ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A PAZ, A COMPREENSÃO MUNDIAL E O ROTARY


A PAZ,
A COMPREENSÃO MUNDIAL
E O ROTARY

     Palestra proferida por Alberto Bittencourt. 
Adaptação de palestra do governador Kleber Toscano, do D 4500 
                               
A PAZ, A COMPREENSÃO MUNDIAL E O ROTARY



O Caminho para a Guerra é uma estrada bem pavimentada, e o caminho para a paz é ainda um deserto. (Paul Harris)



Para os rotarianos do mundo todo o mês de fevereiro tem um significado especial, pois foi em 23 de fevereiro de 1905, que Paul Harris e seus companheiros reuniram-se pela primeira vez em Chicago, iniciando nossa maravilhosa história.


No início de tudo, a ideia dos quatro amigos era reunir-se periodicamente sob o espírito do companheirismo, com o intuito de desfrutar de sua amizade e de aumentar seu círculo de negócios e de relacionamento profissional. Mas logo começaram a notar que seria muito egoísmo prender-se apenas a esses objetivos, daí então é que surgiu o grande interesse em desempenhar amplas funções cívicas de valor para toda a comunidade local, o que acabou sendo o grande passo para a concretização do mais audacioso sonho de simples cidadãos: a prestação de serviços.

Ao longo desses últimos 109 anos o Rotary tem se dedicado quase que exaustivamente a divulgar e a praticar ações que dignificam a sua existência de entidade que busca a compreensão da humanidade. Gostaria de citar aqui apenas alguns exemplos:

Ocorrida num período próximo à eclosão da Primeira Guerra Mundial, a convenção de 1914 adotou uma resolução convocando para uma conferência internacional pela paz e pedindo aos rotarianos que apoiassem movimentos pela paz internacional;

Em 1917, no auge da Primeira Guerra, durante a convenção de Atlanta, Arch C. Klumph propôs o estabelecimento de um fundo de dotações "para fazer o bem no mundo", o que seria a semente da Fundação Rotária;

Na Guerra do Chaco, disputada entre a Bolívia e o Paraguai entre 1932 e 1935, conflito em que morreram mais de 100 mil soldados e milhares foram feitos prisioneiros, rotarianos bolivianos, paraguaios e de outros países sul-americanos, fizeram um enorme esforço para minorar o sofrimento dos prisioneiros e de suas famílias ajudando a repatriar os feridos, estabelecendo postos para a troca de correspondência e distribuindo roupas, alimentos e remédios;

Na convenção internacional de 1940, realizada em Havana, os rotarianos adotaram uma resolução pedindo "liberdade, justiça, verdade, inviolabilidade da palavra dada e respeito pelos direitos humanos", que se tornou a base para a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU;

Em 1942, rotarianos de Londres convocaram uma conferência para planejar um mundo pacífico assim que terminasse a guerra. Representantes de 21 nações compareceram ao encontro, que serviu para desenvolver uma visão avançada sobre educação, ciência e cultura, e que resultou na criação da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Mas este não foi o único envolvimento dos rotarianos com o nascimento de organizações mundiais. Entre 1943 e 1945, eles participaram de uma série de reuniões que conduziram à formação da ONU. O Rotary recebeu o status de conselheiro durante a conferência de São Francisco, que resultou no lançamento da carta de constituição da ONU.

Compreensão e Paz

Na segunda metade do século XX, o Rotary focou seu trabalho na disseminação da harmonia internacional. Para isso, o Rotary International e a Fundação Rotária estabeleceram uma série de programas que colocaram nossa organização na vanguarda dos movimentos de paz entre os povos. Programas como Serviços à Comunidade Mundial, Intercâmbio Internacional de Jovens, Bolsas Educacionais, Intercâmbio de Grupos de Estudos e Subsídios Equivalentes, que envolvem a participação de pessoas de diferentes culturas e nacionalidades certamente criam um vínculo de compreensão e paz entre essas pessoas.

O Rotary sempre sonhou em ter uma instituição educacional destinada à promoção da paz e resolução de conflitos e da compreensão entre homens e nações. Esse sonho foi concretizado há poucos anos com o lançamento dos Centros Rotary de Estudos Internacionais da Paz e Resolução de Conflitos. Todos os anos, 70 bolsistas são selecionados para estudar nas seis universidades parceiras do programa. Em dois anos de curso de mestrado, ao custo de US$50 mil por bolsa de estudo, os alunos são formados embaixadores da paz. Já concluíram o curso 600 bolsistas da paz. 

Nossa organização hoje, com seus programas beneficiando milhões de pessoas espalhadas pelo planeta, é paladino incansável em busca da paz e da compreensão mundial. A paz, que nos parece objetivo inalcançável, pelos exemplos de insensatez e intolerância que presenciamos diariamente, um dia será realidade. Apesar da arrogância daqueles que detém o poder bélico e se julgam os donos da verdade; apesar da ganância dos senhores, do poder econômico, sempre interessados em aumentar suas riquezas, apesar da intolerância daqueles que colocam fatores religiosos ou culturais acima do bem comum, e da ignorância das massas, nós, rotarianos conscientes do nosso papel na história, temos a esperança de um dia ver concretizado o ideal de Paul Harris, que, no seu livro Esta Era Rotária, escrito em 1935, questionou: "Será utopia o ideal rotário da Paz universal?"

