ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O R

 

REFLEXÕES SOBRE O ROTARY NO BRASIL


                                                                     Alberto e Helena



Alberto Bittencourt -
29 abr 2015
Fragmentos de meu diário.

 

1.     Por que os profissionais jovens não têm interesse no Rotary?

Eles não querem fazer parte de um clube que não faz nada, sequer possui   um plano anual de gestão para debater e seguir.

A maioria não sabe o que significa, nem  quais os objetivos do PLC - Plano de Liderança de Clube.

As Comissões Executivas dos clubes  não se reúnem e tampouco funcionam. 

Os presidentes dos clubes, na maioria, desconhecem inteiramente a sua missão. Em geral, os PETS - Seminários de Treinamento de Presidentes Eleitos -  são feitos apenas para cumprir o cronograma do Rotary.

Muitas vezes o presidente foi eleito apenas para tapar um buraco e o clube empurrar com a barriga, mais um período de gestão rotária.

Protocolo, Tesoureiro e Secretário em geral são apenas figuras decorativas. 

O governador deve exigir dos presidentes o seu Plano de Gestão. Este deve ser feito em reunião conjunta do presidente com sua diretoria.  Não confundir exigir com pedir. Se pedir, ninguém faz.

Quem quiser ser rotariano, tem obrigação de cumprir e seguir  as normas e regulamentos do Rotary International. O Rotary, antes de ser um clube de amigos, é um clube de serviços. 

O jovem não está desmotivado para ingressar no Rotary. O que não o atrai é a pouca ou nenhuma capacidade de inovar de nossa organização. Inovar no sentido de provocar transformações sustentáveis na vida e no futuro de pessoas e comunidades.

O que podemos oferecer ao jovem, em troca de seu dinheiro e tempo?  

Que podemos oferecer em  troca de mensalidades que, hoje, em 2015, já podem chegar aos R$200,00 além de uma reunião insossa, sem objetivos, sem realizações? 

Alguns rotarianos reagem até com brutalidade quando são abordados para contribuir com algum valor para a Fundação Rotária, como aconteceu agora no meu clube, quando da oferta de bilhetes de rifa, lançados pelo governados do Distrito. 

Os jovens não vêm sentido na hierarquia do Rotary, quando não existe um propósito explícito e concreto para atender a alguma demanda da sociedade.

 

2.     Como mobilizar os companheiros para praticar ações do Rotary na comunidade?

Desenvolver compromissos para a melhoria da comunidade. 

Promover Rotary Days > mutirões de ações em benefício da comunidade, por exemplo, deixar a escola mais limpa e bonita.

Mostrar para a comunidade que praticamos o trabalho voluntário.

Promover o desenvolvimento sustentável > preservando a natureza e o meio ambiente, o que é diferente de realizar projetos sustentáveis.

Participar de diretorias de associações de classe. Eu, por exemplo, participei da ADEMI - Associação das Empresas do Mercado Imobiliário, do SINDUSCON -  Sindicato da Indústria da Construção, do SECOVI - Sindicato dos Corretores e Condominios.

O Rotary tem o compromisso com a melhoria da qualidade de vida das comunidades. Quanto mais comprometido e organizado for o grupo,  maior a dedicação dos seus membros.  

O Rotary tem quase cem anos  no Brasil (O RC Rio de Janeiro foi fundado em 1923). Os últimos 25 anos foram os mais difíceis para o desenvolvimento do Rotary no Brasil. Aqui, a partir da década de 90, ocorreu um grande crescimento e amadurecimento das ONGs.

Em virtude principalmente do processo de redemocratização brasileiro, as ONGs europeias, ligadas ou não a igrejas católicas ou evangélicas, passaram a investir alto na formação de lideranças nos movimentos sociais. 

Universidades como USP e FGV passaram a oferecer cursos de formação em gestão de ONGs. O governo federal passou a comprar servicos oferecidos pelas ONG, que nas décadas anteriores se fortaleceram recebendo subsídios de organizações internacionais.

 

3.     Características do desenvolvimento comunitário no Brasil:

Aumento do número de ONGs

Despertar para os direitos humanos e  constitucionais, com a institucionalização  de organismos jurídicos tipo::

     ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
CDC - Código de Defesa do Consumidor
Estatuto do Idosos
Lei Maria da Penha. 

O Estado Brasileiro se fez mais presente na vida dos pobres e, em consequência, eles não mais dependem só da ajuda dos clubes de serviços.

O desenvolvimento econômico do Brasil provocou o envelhecimento dos clubes do Rotary que passaram a ter dificuldades em atrair pessoas mais  jovens.

