ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

quarta-feira, 22 de maio de 2019

HABITAÇÃO


Michel Quoist - escritor francês, 1921-1997


Transcrevo abaixo, o poema Moradia, de Michel Quoist, extraído do livro Poemas para Rezar, escrito em 1954, com textos dos jornais da época:

Moradia
                                                                                                                 Michel Quoist - 1954

Sei que naquele único quarto, mistura-se hálito emprestado de  treze pessoas amontoadas.
Sei que u’a mãe pendura ao teto a mesa e as cadeiras para estender as enxergas no chão.
Sei que os ratos acorrem para roer as cascas de pão velho e morder os bebês.
Sei que o homem se levanta para abrir o encerado por cima da cama encharcada de seus quatro filhos.
Sei que a mãe fica em pé a noite inteira porque só há lugar para uma cama e as duas crianças estão doentes.
Sei que um bêbado vomita sobre a criança que dorme ao seu lado.
Sei que o rapaz foge sozinho dentro da noite porque não agüenta mais.
Sei que os homens brigam por causa das mulheres, pois são três casais no mesmo sótão.
Sei que o irmão gera um filho com a irmã, ele tem vinte anos, ela dezesseis e dormem os dois, corpo a corpo no mesmo colchão.
Sei que a esposa rejeita o esposo pois não há mais lugar para outro filho.
Sei que um menino agoniza, mansamente, preparando-se para se reunir lá no céu a seus quatro irmãozinhos.
Sei,
Sei mais ainda,
Sei centenas de outros fatos, enquanto em paz eu ia dormir entre meus lençóis branquinhos.   




HABITAÇÃO
Um dos grandes problemas brasileiros

Alberto Bittencourt - outubro de  2005

O problema da habitação é trágico em todas as cidades do mundo. O Brasil nos últimos quarenta anos aumentou sua população em mais de 100 milhões de habitantes. Em 1964 éramos 80 milhões, hoje, 2005, somos mais de 185 milhões. 
Em 1964, antes da revolução, havia um movimento pela reforma agrária, era o SUPRA do governo Jango – Superintendência da Reforma Agrária. Por ser considerado um valhacouto de políticos corruptos e subversivos, o movimento foi abortado pelos governos militares. 
Criaram o INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, apenas uma autarquia, empregando muitos coronéis da reserva. Perguntei a um deles o que ele fazia ali e ele me respondeu: Estamos cadastrando as terras
E ficaram anos e anos apenas cadastrando as terras, até que surgiu, com a redemocratização, o MST, com as invasões de terras produtivas e improdutivas. O movimento pegou todo mundo de surpresa, ninguém imaginava que houvesse tantos sem-terras no interior, sim, porque nesses quarenta ou cinqüenta anos, a urbanização do país foi de tal ordem, de tal intensidade, que mais de 80% da população rural migrou para as cidades, tornou-se urbana.
Com o apoio da turma de direitos humanos, de políticos, de ONGs, de sindicatos, o MST se organizou. Constituiu-se num poder paralelo, à margem da Lei e da Ordem, não respeita a constituição e sequer considera o mais sagrado de todos os direitos do regime capitalista: o da propriedade privada. O MST age ao arrepio da Lei. Arregimenta para suas fileiras bandos de desempregados e marginais na periferia das cidades. Ao invadirem uma propriedade, nada respeitam. Destroem, botam fogo, quebram o que vêem pela frente, não sobram nem as máquinas e equipamentos agrícolas. Matam animais da fazenda para se banquetearem. De tempos em tempos, vemos nos jornais barbaridades praticadas por estes vândalos. Será o império da desordem, da anarquia, ou será a tão necessária e decantada distribuição de renda?  Ou talvez os dois.

