ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 27 de outubro de 2009

CILINHO



ONTEM, domingo fiz, com Helena, uma visita a um velho amigo, coronel da reserva do Exército, arma de Engenharia. Chamá-lo-ei de Cilinho e à esposa Selma. Ambos nos receberam com a maior alegria. Cilinho tem 75 anos de idade, mas não aparenta. Selma deve ter um pouco menos. Moram num confortável apartamento perto da minha casa. Oficial do Exército, aspirante a oficial da turma de 1956, a famosa turma Havaí, cuja sigla, “Estamos aí!”, lembro-me bem, era sempre pronunciada pelos capitães, nos idos de 1968, ao adentrarem todas as manhãs no cassino de oficiais da AMAN. A vida de Cilinho daria um bom livro de aventuras. Tanto que eu me propus a escrever a sua biografia, como parte de meu projeto de “personal biographer”.

Cilinho pouco sai de casa. Passa o dia a ouvir a radio CBN. Não pode ler, apenas ouvir noticiários e jogos de futebol, torcedor fanático do Flamengo. Perdeu mais de 95% da visão, conseqüência de um distúrbio neurológico que destruiu os canais lacrimais e foi degenerando até beirar a cegueira total. A mente contudo, continua lúcida, perfeita. A voz e os movimentos inteiramente normais. Cilinho preocupa-se em afastar o mal de Alzheimer. Pratica de cabeça exercícios matemáticos e treina memorização. Caminha diariamente no sítio da Trindade, faz musculação com halteres. Ficou animado com a idéia de escrever a memória. Disse que tem muita coisa a contar.

Aparentemente seu astral é elevado. Não notei o mínimo sinal de depressão. Fala com ânimo e esperança na possibilidade de um transplante de córnea. É de admirar a vontade desse coronel, sempre jovial e alegre, como nos velhos tempos em que dominava a bola e furava gols nas quadras de futebol de salão dos quarteis.

Ele mora em apartamento alugado. Disse que não tem mais nada. Perdeu tudo com a falência do colégio que construiu, um educandário de excelente conceito na cidade, que preparava alunos para o ITA e sempre obtinha as melhores posições nos exames vestibulares. Segundo ele, o legado do colégio foram dívidas, principalmente trabalhistas, cujos processos ainda tramitam na Justiça.

Quantos colégios particulares, de tradição e qualidade, fecharam as portas em conseqüência de uma legislação, demagógica e injusta, que vigorou por anos no país. Provocou a quebra de inúmeros educandários de renome, com histórico de comprometimento com o ensino.

O testemunho de Cilinho é contundente:
"Por força da lei, o aluno, mesmo inadimplente, não podia ser posto para fora antes do término do ano letivo. Resultado, o pai fazia a matrícula e deixava de pagar o ano todo. Dizia: - Eu sei que não é correto, que não é justo, mas é o meu direito. Está na lei."

E o colégio tinha que fazer às vezes de Estado: arcar com ensino gratuito para os alunos inadimplentes, cujos pais se viciaram na prática de mudar de colégio de ano em ano. A situação era agravada pela atuação do sindicato dos professores, super eficiente na cobrança dos direitos, sem contudo, pensar na contrapartida dos deveres, nivelando a todos por baixo. Isso tudo, aliado aos impostos escorchantes e a uma legislação trabalhista tendenciosa, inviabilizou a maioria dos colégios particulares.

Felizmente aprovaram recentemente uma mudança na lei, pela qual após três meses de inadimplência, o aluno pode ser desligado no meio e no fim do ano. Já é alguma coisa, em prol da qualidade no ensino.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

LUTA DE CLASSES, EXISTE NO BRASIL?



LUTA DE CLASSES - EXISTE NO BRASIL?
Alberto Bittencourt



Um certo amigo, estando em campanha para deputado estadual, pediu-me para visitar um canteiro de obras da minha empresa construtora. Queria falar aos trabalhadores, dar sua mensagem, dizer-lhes do seu propósito e de suas razões, pedir votos.

No dia marcado, cartazes do candidato foram previamente afixados nas paredes. Distribuí santinhos, folhetos e camisetas aos operários, em número aproximado de 120.

Num palanque improvisado meu amigo fez o discurso. Iniciou dizendo os motivos pelos quais estava ali, porque pretendia o voto dos operários. Falou que queria defender o povo. Sua missão era trabalhar pelos pobres, representar os trabalhadores, pugnar pela justiça social e distribuição de renda.

Expressava-se dessa maneira: 

_ Quero o seu voto, não para defender esta empresa nem o dr. Alberto, que eles não precisam. Peço o seu voto para defender vocês, trabalhadores, porque vocês é que têm necessidade. Se eu for eleito lutarei pela melhoria de suas vidas, de suas famílias, por melhores condições de trabalho. Não pretendo defender o dr. Alberto, pois ele não precisa. Minha atuação será sempre voltada para o bem de vocês...

Nesse instante pediu licença um pedreiro, quase anônimo, desses que constantemente vão e voltam, entram no início da obra e saem no fim dos serviços. Constituem aquele núcleo base de trabalhadores que, pela fidelidade, pela presença, pelo trabalho, formam o patrimônio humano da empresa. Disse com espontânea simplicidade:

_ Dr, nós não precisamos que o sr. nos defenda. Nós queremos é que o sr. defenda o dr. Alberto porque se ele estiver bem, nós estaremos bem. Se o nosso patrão for mal, todos nós iremos mal. Portanto, dirija seu trabalho para que ele continue bem e nós estaremos garantidos.

O político foi pego de surpresa. Na demagogia de seu discurso, não soube responder. Ficou desarmado, chegou a gaguejar.

O ocorrido levou-me a considerar que o futuro do Brasil depende das empresas. São elas que garantem empregos, impostos, distribuição de renda, o fluxo da economia.

Na dialética marxista da luta de classes entre capital e trabalho, os interesses podem ser conflitantes. O empregado visa salário, o empregador visa lucro. Mas quando existem objetivos comuns de produção e garantia de emprego, o convívio harmônico é a solução. Todos só têm a ganhar.

