ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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sábado, 26 de dezembro de 2020

PRESENTE DE NATAL




PRESENTE DE NATAL
Alberto Bittencourt - 11 mar 2009
Fragmentos de meu diário



Manuela (14) e Bruna (12)


Fim do ano, em nossa casa. Papai Noel nos trouxe um presente especial. Foi-nos oferecido pela companheira Núbia Mesquita, recém aclamada por unanimidade, presidente 2007-08 do Rotary Club do Recife- Boa Viagem. O presente chegou na forma de duas criaturinhas adoráveis, que vieram passar conosco o dia de Natal. São elas as duas jovens irmãs, adolescentes, Manuela, 14 e Bruna, 12, ambas moradoras do ESPAÇO DA CRIANÇA, instituição da qual Núbia é presidente.

Chegaram no dia 24. Helena foi buscá-las. Fizeram o mesmo Flori Barbalho, Mônica Lima, Marcela Oliveira, atendendo a um pedido de Núbia, numa das últimas plenárias de 2004. Núbia pediu que cada família convidasse uma ou duas se irmãs, das crianças internas, para uma noite de Natal diferente, na casa dos companheiros, no convívio das famílias.

Segundo Núbia, a expectativa era enorme entre as crianças. Desde cedo, dia 24, aguardavam com ansiedade, prontas, arrumadas, a chegada de quem elas próprias batizaram de madrinhas.

Bruna e Manuela chegaram em nossa casa bonitas, vestindo suas melhores roupas. Curiosas, desconfiadas, posso imaginar as dúvidas que atravessavam suas cabecinhas. Afinal, como seriam essas pessoas, suas casas, como será o Natal no meio delas? 

Encontraram a família reunida para a ceia de Natal. Filhos e netos, os do Recife e os vindos da Bahia, aguardavam com alegria a chegada de Papai Noel, tradição em nossa família, desde os tempos de meus avós, nos anos cinquenta.

A mais velha, Manuela, mostrou-se a princípio reservada. Pouco falava, a todos cumprimentou, mas permaneceu a maior parte do tempo quieta, observando curiosa o ambiente, o movimento de todos.

Bruna, ao contrário, revelou-se de pronto falante, comunicativa. Dotada de inteligência viva, raciocínio rápido, encantou-nos de saída. Cursa a Quarta Série, mas sabe ler e escrever com precisão, o que é admirável, em se tratando de escolas públicas. Gosta de desenhar. Faz desenhos artísticos, coloridos, com mensagens afetuosas, muito bonitas, em retribuição ao acolhimento que lhe demos. Demonstrou certa carência afetiva, ao procurar mais a companhia dos adultos, dar as mãos, abraçar, enquanto a irmã, permanecia seca e séria.

Precisamente à meia-noite, Papai Noel chegou, tocando sineta. Gordo, barba branca, gorro e roupas vermelhas, barriga proeminente, arrastava enorme saco de presentes. A agitação tomou conta das crianças. Algumas manifestaram medo, outras a euforia de quem já conhecia o bom velhinho de outros natais.

Sentado, esbaforido, numa poltrona, enquanto puxava os presentes de dentro do saco, Papai Noel chamava os pequenos pelo nome que ia lendo nos embrulhos. A cada um fazia um afago, dirigia-lhes a palavra de carinho, o conselho, o elogio.

Bruna e Manuela não ficaram de fora. Também receberam de Papai Noel presentes, roupas, sapatos novos. Esboçavam sorrisos de felicidades cada vez que seus nomes eram pronunciados.

Foram dormir felizes. Dia seguinte se esbaldaram na piscina. No final da tarde fomos todos ao cinema, assistir “O leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa”, ou “Crônicas de Nárnia” no Shopping Guararapes, com direito a pipocas, refrigerantes e outras iguarias, após o quê,  as devolvemos à sua casa, o Espaço da Criança.

Paira no ar a pergunta de Bruna, ao despedir-se: “Tio, vocês vão ser nossos padrinhos? A questão trás no ar a esperança do aconchego familiar, a falta da referência doméstica, o quão importante é a família na construção da identidade do ser humano.

Qual seria a biografia dessas duas meninas, entregues pela justiça ao Espaço da Criança? O que teria ocorrido, para que o juiz determinasse a destituição do Pátrio Poder? Que importa? Imagino a mesma história de sempre: a mãe sozinha, parceiros variados, violência doméstica, promiscuidade, exploração. Manuela, certamente mais sofrida, criou seu círculo de proteção, fechando-se em si própria. Bruna, na terceira infância, tem a alma e o coração abertos para o convívio fraterno, ainda confia nas pessoas.

Bruna e Manuela, seu lugar está reservado em nossa consciência, em nossa casa. Pedimos a Deus que lhes dê a chance. Que elas possam crescer e progredir, aprender a ganhar a vida honestamente, amando ao próximo e a Deus. Que aprendam os valores mais altos da vida. Que Deus as abençoe. Obrigado, Núbia, obrigado ao Espaço da Criança.

Bruna e Manuela foi o presente que recebemos neste Natal.





quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ASSOCIAÇÃO PARA RESTAURAÇÃO DO HOMEM


 

Recife, 20 de agosto de 2012 



Núbia Mesquita e Alberto Bittencourt

ARH_ Associação para Restauração do Homem
Espaço da Criança







Conheci a ARH - Associação para a Restauração do Homem em 1998. Na ocasião eu era presidente da Subcomissão Distrital de Subsídios da Fundação Rotária, encarregada de coordenar todos os projetos dos Rotary Clubs do Distrito 4.500 financiados pela Fundação Rotária.