As megalópoles brasileiras incharam, se multiplicaram. A palavra favela, um termo genuinamente brasileiro, foi exportado para o mundo inteiro, Paris, New York, Moscou. Consta nos dicionários franceses. Virou um termo de conotação pejorativa no Brasil, denigre as pessoas que nela habitam. É politicamente mais correto chamá-las de "Comunidades". É o que dizem os assistentes sociais, antropólogos e sociólogos.
A Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, tem mais de 150 mil habitantes. Quem vai de São Conrado para o Leblon, antes de entrar no túnel Dois Irmãos, ao olhar para cima, vê a encosta do morro totalmente encoberta por milhares de moradias. Empilhadas na encosta, separadas por vielas estreitas e escadas, são, em sua em sua totalidade, erguidas em alvenaria, algumas até com reboco. Muitas têm mais de um pavimento, vemos até prédios de cinco andares por lá. Será que tudo isto pode ser chamado de favela? Não mais. É uma comunidade onde se amontoam 150 mil pessoas, provida de luz elétrica, mas sem coleta de lixo e nem recolhimento de esgoto. No carnaval, esse povo se organiza e consegue fazer um dos mais belos e ricos desfiles de escolas de samba. Não fosse a chuva que desabou em cima, bem na hora em que a escola passou e alguns problemas com carros alegóricos, extremamente complexos, que emperraram, certamente teria obtido uma das primeiras colocações. 
Esse mesmo povo convive, quase que diariamente, com o crime organizado, as guerras entre quadrilhas, as disputas por território, que deixam vítimas inocentes, sem escolher idade e uma população assustada que se submete ao poder paralelo do traficante. Terra de ninguém, onde a polícia não entra, a lei é do mais forte. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Não pensem que este caos começou há pouco. Com a sucessão de políticos demagogos, que visam unicamente à eleição, a partir dos anos cinqüenta, iniciando com a era Getúlio Vargas e chegando até nossos dias, instala-se uma situação de desmando e pouco caso para com a lei, a ordem e, principalmente com o cidadão e eleitor. Cria-se um vazio de liderança nessas comunidades adensadas que propiciou a ocupação deste espaço pela força do tráfico que encontrou um ótimo abrigo, longe das autoridades e perto dos usuários.

Essas comunidades como a Rocinha, há muito já deixaram de ser favelas. Ali circula dinheiro, elevando a renda de parte dessa população, que passa, então, de pobres, a gente abastada ou remediada. Favelas são como algumas que conheço aqui no Recife: a do Bode, no bairro do Pina; Entra a Pulso, em Boa Viagem; a do Coque e a da Maré e tantas outras. As casas sobre palafitas, barracos de madeira, papelão, plástico, chão de terra, em meio ao esgoto a céu aberto e as pessoas se apertando dentro de um vão infecto e insalubre.
Só para sentirmos no peito que o tempo passa e nada muda, demonstrando assim que não há o menor interesse, por parte de nossos políticos ou governantes, pois esses eleitores que não vivem, apenas existem, como animais, são manobrados por eles que se aproveitam de suas ignorâncias. 

                                              x-x-x-x-x                                                                      

segunda-feira, 20 de maio de 2019

VENI VIDI VINCI

VENI VIDI VINCI - CHEGUEI VI E VENCI. Alberto Bittencourt
GIZELE TAVARES chegou nos Estados Unidos há quase seis anos, viu o território, conheceu pessoas e hábitos, levou a nossa cultura e venceu. Implantou-se como estrela de primeira grandeza no campo das artes, da música, da literatura.
Vitoriosa, volta ao Brasil para lançar sua mais recente obra poética: UM MINUTO É UM LONGO TEMPO.
Sucesso total.
No sábado, dia 18 de maio de 2019, o Instituto Histórico de Olinda se engalanou para receber a grande estrela. A cultura nordestina se fez presente com apresentações artísticas musicais, declamações de consagrados poetas, e a presença de expressivo público. Tudo conduzido pela rainha da noite, Gizele Tavares.
Foi uma noite inesquecível.
Parabéns Gizele.
Você conquistou merecidamente os pincaros da glória.
Estamos juntos e misturados.
Você é a nossa musa embaixadora.
Vá em frente.
Alberto Bittencourt

domingo, 12 de maio de 2019

MEUS MOMENTOS ROTARY




MEUS MOMENTOS ROTARY
Alberto Bittencourt
Palestra realizada no Rotary Club do Recife, em 09 mai 2019





Há momentos em nossas vidas que nos lembramos para sempre. Esses momentos tornam-se nossas histórias e nos ajudam a entender e conectar com a comunidade global maior. 
Quando contamos as nossas histórias, nós inspiramos os outros a contarem as suas histórias, o que produz uma mudança positiva.  
Em última análise, através do poder de contar histórias construímos comunidades mais saudáveis, ambientes de trabalho mais eficazes, e enriquecemos as escolas de aprendizagem que frequentamos em nossas vidas.  

 Sabe o que é um momento Rotary?
É um momento que representou um impacto na sua vida de rotariano. Algo que o tenha marcado de modo indelével, mudado o seu comportamento, a sua compreensão do mundo e das pessoas. Como tal, esses momentos devem ser percebidos, registrados, e preservados para o futuro.
No site My Rotary, o local adequado é:
"Vozes do Rotary – histórias do mundo rotário"
Vou contar alguns dos Meus Momentos Rotary, histórias que vivi, e fui colecionando ao longo de quase 35 anos de vida rotária.


MEU PRIMEIRO MOMENTO ROTARY
Ocorreu muito antes de meu ingresso no Rotary, porém o impacto foi tão forte, que acendeu em meu coração a primeira chama do ideal de servir.

A Primeira Chama

Recém-formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, ainda no posto de aspirante a oficial da Arma de Engenharia, já no comando de um pelotão, fui designado em abril de 1964, para manter a ordem e dar segurança à Fábrica Nacional de Motores.