Entretanto, temos que ser conscientes: sem Compreensão não há paz. Sem entendimento, sem diálogo, não há paz, pois a paz está na cabeça das pessoas e é lá que cada um de nós tem que atuar! 

Paul Harris, nosso fundador, disse: Para promover a compreensão mundial, precisamos consciencializar um grande número de pessoas – rotários e não-rotários– e esta tarefa não pode ser realizada individualmente.

É nossa responsabilidade difundir, conversar, compartilhar nosso sonho de paz, nas escolas, no trabalho, em nossa casa, com nossos filhos e família, com nossos amigos.

O Dia Mundial da Compreensão e da Paz, 23 de fevereiro, é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o relacionamento das pessoas, das instituições e dos povos.

AS GUERRAS

Meus companheiros, não podemos falar permanentemente de Paz e Compreensão sem nos lembrarmos da guerra.

Uma rápida percepção sobre o sentido e a preciosidade da palavra "compreensão" nos leva a perceber, com bastante evidência, que a compreensão mundial foi e continua sendo seriamente ameaçada pela triste realidade das guerras.

O historiador Eric Hobsbawm afirmou que as guerras do século 20 mataram 187 milhões de pessoas. Só na IIGM morreram 60 milhões. Mas a violência armada permanece presente numa grande parte do mundo. A expectativa de um século de paz é remota.

FOCOS DE GUERRA

Movimentos separatistas, lutas pela derrubada de governos, tensões étnicas e religiosas, massas de refugiados, são alguns dos motivos dos conflitos mundiais. Some-se a isso os cataclismos que assolam o mundo: furacões, ciclones, terremotos, tsunamis, enchentes, gerando milhões de vítimas e desabrigados. 

AS GUERRAS DOS RECURSOS

Entretanto, não somente as diferenças políticas, étnicas ou religiosas que alimentam as guerras civis, aqui podemos incluir a luta pelo controle de diamantes, café, petróleo, água e de outros recursos naturais de elevado valor.

Estima-se que apenas os Estados Unidos consumam um terço dos recursos naturais do planeta, como petróleo, água, madeira, sem falar na China.

O PROBLEMA DAS ARMAS

Cada vez mais fáceis de manejar e de comprar, o comércio internacional de armas alimenta e prolonga os conflitos, semeia a violência e a morte, como também modifica a maneira de fazer a guerra e conquistar o poder. Basta citar que mais de 500 milhões de armar circulam pelo mundo, e que todos os anos causam 600 mil mortes. 

Na Guerra da Síria, morreram nos últimos 3 anos, 130 mil pessoas. No Brasil, o número de mortes por armas de fogo é superior a 50 mil por ano. Uma verdadeira epidemia, uma catástrofe que se prolonga há vinte anos. 

Os Estados Unidos, que são considerados um país armado, possuem 200 milhões de armas em poder da população. No Brasil esse número é estimado em um décimo desse montante, ou 20 milhões de armas. Pois mata-se mais no Brasil que nos Estados Unidos, que sofre com atentados, terrorismo, ataques armados a escolas, hospitais, quarteis. 

Os homens do mal são ousados. 3 ou 4 trocam dois olhares e formam uma quadrilha para roubar, atirar e matar. Os homens do bem são tímidos. Ficam em conferências, em conjecturas, em reuniões, fazem estatísticas, planos nacionais de segurança, que resultam em nada. 

O contrário da paz não é guerra, o contrário da paz é omissão, indiferença, impunidade. 

São palavras de Martin Luther King: "O que me assusta não é o grito dos homens do mal. O que me assusta é o silêncio dos bons."

E disse mais: "Não podemos saciar nossa sede de justiça no cálice do ódio, do sangue e da violência."



PAZ MUNDIAL: POSSÍVEL?

A Paz Mundial parece ser um sonho acalentado por todos os povos da Terra. Mas sua realização parece tão distante quanto desejada, apesar do esforço contínuo de várias organizações mundiais.

O primeiro dos oito objetivos do milênio estabelecido em uma assembleia de cerca de 200 países na ONU, tem por meta, até 2015, erradicar a metade da pobreza extrema e a fome do mundo. Os avanços foram pontuais. Já estamos em 2014 e o que se vê é uma prolongada indiferença internacional diante das situações de inumana miséria que afetam grande parte da população mundial.

O único caminho para a paz é o da superação das injustiças e das divergências, no quadro de um diálogo supervisionado por instâncias políticas e jurídicas internacionais que deveriam ser mais respeitadas e fortalecidas, como a ONU e o Tribunal Internacional de Haia, para onde, suspeitos de crimes de guerra ou terrorismo devem ser conduzidos, julgados e punidos.

A sociedade vive em constante movimento, influenciada por todo tipo de turbulência. A humanidade está esquecida do carinho, desligada do amor como comportamento. As pessoas não se reconhecem, esquecem a fonte de paz que é a compreensão entre os indivíduos.