Certa manhã, em meu escritório profissional, recebi a visita de duas pessoas interessadas em desenvolver com o Rotary, um projeto para benefício de uma instituição, cujo nome fantasia era “Espaço da Criança”, situada no bairro da Boa Vista. Eram elas Núbia Mesquita, advogada e professora, dona do curso de idiomas Target, na época cursando mestrado em Ciências Políticas e a americana Starla Joy, missionária evangélica.

O “Espaço da Criança” fora fundado em 1991 pela sra. Abigail Mesquita, mãe de Núbia, dando realidade a um sonho: construir um abrigo para as crianças desamparadas das ruas do Recife, especialmente aquelas recolhidas pela Justiça, fornecendo-lhes, além de um teto, alimentação adequada, vestuário, complemento escolar e, sobretudo, muito carinho e amor. Além desses pequenos albergados, a instituição cuidava também de crianças cujas mães precisavam trabalhar, preenchendo o outro expediente, fora da escola municipal, com atividades culturais e reforço escolar. Nessa época, abrigava 150 (cento e cinquenta) crianças, com idades de 06 aos 18 (dezoito) anos.

Núbia e Starla tinham ouvido falar que o Rotary desenvolvia projetos com o intuito de ajudar creches, escolas, hospitais, comunidades, e outras instituições que lidavam com as camadas mais carentes da sociedade e foram bater à minha porta. Elas já sabiam que os projetos, para receberem a contribuição da Fundação Rotária, necessitavam, além do patrocínio de um Rotary Club local, da parceria com outro Rotary Club do exterior, o que seria garantido pelos contatos que Starla, mantinha nos Estados Unidos.                

Após visitar a creche e constatar a seriedade e o alcance do trabalho que realizavam, optei por encaminhar o projeto a um dos Rotary Clubs da cidade do Recife, pois o meu já estava comprometido com outros três projetos. Infelizmente, os parceiros indicados por Starla, não deram seguimento e o projeto permaneceu longo tempo engavetado.

Alguns anos após este primeiro contato, Núbia se inscreveu através de meu clube e foi selecionada para participar de um importante programa da Fundação Rotária do Rotary International, denominado IGE – Intercâmbio de Grupos de Estudos. Era o ano de 2003, quando Núbia e mais três profissionais foram Embaixadores da Boa Vontade, no Distrito 1130 da Inglaterra, recebendo uma bolsa com duração de um mês tendo por líder do grupo o companheiro rotariano Múcio Souto, do Rotary Club do Recife.

Poucos anos depois, nosso Distrito de Rotary International recebeu a visita de outro grupo do IGE, enviado pelo Distrito 6.000 do estado de IOWA, nos Estados Unidos. Núbia, já era rotariana de meu clube, minha afilhada, tendo exercido a presidência no ano rotário 2007-2008. Uma das programações dos americanos foi levá-los à creche de Núbia, para apreciarem os trabalhos e atividades das crianças. Nessa altura a instituição deixara de ser abrigo, para ser apenas creche. As crianças não mais eram albergadas, apenas passavam o dia.  O grupo visitante ficou tão encantado que o líder Rotariano, Lynn R. Hicks, do Rotary Club of Des Moines, se comprometeu a participar de um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária, o MG 71.955, doando materiais e equipamentos para aparelhar a cozinha e o refeitório, no valor correspondente a US$ 18.970.

Posteriormente, Núbia integrou um outro grupo de IGE, desta vez como líder rotariana. Comandou uma equipe de quatro profissionais para um intercâmbio com a Holanda, no Distrito 1610. Os contatos que realizou nessa viagem resultaram em diversos intercâmbios entre holandeses e brasileiros do nosso clube. Recursos vieram da Holanda, para o “Espaço da Criança”; foi feito um intercâmbio da amizade, com a vinda de casais holandeses, recebidos por rotarianos do Boa Viagem e, ainda, tomou corpo um novo projeto, a partir de um encontro de Núbia com um ex participante do intercâmbio de jovens, chamado Sander den Hartog. Como estudante do ensino médio, Sander havia morado durante um ano no Recife, e ficara muito impressionado com a grande dificuldade dos estudantes de escolas públicas em conseguir aprovação nos vestibulares para as universidades públicas. De volta à Holanda, bem jovem ainda, criou uma ONG para financiar reforço escolar e estudo de jovens carentes no Brasil, em turmas montadas especialmente para prestar exames vestibulares. O Rotary Boa Viagem, sob a presidência de Núbia, selecionou 35 alunos dentre as escolas estaduais do bairro de Boa Viagem e Pina. Foi feito então um contrato entre esta ONG holandesa, denominada Equal Education (Educação Igual), o Colégio Contato e o Rotary Club do Recife-Boa Viagem para que, através de um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária, tendo como parceiros os clubes rotários: Rotary Club do Recife-Boa Viagem e Rotary Club de Hulst da Holanda, no valor de US$ 30.000 para custeio dos estudos, por dois anos. O projeto recebeu o nome de Equal Education e recebeu da Fundação Rotária o número de MG 68.505/2009. O RC Recife-Boa Viagem obteve também a participação do SESI e da ABCC - Associação Beneficente Criança Cidadã, conseguindo financiar material didático, passagem e merenda para esses alunos. O sucesso foi total com a aprovação de mais da metade dos alunos, matriculados que foram em cursos superiores das universidades públicas.