Situada no distrito de Xerém, município de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, no sopé da serra de Petrópolis, limite da baixada fluminense, a fábrica vivia momentos de grande tensão e agitação que chegavam a afetar a produção industrial.

Ali se fabricava o famoso caminhão FNM, mais conhecido como Fenemê. Naquele tempo, a quase totalidade do transporte rodoviário de carga no Brasil era feito pelos caminhões Fenemês. Valentes, robustos, possantes, esses veículos varavam o país de ponta a ponta, dominavam absolutos as estradas de terra e lama, levavam o progresso aos quatro cantos do país. Ainda não haviam chegado os Mercedes, Volvos, Scânias, Fords, Chevrolets, Volks, tudo era feito pelos Fenemês, produzidos, para orgulho nosso, por uma fábrica genuinamente brasileira, do governo, a Fábrica Nacional de Motores.

Originariamente, muito antes da EMBRAER existir, a Fábrica Nacional de Motores fora construída para fabricar motores de avião, com o fim de garantir mercado de trabalho para os engenheiros aeronáuticos formados pelo ITA. Em seguida, foi transformada em fábrica de caminhões. Anos mais tarde foi vendida para a Alfa Romeu que, por sua vez, a vendeu para a Fiat que, posteriormente, a fechou.

Numa noite escura e fria, às duas da madrugada, eu rondava de jipe pelos postos de sentinelas, acompanhado apenas do motorista. Ao contornar a fábrica pelo lado de fora, notei uma sombra fugidia a se esgueirar no escuro, junto aos muros. A chuva fina e cortante dificultava a visão. A figura de pronto despertou-me suspeita. Com cautela, fui me aproximando. Aos poucos, foi se delineando um vulto enrolado em panos dos pés à cabeça. A cada passo trôpego, seu corpo estremecia. Encandeada pela luz dos faróis, divisei um rosto de mulher. Transportava nos braços um volume amorfo, indefinível e chorava.

   Para onde vai? perguntei.
   Estou indo para casa, respondeu entre soluços.
   O que aconteceu?
   O hospital não quis receber o meu bebê.
   Por quê?
   Meu bebê morreu.
    
  Fixei o olhar com atenção. Envolto nos trapos, havia um bebê de no máximo dois meses. A chuva fria apertava. Ofereci-lhe carona.

Só então verifiquei que o corpo franzino, pequenino, jazia inerte nos braços da mãe. Certamente essa fora a razão pela qual o hospital não quis o receber. A criança já estava sem vida quando lá chegou .

Meu bebê morreu dormindo, sufocado, disse a mulher.

No pequeno barraco em que viviam pude constatar a dimensão da tragédia humana.  Espremidos em apenas um vão insalubre e mal ventilado, moravam a mulher e quatro filhos, idades entre 2 meses e 4 ou 5 anos. O chão de terra batida, as paredes e o teto de restos de tábuas, pedaços de zinco, misturados com plástico e papelão. Para chegar ao pequeno fogão no fundo do quarto, tinha que levantar um estrado. O bebê morrera asfixiado, porque todos dormiam embolados naquele arremedo de cama.

Tal aconteceu em 1964. O Brasil tinha uma população de apenas 80 milhões de habitantes. Os jornais da época já noticiavam constantemente que: crianças eram vítimas de deslizamentos de barreiras, pois moravam em lugares perigosos; bebês eram roídos por ratos, porque viviam em lugares infectos; crianças morriam de disenteria por falta de água potável; esgotos serpenteavam a céu aberto, nas chamadas valas negras; padrastos estupravam enteadas, habitantes de um só vão; adolescentes eram abusadas por irmãos mais velhos, porque dormiam todos na mesma cama. Nas guerras, nas calamidades, nos cataclismos, as primeiras vítimas são sempre as crianças.

Hoje, cinquenta anos depois, nossa população pulou de 80 para mais de 200 milhões, e o que mais aumentou foi justamente essa camada mais pobre, excluída, despojada e desprovida de tudo.

O que fazer?

O fato, ocorrido na minha juventude, acendeu em meu coração a primeira chama, despertou a vontade de servir, de fazer algo que pudesse mudar esse estado de coisas.  Anos depois eu encontrei no Rotary o caminho que buscava.

Posso garantir ter sido esse o meu primeiro Momento Rotary.


MEU SEGUNDO MOMENTO ROTARY

Porque entrei no Rotary

Ocorreu pouco antes de meu ingresso no Rotary.
Certa noite, nos idos de 1982, ao ligar a televisão na rede Bandeirantes, deparei-me com um programa de entrevistas do famoso cartunista Ziraldo. O nome do programa era "Etc". Na ocasião ele entrevistava Dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife.