O ramo da construção civil é uma atividade de alto risco. Absorve mão de obra em escala. Construir casas ou prédios no Brasil ainda é sobremaneira artesanal. Quarenta por cento do custo é mão de obra e encargos. Uma obra de cinco milhões gera mais de duzentos empregos diretos.

Já no ramo de serviços, principalmente financeiros, apenas cinco por cento do custo é representado por mão de obra e encargos. Uma enorme diferença.

Certa vez um colaborador me pediu ajuda para se livrar de um agiota. Fora obrigado a tomar emprestada certa quantia a juros de 10% ao mês, para concertar e evitar o desmoronamento do barraco. O agiota ameaçava a sua família e o operário estava com medo, por não ter como pagar. Ao resolver o problema, pensei cá comigo:

_ Pago 15% de juros ao mês toda vez que uso o cheque especial ou quando parcelo o saldo devedor de meu cartão de crédito. É o império da agiotagem oficial que transfere renda da classe média para os banqueiros.

O hipercapitalista americano Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, disse:

“A luta de classes existe, mas é, com efeito a minha. A classe dos ricos é quem conduz essa luta e nós a estamos ganhando.”

Ele está acostumado a ganhar dinheiro no papel, construindo pirâmides financeiras lastreadas em títulos de dívidas.

Tem toda razão Warren Buffett. Os ricos enriquecem nas costas dos pobres. Isso explica a situação precária das novas gerações no Brasil. Há mais de 1,2 milhão de jovens de 18 a 24 anos em total ociosidade, sem nenhuma perspectiva de futuro. Não trabalham, não estudam, não produzem, segundo a recém publicada Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.

Recentemente abriram concurso federal para procurador do Trabalho. Salário inicial superior a R$ 21.000,00. Na mesma época abriram outro concurso, também federal para engenheiro do DNIT – Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes. Salário inicial: R$ 4.500,00. Na luta de classes, a dos advogados está vencendo por muitos corpos de vantagem.

Após mais de 30 anos como empresário da construção civil, tenho a firme convicção de que a classe dos trabalhadores estará bem na medida em que as empresas empregadoras estiverem bem. Esta é a verdadeira luta de classes em que acredito.

x-x-x-x-x-x

sábado, 3 de outubro de 2009

RECEITA PARA O BRASIL




O Futuro do Brasil está chegando. A duras pena o país vai percorrendo um sinuoso caminho. Chegará o dia em que haverá emprego, casa, alimento, educação e saúde para os 190 milhões de brasileiros. Somos um país rico, pela extensão territorial contínua, pela maior superfície de terras agricultáveis do mundo, pelo volume de água potável, pelas indústrias mundialmente competitivas, pelo potencial energético, pelas riquezas minerais, vegetais e animais, pelo povo alegre, ordeiro e pacífico.

O que nos impede? Qual a razão da miséria crescente? Em que dia as palavras violência, assalto, assassinato sairão dos noticiários?

São muitas as causas, mas para mim, a principal é a corrupção.
Poderíamos ser um país justo, não houvesse a corrupção.
O que se pode fazer? Como mudar a cultura do “sou brasileiro, gosto de levar vantagem em tudo”? Todos sabem, mas ninguém quer abrir mão dos privilégios.
Aqui segue uma pequena receita de cinco itens, para ser aplicada a todos os gestores públicos, em todos os níveis, nos três poderes.

1- Acabar com o sigilo bancário de todos os políticos, ordenadores de despesas e homens públicos.

2- Acabar com o foro privilegiado em todos os níveis. Sem tal blindagem, qualquer mortal pode ser processado por improbidade administrativa e ressarcimento de recursos.

3- Aprovar, sem mudanças, o projeto Ficha Limpa, que impede que os condenados em Primeira Instância possam disputar cargos eletivos. Para os crimes de improbidade administrativa, basta que a denúncia seja recebida por um órgão de qualquer instância para que a candidatura esteja proibida.

4- Publicar na internet, de modo permanente e contínuo, a relação nominal de todos os servidores públicos com cargo e salário, aí incluídas as gratificações, comissões e acréscimos.
Tal procedimento já é realizado pela prefeitura da cidade de São Paulo, onde o prefeito Casseb enfrentou batalha judicial contra os sindicatos até obter a decisão final. O povo que paga a conta tem o direito de saber.

5- Atuar junto aos organismos internacionais para acabar com os paraísos fiscais. Segundo dados oficiais, existem atualmente 84 paraísos fiscais no mundo. Os mesmos oferecem proteção do sigilo bancário para os investidores e recebem qualquer tipo de dinheiro, sem questionar a origem. Pode ser lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, do crime organizado, do caixa dois de empresas, da sonegação de impostos, da corrupção de gestores públicos. O montante de dinheiro nesses paraísos que, além do sigilo, ainda são isentos de impostos, é incalculável.
Há muitos recursos no exterior, pois os bancos de investimentos também operam em paraísos fiscais. Muita gente utiliza os serviços de doleiros, inclusive grandes empresas. Legalizar e recambiar esses recursos é um assunto controverso. Um projeto de lei nesse sentido caminha no Congresso. É preciso que venha com uma mobilização internacional para por fim aos paraísos fiscais e acabar com o sigilo bancário.

DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI


DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI


Alberto Bittencourt





"Dar de Si Antes de Pensar em Si” é o lema oficial do Rotary International. É um lema perfeito. Retrata a essência, mostra a ação, a abrangência do movimento rotário, cujo símbolo é a roda rotária, tem o rotariano como eixo propulsor e cujos raios se estendem a todas as pessoas, indistintamente.

O ex-presidente de RI, Carl-Wilhelm Stenhammar o adotou como lema de seu período rotário em 2005-06.

Para melhor entendê-lo, podemos dividi-lo em duas partes:

1) Dar de Si
2) Antes de Pensar em Si

Dar de si, sinônimo de doar-se, significa:

dar do que você é, 
   dar do que você faz, 
   dar do que você tem.

