têm que ter a consciência do terceiro pedreiro, têm que ter a consciência de que estão construindo a paz no mundo e a compreensão entre os homens.

2) - O SEGUNDO PASSO para adquirir e desenvolver uma consciência rotária, é desenvolver o seu potencial, estudar, aprender. Deixar que seus talentos naturais  evoluam, que as capacidades adquiridas se manifestem. 

Para tanto, você precisa conhecer os trabalhos e programas, as metas e sonhos de seu clube, sintonizar-se com os objetivos do Rotary International, do presidente de RI. Significa que você tem que estudar, para adquirir CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO ROTÁRIA. Leia o boletim de seu clube, a Carta Mensal do governador, a revista Brasil Rotário. Adquira as publicações disponíveis no RIBO, busque informações no site do Rotary, navegue na web, você verá que tudo o que diz respeito ao Rotary está escrito, está previsto, está didaticamente exposto, à nossa disposição.

Paul Harris escreveu um livro em 1935, intitulado “Esta Era Rotária”. Ele narra a parábola abaixo:

 

4.2 - O ELEFANTE E OS SEIS CEGOS

 

São palavras de Paul Harris:

“Há uma parábola a respeito de seis cegos do Industão que foram conhecer um elefante. O primeiro dando de encontro ao flanco do animal gritou: _Valha-me Deus! Percebo que o elefante é tal qual uma parede. O segundo, encontrando o dente, afirmou, com certeza: _o elefante é parecido com uma lança. O terceiro, agarrando-se à tromba que se retorcia, asseverou: _o elefante é parecido com uma cobra. O quarto, esbarrando numa das grandes pernas disse: _o elefante é igual a uma árvore. O quinto, que encostou a mão numa das orelhas, exclamou: _este grande animal é parecido com um leque. Finalmente o sexto, apoderando da cauda bamboleante, disse: _o elefante é parecido com uma corda.”

 

Paul Harris continua:

E assim discutiam longamente esses homens do Industão, firme e insistentemente, cada um segundo o seu modo de pensar. Todos, porém, enganados, apesar de cada qual ter certa dose de razão”.

 

Na seqüência, Paul Harris nos ensina:

“Grande número de rotarianos se assemelha a estes seis cegos. Algum objetivo em particular, certa atividade especial ou ainda algum produto de Rotary os impressiona como sendo o mais importante, e certos disso exclamam: Isto é Rotary!

Existem outros rotarianos que se interessem mais por determinadas atividades rotárias e não conseguem ver Rotary no seu conjunto. Em vez disso continuam a perguntar: _O que é Rotary?”

Paul Harris conclui: “E as percepções limitadas conduzem geralmente a conclusões desconexas, como foram as dos cegos a respeito do elefante”.

 

A expressão Conscientização Rotária não existia na época de Paul Harris, mas a mensagem dos cegos e do elefante tem tudo a ver.

 

Ter Conscientização Rotária é o mesmo que

ter uma visão holística do Rotary,

ou seja, perceber Rotary no seu conjunto.

Não ter Conscientização Rotária é o mesmo que

ter uma percepção limitada do Rotary.

Tem uma percepção limitada do Rotary,

quem acha que Rotary é apenas companheirismo,

ou somente festa.

Que é apenas sessão plenária,

ou somente pagamento das mensalidades...

Estes não têm Conscientização Rotária.

 

Tem uma visão holística do Rotary,

quem conhece, compreende, propaga e luta

por todo o bem que o Rotary faz no mundo.

Por toda a defesa do meio ambiente,

Por toda a união e companheirismo,

Por toda a amizade, solidariedade, cooperação e harmonia

que o Rotary semeia em toda a parte.

Por toda a paz que o Rotary cria,

não importa o país, a raça, a religião, a posição,

nem a classe social de qualquer cidadão.

Estes estão plenos de Consciência Rotária.