O programa durou apenas um ano, pois tanto Dom Helder quanto Ziraldo não eram bem vistos pelo regime militar da época.

A entrevista já havia começado, mas a parte que assisti causou-me tremendo impacto. Foi como se um choque elétrico sacudisse meu corpo, minha mente e, a partir daí eu entrasse em convulsão. Senti-me pequeno, impotente, fraco, diante de um mundo que clamava por mim. Senti-me desafiado, uma espécie de chamamento.

Que poderia eu fazer? Dar de ombros, cruzar os braços e deixar pra lá? Ou tentar fazer alguma coisa, por menor que fosse. O que assisti, mudou minha ótica do mundo, mudou meu comportamento e minhas atitudes. Nunca mais fui o mesmo, nunca mais esqueci. Hoje, ao relembrar, acredito que tenha sido este, o meu Segundo Momento Rotary.

Ziraldo e Dom Helder comentavam o mundo de injustiça social, de desigualdades, de exploração, de miséria, de sofrimento, de doenças evitáveis, de moradias insalubres e indignas que permeia a sociedade e afeta um número cada vez maior de pessoas. 

A certa altura, Ziraldo lançou a pergunta: 

_Padre Helder, que conselho o senhor daria, o que o senhor diria aos que nos assistem, aos inconformados como nós, que querem fazer alguma coisa para melhorar esse quadro de sofrimento, de injustiça social, de exploração, de miséria, que acabamos de comentar? Qual a sua mensagem aos nossos telespectadores, Dom Helder? 

Dom Helder não titubeou. Respondeu com apenas três palavras. As três palavras que chicotearam minha alma, que me fizeram parar, pensar, e me modificaram a partir daquele instante. 

Dom Helder disse apenas três palavras:  Não fique só !

E repetiu:  Não Fique Só ! 

Concluiu:
_Sozinhos nós somos frágeis, pouco podemos fazer. Mas unidos, podemos sonhar o impossível. Podemos mudar o futuro de muitas crianças, podemos levar a esperança aos enfermos, dar melhores condições de vida aos idosos, trazer um alento aos desesperados. Juntos podemos mudar o mundo. 

Pouco depois recebi o convite para ingressar no Rotary.

Depois eu soube que Paul Harris reuniu três amigos e fundou o Rotary, porque se sentia só.

Então, no meu discurso de posse, repeti as palavras de Dom Helder, e o que me motivou a ingressar no Rotary:   Não Fique só !

Esse foi o meu Segundo Momento Rotary.


MEU TERCEIRO MOMENTO ROTARY
  
O Sentido da Vida

Jamais esquecerei de uma cena que assisti, há cerca de dez anos, na creche Lar de Caritas, situada no Jardim Piedade, município de Jaboatão dos Guararapes. 
Eu, rotariano, trabalhava como voluntário na construção de novas instalações, quando uma mãe desesperada chegou com um bebê no colo. Era uma menina, chamada Daniele, caçula de quatro irmãos de zero a quatro anos.
Todos ali já conheciam o drama daquela mulher, vivido há três meses. Foi num dia de chuva torrencial, em que a pequena favela situada na frente da creche ficou inundada pelas águas e esgotos que, a céu aberto, serpenteavam in natura por entre os barracos, nas chamadas valas negras.                                             
 O barraco de vão único, chão de terra batida, paredes de plástico e restos de madeira, ficou inundado. O bebê, de apenas três meses, caiu naquela água infecta. Foi o suficiente para contrair septicemia, infecção generalizada, que o deixou três meses internado na UTI infantil.

Ele viera de ter alta, mas, malgrado todos os cuidados médicos e nutricionais, o estado geral não apresentava melhoras. O bebê continuava prostrado, sem vida, sem reação, sem emoção.
A mãe, desesperada, procurou socorro no Lar de Caritas. Foi entregue a uma enfermeira prática, de nome Nancy, humilde, magra, funcionária da creche, que cuidava das crianças. A mulher tomou o bebê nos braços, friccionou-o vivamente. Tenta fazê-lo rir, brinca com ele. Nada acontece. Com cuidado, apertou o corpinho quase inerte contra o coração, enquanto lhe dizia palavras doces. Ela fica assim, longo tempo imobilizada, os olhos fechados. Uma força espantosa emana de seu corpo frágil.

A seguir, lentamente, suas mãos começam a pegar o bebê. Sem preguiça, ela o massageia da cabeça aos pés, numa mistura perfeitamente dosada de força e delicadeza. Senta a criança no colo, faz cavalinho. Naquele momento, o ar grave do bebê, aos poucos, vai se anuviando.
Então, na nossa presença, um milagre se produziu. O olhar da criança começou a clarear, a se encher de luz. O pequenino ser, que estava ausente, de repente se torna presente. E, docemente, um sorriso aparece, acompanhado de pequenos gritos de alegria, até se transformar numa cascata de risos. O bebê havia escolhido viver. Seu riso testemunhava que o amor é a única razão que dá sentido a uma existência. 