Os clubes deixaram de investir na valorização e na ética  profissional. Deixaram de chamar a atenção para as responsabilidades técnicas dos profissionais.

Os profissionais deixaram de ter no Rotary o status que antes lhes garantia algum benefício social. No Brasil, há 30 ou 50 anos, ser rotariano era sinal de status, pois o Rotary era poderoso financeiramente.

Hoje, há muitas organizações locais do Terceiro Setor, que agregam muito mais recursos que um Rotary Clube.

Por outro lado, Rotary Clubs não se prepararam para os desafios dessas mudanças.

 

4.     Que quadros se apresentam hoje, nas grandes cidades?

Rios contaminados, poluídos, secando, pelo desmatamento das áreas nascentes. 

Doenças já erradicadas, como a febre amarela, o sarampo, a dengue e a hanseníase, estão voltando mais fortes. 

Novas doenças como a zica, chicungunha, se propagam, fruto do aquecimento global. 

Sem falar na pandemia da Covid-19, destruindo centenas de milhares de vidas.

As escolas públicas formam analfabetos funcionais, conforme resultados das provas do ENEM.

Monumentos públicos são destruídos e roubados pela sanha de vândalos, abandonados que são pelas autoridades constituídas.

As cidades acumulam lixo por toda parte.

Há falta de ética nas relações profissionais.
Há falta de civilidade nas relações sociais. 
Há falta de respeito humano no trato com as diferenças e minorias sociais. 

A violência entre a juventude nem-nem,  que nem estuda, nem trabalha, virou uma endemia nacional. Oitenta por cento dos assassinatos por armas de fogo no país vitimam jovens de menos de 24 anos de idade, pobres, de cor parda ou negra, do sexo masculino. 

As distâncias urbanas e deficiências no transporte público levam os jovens a terem que tomar dois ou três modais e a demorarem mais de duas horas nos  deslocamentos entre a casa e o trabalho. 

Há escassez não apenas de transporte, mas principalmente de saúde pública, moradia e segurança. 

Há disseminação de fraudes na gestão pública, em todos os setores, desde uma pequena prefeitura do interior, até nas grandes capitais. 

Falta um projeto institucional que desperte o ideal de servir, funcione como uma causa e uma bandeira  entre os voluntarios  do Rotary. 

Vejam o documentário SAL DA TERRA sobre a obra do fotógrafo da ONU, Sebastiao  Salgado. Um exemplo a ser seguido por todos.

 

5.     PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR:

1.      Por que nossos filhos, genros, noras, não aceitam participar do Rotary?

2.      Por que profissionais jovens não se interessam em participar do Rotary?

3.      Eu continuo rotariano, muito menos pelo que representa o grãozinho da doação  de mim mesmo, do que em função das ações de meu Rotary Club.


Parodiando o título da palestra de Cezar Romão: Seja protagonista de seu futuro, conclamo o rotariano de hoje:

              SEJA PROTAGONISTA DO FUTURO DE SEU ROTARY CLUB.

 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

CHARLIE

 

JE SUIS CHARLIE

Alberto Bittencourt- 17 jan 2015  

 

Fragmentos de meu Diario. 

 


 

 

Sempre defendi a liberdade de expressão. Sou um adversário ferrenho do autoritarismo governamental, quando seus líderes querem estabelecer o que apelidaram de “controle social da mídia”, que nada mais é do que a imposição da censura prévia.  Isso é próprio das ditaduras e dos governos corruptos e centralizadores, que não querem ver suas falcatruas expostas ao público, que mascaram a verdade para que ela não apareça com toda a sua nudez e crueza.


Sou contra a proibição de biografias não autorizadas pelo biografado. Acho que tal é um direito do autor, que é responsável pelo que escreve, podendo quem se considerar ofendido,  ir buscar reparação nas barras dos tribunais.

Porém, acho que a liberdade deve ter limites, especialmente quando se trata de assuntos de fé e religião, como  disse o papa Francisco.


As liberdades, como bem definiu um escritor brasileiro, devem ser como as águas de um rio. Enquanto correrem dentro do leito, contido pelas bordas e margens, está tudo bem.

Porém a liberdade em excesso é como as águas que extravasam do leito, invadem as margens, causando destruição, danos, prejudicando toda a população ribeirinha.

É famoso o ditado:  “ A liberdade de cada um termina onde começa o direito do outro.”


A ninguém é dado o direito de escrachar a fé ou os deuses, sejam lá quais forem.

O tabloide Charlie Hebdo fazia isso sem respeitar nenhuma crença, seita ou religião. Desdenhava de Alá e de seu profeta Maomé. Ridicularizava o Deus dos cristãos e dos judeus.