É nessa situação que o Rotary surge como uma luz no fim do túnel. 

Nosso fundador afirmava: O Rotary é um microcosmo do mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir. 

Paul Harris plantou sementes do amor num momento de lucidez e paz quando fundou o Rotary, com o propósito humanitário. Essas sementes do amor é que farão nascer uma ternura espessa pelo mundo, pelos outros seres humanos e pelo poder de transformação que há nas pessoas como chave clara de dias mais serenos e harmoniosos.

Paz é sinônimo de bem-estar, tranquilidade, harmonia, segurança, autoestima, confiança, dignidade, certeza, esperança e amor – tudo isso na visão individual. Numa percepção coletiva, há nações ricas e pobres, desenvolvidas, em desenvolvimento e subdesenvolvidas. Há nações dominadoras e dominadas. Mas, em quase todas elas, sem importar a posição que ocupam no cenário local, existem pessoas que pensam em pessoas. Existe o Rotary.

Na realidade, o Rotary é como uma grande orquestra chamada esperança e generosidade. Os músicos são os rotarianos envolvidos, conscientes do seu valor. No altruísmo de cada um há o compromisso em função do outro. O rotariano é desprovido de vaidades, interesses escusos, promoções e reconhecimentos. Cada rotariano traz sua doação pessoal, com seu brilho, sua estrela, sua característica singular, sua grandeza de alma, sua liderança, sua ética, seu bom humor, sua sede de justiça, sua compreensão, seus bons exemplos e muito mais. Na realidade, cada um traz o ponto mais importante e primordial: a solidariedade. Utilizam o talento, a fé e o conhecimento adquirido ao longo da vida nas ações que executam.

Este mundo é um só. Estamos todos no mesmo barco: a humanidade e a Terra. Não podemos permitir que este barco afunde. Não haverá outra arca de Noé. A tarefa primordial é ajudar a "acordar pessoas para um novo ou renovado sentido do certo e do errado em relação a problemas sociais".

O quadro que se pinta hoje no cenário mundial é atemorizante, complexo e os conflitos vão desde guerras reais até simples incompreensões nos lares. A família é a base da paz. Assim, é urgente que se faça alguma coisa frente à mídia que propaga novos costumes nem sempre saudáveis e exemplares.

A educação pela paz, a resolução de conflitos e todas as iniciativas de natureza pacífica devem considerar a conexão entre a paz individual e a coletiva.

Assim é o Rotary. O estreitamento das relações cordiais, ordeiras e humanitárias conduz os indivíduos que participam da engrenagem do Rotary à liberdade, à justiça e à verdade. Ou seja: ao respeito pelos direitos humanos.

Finalmente, conclui-se que ser rotariano é colocar-se no lugar do outro, viver seu dia-a-dia, suas incertezas, angústias e sofrimentos, pois o servir rotário é uma dedicação! É ação espontânea do homem! Nada forçado! E a compreensão mundial acontecerá no momento em que o homem tomar consciência plena do bem que deve promover, do amor que deve despertar, da lealdade que deve cultivar, do sacrifício que deve suportar, da verdade que deve expressar.

Termino com as palavras e a visão do futuro do Prêmio Nobel da Paz, Martin Luther King:

"Eu tenho um sonho. Um dia os jovens aprenderão palavras que não compreenderão.
- As crianças da Índia vão perguntar: O que é fome?
- As crianças do Alabama questionarão: O que é segregação racial?
- As crianças de Hiroshima se assombrarão: ‘O que é bomba atômica?’
- E as crianças na escola vão indagar: O que é guerra?
- E tu lhes responderás, tu lhes dirás: São palavras que não se usam mais, como as diligências, as galeras ou a escravidão. São palavras que nada exprimem". "Essa é a razão porque foram banidas do dicionário".

Nós, rotarianos, também temos um sonho: um dia as crianças do mundo vão perguntar – o que é a paralisia infantil, o que é a poliomielite. E tu lhes responderá: Era uma terrível doença que dizimava e aleijava milhares de crianças. Hoje essas palavras não se usam mais, nada exprimem, porque a doença foi banida da face da Terra pelo Rotary e, por isso, essas palavras foram banidas do dicionário. 

Que Deus abençoe cada um dos rotarianos aqui presentes que simbolizam toda a essência do nosso movimento. Que esta benção seja permanente para que possamos todos juntos continuar o nosso trabalho na busca do Bem, da Paz e da Compreensão entre homens e nações. 

Muito obrigado.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

MICROCOSMO DE UM MUNDO EM PAZ



MICROCOSMO DE UM MUNDO EM PAZ

Alberto Bittencourt







O Rotary é um microcosmo de um mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir.
Paul Harris


Por duas vezes tive oportunidade de sentir “na pele” a grande verdade dessa assertiva do fundador do Rotary, Paul Harris.