A despeito dos cuidados praticados, não se conseguiu resgatar aquelas crianças. Elas cresceram na rua, na violência, na miséria. Daniele, ao completar quatorze anos, morreu na Av. Conselheiro Aguiar, no bairro de Boa Viagem, no Recife, numa briga de gangues, atingida por uma pedrada, desferida pelos próprios meninos. 

O Rotary Club do Recife – Boa Viagem, organizou então, projetos de assistência materno infantil para gestantes jovens, utilizando os Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária. Organizou, em parceria com outros dois Rotary Clubs, grupos de trinta jovens, em período inicial de gravidez e, durante seis a oito meses, uma vez por semana, facilitadores, pedagogos, médicos, psicólogos, ministravam palestras sobre higiene, prevenção de doenças, nutrição, cuidados com o bebê, culminando com a doação do enxoval para o primeiro ano de vida.

Mas as valas negras, continuam lá até hoje, ameaçadoras, há mais de 50 anos.

Mas, o que é o "sentido da vida"? 
A questão é que o sentido da vida é apanágio dos ricos. Somente quem não tém que lutar pela sobrevivência, são quem se questiona sobre o sentido da existência. 
Os pobres não se questionam sobre o sentido da vida. Eles tentam simplesmente sobreviver a cada dia.  
O que os ajuda, tanto quanto a alimentação que buscam diariamente, são os laços familiares, amigáveis, tribais, comunitários.  
O homem não pode viver sem laços afetivos no sentido mais amplo do termo. Se ninguém o olha de modo especial, não o toca, nem se interessa por ele, ele morre.  
O que da sentido à vida, sejam ricos ou pobres, ontem como hoje, aqui ou algures, é o amor.  
A vida do é viável porque alguém, pelo menos uma vez, nos olhou com amor.  

Sem dúvida, esse foi o meu terceiro Momento Rotary.

  
MEU QUARTO MOMENTO ROTARY

Da Indiferença à Solidariedade

Chuvosa manhã de inverno no Recife. Como de hábito, saio de casa às seis para curtir uma corrida no calçadão à beira mar. Nada de sol no horizonte, nada de azul no céu encoberto de hoje. As águas prateadas parecem mais agitadas.

A pista de Cooper já está bem movimentada. As pessoas se exercitam antes das atividades diárias. O CRI – Clube dos Rapazes Inocentes, idade mínima 70 anos, bate papo, de molho na piscina formada pelos arrecifes. A disciplinada turma dos safenados caminha alegremente aos grupos de dois ou três. Os marombeiros malham em aparelhos colocados pela prefeitura junto à pista. Há os que correm, há os que andam, há os que apenas contemplam a natureza, todos adeptos do estilo de vida saudável.

Enquanto corro, medito. Tento completar os dez quilômetros perfazendo meia hora em cada sentido.
Na ida, passo por um corpo inanimado, encolhido ao pé de um depósito de lixo. Um mendigo jaz inerte, ao lado de algumas latas. Um pequeno cão o olha fixamente. Deitado, com a cabeça sobre as patas dianteiras, traz o mesmo semblante de sofrimento.

Todos os adeptos do jogging matinal passam sem tomar conhecimento daquele ser humano. Quem seria? Há quanto tempo estaria ali? A indiferença é total. Pode até estar morto, ou quase. Continuo a correr, vou me afastando. Não saberia mesmo o que fazer.

Lembro-me da parábola do Bom Samaritano, Evangelho de São Lucas, cap X. Somos iguais aos seminaristas, ao padre, ao levita: atravessamos a rua, indiferentes ao próximo. Afinal, temos nossas metas a cumprir. Nossos caminhos de hoje estão traçados. Os encontros, a família, o trabalho, a escola, é tudo tão importante, não há espaços para imprevistos. Sobretudo quando o imprevisto é um pobre qualquer, que não nos diz respeito. Não é conosco. Para isso tem as autoridades.

Completada a metade do percurso, volto pelo mesmo caminho. No ponto em que estava o mendigo, vejo uma jovem agachada tentando falar-lhe. Curioso, me aproximo. A jovem lhe pergunta com doçura: Senhor, o que tem? Posso ajuda-lo? Após alguns instantes, o corpo murmura, sem abrir os olhos: Não tenho forças, não consigo comer, sinto dores.

O homem exala cheiro de cachaça. Penso no efeito devastador do álcool no estômago vazio. Outras pessoas se aproximam. Um pequeno grupo se forma em torno do mendigo. Um dos marombeiros, de seu celular, chama o 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. Enquanto isso a jovem conversa com ele. 
A ambulância chega em vinte minutos. O pequeno vira lata parece entender. Late, balança a cauda, se agita, consegue embarcar. O grupo se dispersa.