Eu jamais compraria um tabloide desses, sensacionalista, da imprensa nanica ou marrom, especializada em escândalos e,  muito menos, esse tal de Charlie Hebdo.

Não defendo a violência em nenhuma hipótese, considero-me um pacifista, uma pessoa que defende a paz, que abomina a agressão física, as mortes, os justiçamentos.


Aos autores desses atentados, não resta outro caminho senão o da punição exemplar, até com a pena de morte.  Não passam de terroristas armados e financiados, treinados por fundamentalistas religiosos, fanáticos que consideram ser a sua religião a única verdadeira. Quem não reza por ela é considerado infiel e como tal deve ser eliminado. Eles criam uma sinergia do mal, uma massa crítica de fanáticos, capaz de cometer todas as atrocidades que a mídia destaca, no que chamam de “guerra  santa” - a jihad. 


O mundo assistiu estarrecido às execuções em massa de populações inteiras pelo estado islâmico - no Iraque, na Síria e na Nigéria. Crianças sendo decapitadas sob o argumento de que, quando crescerem se tornarão inimigos do estado islâmico.

Viu-se esta semana, na TV, um menino de dez anos executar com  tiros na cabeça, dois prisioneiros que confessaram serem espiões.

Viu-se uma menina de dez anos se explodir na entrada de uma mesquita, matando mais de vinte inocentes.

O mundo não aprendeu a viver em paz.

O século XX deixou a cifra de 187 milhões de mortes em guerras e conflitos. 

O que se assiste é a reedição do nazismo, em que fanáticos eliminaram no século passado 6 milhões de judeus. 


Aproveito para destacar aqui um outro tipo de humor, produzido por um outro Charlie. Refiro-me a CHARLIE CHAPLIN - este sim, dotado de uma verve artística, satírica. Ator britânico, diretor, produtor, roteirista, escritor, compositor, digno, criativo, sem ofensas, puro, um exemplo, capaz de encantar crianças e idosos, não apenas no tempo do cinema mudo, mas hoje e sempre. .

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

DELINQUÊNCIA JUVENIL



DELINQUÊNCIA JUVENIL
Alberto Bittencourt - maio, 2014



Everton tem seis anos. Desde que veio ao mundo, habituou-se a ficar pelas ruas. Antes, nos braços de sua mãe. Depois, por ele mesmo, a esmolar. Finge tomar conta dos carros para receber uma moedinha qualquer que, no fim do dia, leva para ajudar a matar a fome da mãe e dos irmãos, pois a sua, por hora, está controlada, graças à caridade de muitas almas passantes.

Embora tenha sido matriculado na escola, lá só compareceu no primeiro dia.

Mora na favela de Santo Amaro, num barraco insalubre, mal cheiroso, quente no verão e frio no inverno ou à noite. A mãe, quando não está bêbada pela cachaça que ingere todos os dias, está cheia de crack. Nos momentos de lucidez, também ela vai para as ruas pedir esmolas para comprar mais droga.

Everton olha para as pessoas, as que vêm de carro para estacionar e lhe dão uma moeda, como se fossem seres do outro mundo – para ele, elas pertencem realmente a um outro mundo, lá bem distante, o Mundo dos Ricos. Ao cometer pequenos furtos, aproveitando quase sempre desleixos e descuidos próprios de quem tudo tem, de quem pouco valoriza seus objetos por excesso de possuídos, em sua concepção, o garoto acha que está apenas indo buscar o que lhe é devido.

Everton não tem nenhum amor no coração. Palavras como amor ao próximo, valor humano, bondade, respeito, educação, civilidade, são palavras nunca sentidas. Até hoje só conheceu o medo, medo de apanhar da mãe, medo dos espancamentos constantes, sem pretextos. O que preenche seu espírito é o ódio. O ódio por todos, mas principalmente pelas mulheres, como a mãe que o espanca. Ele tem lá dentro um oco enorme que precisa ser preenchido, precisa ser completado. É um oco do tamanho das suas entranhas, da sua fome, da sua falta de amor. Ele tem uma idéia fixa, recuperar tudo que a vida lhe deve, por tanto ter doado aos ricos.

Everton nunca recebeu nenhuma assistência desses órgãos do governo que existem para ajudá-lo, encarregados que são de garantir o bem estar da sociedade.

Everton é quase um bicho, vive por instinto e assim, vai sobrevivendo, a duras penas, na selva de pedra e asfalto, nas calçadas e ruas, de onde olha para muros e guaritas, tais como fortalezas proibidas. 