Tudo se passou no ano de 2002, durante o meu IGE - Intercâmbio de Grupos de Estudos - um programa do Rotary destinado a enviar e receber grupos de profissionais de um país a outro, num intercâmbio de um mês de duração. Naquele ano de 2002, o nosso Distrito 4500 emparceirou com o Distrito 5300, que compreende Rotary Clubs dos estados de Califórnia e Nevada, nos Estados Unidos.

A experiência foi tão rica que registrei tudo num livro intitulado: “Ajudando a Construir a Paz”. 

Eu era o líder de um grupo de quatro jovens não rotarianos, profissionais da maior categoria – dois homens e duas mulheres – um auditor fiscal, Saulo Souza, de Caruaru, um cientista, farmacólogo, Isac Medeiros, de João Pessoa, uma dentista, Viviane Mergulhão, do Recife e uma professora de inglês, Márcia Ferreira, de Natal.

Durante um mês fomos recebidos pelos rotarianos americanos, acolhidos como membros de suas famílias, quando tudo nos foi dado, tudo nos foi mostrado, tudo nos foi proporcionado. Aquela gente abriu para nós, brasileiros, as portas de suas casas e de seus corações. A preocupação única era a de nos oferecer o melhor, não deixar faltar nenhum detalhe. Só quem viveu tal experiência pode fazer ideia do que seja esse programa da Fundação Rotária. 

A intensa programação começava pela manhã, bem cedo e se estendia até a noite, todos os dias. Havia vários tipos de atividades, a começar pelas visitas profissionais, onde cada integrante da comitiva era levado a um ambiente dentro de sua profissão, procurando atender suas aspirações. Não eram apenas visitas técnicas, mas recebíamos verdadeiras aulas sobre métodos de trabalho, aspectos teóricos e práticos, em todos os detalhes. 

Nas prefeituras fomos recebidos pelas autoridades, conhecemos os sistemas políticos e de gestão pública americanos. Visitamos os departamentos de Polícia e dos Bombeiros, fizemos exercícios do mesmo modo que eles fazem nos treinamentos. Aprendemos como eles fazem o controle do trânsito, passamos pelas obras sociais dos clubes, visitamos escolas, abrigos de idosos, centros de recuperação. Estivemos em fábricas, centros espaciais, empresas de rotarianos, sempre ganhando muitos brindes e presentes. Mas a parte turística excedeu todas as expectativas, um verdadeiro sonho. Tudo está descrito em detalhes no meu livro. 

Enfim, vivenciamos um mundo de amor, de alegria, de felicidades. Eu até já havia me esquecido de todos os males e agruras que afligem o ser humano de hoje, especialmente nas grandes cidades. 

Constatei que o Rotary é um microcosmo de um mundo em paz, quando nosso grupo, conduzido por dedicados companheiros americanos, se deslocava em vans refrigeradas pela rodovia que liga Los Angeles na Califórnia à Las Vegas em Nevada onde se realizaria a Conferência do Distrito 5300. A rodovia atravessa o deserto de Mojave, uma das regiões mais áridas da Terra, temperatura altíssima de dia e baixíssima de noite, um lençol de areia e sal onde outrora fora mar, a se estender por quilômetros e quilômetros até as encostas da cadeia de montanhas. Nesse deserto situam-se vários Army Centers, quarteis do Exército americano, locais de treinamento e desenvolvimento de armas. De repente, numa ferrovia paralela à estrada, deslocava-se no sentido contrário, uma composição imensa, com vagões, abertos, sobre os quais se enfileiravam tanques de guerra ou carros de combate, às centenas, aos milhares. Imediatamente deduzi que se deslocavam para o porto de Los Angeles, para dali partirem para a invasão do Afeganistão. Estávamos no mês de maio de 2002 e o atentado às torres gêmeas se dera a 11 de setembro de 2001, poucos meses antes.

Então caiu a ficha. Enquanto vivíamos num mundo de paz, de comunhão, de harmonia, de amor, lá fora, a poucos metros se descortinava um outro mundo, o da guerra, da violência, da destruição, do sofrimento. Paul Harris tinha razão: o Rotary é um microcosmo de um mundo em paz. A guerra, naquele momento, não fazia o menor sentido para nós.

Em outra ocasião, já no final de nosso mês de intercâmbio, novamente tivemos essa prova. A coordenação do programa chamou-me para uma conversa. Queriam saber de minha opinião sobre o programa e o acolhimento recebidos por nós. Queriam saber dos pontos falhos, do que deveria ser corrigido ou poderia ser melhorado, com vistas ao aprimoramento do programa para o ano seguinte, 2003. 

Foi então que pasmei. Eles estavam se preparando para receber um IGE da Rússia. Queriam recebê-los da melhor forma, abrir, como o fizeram para nós, as portas de suas cidades, de suas casas, de seus corações, mostrar tudo, sem restrições. Eu custei a acreditar. Só me lembrava do período da Guerra Fria, terminada com a queda do muro de Berlim, a 09 de novembro de 1989. Naquela época, todo russo, não importando a origem, fosse da embaixada, dos consulados e empresas, ou mesmo simples turistas, era tido como espião. E todo espião é inimigo do Estado e, como tal, eram discriminados. 