Os verbos ser, fazer e ter, sintetizam a capacidade do homem na Terra. Esses três verbos expressam a vida de cada um. O homem vale pelo que é, pelo que faz e pelo que tem.

Dar de si significa dar do que você é.
Dar do que você é - significa dar de você, dar de seu Ser, para os que convivem consigo, para os que o seguem. Significa dar de sua alegria, compreensão, inteligência, conhecimento, cultura, vontade, talento, em favor do próximo. Dar do que você é - tem o mesmo sentido que dar o seu tempo, dar o seu amor, dar o seu carinho, dar suas habilidades, ao irmão mais necessitado.

Madre Tereza de Calcutá nos ensinou: "O que importa não é o que você dá, mas o quanto de amor você põe naquilo que dá".
A essência do amor, disse o pastor Rick Warren, autor do livro “Uma vida com Propósito” não é o que pensamos, fazemos ou proporcionamos aos outros, mas quanto damos de nós mesmos.

Dar de si significa dar do que você faz.
Dar do que você faz - é dar de seu trabalho, de sua energia, de sua vitalidade pelos nossos irmãos.

Dar de si significa dar do que você tem.
Dar do que você tem - é dar de seu dinheiro, de sua abundância, de seu alimento, de suas roupas, de seus objetos para quem nada tem. O que para nós pode ser lixo, para os desprovidos de tudo, pode ser luxo, pode suprir a falta de algo muito necessário. Um agasalho, um cobertor, uma cama, uma telha, um pedaço de madeira, quanta serventia poderá ter para quem não tem onde morar, ou que more precariamente, debaixo da ponte, em barracos de plástico e papelão, que quando bate o sol viram verdadeiras fornalhas e quando chove, são inundados por água e pelo esgoto que corre a céu aberto.
Se você não tem condições de dar de si, pode dar do seu. Se não pode ensinar a pescar, pelo menos dê o peixe.

A segunda parte do lema, "Antes de pensar em si", significa dar tudo, mesmo que possa lhe fazer falta.

Madre Tereza de Calcutá cunhou a célebre expressão: "O valor da doação está em doar até doer". Sábias palavras de uma mulher santa que dedicou a vida em favor dos pobres, dos humildes, dos sacrificados.
"Doar até Doer" significa que a doação daquilo que nos sobra, do que é inservível para nós, do que não mais necessitamos, não tem méritos. O verdadeiro mérito está na doação daquilo que nos faz falta. Doar até doer, disse ela.
“Doar até Doer”, como nos ensinou Madre Tereza de Calcutá, é “Dar De Si Antes De Pensar Em Si”. É o gesto de doar para o próximo, sem nem mesmo pensar que podemos vir a precisar do objeto de doação. É pensar no próximo antes de nossa própria pessoa.

Rick Warren disse que a maior doação que cada um de nós pode fazer, a verdadeira expressão do amor que cada um pode dedicar, está na doação de seu tempo em favor do próximo.
A importância das coisas pode ser medida pelo tempo que estamos dispostos a investir. Quanto maior o tempo dedicado a uma coisa, mais você demonstra a importância e o valor que ela tem para você. Se você quiser conhecer as prioridades de uma pessoa, observe a forma como ela utiliza o tempo.

O tempo é a sua dádiva mais importante, pois você só recebeu uma quantia fixa dele. Você pode fazer mais dinheiro, mas não pode fazer mais tempo. O tempo é um artigo de que todas as pessoas do mundo compartilham exatamente na mesma proporção: todo mundo só tem 24 horas por dia à sua disposição. Um minuto desperdiçado não se recupera jamais, está perdido para sempre.

Quando você dedica seu tempo a alguém, você está dedicando uma porção de sua vida que jamais irá recuperar. O seu tempo é a sua vida. É por isso que o maior presente que você pode dar a alguém é o seu tempo.

DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI, o lema rotário, é também um lema para toda a vida, pois é a essência, a própria filosofia do Rotary.





terça-feira, 29 de setembro de 2009

ROTARY EM AÇÃO_ Partivipe!




PRIMEIRO EVENTO:

ALMOÇO DO ROTARY CLUBE RECIFE- BRUM EM HOMENAGEM AOS PARTICIPANTES DO O 25º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.

O comp Pedro Gaudêncio de Castro, presidente do Rotary Club do Recife – Brum, tem o prazer e a honra de convidar a todos os companheiros para a reunião rotária da próxima terça-feira, dia 22 de setembro, no salão de festas do Círculo Militar do Recife, à Av. Agamenon Magalhães, nº 2807, às 12h30min.

Na ocasião será proferida palestra pelo Secretário Estadual de Recursos Hídricos e presidente da COMPESA, Dr. João Bosco de Almeida, sob o tema: “Saneamento Ambiental: Universalização é Justiça Social”

A reunião é em homenagem aos rotarianos e convidados, participantes do 25° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

O almoço rotário faz parte da programação oficial do Congresso, a exemplo do ocorrido em congressos anteriores. Servirá para recuperação de frequência, confraternização, informação e divulgação do Rotary (imagem pública).

O preço de ADESÃO ao almoço será de R$20,00, para uma participação estimada de 100 pessoas.

SEGUNDO EVENTO:

PALESTRA DO DIRETOR MÁRIO ANTONINO NO CONGRESSO DA ABES

Um outro momento importante em que a representação do Rotary se fará presente será durante o painel sobre Disponibilidade e Mecanismos Financeiros para Garantia de Investimentos no Setor, que ocorrerá no mesmo dia 22 de setembro, das 14:00 às 16:00hs, na sala Beberibe do Centro de Convenções de Pernambuco, segmento que será composto pelos seguintes palestrantes confirmados: Sr. Rogério Tavares (CAIXA), Sr. Élvio Gaspar (BNDES), Sr. Oswaldo Serrano (BNB) e Sr. Federico Bassañes (BID), tendo o Diretor de Rotary International, Mário de Oliveira Antonino, como um dos debatedores

O congresso se realizará no período de 20 a 25 de setembro, no Centro de Convenções de PE. Contará com múltiplas atividades de instrução, atualização e treinamento, além de uma grande feira de tecnologia, materiais e equipamentos. A previsão é de cerca de 4500 inscritos e de 10.000 visitantes na feira. O programa poderá ser acessado no site:

http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/25cbes/PO.pdf

Estão convidados os membros do Clube de Engenharia de PE, CREA e demais Rotary Clubs do Recife.