Aos quinze anos descobriu o uso da força e da violência para roubar. Aprendeu que os ricos não reagem, não resistem, vão logo entregando tudo o que têm. Everton se sente poderoso. O cidadão, sua vítima em potencial, fisica e moralmente desarmado, assustado, é um prato cheio para as mais desmedidas ambições. A omissão dasautoridades, a inércia, corrobora para respaldar esse sentimento de revolta no espírito de adolescentes como Everton e, nessa lógica, as vítimas que resistem devem ser punidas. Ele já puxou três vezes o gatilho, a arma apontada para o miserável que deu a partida no carro. Não quis ouvi-lo, então, merece morrer!

Everton é um pária, não está nas prioridades nem da Polícia, nem da Justiça.

Ele, nas ruas, sente-se rei.

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quinta-feira, 9 de abril de 2020

RAIZES DA VIOLÊNCIA


RAIZES DA VIOLÊNCIA
Resumo de palestra proferida no RC de Arcoverde, em 15 de maio de 2017
Alberto Bittencourt



O Brasil é o país mais urbanizado do mundo quase 90% da população vive nos centros urbanos.
Em 30 anos o Brasil teve maior crescimento na taxa de urbanização do mundo o que aconteceu um prazo de 100 anos na Europa, no Brasil aconteceu em 30.
Com os males subsequentes, pois as cidades não estavam Preparadas para receber uma massa humana e ignorante proveniente do Campo.
O resultado são as gerações perdidas.
A taxa de urbanização de um país ou região é medida pelo quociente da população das grandes cidades dividido pela população total e x 100.
A o crescimento vegetativo que é o aumento natural da população e o crescimento Devido os movimentos migratórios.
O crescimento da taxa de urbanização acontece quando o aumento da população urbana é maior que a Rural.
Em 1950 a taxa urbanização era de 30% no Brasil em 1980 era de 70% em 2010 Chegou a 90%.
A urbanização no Brasil começou a partir de 1956 o governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek.
Começou com a industrialização do país quando o setor cafeeiro perdeu a rentabilidade.
O Brasil era um país e monocultura.
Então começaram a surgir as primeiras indústrias no Rio e em São Paulo, têxteis e de alimentação.
No trabalho rural aconteceu a substituição do homem pela máquina e o aumento da estrutura fundiária. Surgiram os grandes latifúndios que é um modelo concentrador de riquezas.
Começou a haver carência de terras para o trabalhador rural.
Em 1940 moravam 12,9 milhões nas cidades cerca de 30% da população total. Em 1970, 55,9%. Em 30 anos a taxa de urbanização  subiu de 30% para 60% no Brasil.
Na Europa e Estados Unidos isso ocorreu em 100 anos de 1850 para 1950.
Na Inglaterra foi mais cedo, em 1856.
Em 2005, a taxa de urbanização brasileira era de 84,2%.
Hoje são quase 90% morando nas cidades.
A previsão para 2050 é que 93,6% dos 240 milhões de brasileiros habitem nas cidades, e apenas 16 milhões no meio Rural.
Decorrem daí os problemas sociais e ambientais como desemprego, criminalidade, favelização,  poluição do ar, da terra e da água.
Atualmente existem 16,433 favelas, nas quais habitam 52,3 milhões de brasileiros, segundo lugar a ONU.
Em 2020 serão 55 milhões de favelados no Brasil. Decorrem daí os problemas de violência urbana.
A urbanização não se distribui igualitariamente. Está concentrada nas regiões Sudeste, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo.
Nos últimos anos o grande aumento da taxa de urbanização foi no norte e no nordeste que hoje tem as capitais mais violentas do país com os maiores índices de morte por armas de fogo por 100 mil habitantes.
Em 2003 a taxa de urbanização do norte nordeste era de 69,9.
É a região que mais se urbanizou nos últimos anos entre 1991 e 2000 9 anos segundo lugar o IBGE foi de 28,54% o aumento devido à inserção tardia na economia brasileira, a floresta Amazônia impede o escalado Belém e Manaus.

Males do Brasil


Falta de uma política de planejamento familiar nos anos de 1960 a 2000.
O aumento dessa brava gente que chegou, os filhos nasceram de 1980 a 2000 escolas públicas de baixíssima qualidade o aluno sai praticamente analfabeto aí proliferam as faculdades privadas com todo tipo de ensino, inclusive a distância. Surgiram o FIES, o Enem, os sistemas de cotas.
Drogas bebidas roubos.
Na geração de 1980 a 2000
Começaram a proliferar as escolas técnicas privadas como a Grau Técnico.
Solução fortalecer as cidades do interior, que já nos deram exemplos de empresas familiares com grandes fortunas como Ferreira Costa de Garanhuns, Mendonça de Caruaru, Luna e outros.
Hoje seria difícil conseguir o mesmo efeito
Veja a justa homenagem a Zoroastro.
Programa para cidades de porte médio projeto estratégico de desenvolvimento para atrair investimentos privados geradores de emprego e riqueza que financiasse as políticas sociais com soluções de infra-estrutura Viária e mobilidade para o crescimento equilibrado com rede de serviços urbanos e saneamento Educação e Cultura saúde e lazer e conectividade para nossa economia digital internet com políticos de gestão Urbana.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