Da indiferença à solidariedade, assim é a natureza humana. Basta uma pequena iniciativa para que as pessoas despertem.
Continuo a corrida, sinto-me mais leve. Acredito no ser humano. Penso na filosofia do Rotary, no legado de Paul Harris, na jovem que ajudou o mendigo.  Da mesma forma que o Bom Samaritano, ela vive e pratica o sentimento de DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI.  

Esse foi o meu quarto Momento Rotary.

Tenho mais para contar.
Aguardem.

domingo, 5 de maio de 2019

NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY


NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY
Alberto Bittencourt – agosto de 2007


Erradicar a pobreza extrema é prioridade do milênio.



Dom Helder Câmara, saudoso arcebispo de Olinda e Recife, nosso maior arauto da paz, disse certa vez: "A pobreza, nós podemos aceitar, pois nela, as famílias têm o mínimo, o essencial. Porém, de forma alguma podemos aceitar a miséria, pois nela falta tudo até mesmo o essencial".
A OMS - Organização Mundial de Saúde classificou a pobreza extrema, ou miséria como sendo o mais grave e disseminado flagelo do planeta Terra. Junto com ela advêm a fome, a doença e a violência.
O programa das Nações Unidas para o terceiro milênio fixou como objetivo prioritário, a erradicação da miséria do mundo, como sendo um imperativo de ordem social, ético, político e econômico.
A pobreza extrema, atinge diretamente mais de um bilhão de seres humanos no mundo, o que afeta, de um jeito ou de outro, a vida dos restantes cinco bilhões de pessoas.
Um dos maiores males dos tempos modernos é a concentração da riqueza nas mãos de alguns países, de algumas empresas multinacionais, ou de algumas pessoas. O chamado G-8, grupo dos oito países mais ricos do mundo, consome a quase totalidade dos recursos energéticos do mundo.
No Brasil, quase um terço da população vive abaixo da linha da pobreza. Habitam principalmente em comunidades nos morros ou periferias das grandes cidades, denominadas favelas. A conseqüência é a violência urbana incontrolável, que extravasa para todos os lados.
A pobreza extrema, tanto quanto a guerra, é incompatível com o ideal rotário de Paz Universal. Nada mais natural que o Rotary assuma a liderança mundial de lutar pela sua erradicação da face da Terra.
Combater a pobreza, bem o sabemos, é:
  • lutar por oferecer melhores condições de moradia,
  • melhor acesso aos cuidados médicos.
  • lutar pelo desaparecimento da fome.
  • lutar para fazer baixar a taxa de mortalidade infantil,
  • para prolongar a vida em condições as mais dignas possíveis.
  • É dar conhecimento e educação de qualidade a todos, indistintamente.
Devemos combater a pobreza extrema em duas frentes:
  • lutando contra seus efeitos, com ações pontuais de minoração do sofrimento, de assistência, de ajuda às pessoas, comunidades e instituições beneficentes.
  • confrontando as suas origens e causas, entre elas a falta de uma educação social voltada para uma cultura da paz, para uma melhoria nas relações inter-pessoais, para o convívio harmonioso, respeitando os valores humanos e espirituais.
O ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, disse textualmente em palestra num seminário rotário: "o  grande problema do pobre não é ele ser pobre. É o amigo dele ser pobre. O pobre não tem um amigo que fale com quem decide. Ele não tem amigo que marque uma audiência, que lhe ajude a fazer um projeto, que o ajude a tirar um financiamento. Se não corrigirmos isso, concluiu Jatene, será muito difícil buscarmos o equilíbrio social".
Penso que a causa da injustiça social é a ausência de contra poder. O pobre não tem contra poder. Não se organiza para reclamar, reivindicar, pressionar contra a má gestão do ensino, os esgotos a céu aberto, o atendimento médico caótico... Aí está a origem dos abusos, das violências, das explorações econômicas, sociais e políticas. A ausência de contra poder é que o faz aceitar passivamente o poder paralelo de traficantes e criminosos, numa espécie de revolta muda dos oprimidos, na guerra social urbana que atinge a todos, sem distinções.
A pobreza material sobre a face da Terra é fruto das escolhas, das incoerências e das atitudes tomadas pelos homens e pelos Estados. Pode ser a miséria gritante, soberana, massiva, visível como as de certos países da África  subsaariana, como pode ser a miséria mais escondida, não menos vergonhosa, como a disseminada no Brasil e outras nações,  ou pode ser a miséria aleatória, mas sempre presente, nas calamidades como a seca, nos conflitos armados entre os refugiados, nos movimentos migratórios dos povos, nas epidemias.
No Brasil, uma política macroeconômica, exclusivamente monetarista, refém do chamado "mercado financeiro", em lugar de fortalecer a geração de empregos, desenvolver a infraestrutura, provocou o alargamento da miséria e o empobrecimento da classe média.
A consequência é que as classes mais favorecidas vão ficando cada vez mais isoladas, cada vez mais egocêntricas, cada vez mais exclusivistas. Dissemina-se um outro tipo de pobreza, como uma epidemia -  a pobreza relacional endêmica -  com todas as suas consequências: a desertificação das relações de convivência, de solidariedade, de proximidade. Pobreza das trocas conjugais, familiares, sociais, que se expressa pelos conflitos, pela violência, pelo mal estar, até mesmo pela violência contra si próprio.
É dever dos rotarianos combater a pobreza material e a pobreza relacional. Ambas constituem a doença a mais grave hoje existente em nosso planeta. Elas ameaçam não apenas a existência de muitos, mas, a longo prazo a própria dinâmica da vida que deveria estar sempre crescendo, a serviço da humanidade. Esta poderia muito bem, ser a nova bandeira do Rotary.