Com a ajuda de voluntários, doadores do Brasil e do exterior, com apoio de profissionais competentes como os arquitetos Sondja Beirão, Francisco Buarque e Francisco Elihimas, os engenheiros Ilo Borba e Ildica Gonçalves, Alberto e Helena Bittencourt; Vera Magalhães e a Associação das Mulheres Internacionais do Recife; Consulado do Japão no Recife; Kraft Alimentos; ONG Viver Bem; Construtora Rio Ave e muitos outros, bem como de toda uma equipe de funcionários e colaboradores, muito afinada, a ARH – Associação para Restauração do Homem - está agora concretizando um sonho ... o sonho da sede própria, a ser inaugurada no dia 18 de setembro de 2012.

Para nós, rotarianos é muito importante o apoio a instituições como o Espaço da Criança, que acolhe e tira as crianças das ruas, do ambiente deturpado pela miséria em que vivem, vítimas da exploração e da violência, do abandono.

Por razões profissionais, Núbia não mais integra o Rotary, mas pedimos a Deus que a proteja e lhe dê saúde e forças para continuar esta grande obra – O “Espaço da Criança”, agora, de casa nova.

Visite o site do Espaço da Criança:

http://www.espacocrianca-arh.net.br/historico.php


 

 


PROJETO EDUCAÇÃO IGUAL


                  Recife, PE, fevereiro de 2010

Em 1995, o jovem holandês Sander den Hartog, veio estudar por um ano no Brasil. Participava de um programa do Rotary International denominado Intercâmbio de Jovens, que envia jovens com menos de 18 anos, de um país a outro.

Vindo de um país mais adiantado, Sander conheceu a realidade brasileira. Morou no Recife em casa de família, estudou em colégio particular, praticou esportes, frequentou festas, como qualquer outro jovem da classe média. Entretanto, de espírito inquieto, logo se sensibilizou com o sacrifício das gerações mais pobres. Não entendia por que os alunos das escolas públicas, não conseguiam ingressar nas Universidades Federais, gratuitas, únicas ao alcance de suas condições.

O impacto do inctercâmbio foi tão grande a ponto de provocar profundo crescimento espiritual em Sander. De volta ao seu país, reconhecido, quis devolver ao Brasil uma parte dos benefícios aqui recebidos. Reuniu quatro amigos e criou a Fundação Educação Igual (Stichting Equal Education). Em seu casamento, no ano 2004, pediu aos convidados que não lhe dessem presentes, mas dinheiro para começar o projeto. O resultado foi surpreendente, segundo relatou.

A Fundação Educação Igual, fundada na Holanda, tem o objetivo de proporcionar a estudantes brasileiros do ensino público, condições de prestarem vestibular para Universidades Federais, em igualdade de condições com os alunos das escolas particulares.

Numa prova de que nada acontece por acaso, em 2007, a então presidente eleita do Rotary Club do Recife-Boa Viagem, Núbia Mesquita, ao participar como líder de outro importante programa do Rotary, o Intercâmbio de Grupos de Estudos, reuniu-se, em Amsterdã, Holanda, com Sander e esposa Viola para  o planejamento inicial do projeto.

O encontro resultou num convênio firmado entre o Rotary Club do Recife-Boa Viagem e a Fundação Educação Igual. Ficou acordado que o Rotary entraria com um terço dos recursos necessários, enquanto a fundação holandesa aportaria os outros dois terços.

Os rotarianos fizeram o planejamento, levantamento das necessidades, e orçamento do projeto. Os alunos selecionados receberiam aulas em um curso especializado, material escolar, alimentação e auxílio transporte. 

Os rotarianos do RC Boa Viagem seriam conselheiros, um para cada aluno, com a responsabilidade de monitorar o aproveitamento escolar, verificar as necessidades individuais, procurar soluções, acompanhá-los passo a passo.

Em novembro de 2007, os rotarianos selecionaram um grupo de 35 alunos da terceira série dos Colégios Estaduais Assis Chateaubriand em Brasília Teimosa e Santos Dumont em Boa Viagem.

Nova parceria foi firmada a seguir, com o Colégio e Curso Contato, uma escola particular, especializada, com mais de trinta anos de experiência na área de cursinhos, e os mais conceituados professores do Recife.

As áreas escolhidas pelos alunos para prestar vestibular foram Medicina, Ciências Contábeis, Administração, Física, Matemática, Química, Engenharia.

Foi então resolvido que, para melhor preparar os alunos, seria necessário criar um novo formato de ensino, em turma fechada e com professores escolhidos. O primeiro ano, (2008) foi dedicado a reforçar e complementar o programa escolar que, em várias áreas, estava muito aquém do nível exigido nas provas do vestibular. Neste segundo ano, (2009), os alunos se integraram ao ensino preparatório, regularmente ministrado pelo Colégio e Curso Contato, com mais três escolas Púbicas integrando a parceria – a Escola Brigadeiro Eduardo Gomes, a escola Prof. Fernando Mota e o Centro de Ensino Experimental Cícero Dias.

Para provimento dos recursos de responsabilidade do Rotary em 2009, o Rotary Club do Recife-Boa Viagem e o Rotary Club de Hulst, Holanda, aprovaram na Fundação Rotária do Rotary International o Projeto de Subsídios Equivalentes número MG 68505.

Há, ainda, outros parceiros, não menos importantes, como o SESI-PE e a ABCC- Associação Beneficente Criança  Cidadã, além do patrocínio de várias empresas locais.

Este é um projeto da maior relevância. Dá para sentir a esperança no coração daqueles jovens, ver o brilho nos seus olhos quando, com a voz embargada pela emoção e alegria afirmam que este é o maior presente que já receberam, que tudo farão por merecer, que não vão desapontar nem desperdiçar a oportunidade.