OBRIGADO.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

NOSSA REUNIÃO FESTIVA




Sexta-feira, 25 de setembro de 2009.
Muita amizade foi a tônica da reunião festiva no apê de Alberto e Helena Bittencourt, à rua Estrela, bairro do Parnamirim, Recife, PE.
Do décimo - segundo andar do Ed. La Maison, a paisagem urbana do aprazível bairro se descortinava tranqüila, enquanto o bate – papo fluía alegremente. A temperatura amena e a brisa suave colaboraram para que os companheiros se espalhassem pela sala e varandas, num clima de muita confraternização.
Helena se esmerou nos salgadinhos e no repasto servido por atenciosos colaboradores.
Compareceram para animar a festa, alguns dos sempre bem vindos amigos, ex-integrantes dos quadros do Boa Viagem: Octácio e Ana; Eunando e Ana Lúcia; Conceição; Enoc e Albertina; Glorinha Aguiar; Jorge e Mônica; Alberto Cardoso e Jacyra.
Entre os sócios do clube, compareceram: Evaldo e Yvone, com a filha Yvoninha e o genro Bené; Rivaldo Rabelo, sem a sua Mavi, que não pode comparecer; Manoel e Teresinha; Cid e Fátima; Bartolomeu e Cristina; Paulo e Regina; Maria Flory, Francine e Ana Julia; Gracinha Silvestre; Caio, de malas prontas para ir morar em Fortaleza; Emil Casseb; Aldonso e Gilma; Nelson e Nelma Quaiotti.
Como de praxe, a coleta de R$ 10,00 por pessoa para a Fundação Rotária resultou numa arrecadação recorde de R$380,00.
Helena e Gilma, aniversariantes do mês, sopraram as velinhas. Fernando Cerqueira, que também aniversaria em setembro, não pode comparecer por se encontrar em viagem, na Geórgia, EUA.
Lamentamos a ausência de alguns companheiros, em especial do nosso presidente Corsino e Gracinha. O casal se encontra no momento em Dallas, EUA, aguardando a chegada de mais um neto, desta vez o segundo da filha Luciana. Sentimos muito a falta de Antonio Gouveia e Rosa Amélia, Romildo e Diana, Resielio e Eliane, Thais e Elinaldo, Sena e Dete, Carlos Roberto e Maria Helena, Djalma, Evandro e Sonia, Jones e Socorro, Jorge Lobo e Aída.
Está de parabéns o nosso querido Boa Viagem, o FEIXE DE VARAS, demonstrando que está sempre unido e cada vez mais forte.

NABIH, O ALFAIATE




O ALFAIATE
'De todos os homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate.
Cada vez que vou a ele, toma novamente as minhas medidas.
Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho'
George Bernard Shaw.





NABIH, O ALFAIATE
Alberto Bittencourt - set 2009



Conheci Nabih e a esposa Sania, no Instituto Rotary Brasil de Gramado, RS. O encontro se deu no jantar do presidente de RI, John Kenny, na noite do sábado, dia 05de setembro de 2009.
Entrei sozinho, no grande salão, pois Helena, acometida de ligeira indisposição, ficara repousando no quarto do hotel. Deparei-me logo com Eudes de Souza Leão Pinto, rotariano exemplar de meu distrito, junto a esse extraordinário casal, para mim ainda desconhecido.
Feitas as apresentações, convidaram-me a tomar assento à mesa.

Tratavam-se de Nabih Abou El Hosn, brasileiro naturalizado e esposa Sania. Assim que os conheci, passei a admirá-los. Moram em Belém do Pará, Distrito 4720. Ele foi governador do Rotary, no período de 1991-92. Pelo entusiasmo, antevi ser um grande líder.

Libanês de nascimento, em 1947, aos 16 anos de idade resolveu deixar a terra natal, a família e tentar a vida, sozinho, na América. Largou tudo para trás e tomou um navio com destino a Belém do Pará, onde viviam alguns parentes e amigos da família. O navio veio fazendo escalas em cinco portos para, finalmente, dois meses depois, chegar à terra prometida.

Enquanto sorvíamos um bom vinho, ao som da orquestra que nessa altura tocava músicas suaves, Nabih ia contando passagens de sua vida. Falou que está terminando de escrever um livro de memórias. Pretende lançar no início do próximo ano, no Brasil, Inglaterra, Portugal, França e Líbano, já tendo feito ele mesmo, as versões para os idiomas de cada país. 

É uma verdadeira epopéia, a história desse libanês. Um exemplo de vida, uma memória digna de ser perenizada, tornada imortal, para ser venerada pelos trinetos dos seus trinetos, nos próximos séculos, como ele mesmo observou.

Nabih chegou à Belém já dominando o ofício de alfaiate. Naquele tempo, disse ele, era costume se ensinar um ofício aos jovens. Com a ajuda dos parentes, começou logo a trabalhar. Certo dia acompanhou, por acaso, um tio numa visita ao interventor federal no estado do Pará, coronel José Faustino dos Santos e Silva, ainda no ano de 1947. Vendo-o tão jovem, o interventor lançou-lhe um desafio: 
Seria você capaz de fazer-me uma roupa com este tecido do mais puro linho irlandês?
Nabih não titubeou, fez que sim. O interventor agradou-se do trabalho do jovem, ficou freguês.
A notícia se espalhou. Nabih, ficou famoso. Tornou-se o mais procurado alfaiate de Belém.

Apesar da pouca idade o sucesso não lhe subiu à cabeça. Trabalhou duro. Logo, tinha sua própria alfaiataria. Daí, pulou para uma indústria de confecções. Hoje comanda um importante grupo empresarial e industrial, na construção de residências para vivos e mortos no qual trabalha toda a família.