ONDE NÃO EXISTE AMANHÃ

ONDE NÃO EXISTE AMANHÃ
Alberto Bittencourt


Favela no Rio de Janeiro




1. No Recife - palafitas
Não conheço nada comparável à algumas favelas do Recife. As casas, de vão único, feitas de restos de madeira e plástico, infectas, promíscuas, se equilibram sobre palafitas fincadas no lodaçal. Não têm água encanada, nem banheiros, nem geladeiras, mas, paradoxalmente, não falta televisão, DVD, ou mesmo vídeo game. O lixo se espalha, vindo da maré ou do rio, a prefeitura nunca recolhe. O esgoto está nas portas, no chão, por onde se anda.

A favela dos Coelhos é apenas uma, entre tantas do Grande Recife. Situa-se no centro, em área nobre, ao lado de edifícios empresariais modernos, perto de hospitais que, como se diz, fazem do Recife o terceiro maior pólo médico do país.

Aí habita uma população marginalizada, abandonada, refém da droga, do crack, onde adolescentes dos 13 aos 18 anos trabalham como avião. Ninguém se lembra de construir moradias dignas e humanas para essa gente esquecida. 

Só na catástrofe a solidariedade se manifesta. Quando as enchentes, os deslizamentos ceifam vidas, destroem moradias, todos se mobilizam. A sociedade recolhe doações, o governo começa a construir novas casas, em locais mais seguros, em ritmo eleitoreiro.

2. No Rio de Janeiro - UPPs
Nem no Rio de Janeiro, onde estão as maiores favelas da América do Sul, subjugadas por traficantes e milícias, a degradação é tamanha. Lá, a maior parte dos barracos é de alvenaria, de tijolo nu, sem revestimento, dizem, para não pagar imposto à prefeitura. Nessas comunidades o comércio da droga floresce, se desenvolve abertamente, à luz do dia. Quando a polícia aparece, com seu aparato de uniformes, viaturas, sirenes, os traficantes se enfiam nas tocas como um bando de ratos. Terminada a incursão, tudo continua como dantes.

O Rio de Janeiro mostrou que poderia ser diferente. Lá, um dia, as favelas sonharam com amanhãs radiantes de paz. O Estado decidiu reconquistar comunidades há muito dominadas por traficantes e milícias. 

A ação se dava em três etapas. Primeiro avisavam que tropas de choque da Polícia Militar invadiriam o morro, de forma a garantir a segurança local. Os traficantes se evadiam, sob os olhos complacentes da mesma Polícia. Três meses depois, as UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora, se instalavam de modo permanente e preparavam a terceira fase, o restabelecimento do poder público com seus serviços econômicos e sociais.

Até 2008, oito UPPs foram instaladas e quarenta outras estavam programadas para os quatro anos seguintes. Em 2011 seria a vez da favela da Rocinha, anunciou o governo do Rio de Janeiro.

A presença contínua da Polícia mudava significativamente a vida dos habitantes das favelas. Os traficantes desapareciam, a violência diminuía.

Provou-se que só a ocupação permanente nos morros cariocas, foi capaz de livrar em definitivo os habitantes das mãos dos traficantes e das milícias.

Incursões esporádicas, não levam a nada. A Polícia chega, eles se entocam e, quando ela sai, eles retornam. Com a ocupação permanente realizada pelas UPPs, da Polícia Militar, as coisas mudaram.

3. Traficantes e milicianos.
Há uma grande diferença no Rio, entre os traficantes e as milícias. Os traficantes não são guerrilheiros, são vendedores de drogas, capazes de agir com violência para preservar seu negócio. As milícias são grupos de bandidos, interessados em extorquir a população, agindo com extrema violência. Os dois são perigosos, os dois fazem parte do crime organizado. Somente a expulsão desses indivíduos é capaz de trazer e implantar a paz.