 

3) – O TERCEIRO PASSO para se adquirir a consciência rotária é a integração e o relacionamento. É ter a consciência que você faz parte de uma grande família. É você se integrar com todos os outros membros da organização.

Para viver de forma harmoniosa em coletividade, basta confiar e respeitar as escolhas dos outros.

Sabendo que todos os rotarianos também adquiriram conhecimentos e informações, a sugestão é utilizar os talentos e capacidades de cada um para desempenhar o seu papel de forma competente. Isso lhe permitirá curtir com alegria o grupo, e adquirir a consciência de que você faz parte de um todo.

Aprenda a observar os talentos de cada um, a aproveitar esses talentos, a entender que cada companheiro é único no mundo. Se alguém quiser ser de um jeito, pensar de um jeito diferente do seu, você tem que respeitar. Você não é obrigado a amá-lo, mas é obrigado a tratá-lo como gostaria de ser tratado. Você pode querer dançar uma valsa e ele querer dançar um samba. Você tem que entender a singularidade e a diversidade do ser humano e cultivar a integração, o companheirismo, o bom relacionamento, a amizade, porque se não houver amizade tudo vai por água abaixo. Aqui é o lugar onde a gente consolida as amizades, os relacionamentos.

Tudo deve ser feito em harmonia e alinhamento com os demais participantes. Deixe de se preocupar com os outros e redirecione suas energias e atenção para o desempenho de seu próprio papel. Respeite as escolhas dos outros.

Neste segundo século de existência do Rotary, a preocupação maior é saber como anda o Quadro Social de seu clube ou distrito.  Estudos, pesquisas, seminários, programas pilotos, são lançados a toda hora para avaliar o presente e o futuro de nossa instituição. Relatórios e mais relatórios são difundidos.

Creio que tudo depende de uma simples palavra que é, ao mesmo tempo, um gesto, uma atitude, uma disposição: relacionamento. Estou convencido de que a chave do sucesso é sobretudo a riqueza dos relacionamentos. O grande vilão, ao contrário, é a pobreza dos relacionamentos.

Relacionamento é a pedra fundamental que mantém o clube ativo, eficaz, trabalhando em prol da comunidade. Se não houver relacionamento entre os companheiros, entre o que se chama a família rotária, você pode despejar toneladas de informação rotária, você pode fazer preleções, ditar regras, evocar normas, que tudo vai cair num terreno árido, infértil.

Relacionamento é cuidar das pessoas. É estar junto, como uma família. É ter um comportamento amoroso, sem distinção. A alegria, o entusiasmo, o otimismo, são reflexos do bom relacionamento. O relacionamento cria circunstâncias favoráveis em que uns se apóiam nos outros – é o que mantém acesa a chama do Rotary. A chave do sucesso é promover o relacionamento dentro do grupo, dentro da família. Quer ter sucesso? Aproxime as pessoas. Promova encontros, fortaleça os relacionamentos.

O relacionamento é que dá fertilidade ao terreno para que, a semente da informação rotária frutifique, para que o novo sócio possa crescer e se transformar um rotariano de escol. O relacionamento é o principal requisito dentro do clube. Um relacionamento afetivo, um relacionamento baseado na mútua confiança.

A mútua confiança é a cola que une os relacionamentos, disse James Hunter, o autor de O Monge e o Executivo. Porém, você só vai adquirir confiança se freqüentar. Por isso a presença é importante porque é ela que faz com que uns confiem nos outros

Investir nos relacionamentos, companheiros, é um trabalho constante, contínuo, para fazer com que o seu clube seja sempre e cada vez mais a extensão de sua família.