Nabih amargou 18 anos de viuvez do primeiro casamento, no qual fora muito feliz, até encontrar Sania, no Líbano. Como o marido, a jovem senhorinha aqui chegou sem falar uma palavra de português, sem nada conhecer dos nossos costumes, inexperiente e tímida. Ao vê-la hoje, desembaraçada e falante, ninguém imagina como podem ter sido seus primeiros anos no Brasil.
 
Nabih ama o Brasil e o Rotary. É um rotariano exemplar. São suas as seguintes palavras:
Como governador do Rotary, Distrito 4720 do ano 1991-92, tive o privilegio de fundar Rotary Clubs no distrito 2450 em 1997 no Líbano, minha terra natal. Esse distrito integra 6 países do Oriente Médio. Anualmente o visito para promover informação rotária e trocar idéias sobre a nossa instituição.
Como a convenção anual do Rotary acontece no mês de junho, já programo no roteiro passar pelo Líbano, se a convenção é na Europa. Quando é nos Estados Unidos, participamos de outro evento no dia 04 de julho, que é a Convenção Anual da família Abou El Hosn.
A convenção de Birmingham foi a minha 18ª participação em convenções anuais do Rotary.


O país trouxe para Nabih e Sania a realização dos sonhos. Foi do trabalho suado desses emigrantes, com honestidade e seriedade que o Brasil progrediu, cresceu e se desenvolveu. Eles constituem um exemplo para todos nós.
Quisera que nossos políticos tivessem essa mesma empreendedora visão. Que deixassem de lado apenas o interesse pessoal e imediatista, que pensassem mais nos tempos das gerações futuras, no Brasil de amanhã.
Que este país deixe de ser apenas um sonho, o país do futuro. Que chegue o presente, com menos miséria, menos violência, mais justiça social.
Obrigado queridos amigos imigrantes.
Obrigado, Nabih e Sania.
Que Deus os proteja.


domingo, 27 de setembro de 2009

Discurso do Curador SAKUJI TANAKA

Resumo do Discurso do Curador da Fundação Rotária SAKUJI TANAKA no XXXII INSTITUTO ROTARY DO BRASIL de Gramado,RS, 05 de setembro de 2009

A – CONTRIBUIÇÕES PARA A FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
O curador iniciou seu discurso informando que, no ano rotário 2008-09, as contribuições para a Fundação Rotária continuaram expressivas, apesar da crise econômica mundial, a saber:

ARRECADAÇÃO US$ OBS
1. Fundo Anual de Programas: 98,683,380.00
2. Pólio Plus: 29,653,476.00 180% a mais que no último ano
3. Fundo Permanente: 11,508,440.00
4. Outras contribuições: 19,070,653.00
5. Contribuição total: 158,915,949.00 apenas 4,32% menor que no último ano

A contribuição para o Desafio de Rotary de US$ 200 milhões para erradicar a Pólio já atingiu mais de US$ 91 milhões até agora, aí incluídos doações em dinheiro e transferências dos FDUCs.

B – PROGRAMAS EDUCACIONAIS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
No ano rotário 2008-09, foram concedidas 760 bolsas educacionais e 100 Bolsas Rotary pela Paz Mundial.
Foram também enviados 560 grupos de IGE, representando mais de um por distrito. Mandamos mais de 2.600 pessoas de 100 países para aprender sobre a vida, trabalho e cultura em outro país.

C – PROGRAMAS HUMANITÁRIOS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
Em 2008-09 tivemos de reduzir nossos fundos aplicados em Subsídios Equivalentes, encerrando o programa poucas semanas mais cedo do que o normal.
Mesmo assim, aprovamos:
• 1.503 Subsídios Equivalentes, totalizando mais de US$ 16 milhões,
• 401 Subsídios Distritais Simplificados, envolvendo mais de US$ 7,5 milhões.
• 16 projetos 3H, equivalentes a US$ 4,4 milhões.

D – PLANO VISÃO DE FUTURO DA FR:
Em junho de 2009, a FR selecionou 100 distritos de 74 países para participar de um projeto piloto do Plano Visão de Futuro a ter início em julho de 2010. No total, se inscreveram 277 distritos dos 531 existentes no mundo. Os 100 distritos foram selecionados pela localização, tamanho, histórico de patrocínio de projetos de subsídios, contribuições anuais e administração. Há 8 distritos do Brasil incluídos nesta seleção.
Em janeiro, os governadores eleitos e oficiais distritais da FR receberão treinamento antes da Assembléia Internacional de San Diego.
Os materiais que serão enviados aos distritos-piloto incluem uma newsletter mensal que estará disponível para todos os rotarianos interessados. Para se inscrever, entre na página do Rotary (www.rotary.org), com os termos de busca “future vision newsletter” (em português: “visão futuro boletim”).
Subsídios Globais da FR poderão ser usados apenas nas 6 áreas de foco abaixo:
- Instrução básica e educação
- Saúde infantil e materna
- Prevenção e tratamento de doenças
- Desenvolvimento econômico e comunitário
- Paz e resolução de conflitos
- Água e saneamento
Durante este ano de treinamento a FR estará trabalhando para estabelecer parcerias estratégicas com organizações e corporações que tenham demonstrado experiência em uma ou mais dessas 6 áreas de foco.

E- MODIFICAÇOES ADOTADAS NOS PROGRAMAS EM 2009-10
Vários programas foram extintos: bolsas culturais, bolsas de mais de um ano, bolsas para professores universitários e subsídios para recuperação de desastres.
Tivemos que reduzir significativamente o orçamento dos Subsídios Equivalentes a partir de 2009-10.
Com a perda de valor nos investimentos da FR, os Curadores debitaram toda a perda ao Fundo Mundial, com isto, todos os distritos terão seus FDUCs preservados integralmente para trabalhar em 2009-10.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A LIÇÃO DE HALLAGE


A LICÃO DE HALLAGE
Alberto Bittencourt - setembro 2009


Antonio Hallage, diretor de Rotary 2009-2011




O Diretor Convocador do XXXII Instituto Rotary Brasil de Gramado, Antônio Hallage, ao encerrar o Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social, na tarde do dia 03 de setembro de 2009, teceu brilhante e inspirador comentário.