4. Para um amanhã de paz.
O que é preciso para que a paz reine em definitivo nas comunidades?
  1. Em primeiro lugar, uma política permanente de construção de moradias dignas, decentes, de erradicação de palafitas, de favelas insanas. Estes novos bairros devem ser aquinhoados com redes de água e esgoto, com projeto urbanístico funcional, providos de áreas de lazer e equipamentos comerciais e comunitários essenciais, servidos por linhas de transportes coletivas acessíveis e integrados à malha viária urbana.
  2. Em seguida, uma política educacional séria, em que os alunos, crianças e adolescentes, fiquem em regime de tempo integral nas escolas, que aí recebam refeições, com atividades escolares, culturais e esportivas e, inclusive, formação profissional, tudo isto a partir de professores capacitados e avaliados sistematicamente, com proventos condizentes com seus esforços e resultados.
  3. Em terceiro lugar, com a ocupação permanente das comunidades pela polícia, como no Rio, com as UPPs.
  4. E, finalmente, com uma política de planejamento familiar que incentive o controle efetivo da natalidade, com orientação permanente, educação para a conscientização dos riscos e responsabilidades pela vida sexual promíscua, com ênfase nos deveres e na responsabilidade de gerar, prover e educar um novo ser.
Somente assim, garantindo o amanhã dessas comunidades, poderemos ter a certeza de que estaremos garantindo o amanhã de nossos filhos e netos e do nosso Brasil.

5. Corrupção.
Lamentavelmente a corrupção pôs tudo a perder. Destruiu a política das UPPs que parecia dar certo. A ganância imperou entre ministros do Tribunal de Contas do RJ, políticos, governadores que hoje respondem processos e parte está na cadeia. As favelas voltaram a ser dominadas por gangues de traficantes e milicianos. O crime organizado voltou a imperar.

6. Um novo amanhã.
Somente em 2019 uma nova política de repressão ao crime mostrou eficácia. Com tolerância zero, em seis meses os assassinatos foram reduzidos em 22% no Brasil.
A violência, o crime organizado, voltou a ser combatido, por ação da Policia Militar, através de snipers, heróis bem treinados, que destroem o mal, onde quer que se instale.
Os traficantes, milicianos, bandidos e exterminadores que se cuidem.

Alberto Bittencourt. 
Oficial do Exército, 
Engenheiro civil, professor, palestrante, escritor, biógrafo pessoal. 
Governador 2004/05 D-4500

Rotary Club do Recife-Boa Viagem
E-mail: abitt9@gmail.com
Blog:
http://albertobittencourt.blogspot.com
Tel cel:
+55 (81) 98844-8129
Tel res:
+55 (81) 3204-1752

sábado, 13 de janeiro de 2018

A ÉTICA CONVIVENCIAL


A ÉTICA CONVIVENCIAL

 Discurso pronunciado na abertura do fórum “A ÉTICA CONVIVENCIAL”, realizado no Tribunal Regional Federal de PE, sob a presidência da Exma sra. Desembargadora Margarida Cantarelli, em homenagem aos 100 anos do Rotary International,  nos dias 10 e 11 de março de 2005, pelo governador do Distrito 4500 do R.I. – Alberto Bittencourt.

Os palestrantes - Gustavo Krause, Alberto Bittencourt e Arli Melo Pedrosa, 
presidente do NACC - Núcleo de Apoio à Criança com Câncer.


            Como governador do Distrito 4500 do Rotary International, que congrega mais de 2.500 rotarianos e suas famílias em 92 Rotary Clubs dos estados de PE, PB e RN, rejubilo-me com este egrégio Tribunal Regional Federal, pela feliz iniciativa de promover este fórum de “Ética Convivencial”, como forma de reconhecimento e homenagem pelo transcurso do aniversário de 100 anos do Rotary International.
            Simplesmente o fato de ter chegado aos 100 anos de idade já é uma prova de sua importância para o mundo. Mas, quais foram as razões que  possibilitaram ao Rotary, celebrar agora “100 anos de sucessos” e lançar-se fortalecido no mundo, para realizar mais 100 anos de serviços? No meu entender, são quatro as principais razões da longevidade do Rotary.


Primeira razão da longevidade do Rotary:  voluntariado
            O Rotary é constituído por mais de 1,2 milhões de rotarianos distribuídos em 32.000 Rotary Clubs em 529 distritos, 166 países e uma região geográfica, a da Antártica, todos voluntários, líderes em seus segmentos profissionais, de conduta ética ilibada, reunidos com o objetivo maior de ajudar ao próximo. Esta é a primeira razão da longevidade do Rotary. A de que todos os rotarianos, sejam eles de que país forem, independente do credo religioso que professem, da ideologia política que abracem, da raça, da posição social, todos são dedicados e consagrados ao ideal de servir, ao trabalho em prol dos necessitados, a melhoria de condições de vida dos menos afortunados, não importa o país, não importa a região, não importa a comunidade. Onde houver sofrimento, onde houver fome, onde houver miséria, onde houver guerras, conflitos, cataclismas, violência, lá estarão sempre os rotarianos, eixos propulsores da solidariedade, da compreensão entre os povos, do amor ao próximo, do “dar de si, antes de pensar em si”.
            Por ser uma usina produtora do bem no mundo é que esta entidade chegou aos 100 anos de idade e celebra hoje o seu centenário. Mas não é essa a única razão.