Relacionamento é você acolher o companheiro mais idoso com carinho, com amor, com afago, porque esse companheiro precisa mais do trato afetivo, da cortesia, da palavra amiga. A gente reclama as vezes que a pessoa idosa é mais intransigente. Que ela quer que o Rotary de hoje seja igual ao Rotary de 40 anos atrás. Mas temos que entender que geralmente o idoso tem os seus medos ampliados, seus medos de perdas são maiores, por isso também ele é mais conservador.  Daí ele se sentir bem com uma palavra de carinho, um afago, uma consideração maior. Então esse relacionamento é importante, é você ter um relacionamento afável com todos os companheiros, principalmente os mais idosos.

Dizem que as mulheres são mais eficientes, porque elas investem mais nos relacionamentos do que os homens. Não há nada que uma palavra carinhosa, um beijo, um abraço não resolva. Precisamos aumentar a presença das mulheres em nosso quadro social.

Companheiros, não deixem de investir no relacionamento, porque o terreno onde vai frutificar a semente do novo sócio, a semente da informação rotária e a semente da prestação de serviço, esse terreno é o relacionamento. É a família rotária, forte e unida como um FEIXE DE VARAS. Nada vai funcionar se não houver um bom relacionamento. O companheiro se afasta, fica apático, fica distante, sem motivação porque ele não tem um relacionamento, adequado dentro do clube.

Paul Harris, disse, em 1935, no livro “Esta Era Rotária”:

“A amizade é maravilhosa; ilumina o caminho da vida, espalha alegria e tem valor inestimável.

A amizade prospera na atmosfera do Rotary, onde formalidades e artificialismos são deixados de lado; onde homens, independente de sua origem e posição social encontram-se no mesmo plano.

Perder a oportunidade de cultivar relações de amizade é mais tolo do que jogar diamantes no oceano.

Você está se sentindo sobrecarregado com as tarefas do dia a dia? A visita a um amigo ao entardecer irá renová-lo. Visitar ou receber a visita de um amigo é o melhor remédio de que se tem notícia. Eu peço de todo coração que experimentem.”

Sábias palavras de Paul Harris. Visitar um companheiro que está ausente, por motivo de saúde é revigorante para ambos. Mas, não se esqueça de levar sempre uma lembrancinha, não apenas para marcar a visita mas, principalmente, como prova de apreço e afeto. É de bom tom.

 

4.3 - O FEIXE DE VARAS

 (Baseado na fábula de la Fontaine, “o Velho e seus Três Filhos”)

“Um ancião, no leito de morte, chamou os três filhos que não se entendiam e viviam brigando entre si. Deu a eles um FEIXE DE VARAS, e disse:

- Aquele de vocês que conseguir quebrar este feixe de varas, herdará toda a minha fortuna.

Os três tentaram e nenhum conseguiu. Pacientemente, o ancião desatou o laço que unia as varas e as foi quebrando, uma a uma. Disse-lhes:

- Se vocês se mantiverem unidos, como este feixe de varas, serão invencíveis, ninguém poderá derrotá-los. Porém, se derem lugar às desavenças, aos desentendimentos e vierem um dia a se separar, vocês se tornarão frágeis como as varas que foram quebradas.

Ele morreu e os irmãos permaneceram unidos. Enquanto estiveram unidos, foram fortes, ninguém conseguiu derrotá-los. Mas, em pouco tempo, as desavenças, os desentendimentos, começaram a aparecer. Chegaram a tal monta que eles acharam melhor dividir os bens herdados e cada um seguir o seu rumo.

Não demorou muito, o primeiro irmão foi vencido pelos concorrentes. Logo em seguida o segundo irmão foi derrotado pelos inimigos. Mais tarde, o terceiro irmão acabou sucumbindo ante os mais fortes e faliu.

Nesse momento, eles se deram conta que o velho pai tinha razão.”

 

O Feixe de Varas foi adotado por nós para símbolo da Família Rotária.

Se a Família Rotária for partícipe das reuniões e eventos rotários, se se mantiver unida como um Feixe de Varas, ela será forte, o clube será forte, terá um Quadro Social forte. Porém se ficar cada um por si, o clube será fraco e não fará nem a metade do seu trabalho.