Agora, tudo ficou para trás. No microcosmo do Rotary não existem guerras, aqui somos todos irmãos. Vivemos num mundo de paz, amor e solidariedade.

Paul Harris tinha razão.

VIVA O ROTARY!!!!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ÉTICA NA MEDICINA




ÉTICA NA MEDICINA
Alberto Bittencourt - fevereiro de 2014




Médica cubana Lourdes Mann, do programa Mais Médicos

O depoimento da médica cubana Lourdes Richarson Mann atuando no programa "Mais Médicos", em Cristal, no RGS, em entrevista publicada no G1, traçou, em poucas palavras, uma ligeira comparação entre a medicina do Brasil e a de Cuba. Mostrou que um poço profundo separa os dois países. Não se trata aqui de fazer apologia ao regime cubano, longe disso, pois para mim, Cuba é uma ditadura selvagem, aferrada ao poder há sessenta anos, que fuzilou milhares de pessoas no "Paredon". Também não comparo o desenvolvimento tecnológico de um ou de outro país, já que nesse ponto estamos muitíssimo mais adiantados. Tampouco comparo a formação dos médicos, a qualidade do ensino. Nem quero falar do aspecto profissional, da dedicação, do cumprimento do dever, do respeito ao juramento de Hipócrates. 

O que eu quero comparar é o sistema, numa carreira em que o humanismo fala mais alto que o dinheiro, numa profissão em que a maior recompensa é a prática do bem, do ato de curar, cujo objetivo é a saúde, ou o completo bem estar do cidadão. Das palavras da médica cubana, se depreende que, o que faz toda essa diferença é uma palavrinha: AMOR!

FALTA AMOR NO BRASIL, DISSE A MÉDICA CUBANA:
Conheço muito pouco sobre a educação daqui. Sei muitas coisas sobre o lado da saúde. Alguns dias atrás, por exemplo, atendi uma criança com suspeita de apendicite, algo grave, portanto. Me orientaram a ligar para o hospital mais próximo para saber se eles tinham vaga para internar aquela criança. Em Cuba, casos como esse não precisam de formalidades, de pedidos, para internação de urgência. Encaminhamos ao hospital e o atendimento é feito na hora, porque ela não pode esperar. Corre riscos... Pedir permissão para internar em casos de urgência? Isso não existe por lá. Fiquei sabendo que pessoas entram na Justiça para conseguir um leito aqui. É um absurdo. O Brasil vive um problema de falta de caridade humana. É isso que falta para as pessoas. Falta amor ao próximo.

Falta amor no trato com os seres humanos, frequentemente tratados como algo indefinido, chamado "paciente". 

Foi preciso que uma mulher, vinda de seu país para trabalhar no Brasil, em regime de semiescravidão, ganhando 30% do que o governo paga aos outros médicos, sendo que os 70% restantes vão para... o governo de seu país. Pois bem, essa médica simples, vinda de um lugar pequeno, para trabalhar no interior, em locais de poucos recursos, nos ensinou a maior lição: O Brasil vive um problema de falta de caridade humana – o que é a mais pura realidade, pois a medicina hospitalar no Brasil, como em outros países, é em geral, inumana.

No Brasil, o paciente é obrigado a esperar numa fila, de madrugada, ainda escuro, para poder ser atendido, já que há mais doentes do que médicos ativos. E, muitas vezes, após horas de espera, ouve que as consultas estão encerradas, que acabou o expediente. E o pobre homem precisará voltar no dia seguinte, mais cedo ainda, na esperança de ser atendido.

Falta amor, quando o hospital se recusa a atender um paciente que está enfartado, teve parada cardíaca, ou precisa de um marca passo, porque o plano de saúde não autorizou o procedimento de emergência, só o fazendo após liminar da justiça. 

Falta amor, quando se sabe que plano de saúde, no Brasil, só funciona, em muitos casos com mandato de segurança. Todo mundo, de tão habituado, não consegue mais enxergar isso como peja, como aberração, já até considera normal ter que acionar a justiça para ser atendido. 

Outro dia, um motorista de taxi contou-me que encostou a cabeça em algum lugar e contraiu um parasita que provocou uma queda de cabelo localizada, em forma de roda. Resolveu procurar uma clínica popular. Pagou adiantado, R$ 50,00 pela consulta ao dermatologista. 

Ao ser atendido, o médico, sentado estava, sentado continuou. Sem levantar os olhos, perguntou: Qual o seu problema? O taxista respondeu: Doutor, tô com uma coisa na cabeça que fez cair o cabelo nesta roda aqui, ó. O médico não se mexeu do lugar. Pegou o bloco de receitas e disse: Vou prescrever um medicamento para você tomar. Escreveu o nome do remédio, entregou-lhe a receita: Passe bem! 