Segunda razão da longevidade do Rotary:  companheirismo
Como podem os homens de bem, em meio a tantos percalços, tantas dificuldades, tantas ameaças, deixarem o aconchego de seus lares, o afago e o carinho de suas famílias, o conforto de suas residências, e se lançarem nas mais diversas atividades, colocando energias, seu tempo, seu dinheiro, em sacrifício muitas vezes de seus próprios negócios profissionais, em algo que a única remuneração é a consciência tranqüila  a satisfação individual, o sentimento de ter cumprido seu dever? Isso só é possível porque o Rotary pratica a filosofia da união, da comunhão de todos os homens, da integração das famílias rotárias, da mútua ajuda e da mútua cooperação, do não ao separatismo, não à divisão, não ao isolacionismo, não ao egoísmo ou egocentrismo, não à competição, não à vaidade cega pura e simples. É  essa a segunda razão da longevidade do Rotary. Ninguém pode negar a força da união e do companheirismo, a força do pensamento coletivo. Juntos, unidos, podemos realizar milagres, fazer muito mais do que cada um poderia fazer isoladamente. Juntos, constituímos uma sinergia que é a energia resultante do coletivo, muito maior do que a soma das energias dos seus componentes. Juntos, podemos multiplicar os pães, podemos mover montanhas, parodiando o musical o Homem de La Mancha, que conta a história de um cavaleiro andante que encontrou nas ruas uma prostituta, uma mulher, sem eira nem beira, sem passado, sem futuro, um reles instrumento nas mãos de todos os homens que passaram por sua vida. O cavaleiro viu nessa mulher as virtudes de uma deusa. Encontrou nela qualidades divinas, que passou a enaltecer, a exaltar, tornou-a sua verdadeira musa inspiradora. Deu-lhe o nome de Dulcinéa, a mulher dos seus sonhos. A dama, a princípio reagiu, afastou-se, não aceitou a nova condição, na visão daquele cavaleiro. Ele não desistiu. O tempo foi passando e ela foi incorporando aquele sentimento sublime. Aos poucos foi se erguendo da condição rasteira até aceitar a divina posição, assumir o papel de diva e assim chegou ao seu leito de morte. O homem de La Mancha então cantou a canção que nos inspira:

Juntos, podemos sonhar o sonho impossível,
Afastar a tristeza infinita,
Vencer o inimigo invencível
Chegar aonde nem os mais 
corajosos ousaram chegar.
           