Disse o diretor de RI que, a primeira coisa que os rotarianos devem fazer com o novo sócio, recém tomado posse, é apresentá-lo aos projetos e realizações do clube. 

Levar o novo sócio para conhecer os trabalhos efetivos do clube, deve ser o primeiro passo, disse. Tal deve acontecer antes mesmo da tão necessária Instrução Rotária. Esta é fundamental, mas pode ser feita depois, há tempo para isso. Há muitos companheiros para cuidarem da Instrução Rotária, esclareceu. É imperioso demonstrar logo de início, ao novo sócio, que o Rotary não é só teoria, que a filosofia do Rotary, não é constituída apenas de palavras. 

Tal foi a grande lição do diretor Hallage. 

Rotarianos devem levar o novo sócio, antes de tudo, para conhecer de perto as instituições apoiadas pelo clube. Falar com as crianças, idosos, deficientes, enfermos, beneficiários dos projetos, pode ser o grande fator de motivação, para que o novo sócio acredite na força do Rotary. Sentir na pele o drama da miséria, o sofrimento dos desprovidos, as carências, o desconsolo, o abandono, a desesperança, é essencial.

A parte teórica, a informação, os ensinamentos, a Instrução Rotária, podem vir depois, no devido momento. Há bastante tempo para que os líderes transmitam ao novo rotariano os conhecimentos que serão o alicerce, a base de seu futuro em Rotary.

É conhecendo primeiro o lado operacional do clube, vendo, vivendo e aprendendo, que o novo sócio vai adquirir motivação para permanecer, se tornar atuante, produtivo, militante, um ativista social, disponível, engajado e comprometido com o trabalho.

Parabéns, portanto, ao diretor Hallage, por suas inspiradoras palavras. 

Que uma Comissão de Rotarianos do Clube se encarregue de fazer, junto do novo sócio, a programação das visitas às áreas de atuação do clube. 

Que o novo sócio veja de perto o que se passa nas creches, orfanatos, escolas, centros de recuperação de drogados, de deficientes, hospitais, favelas, palafitas. 

Que o novo sócio conheça os clubes de jovens, os NRDCs, tudo o que se faz, pois somente vendo, vivendo e aprendendo, é que ele se transformará num verdadeiro rotariano.

Com freqüência nos deparamos com novos companheiros que tomam posse mas restam apáticos, insensíveis, indiferentes, desmotivados. Esses terminam por desistir. 

E por desconhecerem o que o Rotary faz, saem falando mal: que o Rotary só é bom na teoria; que não passa do discurso á prática; que o rotariano gosta mesmo é de palavras bonitas, mas de ação que é bom, não tem notícia.

Para não deixar que o novo sócio seja contaminado por idéias negativas, é preciso levá-lo a conhecer, efetivamente, todos os projetos e ações do clube.

Mas, podeis dizer: _Meu clube não tem projetos aonde eu possa levar o novo companheiro!

_ “Ora, direis, ouvir estrelas!” Sempre existe alguém que conhece algum trabalho, em algum lugar, que mereça ser mostrado. Se o novo companheiro se engajar em algum projeto, dentro dos princípios e ideais rotários, se duas ou mais pessoas aderirem, então aquele será um projeto do clube.

Torne essas visitas obrigatórias, condição sine qua nom, para que o novo sócio seja efetivado como rotariano.

Estenda o convite aos rotarianos antigos, que andam afastados. É preciso, às vezes, sacudir um pouco um companheiro para tirá-lo da apatia, da inércia, da acomodação.

Só assim, teremos um quadro social atuante, mobilizado para a grande mudança. É fazendo antes a transformação interior, para que, vendo, vivendo e aprendendo, possa o Rotary, afinal, ocupar o lugar que merece no coração de cada rotariano.


x-x-x-x-x-x

sábado, 5 de setembro de 2009

O FUTURO DO NOSSO ROTARY



 O FUTURO DO NOSSO ROTARY

RELAÇÃO ROTARY / EMPRESAS


MÁRIO CÉSAR MARTINS CAMARGO

(Palestra apresentada no XXXII IRB de Gramado – RS, em setembro de 2009

 Gravação e transcrição por Alberto Bittencourt)



i)          - INTRODUÇÃO


Vamos falar da relação entre o Rotary e as entidades empresariais, na condição de vice-presidentes da FIESP – Federação das Industrias de São Paulo, na gestão do atual presidente Paulo Scaff,

Considerando que o mundo de hoje exige que as empresas tenham consciência social e ambiental, devemos pensar nas entidades empresariais e nas empresas como oportunidades de emparceiramento.

As empresas mais valorizadas são aquelas conhecidas por uma atitude ambiental e socialmente correta. Isso se reflete no seu valor de mercado. Existe até um link na Bolsa de Valores de São Paulo que destaca as empresas com preocupação sócio-ambiental, dando-lhes uma valorização patrimonial superior às demais. Essa carteira significa mais dinheiro no bolso dos acionistas. O mundo empresarial já entendeu que a preocupação sócio-ambiental não é apenas uma ferramenta de marketing. Ela reverte em benefício do próprio empresário.

Esse é o mercado potencial que o Rotary pode explorar. Nós estamos gradativamente lidando com gente mais e mais propensa a apoiar atividades voltadas para a comunidade, para a preservação ambiental. Não é benemerência, não é filantropia, é retorno de investimentos. Eu falo como vice-presidente da FIESP.

Na FIESP, essa atitude é uma postura pública do próprio presidente da Federação. Desde que Paulo Scaff tomou posse, ele adotou a diretriz de trazer a FIESP de encontro à sociedade. Até então a FIESP era considerada uma entidade distante, protegendo seus interesses logísticos, nem sempre aberta ao público.