A consulta não durou 5 minutos. O taxista saiu da sala, chegou na recepção e, pediu à recepcionista a devolução da quantia paga. Como? perguntou, perplexa a atendente. Quero meus cinquenta reais de volta, insistiu o homem. Ao que ela retrucou: Mas o senhor foi atendido, não podemos devolver o dinheiro. Então, ele, muito aborrecido, respondeu: Não fui atendido coisa nenhuma, o médico nem me examinou! Mas o senhor não está com a receita que o Doutor lhe deu, em mãos? – Com a receita, estou, mas isso que ele escreveu não tem valor, pois ele nem me examinou, quero meu dinheiro de volta. Furioso e já levantando a voz: É melhor me devolver, eu não vou pagar por uma coisa que não recebi, caso contrário, vou à polícia, vou aos jornais, vou fazer um escândalo. Ante a insistência, chamaram o médico que achou melhor devolver o dinheiro. 

O taxista saiu dali e se encaminhou a outra clínica. Dessa vez pagou R$ 60,00. O médico veio com uma lupa, sob um foco de luz, examinou com cuidado e detalhe a lesão, fez perguntas. Disse: O sr. contraiu um fungo. Vou receitar um antibiótico. E prescreveu o medicamento. Satisfeito, o taxista comprou o remédio e o está tomando.

O fato é verídico e me foi contado pelo próprio paciente, o motorista de táxi. É triste, mas não é só falta de profissionalismo, é falta de amor, principalmente, amor ao próximo.

Essas clínicas populares existem e são um bom negócio para os empreendedores, porque é melhor receber o preço da consulta na hora, do próprio paciente, do que ter que esperar 5 ou 6 meses para receber um valor aviltado, do SUS.

Outro dia, acompanhei a visita de uma ONG suíça chamada Association Enfants du Brésil - Associação Crianças do Brasil - a um conjunto habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida. Eles vêm todos os anos ao Brasil, trazem ajuda para creches e instituições que cuidam de crianças. Visitam sempre as casas das famílias, na favela do Bode, no Pina, construídas sobre palafitas na maré. Como muitas haviam sido removidas, fomos ver como estavam nos novos apartamentos. São apartamentos pequenos, de dois quartos, mas dignos, em blocos de 4 pavimentos cada, com água encanada, esgoto, luz elétrica, higiênicos e bem construídos. 

Entramos num dos apartamentos. A moradora Eliane e seus 3 filhos, sem marido, reclamou, pois agora tem que pagar o condomínio, luz, água, esgoto, além de uma pequena prestação mensal. A nova vida ficou mais cara, dignidade também tem preço. Com um braço na tipóia, perguntamos o que havia acontecido. Fraturei o braço numa queda. Fui à UPA. Tiraram uma radiografia, aqui está. Marcaram minha volta para daqui a 60 dias. Mostrou a radiografia. Quando olhei, fiquei abismado. Estava lá, bem claro: os dois ossos do antebraço, fraturados, desalinhados, as extremidades com um afastamento de mais de um centímetro. 

Como pode? pensei, dentro de dois meses estará tudo calcificado. Aí então, precisarão fazer uma cirurgia, quebrar o calo ósseo, fixar com parafusos, depois engessar o braço, imobilizando-o. 

Reparem, não foi preciso nenhum médico para ver isso. Eu fiquei indignado e a mulher, coitada, resignada, fazia os serviços domésticos como podia, sem a ajuda de ninguém. Absurdo dos absurdos! Quanta desconsideração com um ser humano, tratado pior que bicho. Imaginem, dois meses com um braço quebrado, sem a menor assistência. Que falta de consciência, de amor ao próximo, de zelo pela vida humana. Segundo a médica cubana, tal não aconteceria em Cuba.

Precisamos mudar esse quadro. 
Precisamos gritar, cobrar, pressionar. 



Infelizmente a Medicina Pública no Brasil se tornou inumana. Os doentes são negligenciados em macas nos corredores, nos leitos dos hospitais, ou até no chão, humilhados, inúmeras vezes maltratados.

É deplorável a falta de pessoal especializado, em todas as áreas. Pouquíssimos são os hospitais e postos que contam com o trabalho de psicólogos e especialistas no seu funcionamento diário. Não podemos nos esquecer de que o ato de curar passa por pequenas atenções, gestos de carinho e cuidados, uma palavra amiga, um sorriso. 

As reclamações, pelo péssimo atendimento, são comuns, tão comuns que se tornaram rotina e, da rotina passou a ser a norma, a atitude usual. A desumanização é corriqueira nos hospitais, em que uma pessoa fragilizada, só recebe indiferença. Os mais vulneráveis são os idosos, as pessoas gravemente enfermas, as crianças, as parturientes nas urgências médicas.

O que nos espera, a todos nós, quando o trabalho de médicos e enfermeiras perde a dimensão humana? 



Emergência do Hospital Salgado Filho -  Rio de Janeiro.
Paciente no chão
Foto de OGlobo.Globo.com

Hospitais insuficientes, desaparelhados, sem manutenção, sem pessoal em quantidade necessária para a atender a um número cada vez maior de doentes, fingindo que curam para o governo fingir que faz uma saúde minimamente decente é o quadro com que nos deparamos todos os dias.