Adotamos o mote do FEIXE DE VARAS, como um grito de entusiasmo pela força de união e do companheirismo da Família Rotária.

"Não pretendemos ser o maior,

tampouco queremos ser o melhor,

mas a Família Rotária , creiam todos

é forte e unida como um FEIXE DE VARAS!”

 

 

5.  LIDERANÇA

O Rotary é uma reunião de líderes.

Você foi escolhido para ingressar no Rotary por suas qualidades de liderança. Todos trazem dentro de si a semente da liderança. Mas, é preciso praticar. Se você não praticar, você não vai desenvolver o que pode ser um talento inato dentro de você.

Como um jogador de futebol, se ele não praticar, não chutar a bola, ele nunca vai desenvolver suas qualidades futebolísticas. Pelé, por exemplo, se não tivesse chutado a bola, jogado desde pequeno, praticado desde cedo, não seria o atleta do século. Aquele seu talento excepcional restaria inerte sem se desenvolver.  Assim é a liderança. Liderança é uma qualidade que tem que ser praticada. No Rotary você tem a oportunidade de desenvolver essa liderança, ao assumir funções como a de presidente do clube, presidente de comissão.

Como líder que é, você deve manifestar e compartilhar a sua visão. Use a tribuna do clube e você estará desenvolvendo suas qualidades de orador. Use o boletim do clube para expressar sua opinião, escrever seus pensamentos, e você estará desenvolvendo suas qualidades de escritor. Você pode usar a internet para se comunicar, para dar o seu recado.

Esta é a segunda característica do Rotary: todos são líderes, mas é preciso praticar, desenvolver essa liderança.

Assuma o líder que você é. Proceda como líder, lide com os problemas da mesma maneira que um líder. Viva como vive o líder, pense como pensa o líder, aja como age o líder.

Fale como um líder, enfrente a vida tal qual um líder.

 

5.1 - OS DEZ MANDAMENTOS DO ROTARIANO

1) Proceder como líder.

Não há ninguém que possa conferir-nos o grau de líder, pois ele já é nosso. A liderança a gente traz conosco. Cumpre praticar.

Precisamos nos ver como líderes, proceder como líderes, lidar com os problemas da mesma maneira que um líder. Devemos viver como vive o líder, pensar como pensa o líder, agir como age o líder.

 Atuemos do mesmo modo que um líder atua. Falemos como um líder se dirige às pessoas, enfrentemos a vida tal qual um líder a enfrenta.

2) Estar aberto a mudanças

Não ter medo de mudar. Ser aberto e receptivo ao novo. Sepultar velhas e arcaicas estruturas. Sintonizar com os novos pensamentos, as novas idéias, os novos estilos de vida que estão à nossa volta. Aceitar as mudanças em tudo o que está acontecendo no mundo, neste momento, e se tornar parte delas. Ter a mente e o coração abertos aos novos ensinamentos.

3) Ser proativo.

Tomar as iniciativas. Não ficar eternamente esperando. Partir na frente, sem medo, com decisão, firmeza. Antecipar-se, prever os acontecimentos, prevenir, planejar, criar, tomar providências. Assumir encargos, não transferir responsabilidades. Ser mais do que comprometido, ser cúmplice. Ser militante e não apenas simpatizante.

4) Viver o momento presente

Estar voltado para o “aqui e agora”. Não ficar pensando no futuro, nem tampouco viver em função do passado. Não deitar na cama de glórias anteriores, nem ficar remoendo erros cometidos. Os erros, os desenganos são oportunidades de  aprendizado, formam a nossa bagagem de experiências.  Os obstáculos, as metas, os objetivos, são desafios a serem conquistados.

Vivendo o momento presente, estaremos preparados para viver o futuro, quando ele se  tornar presente.

5) Ser otimista.