O resultado foi excelente. 18 participantes foram aprovados em Universidades Federais, numa prova de que, com seriedade, dedicação e empenho, o jovem de escola pública pode chegar lá.
VOCÊ SABIA QUE...

- O Rotary Club do Recife – Boa Viagem é o coordenador e principal patrocinador do PROJETO EQUAL EDUCATION – EDUCAÇÃO IGUAL que, em 2008-09, preparou 35 estudantes das escolas públicas Assis Chateaubriand e Santos Dumond, em Boa Viagem, para prestar vestibular em faculdades, neste fim de ano, nos campos de medicina, química, engenharia, direito, matemática, administração, economia, entre outros?
- Que, para financiar esse projeto, o Rotary Club do Recife – Boa Viagem estabeleceu parcerias importantes com a Fundação Rotária do Rotary International; com a Fundação Equal Education, criada na Holanda por um ex intercambista e estudante do Rotary, chamado Dan Hartog; com o Rotary Club de Hulst, na Holanda; com o Colégio e Curso Contato; com a Associação Beneficente Criança Cidadã; com o SESI-PE?
- Que foram aplicados recursos da ordem de R$ 100.00,00 no projeto?
- Que as despesas custeadas pelo projeto incluem o pagamento do curso, com supervisão e avaliação permanentes, acompanhamento do rendimento, aulas de reforço, material escolar, fornecimento de camisa padrão, merenda escolar, vale transporte e o pagamento da inscrição para os exames vestibulares.

   - Que, dos 35 estudantes de escolas públicas, matriculados no projeto Equal Eucation, 18 foram aprovados nos concursos vestibulares da Universidade Federal de Pernambuco no ano de 2009?


sexta-feira, 6 de abril de 2012

ESPAÇO DA CRIANÇA RECEBE RECURSOS DO GOVERNO DO JAPÃO

 

Na terça-feira, dia 27 de março de 2012, em cerimônia realizada no Consulado do Japão, o Cônsul, sr. Tadayoshi  Mochizuki, passou às mãos da presidente da creche Espaço da Criança – ARH, sra. Núbia Mesquita,  cheque com a quantia de R$151.000,00 para a conclusão das obras de construção da sede.
Estiveram presentes, Patrícia Brenneken, Elodie Clerici e Marlies Krüger da diretoria do MIR - Mulheres Internacionais do Recife, grupo filantrópico que apoia iniciativas sociais; Sondja Beirão, arquiteta do projeto e os rotarianos Alberto e Helena Bittencourt, voluntários à frente da obra da nova sede. A coordenadora do Espaço da Criança, Edna Monteiro, também esteve presente, e com ela quatro crianças da instituição, que levaram presentes em agradecimento ao cônsul.
"É um grande prazer apoiar o Espaço da Criança", declarou o cônsul, acrescentando que, apesar das dificuldades que o Japão enfrenta desde que foi atingido pelo terremoto e pelo tsunami ano passado, o governo e o povo japonês não abriram mão de tais gestos humanitários, que estreitam "os tradicionais laços de amizade entre Japão e Brasil", detalhou. "É importante apoiar crianças que se encontram em situações precárias, e isso nos quatro cantos do mundo", completou.
A creche Espaço da Criança funciona há mais de vinte anos em imóvel alugado, no bairro da Boa Vista, onde atende cerca de cem crianças de seis a dezoito anos, das famílias carentes da comunidade dos Coelhos. Com a ajuda de benfeitores nacionais e internacionais, iniciou a construção de nova sede em terreno próprio, adquirido há oito anos.
A obra deverá estar concluída dentro de três meses. O projeto, em dois pavimentos, contempla salas de aulas, cozinha, refeitório, despensa, secretaria, almoxarifado, instalações sanitárias, área para recreação e jogos, tudo legalizado e aprovado pelos órgãos competentes.    
Para Núbia Mesquita, a atitude solidária nipônica é uma mostra da nobreza da sua gente. "Vemos nessa vontade de ajudar um sinal de um povo resiliente, cooperativo e que sabe o que é estar sofrendo necessidades", respondeu a presidente, que espera poder, com os recursos doados, ajudar mais crianças no futuro. Esperança essa que se concretizará sem atraso, na previsão de Patrícia Brenneken. "Temos acompanhado a seriedade do Espaço da Criança e sabemos que o dinheiro será muito bem empregado", disse a presidente do MIR, agradecendo também ao governo e povo do Japão.
O governo japonês se envolveu com o Espaço da Criança a partir de junho de 2010, logo após a instituição ter sido vítima de um roubo e atos de vandalismo. O episódio fora veiculado na imprensa e chamou a atenção do assessor para projetos sociais, Takesi Konno, que apresentou à instituição a possibilidade de parceria com o governo do Japão. A ajuda estrangeira chegou em hora perfeita, na avaliação da presidente Núbia. "Vocês foram uma resposta de Deus para nós", afirmou.

domingo, 3 de outubro de 2010

JUERG HUERLIMANN


Juerg e Núbia no Espaço da Criança



Juerg Huerlimann começou a me enviar e-mails em fevereiro de 2010. Encontrou meu endereço na internet, ao procurar contato para projetos da Fundação Rotária no Brasil.

Sendo do Rotary Club de Laufen, cantão alemão da Suíça, Distrito 1980, manifestou o propósito de visitar o Brasil em agosto e setembro, para gozar o “sabbatical”, uma espécie de licença-prêmio de três meses, a que tinha direito por haver completado dez anos de trabalho em banco. Aproveitaria para conhecer o país, praticar a língua portuguesa, participar de um trabalho social, conhecer novas pessoas.