O presidente Scaff convocou o seu Conselho Diretor e decidiu se aproximar mais da comunidade.

Se vocês estivessem três semanas atrás na FIESP, teriam visto o presidente Lula com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, promoverem um encontro de 50 empresários chilenos com duzentos empresários brasileiros.

Políticas nacionais são decididas hoje no âmbito da FIESP. Um exemplo é o renascimento da escola de debates, projeto abandonada pela própria FIESP na década de setenta. Hoje esse projeto foi retomado. Lá você pode ver autoridades dos poderes judiciário ou legislativo estabelecendo pontos de comunicação com a Federação, contrariando interesses lobistas de favorecimento econômico interno.

Então, o que podemos observar no mundo empresarial?

Por um lado, nós temos empresas mais propensas a aceitar um discurso de emparceiramento econômico voltado para o social.

Por outro, encontramos federações ou entidades de classe, como a ABIGRAF, a qual presidi até o ano passado, que congrega 18 mil gráficas do Brasil inteiro, também com preocupações voltadas para esse binômio sócio-ambiental.

O que nós rotarianos podemos fazer diante desse mercado de oportunidades?

Vamos seguir a mesma metodologia proposta por RI para o distrito e para os clubes: o planejamento estratégico. Talvez nós pudéssemos empregá-la na nossa abordagem às entidades empresariais.

 Então, qual é a nossa situação atual? Fazendo um “brainstorm” ou, como se diz lá no interior de São Paulo, um “toró de palpites”:

- Quais são os nossos pontos fortes?

- Quais são os nossos pontos fracos?

- Quais são as propostas que nós podemos fazer? Lembrem-se, nós estamos falando com empresários que são normalmente pessoas objetivas que só aceitam fazer investimentos visando retorno. Então, na nossa abordagem, devemos absolutamente pactuar com esses objetivos.

Aonde queremos chegar?

Que tipo de relacionamento nós queremos desenvolver com esse pessoal?

Vamos estabelecer um plano trienal, assim como o Rotary estabeleceu no planejamento estratégico em nível global. Aqui não podemos descer a nível distrital, onde cada um de vocês vai planejar ações com as sociedades empresariais locais.  Vamos definir dados, vamos definir pessoas, vamos definir recursos e por fim, vamos colocar isso em prática.

Quais são os nossos PONTOS FORTES? Ontem, o EGD Paulo Casanova do Distrito 4.610 apresentou esse trabalho de levantamento dos pontos fortes e fracos do seu Distrito. Ele é o resultado do trabalho coletivo, de um brainstorm, e serve como linha de orientação para todos nós.



ii) DESENVOLVIMENTO



A – PONTOS FORTES


1)   TEMPO DE SERVIÇO

O primeiro ponto que o companheiro deve abordar, para vender o seu projeto a uma Federação de Indústria, por exemplo, é:

- há quanto tempo Green Peace está no negócio de servir?

- há quanto tempo o Mac Donalds está no negócio de servir?

- há quanto tempo o RI está no negócio de servir?

Alguém tem 105 anos de serviço? Não que eu saiba.

Porque eu apontei essas outras ONGs? Porque não se iludam, nós concorremos com entidades não governamentais de forte presença no mercado. Nós concorremos sim, nós não somos os únicos.


2)   CAPILARIIDADE / INTERNACIONALIDADE

Capilaridade / Internacionalidade à para mim, uma é decorrência da outra.

Que outra instituição está presente no mundo com a nossa territorialidade?

São 210 países e regiões, 33 mil clubes que vão do Rotary Club de Chicago, o Number One, até o Rotary Club de Gramado.

Eu também não conheço que outras entidades têm essa presença, ilimitada, no mundo todo.


3)   ABRANGÊNCIA

Que outra instituição permite uma gama tão flexível de serviços?

Quando falamos no Green Peace, falamos em questões ambientais.

Quando falamos de entidades voltadas para a proteção do câncer infantil, como por exemplo, o Mac Donalds, falamos apenas de proteção do câncer infantil.

Se quisermos patrocinar um programa de erradicação da pobreza em crianças de rua, não devemos convidar o Mac Donnalds, o estatuto deles não permite. Ele não patrocinará.

Nós somos diferentes. Nós temos programas de jovens, programas de intercambio, programas de água, programas de saúde, programas de educação e muito mais, ou seja, nossa finalidade e nossa abrangência são ilimitadas.


4)   DIVERSIDADE:

Que outra instituição tem tantas e tão diversificadas profissões dentro do mesmo Rotary Club?

Se nós pensarmos em instituições de classe, vem à nossa mente quase que imediatamente o protótipo do representante dessas instituições.

A nossa instituição é diferente. Ela é muito diversificada, muito rica, ela tem pretos, brancos, amarelos, pardos, homens, mulheres, jovens, velhos, evangélicos, católicos, protestantes, budistas, islâmicos. Somos todos iguais.


5) CONTRA PARTIDA:

 E esse é o tipo do argumento que interessa ao empresário que procuramos.

Que outra instituição apresenta a real possibilidade de emparceirar, colocando dinheiro no lugar de discurso? Como diz o americano, “put your money or your mouth”. Nós temos essa possibilidade. Ao contrário de algumas instituições que são apenas receptoras de dinheiro, nós também somos doadores de dinheiro. Nós também podemos equiparar o cheque do Bill Gates.

        Que outra instituição pode enfrentar o desafio de Bill Gates de doar 200 milhões de dólares para combater a pólio?

        Não me consta que a Fundação Bill Gates tenha um paralelo na sua história, como essa de doação com contra partida.

        As iniciativas locais de nossos Rotary Clubs devem deixar bem claro essa contra partida que provemos através de nossos programas.


                6) FORÇA DE TRABALHO

        Nós somos muito grandes. Ainda que estejamos estagnados no Quadro Social há 20 anos, ainda somos uma força de trabalho poderosa, de 1.2 milhões de indivíduos no mundo. Também não sei que outra ONG pode ombrear conosco, em termos de uma força de trabalho voluntária, ativa e, em alguns casos, até pagante.