A realidade você cria. Todos os acontecimentos da vida são emocionalmente neutros. Nós é que temos uma reação emocional e eles, positiva ou negativa.

Criar uma realidade favorável. Ter uma visão positiva da vida. O otimista encara as dificuldades como desafios. O pessimista vê barreiras intransponíveis. O otimista pensa grande, corre riscos. O pessimista já começa derrotado, desiste logo.

6) Não desistir nunca

Ter persistência, ir até o fim. Não desistir no meio do caminho, não desistir nunca, jamais. Aja o que houver, aconteça o que acontecer, não desistir.

Ter perseverança nos projetos, na busca de parcerias, na  angariação de recursos. Ir até o fim, custe o que custar, mesmo que isso implique em sacrifícios, e muita paciência.

7) Praticar o amor como comportamento.

Praticar o amor. Não o amor como sentimento ou emoção. Tampouco é o amor fraternal, condicional, do tipo “você me faz o bem e eu faço o bem a você”, mas o amor como comportamento. Isso significa que, como seres humanos, não temos obrigatoriamente que gostar de todos os nossos colegas e companheiros, mas como líderes, somos instados a amá-los e tratá-los como gostaríamos de ser tratados. A regra do Pai é que nos amemos uns aos outros. Não amar no sentido de como nos sentimos uns em relação aos outros, mas na maneira como nos comportamos uns com os outros. É o amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca. É o amor como ação.

8) Atuar dentro dos princípios da  ética.

A ética é um princípio que não pode ter fim. É imutável, desde que o Rotary existe. Vigora nas relações familiares, nas relações comerciais e profissionais, nas relações com os companheiros. Praticar o comportamento correto, leal, sério e verdadeiro dentro e fora do clube. Aplicar a Prova Quádrupla.

9) Não fazer julgamentos.

Aceitar as pessoas, situações, circunstâncias, como elas se apresentam. Evitar julgamentos, não fazer juízo de valor, não rotular nem classificar as pessoas. Não criticar pelas costas.

Aceitar as diferenças individuais, a singularidade do ser. Você pode querer dançar uma valsa e o outro pode querer dançar um samba.

10) Viver o EU SOU ROTARY.

Ter consciência de que Rotary é cada um de nós. Cada clube é a soma de seus membros, o reflexo de seus sócios. Quanto mais eficientes formos, maior eficiência terá o clube. Essa consciência de que cada um é Rotary, é manifesta na afirmação: EU SOU ROTARY, como atitude de vida.

Viver o EU SOU O ROTARY,  é deixar cair a máscara da aparência, da vaidade, esse ego que parecemos ser e começar a viver a verdadeira vida.

Praticando o EU SOU ROTARY, alguém, em algum lugar, algum dia, em algum momento, nos agradecerá.

 

6.- VOLUNTARIADO

O Rotary é uma reunião de pessoas voluntárias.

Todos vocês estão aqui porque, algum dia, de livre e espontânea vontade, fizeram a opção de ser rotarianos. Estão aqui porque colocaram o Rotary em suas vidas, como terceira prioridade, logo após o trabalho e a família.

Se lhe fizerem a pergunta: “por que você entrou em Rotary?” Certamente você vai responder que foi para fazer a sua parte. Você dirá que entrou em Rotary, porque queria fazer algo pelas crianças em situação de risco. Ou que gostaria de aliviar o sofrimento dos idosos em abrigos, ou ainda para cuidar dos enfermos. Tudo isso é importante, mas esta não foi a principal razão de seu ingresso em Rotary. Na realidade, você entrou em Rotary, antes de tudo, porque alguém lhe convidou. Alguém viu em você características inerentes aos rotarianos. Alguém viu em você o perfil da pessoa solidária, da pessoa interessada em ajudar ao próximo, da pessoa ética, que sabe viver em comunidade, da pessoa líder em seu trabalho, em seu segmento profissional. Você entrou em Rotary porque seu padrinho lhe convidou.