Juerg fala bem nosso idioma, pois tem esposa portuguesa, é pai de dois meninos, de onze e de nove anos e cursou a Universidade de Coimbra, em Portugal. Disse que gostaria estabelecer parceria entre o seu clube e o Boa Viagem, num projeto em favor das crianças.

Trocamos e-mails ao longo de seis meses, estudamos várias possibilidades. A parceria num projeto da Fundação Rotária tornou-se inviável pelo fato do D-1980 não fazer parte do Plano Visão de Futuro, como o D-4500.

Como ele disse que havia conseguido dez mil dólares para o projeto, ofereci-lhe de pronto a Associação para Restauração do Homem, também conhecida como Espaço da Criança.

A creche, situada no bairro da Boa Vista, assiste à 100 crianças, metade pela manhã e metade à tarde. Funciona há 20 anos numa casa alugada. Acontece que o proprietário pediu a desocupação do imóvel, que se situa numa zona valorizada, pois pretende edificar no local um predio de apartamentos residenciais.

A diretora, ex-presidente do RC Boa Viagem, Núbia Mesquita, adquiriu há cerca de oito anos, um terreno nas proximidades, onde pretende edificar uma nova sede, que deverá estar concluída no prazo de um ano. Os projetos já estão prontos. Será uma construção em concreto pré-moldado, simples, de forma a abrigar as crianças em 4 salas de aulas, a um custo estimado em R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

O programa de viagem de Juerg, inclui duas semanas na China, dez dias no Recife, além de Rio de Janeiro, Brasília e Foz do Iguaçu. Viaja sozinho, pois a esposa e os filhos, não puderam tirar férias nesse período.

Fui recebê-lo no aeroporto. É um homem jovem, de quarenta e dois anos, alto, magro, cabelos claros e rosto sardento.

Estabeleci um programa de passeios turísticos e prestação de serviços humanitários. Visitou os principais pontos do Recife, Olinda e arredores, como Itamaracá e Porto de Galinhas.

Depois de conhecer a creche e o terreno da nova sede, Juerg me disse que queria passar três dias com as crianças. Assim fez. Conversou, brincou, jogou, ensinou geografia, mostrou o país de onde veio em um mapa da Europa.

Ao final, manifestou o desejo de conhecer as casas das crianças.

As funcionárias da creche contataram as mães para obter o salvo conduto e poder entrar na favela dos Coelhos. Fomos, Juerg, eu, uma funcionária e duas mães de alunos.

O impacto foi violento. Mal entramos e nos deparamos com uma pequena multidão nas ruelas estreitas, à porta de barracos. Homens, mulheres, adolescentes de ambos os sexos, formavam uma espécie de fila. Entravam contando dinheiro e saíam carregando pacotes de droga, crack, maconha ou papelotes de cocaína, abertamente, alheios à nossa presença.

Deixamos o ponto de venda e entramos num pequeno beco sobre palafitas à margem do rio Capibaribe.

O quadro é chocante. Começa pelos ambientes sem janela dos barracos de madeira podre, colados uns aos outros, sem espaço, nem ventilação. Não existem instalações sanitárias, as necessidades são despejadas in natura no rio.

Perguntei a três meninos que estavam sentados em um pedaço de tábua, os pés a balançar sobre as águas: Vocês não tomam banho nessa água, não é?

Só quando a maré está cheia, responderam, como se tal significasse a redenção dos pecados.

Alguns ambientes, apesar da pobreza extrema, eram limpos e arrumados. Em outros, o mau cheiro impregnava. Em todos, o calor que irradiava das telhas onduladas era insuportável. Vimos bebês misturados a gatos recém nascidos, embolados na mesma cama. Cinquenta reais é o preço de aluguel de um barraco desses.

À nossa passagem muitas pessoas desocupadas nos espreitavam, desconfiadas.

Juerg Huerlimann pode constatar o quanto é necessária uma creche como o Espaço da Criança, onde, alternando com a escola regular, as crianças recebem reforço escolar, atividades recreativas, alimentação, aulas de informática, tudo de forma gratuita. Os menores, dos cinco aos dezesseis anos, ficam longe das ruas, do tráfico e aprendem os verdadeiros valores morais, para se tornarem cidadãos úteis e produtivos, capazes de constituírem família e ganharem honestamente o pão de cada dia.

Obrigado, Juerg.

Nossas crianças agradecem poder sonhar com um amanhã radiante e pacífico.