        Ainda temos outra vantagem competitiva em relação a outras entidades: nós colocamos a mão na massa.

        Quando nós patrocinamos uma entidade, através de um Rotary Club local, nós temos empresários rotarianos participando do levantamento de fundos, até mesmo tirando recursos de seus fornecedores.


7) GOVERNANÇA:

Nós somos uma entidade constantemente auditada, não só por auditores externos, profissionais, mas também pelos próprios rotarianos. Nós não temos como partir para a “pilantropia”.

Nós temos barreiras muito pesadas contra qualquer forma de desperdício. Nós somos constantemente forçados a reduzir custos, a trabalhar com mais e mais voluntários, somos obrigados a prestar contas de cada centavo recebido.

Não sei se existe outra entidade com essa transparência


8) RELACIONAMENTO EMPRESARIAL:

Quem dentro desta platéia pertence aos quadros de uma Associação Comercial, Industrial, de Classe, Associação Profissional, Clube de Diretores Lojistas?

Quantos de nós participamos da vida comunitária, empresarial, associativa?

Só aqui tem uns quarenta. Quer dizer, nós nem precisamos de contatos para ter acesso a essas entidades. Nós somos o contato.


B - PONTOS FRACOS:


1) IDADE MÉDIA

89% dos sócios tem mais de 40 anos, ou seja, se Paul Harris fosse vivo, talvez, pela sua jovem idade, nem fosse admitido num Rotary Club.

Uma oportunidade que nós temos são os Interacts e Rotaracts Clubs, o que significa que nós já temos a porta de entrada dos jovens. Porque não explorar?


2) FALTA DE FÓCO.

Nós somos muito abrangentes.

É mais fácil comprar uma idéia de uma entidade que só tem um programa, cuja bandeira é o foco, é o lema daquela instituição, do que do Rotary.

Então a mesma abrangência que nos favorece de um lado, por outro pode ser contraproducente. Essa multiplicidade de programas pode ser um fator de dificuldade para conseguir parceiros.


3) DESCONTINUIDADE

Um dos nossos potencias problemas é a descontinuidade. Eu, como empresário, tenho que ter uma visão de longo prazo. Para que eu, empresário, possa investir num programa específico do seu Rotary Club eu preciso da garantia de que o seu sucessor continuará patrocinando esse programa.

Eu sei que o retorno pode não acontecer no mesmo ano rotário, mas quem garante que ele acontecerá no ano seguinte, ou nos seguintes?

 Esses são pontos que nós temos que trabalhar e nós temos que garantir através de ações e de compromissos de longo prazo.

Exatamente por isso, o Planejamento Estratégico do Rotary prevê mecanismos de serviços e de comprometimento até três gestões à frente.


4) IMAGEM

A nossa imagem na sociedade é que somos um clube de negócios. Nós somos vistos  ainda como um clube formado por homens de negócios, de certo nível social. Só que essa visão não corresponde mais à realidade. Entretanto, não é isso que a sociedade percebe.

A imagem do Rotary, nas entidades que eu represento, ainda é distorcida.

Nós temos que saber como corrigir isso.


C - Plano de implementação


Que entidade nós vamos abordar? Aqui, por exemplo, levantaram a mão uns quarenta participantes de associações diversas. Vamos fazer a lista dessas entidades: pode ser Conselho de Profissionais, Associações Comerciais e Profissionais, enfim, quem é que, dentro dessa associação está articulado com uma entidade como o Rotary?

Em quanto tempo nós pretendemos desenvolver essas relações? Nós precisamos fazer um plano para comprometer o sucessor, estabelecer uma linha de trabalho com cronograma, pessoas responsáveis, pontos de checagem, objetivos.

Portanto, nossa relação com nossos parceiros empresariais tem que ser fundamentada num planejamento estratégico. É assim que funciona.


D - PROPOSTAS

Que propostas faremos?

Na hora de dirigir as propostas, nós devemos lembrar que temos a  ABTFR - Associação Brasileira da The Rotary Foundation, que é uma OSCIP, com as vantagens fiscais da legislação.  

A nível de clube, a nível de distrito, qual o retorno de marketing que nós vamos dar a essas empresas ou a essas entidades?

 Nós podemos permitir associação desses parceiros privados com o logotipo do Rotary? Sim, ou não? Nós temos que nos posicionar, para que as empresas possam avaliar corretamente.

Duas semanas atrás houve um seminário da ABTRF patrocinado pelo Rotary Club de Santo André – Norte. Esse clube doou para a Fundação Rotária o ano passado, US$1.125,00 per capita. É o clube campeão do nosso distrito em arrecadação. Eles tomaram a iniciativa de organizar esse seminário no pólo petroquímico do ABC. Uma das preocupações foi que tipo de retorno nós podemos oferecer para essa gente? Eles têm dinheiro. Estou falando de um clube que tem preocupação ambiental. Que tipo de proposta vamos levar para esses empresários?

Como é que está funcionando esse emparceiramento do Rotary, que é de voluntários, que é de longo prazo, que é um processo, que não acontece da noite para o dia, com as empresas, dentro do distrito?

Essas são as contribuições do nosso distrito nos últimos cinco anos: saímos de US$ 242 mil/ano para US$ 688 mil no ano 2006/07.

As contribuições para a ABTRF, que é o novo braço empresarial para contribuições, estão evoluindo anualmente.

Esses últimos cinco anos, dos US$2,10 milhões de contribuições do nosso distrito para a Fundação, US$ 312 mil foram para a ABTRF. Representa 15% dos recursos doados pelo D.4420 à Fundação Rotária, obtidos no mundo empresarial.

15% é um número recente, mais ainda é muito pouco. Há muita verba disponível e muitas oportunidades estão no distrito, estão com os rotarianos, estão nas entidades.


iii) - CONCLUSÃO


Para terminar, cito esta frase do padre Vieira:

“Nós somos o que fazemos. O que não se faz, não existe”.

É um chamamento à ação: planeje, execute,implemente.

O resultado aparece.

Obrigado.


F  I  M