Ao aceitar o convite, você adquiriu uma série de responsabilidades. A primeira é corresponder à confiança em você depositada. É dever de todo afilhado divulgar o Rotary. Convidar alguém de seu relacionamento para ser sócio, trazer pessoas para dentro do clube, tornar-se padrinho de um afilhado também. Estatisticamente 90% dos rotarianos nunca apresentaram um afilhado. Muitos de vocês podem vestir a carapuça, mas este é o primeiro dever do rotariano, negligenciado por muitos. 

A segunda responsabilidade do voluntário é a seriedade.  No Brasil o voluntário muitas vezes acha que está fazendo um favor, que o compromisso adquirido não é uma obrigação. Lá fora, no exterior, eu e Helena constatamos que o serviço voluntário é tão importante quanto qualquer outro tipo de serviço. O Canadá, por exemplo, é o país que tem o maior percentual de voluntários. Cerca de 80% da sua população exerce algum tipo de prestação de serviço voluntário. Aposentados são voluntários em museus, bibliotecas, sítios históricos. Eles servem de guias turísticos, trabalham na administração com a maior seriedade, como se empregados fossem. Com dedicação, cumprem religiosamente todos os horários a que se comprometeram. Nos Estados Unidos, vimos em algumas cidades bombeiros voluntários. Eles operam viaturas com equipamentos sofisticados, delicados, com o maior cuidado, o maior esmero, com a maior seriedade e responsabilidade.

No Brasil tem voluntário que acha que não precisa cumprir horário, que tudo não passa de brincadeira. Entretanto, é bom frisar que a hora de recusar o trabalho é a hora em que se é convidado. Depois de aceito o convite, tudo passa a ser obrigação. Dito o sim, o não deixa de existir. Por exemplo, a função de governador assistente. Uma vez aceito o convite, todos os encargos inerentes à sua função, todas suas responsabilidades, tudo passa a ser obrigação. Não raro a gente encontra governadores assistentes que aceitam a função e cruzam os braços, não visitam clubes, nem fazem nada. Há clubes que nunca foram visitados, em que os rotarianos não sabem quem é o governador assistente.

Há um termo matuto, do interior da Paraíba, em se diz que, quando alguém ocupa uma função e não faz nada, que ele está entupindo a função.  Não se pode substituí-lo, por que ele lá, entupindo a função. Ele é um entupidor de função, porque não faz, nem deixa fazer. Pode ser governador assistente, um membro de uma comissão, um secretário, um tesoureiro de clube.

Então, a primeira característica de um clube é que ele é uma reunião de pessoas voluntárias, de pessoas que têm responsabilidade, seriedade.

 

7 – TRANSPARÊNCIA

O Rotary é uma reunião de pessoas transparentes.

O Rotary é uma entidade transparente. O Rotary não é fechado, o Rotary é aberto a todo mundo. O Rotary de hoje quer mostrar para a sociedade aquilo que ele faz.

O Rotary tem hoje a imagem pública como uma das ênfases mais importantes.

O meu presidente do centenário o presidente do Rotary, Gleen Estess, dizia que o Rotary não é para tirar o rotariano do meio de sua  família. O Rotary é para trazer o rotariano e toda a sua família para dentro do Rotary. Todos, porque isso aqui é uma família. O conceito de família rotária cresceu porque o Rotary verificou que hoje, com tanta dificuldade no mundo, tanta violência, tanto sofrimento, se a gente não for uma família e não trouxer a nossa família para dentro do Rotary, as coisas ficam muito mais difíceis. Temos que envolver a família nos trabalhos do Rotary no companheirismo, nas atividades do clube. Tudo fica mais bonito, mais fácil.

Todos nós devemos ser transparentes naquilo que fazemos. Por exemplo, num projeto. Tem que ser transparente, tem que mostrar todos os passos, todas as contas tudo aberto para todo mundo, pois ninguém é dono de projeto.