terça-feira, 26 de maio de 2009

VISITA DO IGE-2009




Eles vieram dos Estados Unidos, dia 05 de abril. Desembarcaram em Petrolina, PE, onde por três dias, conheceram as riquezas e peculiaridades da região. Visitaram as vinícolas dos melhores vinhos, as fazendas das melhores frutas. Percorreram empresas privadas e instituições políticas, sociais, culturais. Fizeram passeios turísticos, receberam informações profissionais, de acordo com seus interesses. Trouxeram a visão de sua terra e aqui receberam a visão de nossa gente, nossa cultura, nossa nação.
Assim foi em Caruaru, PE; Caicó, RN; Mossoró, RN; Natal, RN; até chegarem no Recife, PE, onde completaram os 30 dias do programa do Intercâmbio de Grupos de Estudos, IGE-2009. Em cada cidade foram recepcionados por Rotary Clubs anfitriões, encarregados dos programas locais e ficaram hospedados em casas de famílias rotárias. Um ponto de destaque foi o jogo de futebol que assistiram no estádio, entre as equipes do Náutico – PE e Internacional – RS, pela Copa Brasil.
O grupo de cinco americanos enviados pelo Distrito 6290, que compreende os Rotary Clubs de parte dos estados de Michigan, EUA e Alberta, Canadá estava assim constituído:
• Virginia Ryan, 71, publicitária aposentada, líder, única rotariana do grupo.
• Mattew Pierle, 34, ambientalista.
• Emily Rose, 27, marketing.
• Leslie Anderson, 30, promotora de vendas da ind. Farmacêutica.
• Chip VanderWier, 39, urbanista.
No feriadão da sexta feira, 01 de maio, dia nacional do trabalho, coube ao nosso querido RC do Recife-Boa Viagem, a vez de ser o anfitrião.
Nosso clube proporcionou uma jornada agradável aos americanos em Porto de Galinhas. Infelizmente, por motivo de indisposição, Matt Pierle deixou de comparecer.
Chip, careca e barbudo, não muito alto, forte como um gigante, lembrou-me daquele marujo rival do marinheiro Popeye, que aplica imensas surras no herói, antes dele engolir a lata de espinafre. Pois bem, Chip, cujo nome mais parece ser um apelido, mostrou-se um jovem educado, cavalheiro, fidalgo, muito interessado em conhecer em detalhes as coisas do Brasil.
As duas jovens profissionais, Leslie e Emily, simpáticas, estavam sempre alegres, sorriso nos lábios, dispostas a trocar detalhes e informações com os brasileiros.
A líder Virginia é que surpreendeu. Trata-se de uma senhora na qual o tempo deixou suas marcas, mas dotada de uma disposição de dar inveja a qualquer um. Sem recusar um convite, nem deixar de participar de todos os eventos, semblante alegre, jovial como os demais, sempre demonstrando curiosidade e interesse pelas coisas do Brasil. Ela fala um bom português. Disse que há apenas cinco meses começou a estudar. Antes nada sabia. Desabafou que em seu estado, não é fácil encontrar candidatos ao IGE no Brasil: _Não são muitos os interessados e deu um certo trabalho formar o grupo, afirmou.
O fato é que o grupo parecia bem interessado e disposto, considerando que estavam no fim do período de intercâmbio. Na próxima segunda-feira embarcarão de volta ao seu país, decorridos 30 dias de sua chegada no Brasil.
O ponto de partida de nossa jornada foi o Clube Português, de onde saímos às 9h30, em dois carros, um dirigido por mim outro pela Helena.
Em Porto de Galinhas fomos direto para casa da Núbia. Esta nos esperava com os filhos Rafael e Raíssa. Raquel chegou depois, com o namorado. Chegamos, trocamos as roupas de banho e fomos direto para o paraíso ecológico de Maracaípe, viveiro natural de cavalos marinhos.
O tempo chuvoso dos últimos dias turvou a água na desembocadura do rio. A água salgada do mar foi expulsa da foz o que tornou o ambiente não propício para os cavalos marinhos.
Pegamos as jangadas e aportamos num banco de areia logo após. Um pescador mostrava num vidro de compota o único exemplar disponível na área. Coitado! Já devia estar ali há dias. Estressado, debilitado, teimava em restar deitado no fundo do pote. Só levantava quando trocavam e agitavam a água. Ainda assim, turistas deslumbrados tiraram muitas fotos tentando mostrar o nosso herói como se estivesse numa boa, desfrutando excelente saúde.
De volta, ainda demos um mergulho nas piscinas marinhas que fazem de Porto a praia mais bela, entupida de banhistas, barraqueiros, cadeiras, vendedores.
Chip, curioso, quis conhecer os detalhes de uma jangada. Segundo ele vai fabricar e vender nos EUA. Eu disse que a jangada era simples e perfeita. Não afundava jamais, diferente do TITANIC, que, com toda a tecnologia da época, não resistiu a um iceberg. Assim é a vida, completei. As coisas mais simples são as melhores.
De volta à casa da Núbia, nos esperava lauto almoço, antes de retornarmos ao Recife.
Obrigado Helena, Núbia, Raissa, Rafael e Raquel pela excelente jornada.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

FELIX CHRISTINGER LANÇA DESAFIO


Acabo de voltar de uma reunião com Felix Christinger. É um velho amigo de Zurique, Suíça, que há precisos 14 anos vem ao Brasil, sempre no mês de fevereiro.
A princípio ele costumava vir para o carnaval, mas com o correr dos anos, a multidão, a violência passaram a assustá-lo. Em geral permanece aqui por três semanas e regressa antes do período carnavalesco.

Felix é um grande benfeitor das crianças brasileiras, mais precisamente do Lar de Cáritas. Ele pertence ao Kiwanis Club de Zürich – Höngg.
O Kiwanis International é uma organização mundial de voluntários semelhante ao Rotary e Lions. Compreende aproximadamente 8000 clubes em 96 países e mais de 260.000 membros. Tem como ênfase melhorar a vida das crianças e dos jovens e desenvolver programas de liderança juvenil.