Marie de Hennezel
Segundo a psicóloga francesa Marie de Hennezel, autora de dois best sellers - "La Mort Intime" (Robert Laffont, 2001) e "Le Soucis de  l'autre", obras de referência no relacionamento paciente-hospital, uma medicina humana tem que se preocupar com o doente, antes de se preocupar com a doença. Ou se tratam dos pacientes como gente, diz ela, ou os governos vão gastar cada vez mais com pessoas estressadas pelo atendimento, pela demora, pelo desgaste com os sintomas das doenças, a cada dia mais debilitados.  
E assim, essas estórias se repetem. Hennezel afirma que é preciso levar em conta não só a doença, mas, principalmente o doente e acreditar em sua capacidade de se superar, de enfrentar a enfermidade, de curar-se. Com um estímulo, uma injeção de ânimo, a melhora de sua auto estima, ele pode se tornar capaz de mobilizar sua força interior. Precisamos ter consciência de que entre o médico e o paciente existe uma relação de reciprocidade. Os hospitais são desumanos porque a especialização médica esquece que os seres humanos são complexos e nosso organismo é por si só, uma rede interligada, ultraperfeita, em que, a cada ação corresponde uma reação. Sem a ação do estímulo, nunca haverá reação na luta contra o mal.

Continua a psicóloga: os médicos fazem o que lhes ensinaram. Suas competências são técnicas, científicas. Falta porém, em sua formação, a inclusão da visão holística, que considera o ser humano no seu conjunto: físico, mental, emocional e espiritual. Para ser um profissional da área de saúde, não basta ter uma boa formação técnica, mas é preciso priorizar o lado humano do atendimento, o cuidar com amor, com atenção, daquele ser humano que está em suas mãos. 

Hennezel finaliza: O que ensinam aos médicos é que não podem se deixar envolver emocionalmente com os doentes, que têm que deixar de lado todo e qualquer espécie de sentimentalismo nos tratamentos. Mas, é isso, precisamente que deve mudar, diz ela. O poder público, os Ministérios da Saúde, da Educação, devem decretar oficialmente que a relação humana faz parte do tratamento e é indispensável à cura.

Em resumo, olhe nos olhos de seu doente, trate-o com doçura e isso fará toda a diferença.



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sábado, 8 de fevereiro de 2014

JUNINHO PERNAMBUCANO, CAMPEÃO DA SOLIDARIEDADE

JUNINHO PERNAMBUCANO, 
CAMPEÃO DA SOLIDARIEDADE



Juninho Pernambucano na creche Lar Sem Fronteiras, Várzea, Recife, PE




Naquela tarde de sexta-feira, 26 de junho de 2009, a pequena creche no bairro da Várzea, periferia do Recife, estava lotada. Uma avalanche de repórteres, jornalistas, correspondentes estrangeiros, homens de rádio, TV, com toda a parafernália de equipamentos, procurava entrevistar o astro de futebol internacional, Juninho Pernambucano. Realizava-se a cerimônia de lançamento da pedra fundamental das obras de ampliação da instituição, denominada Lar Sem Fronteiras, da qual Juninho Pernambucano é o principal pilar de sustentação. 


A obra prevê a construção, num prazo de seis meses, de mais dois andares, o que possibilitará o aumento do número de crianças de 50 para 100 e permitirá a expansão da faixa etária até 6 anos, idade mínima para o acesso à rede pública de ensino fundamental. Haverá também mais espaço para atividades de artes, danças, trabalhos manuais, entre outras.

A creche Lar Sem Fronteiras foi construída em 2000 pela associação francesa ASUP-BRÉSIL (Associação de Apoio às Comunidades Populares do Brasil). Esta, por sua vez, foi criada por inspiração e conselho de Don Helder Câmara, no início dos anos 90. Os fundadores foram os pais adotivos de crianças brasileiras, num tempo em que as adoções internacionais no Brasil eram mais fáceis, antes da vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente. Tem por objetivo beneficiar às crianças carentes que aqui ficaram e não tiveram as mesmas oportunidades de seus filhos adotivos.

Em 2001 Juninho tomou conhecimento da existência da creche. Visitou-a, carregado de presentes, tornou-se o padrinho oficial. Deu ciência ao seu clube de futebol, o Olympic Lyonnais. Líder que é, criou a Fondation Olympique Lyonnais, uma ONG destinada a ajudar às crianças do Brasil. Contando com a participação de outros jogadores brasileiros, Juninho se empenha, desde então, em captar recursos para serem aplicados em benefício de nossas crianças.

Juninho vive há oito anos na França. Tornou-se ídolo, após levar seu clube ao título de heptacampeão francês, de 2002 a 2008. Um estádio de futebol foi batizado com seu nome. Agora está de malas prontas, transferido para o time Al-Gharafa, do Catar.

Na platéia, estavam as crianças, famílias, autoridades, convidados e visitantes. Presentes a esposa Renata, o pai, a mãe e familiares do craque.

Formaram a mesa principal, além de Juninho Pernambucano, os diretores da Fundação Olympique Lyonnais, Izabelle Diaz, Claudine e Jean Laurent; o Comandante Geral da PMPE, coronel José Lopes; o Cônsul Geral da França no Recife para o Nordeste do Brazil, sr. Yves Lo-Pinto; o secretário municipal de educação, sr. Cláudio Ribeiro; o presidente da NAVI – Nucleio de Assistência Voluntária Integrado, órgão gestor do projeto, sr. Ivan Pitta. A solenidade foi conduzida pelo excelente mestre de cerimônias, homem de televisão e desportista Leo Medrado.