xxxx

COMENTÁRIO 5

E-MAIL DO GOVERNADOR DIRCEU LUIZ SCHMITT (99-2000) DO D-
4670, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
 Boa tarde Cidinha

NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY.
Sob o título acima, o EGD. Alberto Bittencourt , defende a tese de que
o Rotary deve se posicionar e trabalhar em favor dos excluidos, aqui
entendido no seu mais alto significado, ou seja; em favor das
pessoas situadas na linha da Miséria existencial.
O EGD. Barata, contraditou e, até aqui, mais dois companheiros se
manifestaram; uma contra a maneira do manifestado pelo comp.
Barata e outra de um rotariano em seu favor.
É um embate muito interessante, que, todavia,não abordam o cerne
sobre a problemática MISERIA.
Em vão serão nossos esforços e das demais ONGs e Entidades
governamentais, se não existir um PLANEJAMENTO FAMILIAR
efetivo, com a busca do sucesso nesta empreitada.
É duro dizer, mas proponho que se faça a seguinte análise, que nos
foi transmitida por um engenheiro, em palestra na última
Conferência do nosso Distrito 4670: se pudéssemos promover a
INCLUSÃO total de todos os hoje Excluídos, seria bem possível que
faltariam recursos naturais para suportar tamanho aumento do
consumo global e, ainda, que, provavelmente o aquecimento Global
seria sinistro. ´´E duro pensar assim, mas é uma realidade.
Há que se considerar, ainda, que no Brasil, a maioria dos Estados se
ressentem de recursos financeiros para possibilitar a prestação de
Segurança, Saúde e educação. Aqui no Rio Grande do Sul, estamos
próximos do cáos.
Companheiros Rotarianos, proponho que façamos uma grande
reflexão sobre esta questão. Se for possível se implementar uma
ação efetiva e forte, nos mesmos termos da nossa Campanha contra
a Polio, quem sabe dentro de 10 a 15 a


COMENTÁRIO 4

Prezado Gov. Barata....

Bom dia...

Tbm sou rotariano, não sou EGD...fui presidente do meu clube ano 2001-02  RC SP CENTENÁRIO - SP Capital, e é exatamente como o Companheiro se expressou é  tbm o meu sentimento, e sempre que posso falo exatamente o mesmo  pensamento...precisamos focar num objetivo e se é a FOME...que atacamos  ela...pq sem fome poderemos pensar e pensar no que queremos, desejamos  e  como vamos atuar...agora com o estômago vazio...fica difícil. 

Quero deixar meus PARABÉNS ao Companheiro pela coragem de externar  seus  sentimento coisa que estou sentindo falta aos nossos dirigentes e  companheiros de modo geral. 