A história de como conheci Felix Christinger é interessante.
Aconteceu no carnaval de 1997. Na ocasião eu exercia o cargo de presidente do Rotary Club do Recife – Boa Viagem. Susan Clarke, minha auxiliar inglesa na elaboração de projetos da Fundação Rotária, bolou um folheto intitulado - Let's take a look behind the mask – Vamos dar uma olhada por trás da máscara. O texto, ilustrado por fotos, conclamava os turistas estrangeiros a dar uma olhada na outra realidade, escondida por trás da máscara da folia, da alegria, do carnaval. Descrevia as necessidades das crianças do Lar de Cáritas e terminava com um pedido de ajuda. Os jovens do Rotaract e Interact Clubs, então muito atuantes, chefiados pelas companheiras Vânia e Ednice, se encarregaram de distribuí-los pelos principais hotéis e pousadas de Boa Viagem.
Felix estava hospedado no hotel Canarius em Boa Viagem e recebeu um desses folhetos. Após o carnaval, quando retornei ao meu escritório, encontrei o bilhete de Félix, escrito em alemão e à mão. Como não entendi e o Felix já havia regressado para a Europa, esqueci o assunto. Um ano depois, de volta ao Brasil, Felix tornou a me procurar. O encontro foi produtivo. Levei-o ao Lar de Cáritas e ele começou a ajudar a creche com o dinheiro que conseguia arrecadar junto aos companheiros de seu clube de serviços.

A contribuição de Felix é muito importante, não apenas em dinheiro, mas também em trabalho e dedicação. Ele realmente ama nossas crianças. Já trocou duas vezes a Kombi doada pelo Rotary por outras mais novas, ajudou na reconstrução das salas de aulas, além de outros benefícios.
Este ano ele doou um computador novo, marca HP, o melhor e mais completo, que pode encontrar. Ainda pagou a reforma dos jardins e colocou novos adesivos na Kombi.
Felix sempre tira muitas fotos, para manter o interesse e a ajuda de seus companheiros de clube. Ele diz que precisa de um tema: troca da van, reforma dos jardins, ampliação das salas de aulas, assim ele vai conseguindo os recursos necessários, a cada ano.

Como bom suíço que é, Felix reclama muito da bagunça e desorganização do Brasil. Também reclamou do Lar de Cáritas dizendo que os WCs das crianças têm cerâmicas quebradas, que os jardins estão ruins, que o grande salão do galpão está servindo de depósito, que o gabinete odontológico está sem dentista e por aí vai. Vindo de um país em que tudo é muito certinho explica-se o temperamento impaciente do Felix. Para culminar, enquanto fazia compras num supermercado teve a bolsa furtada. Ninguém viu, ninguém sabe, ninguém diz nada, segundo Felix.

Este ano, Felix conheceu o Espaço da Criança, cuja razão social é ARH - Associação Para Restauração Do Homem, creche dirigida pela companheira Núbia Mesquita, rotariana do Boa Viagem,
Recebido pela presidente, Felix visitou e tirou fotos das instalações e das crianças. Espantou-se ante a grande quantidade de lixo acumulado na rua dos fundos pelos moradores e donos de bares visinhos. Conheceu o terreno de propriedade da ARH onde serão construidas as futuras instalações, pois a creche funciona atualmente em prédio alugado.
Felix ficou impressionado com o trabalho desenvolvido no Espaço da Criança.
Antes de partir, lançou o desafio: enviem-me desenhos feitos pelas crianças, sob temas como paz, amor, fraternidade. Mandaremos transformar em cartões postais para venda na Suíça e no Brasil, com renda destinada às creches.
Obrigado, Felix. Que Deus o proteja. Até o ano que vem.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

HOLANDESES EM PORTO DE GALINHAS



  1. Klaas de Vos, time-líder, do RC de Middelburg, Distrito 1610. Chefe de Polícia aposentado há dois anos. Altivo, postura marcial, comunicativo e simpático.
  2. Marieke Hermus, profissão parteira, com curso superior e mestrado. Ficou hospedada na casa do presidente Lacerda. Impressionou por sua alegria e disposição, mesmo com infecção na perna causada por picadas de mosquitos. Foi curada pelos cuidados médicos do presidente.
  3. Marlein Raaijmakers, enfermeira, entrosou-se com facilidade. Alegre e comunicativa.
  4. Job Muurmans, bancário, setor de seguros. Manifestou disposição para aprender o máximo.
  5. Stefan de Crom, psicólogo. Alegre e brincalhão, amante da natureza.

Acredito que desde a época de Maurício de Nassau, Pernambuco não recebia um grupo tão animado de holandeses. A alegria contagiante desse IGE–2007, proveniente dos Países Baixos, ou melhor, Netherlands, ou ainda, Holanda, tomou conta de Porto de Galinhas no sábado, dia 28 de abril.

Às 10 horas saímos de Boa Viagem, em direção à casa de praia do casal Carlos Roberto e Maria Helena, ele presidente do RC Recife-Boa Viagem. A palavra de ordem, além do convívio e integração com as famílias, era lazer, diversão, banhos de piscina e de mar, passeios turísticos, dando um breque nas intensas atividades profissionais, culturais, sociais, institucionais e políticas do programa de Intercâmbio de Grupos de Estudos da Fundação Rotária.

Ao chegarmos à acolhedora casa dos Lacerda o grupo buscou logo alívio para o calor com mergulhos na piscina, volei aquático e outras brincadeiras. Helena e Maria Helena prepararam supimpa mesa de frios, farta e variada, para aplacar a fome geral.  Vale ressaltar a agradável companhia da gentil e doce Karlena, filha do casal anfitrião.