Após a execução dos hinos nacionais da França e do Brasil, as crianças fizeram uma apresentação das danças da peneira e do coco. Com vestes caipiras, graciosamente evoluíram no pátio, comandadas por suas dedicadas professoras.

Juninho Pernambucano recebeu na ocasião a medalha Marechal Trompowisky, outorgada pelo Instituto dos Docentes do Magistério Militar, cujo presidente é o Coronel Evaldo Pereira. A condecoração, instituída por Decreto Lei do Presidente da República Getúlio Vargas em 1953, foi um reconhecimento ao trabalho de Juninho, pela divulgação da cultura brasileira no mundo

Solidário, o craque distribuiu entre os funcionários da creche dez camisas nº 8, do Olympique Lyonnais, devidamente autografadas. A todos Juninho atendeu com um sorriso. Não só aos jornalistas e repórteres, mas às crianças, famílias e convidados. Não recusava fotos nem autógrafos.

Juninho decidiu ajudar à jovem Tatiana dos Santos Sarmanho, que freqüentou a creche em 1999, quando foi adotada. Vivendo na França, hoje, com 24 anos ela é portadora de leucemia. Sua única chance é o transplante de medula e para tanto, veio ao Recife, na tentativa de localizar a família biológica. É uma tarefa difícil, dada a falta de referências, mas Juninho se prontificou a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para encontrar a solução. 

Assim é o perfil de um craque, o craque da solidariedade, que mesmo atuando em campos milionários jamais esqueceu suas origens, nem das crianças do Brasil.

Em nome das crianças brasileiras, obrigado campeão Juninho Pernambucano. Obrigado aos membros da Fondation Olympique Lyonnais e a todos os que se empenham em dar um futuro melhor às nossas crianças. Que Deus os proteja.

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sábado, 1 de fevereiro de 2014

VINTE CONSELHOS A UM VOLUNTÁRIO





VINTE CONSELHOS A UM VOLUNTÁRIO

 Alberto Bittencourt







Ao se incorporar a qualquer grupo de voluntários para consecução de um objetivo, seja de ordem pessoal, social ou ambiental, antes de mais nada é preciso manter viva a consciência de que você está motivado exclusivamente pela alegria de seu coração e pela vontade de compartilhar uma visão comum. 

Aqui vão algumas dicas para trazer alegria e sentido à sua presença física no grupo:

1 – Procure conhecer a missão e os objetivos do grupo. Estude as metas e sonhos dos participantes. Discuta os procedimentos e métodos de ação. 

2 – Preste a atenção nas pessoas, pois todos têm um papel a desempenhar, um talento com que contribuir. Não tente “reinventar a roda”, utilize os dons, talentos e a experiência de cada um para o fortalecimento do coletivo.

3 – Conecte-se consigo mesmo e com o seu Mestre Interior para identificar o seu papel. Reflita sobre o que você está fazendo. Pense em como você se sente e nas razões que o levaram a entrar para o grupo. 

4 – Concentre-se mais na qualidade das informações trocadas, do que nas aparências externas.

5 – Abra-se para cooperação, não para a competição, pois esta promove a separação; a cooperação leva à unidade.

6 – Verifique a pertinência de todas as orientações. Receba-as com alegria no coração.

7 – Seja ilimitado em seu pensamento. Pensamento de qualidade leva a uma vida de qualidade.

8 – Deixe a sua imaginação fluir. Lembre-se que a imaginação é o primeiro passo para realizar um sonho.

9 – Manifeste sua visão. Procure ser claro e objetivo. Lembre-se do poder da palavra. Empregue sempre a linguagem positiva do paradigma da unidade para incrementar a integração.

10 – Faça o que diz – seja um exemplo vivo.

11 – Dê todas as informações, tempo, energia e recursos que puder. Esteja sempre disponível para o trabalho.

12 – Seja fluido e flexível. Não tenha medo de mudar.

13 – Prefira interpretar tudo em sua vida de uma forma positiva. Seja um otimista, encare as dificuldades e problemas como desafios.

14 - Sintonize e potencialize a sinergia do grupo. Idéias e ações nascerão espontaneamente.

15 – Cultive as amizades, crie relações afetivas para que todos queiram estar juntos pelo simples prazer de estarem juntos.

16 – Divulgue seu trabalho voluntário entre seus colegas de profissão, em sua família, seus círculos de amizade. Arregimente novos companheiros.

17 – Compareça às articulações, participe das manifestações, marque sua presença. 

18 – Tome iniciativas, proponha novas ações, traga novas idéias, busque parcerias. 

19 – Seja mais do que simpatizante, seja um militante, capaz de correr riscos, lançar-se na incerteza sem temer o fracasso na busca do sucesso. 

20 – Relaxe e deixe brotar em seu coração a semente do amor.