Abraço

João Bosco Leite 

RSP-CENTENARIO

DIST. 4420

TEL. 11- 50940825

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COMENTÁRIO 2

From: EMANUEL BARATA
To: Dirceu Luiz Schmitt
Sent: Thursday, August 09, 2007 7:39 PM
Subject: [Via RS MAX: SPAM] NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY
Concordamos com os erros de português, mas temos a certeza de que tais
desvios não levaram ao incorreto, de novo, entendimento, do que seja o
problema. A agressividade do texto está somente na percepção de quem o lê.
O texto é forte, isso sim, quer apresentar-se com o impacto necessário e não
como mais uma opinião que a nada leva. Não há assuntos no meio rotário, ou
do país, onde o santo seja de barro. Aliás, como a designação de santo é
genérica vai em minúscula e se refere especificamente a qualquer um dos
nomeados e não vamos, por isso, deixar de entender.
A resposta veio, e terminará aqui, por que o texto foi forte contra a forma de
enfocar a fome. Precisamos fazer valer a postura de correr com o andor e
quebrar o santo de barro que há muito vem permitindo com que andemos
pelo caminho errado, enganando-nos. Não há agressividade caros rotarianos,
há força, garra, vontade de luta, disposição, muita coisa a ser feita,
principalmente contra os deixa disso, verdadeiro furúnculo nacional. A forma
de um gaúcho se expressar é sempre vista como de faca em punho. Eu até
que sou muito modesto neste particular. Algumas vezes a irritação e coragem
de fazer mais e mais põe-me no pedestal hora colocado. Mais garra e luta é o
que queremos. Mas, cá entre nós, para atacar a fome é preciso ir pela fome
ou pelo caminho indireto proposto pelo texto?
O alerta sobre os desvios de enfoque que todos temos está dado. Uma boa
leitura. Somos EGD portanto pacíficos, ordeiros, mas como um brasileiro,
gaúcho, cheio de vontade, também com muita força nas expressões. Recebi
um comentário de um rotariano que se admirou da posição conformada de D.
Helder em aceitar a pobreza. Talvez esta visão tenha nos tornado caolhos
para a realidade da fome. Precisamos de algo de grande impacto. Basta de
mesmice. Esta expressão aparenta agressividade, sem a ter. Um abraço afetuoso, e como diria o Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra",
apreciamos o comentário, tenho certeza de que essa rotariana não está
adormecida como muitos de nós. Obrigado cara Regina Célia, você foi
especial.
Abraços
EGD Emanuel Barata
Governador do Centenário do D-4670
RC Canoas-Industrial
eebarata@cpovo.net
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COMENTÁRIO 3

From: Regina Krogh
To: 'Cidinha do Rotary'
Cc: eebarata@cpovo.net
Sent: Wednesday, August 08, 2007 12:16 PM
Subject: RES: EGD Barata: comentário artigo NOVA BANDEIRA PARA O
ROTARY
Prezada companheira Cidinha:
Li o artigo do EGD Barata e fiquei espantada com tanta agressividade. Sei que vivemos em uma democracia onde podemos nos manifestar quando não concordamos com determinados assuntos, mas "devagar com o andor que o Santo é de barro".  
E mais ainda: O EGD deveria cuidar melhor do seu português , por exemplo –
faltou o r no verbo prover; intenção se escreve com ç e não s como ele
fez e a palavra certa é discernimento e não dissernimento como
aponta o texto.
Como rotariana e vivendo num regime democrático achei-me no direito de,
também , fazer o meu protesto.
Regina Célia Monteiro Krogh
Presidente do RC São Luís 2007/2008 


COMENTÁRIO 1

Prezados Companheiros Rotarianos,
Encaminho, para Conhecimento e Divulgação, comentário do
Governador do Centenário Emanuel Barata, D-4670 (Estado do
Rio Grande do Sul) ao artigo publicado pelo Governador do
Centenário Alberto Bittencourt, D-4500, RC Recife-Boa-Viagem,
Estado de Pernambuco.
Saudações Rotárias,


Amiga e Companheira Cidinha ,
Em referênca ao artigo do meu amigo e companheiro de ano de
governadoria, o Governador do Centenário Alberto Bittencourt,
concordo com partes.
Detesto a parte que aponta soluções via melhoria da saúde, da
educação, ou qualquer desta lista a seguir, retirado do texto.
* lutar por oferecer melhores condições de moradia,
* melhor acesso aos cuidados médicos.
* lutar pelo desaparecimento da fome.
* lutar para fazer baixar a taxa de mortalidade infantil,
* para prolongar a vida em condições as mais dignas possíveis.
* É dar conhecimento e educação de qualidade a todos,
indistintamente.
Acabar com a fome é prove renda condizente à comunidade através da
geração de trabalho e renda. O resto é atacar coisas importantes mas
que não reduzem a fome. Alguém que sabe o que está dizendo
afirmaria que se o povo tiver educação o problema da fome está
resolvido? Não sejamos bobos, educação significa qualificação que
significa melhor remuneração e nada tem a ver com o que estamos
falando. São duas realidades distintas existentes nas mesmas
comunidades. Dizer que com melhor saúde teremos menos fome é
exatamente o contrário doque é a realidade, com menos fome teremos
mais saúde, e não vice-versa.
De discursos politiqueiros, deturpados na realidade, não por má
intensão, tenho certeza de que estes pensadores são honestos.
Também tenho certeza de parcialidade e pequeno dissernimento, ou
por outro lado muita poesia, em suas observações. Chega de enrolação,
se quizermos falar de acabar com a fome, famos acabar com ela e não
nos desviarmos para outras áreas onde temos interesse de realizar. Ou
então desviamos para não termos solução, não é? 

Abraços
EGD Emanuel Barata
Governador do Centenário do D-4670
RC Canoas-Industrial
eebarata@cpovo.net</span