Nossa família toda apoiando fica mais fácil e a família rotária não é só a nossa família, são os rotaractianos, interactianos, são os amigos do Rotary, pessoas que agente conhece que tem o perfil do Rotary que a gente chamou na época do centenário de rotarianos do coração. Então, a transparência dentro de um clube é o clube ser aberto não ter nada de fechado. Não tem segredos não ter códigos, tudo sendo transparente, para ser divulgado, para ser mostrado, inclusive para aqueles que não são rotarianos.

Hoje vocês vêem que o Rotary coloca programas de televisão com os seus projetos, suas atividades. Saiu na televisão, saiu no jornal no rádio,

Mas eu digo que o mais importante não é pagar a mídia, o mais importante é o rotariano mostrar ai fora o que ele faz no clube. É levar para o seu trabalho, para o seu emprego, para sua profissão o que ele faz aqui no clube. Isso é que é mais importante. Se vocês forem para uma campanha de vacinação por exemplo, não adianta você chegar lá e ajudar a arrumar a fila, ajudar a vacinar as crianças e trabalhar.

Se você não disser que é o Rotary que está fazendo aquilo, não vai mostrar para o público externo que o Rotary está trabalhando para erradicar a paralisia infantil na face da Terra. Então, no posto de vacinação coloque uma faixa: “O Rotary está erradicando a paralisia infantil da face da Terra”. Ponha uma banda, uma fanfarra,  solte foguetes, foguetões para fazer barulho. e quando as pessoas perguntarem: “o que é que aquela gente está fazendo ali? Alguém vai responder: “é o Rotary que está eliminando a paralizia infantil da face da terra.

 

8 – PARTICIPAÇÃO

O Rotary é uma reunião de pessoas participativas.

Participação é motivação. Para participar tem que estar motivado. Este é um dos temas mais importantes.

A questão é como motivar os companheiros para que todos participem alegremente, com vontade, com gosto, nas atividades, nos programas do Rotary.

Não apenas participem mas também sugiram programas tragam idéias novas, tragam propostas diferentes até para mudar a rotina dentro do clube.

Como fazer com que os rotarianos na sua totalidade se envolvam nos trabalhos do clube? Isso é importante, não podemos deixar de pensar na motivação.

A motivação você consegue quebrando a rotina, fazendo  coisas novas, mostrando aquilo que faz.  Talvez esta seja a parte mais difícil, mobilizar e motivar os companheiros. Cabe a cada um de vocês motivar as pessoas a trabalhar em equipe. Às vezes tem um companheiro já antigo em Rotary, já um pouco cansado, até dispensado de freqüência que comparece pouco, só nas ocasiões especiais. Você conseguir reacender nesse companheiro a chama do Rotary é muito importante, isso é motivar, e você reacende com o relacionamento amigo, com afago, com carinho, com a palavra de apoio, com a visita ao companheiro.

 

9 – TRABALHO EM EQUIPE

O Rotary é uma reunião de pessoas que trabalham em equipe.

Finalmente a ultima característica antes de encerrar é a do trabalho em conjunto. O Rotary é diferente de qualquer agremiação de qualquer organização. O Rotary não é um aglomerado  qualquer de pessoas porque aqui todos trabalham em equipe, todos têm as suas comissões às quais pertencem. Uns são da Fundação Rotária, outros  do Quadro Social, mas todos trabalham em equipe, sob a liderança maior do presidente do clube. No trabalho em equipe cada um faz a sua função. Cabe ao presidente delegar, supervisionar, avaliar, reconhecer e premiar. Esse é o segredo da delegação, e instrui primeiro, ele dá as suas diretrizes, as suas coordenadas.

Essa foi a ultima característica de um clube de Rotary. Eu quero agradecer a todos pela oportunidade, dizer que eu estou muito feliz e que pretendo voltar muitas vezes  a esta linda cidade...