A surpresa veio a seguir na forma de dois bugres para excursão aos pontos mais atraentes da orla. Eu e Bebeto, como é chamado carinhosamente o presidente por sua mulher, seguimos com os cinco holandeses. Paramos para um mergulho na praia. Tudo novidade. A praia selvagem, o coqueiral, a água morna, a areia branca e fina, quase não queriam sair. Tivemos que insistir. Sentados nos encostos dos bancos traseiros, os visitantes se divertiam a valer. As duas moças, no bugre da frente fizeram o maior escarcéu quando viram a primeira tanga tipo fio dental, chamando a atenção dos marmanjos no carro de trás.  

Chegamos a Maracaípe, foz do rio Ipojuca, que se tornou point turístico por abrigar um viveiro natural de cavalos marinhos, ostras, e mariscos. Em duas jangadas, penetramos nos meandros ribeirinhos. As raízes altas do manguezal com seu emaranhado de paus e folhas, emolduravam quadro de rara beleza. Paramos numa bacia com profundidade de 1,5m, enquanto os barqueiros de máscaras e nadadeiras afundavam entre as raízes à procura dos cavalos marinhos. Logo retornaram, cada qual com dois exemplares nas mãos, que colocaram em vidros, para gáudio de nossos visitantes.

De volta, Maria Helena esperava-nos com uma brasileiríssima feijoada, prato típico do qual eles nunca tinham ouvido falar mas que adoraram, pois comeram de montão.










quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

PINTANDO A PAZ


 
 
 

Domingo, dia 11 de fevereiro de 2007, a pracinha de Boa Viagem foi palco de um evento rotário para lá de prazeroso. Num recanto aprazível, ao lado da igrejinha, próximo à feirinha de artesanato, à sombra de inúmeras árvores, junto à bucólicos bancos de jardim, o Espaço da Criança, com o apoio do Rotary Club do Recife – Boa Viagem e do Rotarct Club de Boa Viagem, realizou o concurso de desenhos infantis sob o tema “A Busca da Paz”.

O evento realizou-se das 14 às 18 horas. Previamente, Helena obtivera a indispensável licença da prefeitura. A tarde estava agradável, sob um sol não muito forte, amenizado pela brisa do mar. O local parecia reservado para nós, limpo, amplo, livre de barracos, sem presença de pedintes ou ambulantes. Na hora marcada estava tudo pronto: a mesa com seis cadeiras, farto material para distribuição, constituído de papel tipo flip-chart fixado em pranchas de duratex, lápis de cor, lápis cera, canetas hidrocor, material para pintura a dedo, buchas e outros apetrechos, além de água mineral e gelo à vontade, para matar a sede.

A companheira Núbia Mesquita, presidente do Espaço da Criança, com seu esposo Beto e dois filhos, Raquel e Rafael, dirigiu os trabalhos de forma incansável. Preparou um painel com fotos ilustrativas da creche para apresentar aos visitantes, estendeu uma linha entre dois coqueiros, na qual colocou em exposição, doze desenhos de crianças, previamente selecionados entre dezenas de outros de sua creche. Levou seis autores dos melhores desenhos para participarem do concurso.

Na hora se incorporaram várias outras crianças, todas na faixa etária estipulada, dos seis aos doze anos, filhos de feirantes e de vários transeuntes.
As crianças se espalharam pelos bancos e começaram a trabalhar. Ficaram horas entretidas, a caprichar nos desenhos, cada qual mais criativa, todas usando a própria imaginação e o material distribuído.

Cada desenho recebeu um número. Aos adultos, visitantes e transeuntes, foi dado um folder do Espaço da Criança, enquanto eram convidados a escolher o desenho mais bonito e colocar seu voto em um livro sobre a mesa.

Além de Helena e eu, Núbia e Beto com os filhos, compareceram o presidente do nosso querido Boa Viagem, Carlos Lacerda, Yvonne e Evaldo Amorim, com o filho Carlos, nora e neta, os rotaractianos Alison e Flávia. Estes contribuíram com duas belíssimas faixas, nas cores do Rotary, amarelo e azul, uma em inglês, destinada aos turistas e outra em português. Compareceram também alguns amigos do Espaço da Criança, integrantes de um grupo de yoga do Pina, chamado DHARMA que muito ajudaram.

Todos os participantes envergavam bonita camisa alusiva, mandada confeccionar por Núbia, sob patrocínio do Laça Burguer.

Na hora da missa na igrejinha ao lado, o presidente Carlos Lacerda pediu ao sacristão que anunciasse o evento, convidando a todos os presentes para, ao final, visitar-nos e votar no desenho de sua preferência. Foi uma enxurrada de pessoas interessadas, analisando, comentando e dando opinião.

O desenho mais bonito, relacionado com o tema proposto, vai virar obra de arte. Será transformado em um painel mural para ser colocado na fachada da futura sede da instituição, ora em fase de projeto de construção, já aprovado pela PCR. Serão confeccionados ainda cartões e marcadores de livros, cuja venda, destinar-se-á a ajudar na obra.

O renomado artista plástico, Alex Mont’Elberto, filho do nosso saudoso e querido companheiro do Boa Viagem, José Júlio Fernandes, esteve presente, com esposa e filhos. Ele vai montar e doar essa obra de arte para a nova sede do Espaço da Criança, em mais um gesto de generosidade, ele que é autor e doador do marco rotário do Boa Viagem, situado na esquina das avenidas Domingos Ferreira e Barão de Souza Leão, sem dúvida, um dos mais belos monumentos do Recife.

Foi realmente uma inesquecível tarde de Paz, na pracinha de Boa Viagem. Estão de parabéns Núbia e Helena, idealizadoras e organizadoras do evento. Está de parabéns o Rotary e o Rotarct Club do Recife – Boa Viagem. Estão de parabéns as crianças do Espaço da Criança.