            É o poder da união que faz o Rotary chegar aos 100 anos de sucesso e buscar mais cem anos de serviços.
            Para materializar a união, fomos buscar em La Fontaine, o símbolo para o nosso ano Rotário no distrito 4500: O FEIXE DE VARAS. Separadas, as varas são facilmente vencíveis, quebráveis, mas unidas, num feixe de varas, são impossíveis de derrotar, de serem quebradas. É o poder da união, a segunda razão da vitória, que fez o Rotary capitanear a maior campanha de saúde pública que já ocorreu em toda a história da humanidade: a da erradicação da poliomielite da face da terra.
            Sozinhos nunca chegaríamos a mobilizar tão grandes esforços, de gente, de recursos, para levar a vacinação, as duas gotinhas da vacina Sabin, a 2 bilhões de crianças, nos mais difíceis, inóspitos, recônditos recantos da terra. Em países da África e da Azia, do Oriente, há décadas conflagrados  por guerras fraticidas que já ceifaram milhões de vidas, que devoraram recursos humanos, e naturais insubstituíveis. Voluntários rotarianos lideraram milhões de outros voluntários, em mais de 20 milhões de horas de trabalho em campanhas e dias nacionais de imunização. Tréguas em conflitos, armistícios em guerras foram decretados, em territórios infestado de minas terrestres, contaminados por doenças como AIDS, tuberculose, malária, onde a ignorância, a miséria, a violência leva a inimagináveis preconceitos, como o de que a vacina produzia nas crianças a esterilização e transmitia a AIDS. Que o diga o EGD EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO, nossa maior expressão na Campanha da Pólio Plus.
            Conseguimos superar isso tudo. Estamos em vias de bradar aos 4 ventos:  o mundo está livre da pólio!! Nunca mais uma criança vai morrer ou ficar aleijada, vítima da paralisia infantil. Por isso este meu grito, ao celebrar os 100 anos do Rotary, é celebrar a vida, é celebrar a saúde, é celebrar a paz. 
   Mas não é apenas isso. Os programas de alfabetização do Rotary, chamados Lighthouse levaram com sucesso, em muitas regiões do mundo a luz do saber, da leitura com interpretação do texto, dos conhecimentos básicos de aritmética  a milhões de crianças no mundo, em países como a Tailândia, em que os programas oficiais faziam com que as crianças saíssem das escolas como analfabetas funcionais, sem compreender o que liam, sem saber as mais elementares operações, muito parecido com o que ocorre entre nós, nas escolas públicas. Pois na Tailândia, país que primeiro adotou esse programa do Rotary, todas as crianças hoje, aprendem a ler e interpretar textos em poucos meses. Que o diga o EGD EDISON LIMA, que tanto lutou para implantar o programa em nossas escolas, e o seu êxito comprovado, em três escolas da rede municipal do Recife. O programa só não se estendeu a todas as escolas por razões políticas.
            No Brasil o programa Lighthouse está sendo implantado com êxito em Minas Gerais e algumas cidades isoladas, não tendo uma dimensão nacional apenas por injunções políticas.
Graças a Deus  uma mulher, uma líder, uma grande brasileira, agindo sob a inspiração de um grande herói nacional, está mudando a face da educação fundamental neste país. Refiro-me a Viviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, que tanto honra e dignifica a memória de seu irmão, ao cumprir sua vontade, expressa antes de morrer precocemente nas pistas de Fórmula 1. São mais de 800.000 crianças nos projetos “Se Liga”e “Acelera”, plenamente alfabetizadas, em apenas 4 meses, nas mesmas escolas, nas mesmas instalações, com os mesmos meios, os mesmos professores, os mesmos alunos, funcionando onde o ensino regular não funciona. Por que? Motivação, capacitação, supervisão permanente, avaliação constante são a receita. Seriedade, patriotismo, amor, constituem os ingredientes.
            Rendo aqui, nas pessoas de Viviane Senna e também Zilda Arns com a Pastoral da Criança, minha homenagem à mulher brasileira.  Zilda Arns, mudando os índices de mortalidade infantil, alcançando mais de 1 milhão de crianças no Brasil, com a multi- mistura, o soro caseiro, os jogos educativos, e sobretudo os agentes familiares, mulheres voluntárias, que levam a orientação, a noção de higiene, a saúde para dentro dos lares os mais carentes e necessitados.


Terceira razão da longevidade do Rotary: 
flexibilidade
A terceira razão da longevidade do Rotary é que se trata de um clube dinâmico e flexível, que nunca fica estacionado no mesmo lugar, que se movimenta, que muda, que se adapta aos novos tempos, às novas idéias, às mudanças que permeiam a sociedade e se torna parte dessas mudanças. Por isso ele é chamado de “Movimento”.  Movimento Rotário.
Disse Paul Harris, nosso fundador: Este é um mundo que muda, e nós temos que aprender a mudar com ele. A história do Rotary será escrita muitas vezes.
É esta a terceira razão pela qual Rotary chegou aos 100 anos. A capacidade de se adaptar ao longo dos tempos. Por isso, o símbolo do movimento rotário é a famosa roda dentada, que sugere movimentos. Os 24 dentes correspondem às 24 horas do dia. Para que possa ser movimentada, ela possui um pequeno rasgo no centro, denominado “chaveta”. Imaginamos que nessa chaveta se encaixa o ressalto de um eixo propulsor para movimentá-la que é o verdadeiro rotariano.
É o rotariano, o eixo propulsor que move a roda dentada, sempre que leva ajuda à uma criança, educação, ensino profissionalizante aos jovens, sempre que tira um menino(a) das ruas, quando leva apoio e carinho aos idosos, alegria e tratamentos aos deficientes, fé e esperança às comunidades. Graças a esse movimento, a essa capacidade de adaptação, é que a mulher entrou em Rotary. Mas ainda  são muito poucas, apenas 12% no Brasil. Não podemos deixá-los de lado. Não podemos prescindir de sua ajuda. O mundo precisa de vocês, cada vez mais.
O editorial do Jornal do Comércio de hoje, traz uma notícia aterradora. Um dado uma pesquisa da UNESCO que constatou que de 1982 a 2002, subiu de 30 para 54 por 100 mil habitantes o número de assassinatos anuais de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil, na sua maioria por armas de fogo. Significa que se antes, tínhamos 50 mil vítimas por ano, hoje temos 100 mil. Um verdadeiro genocídio. A população masculina neste país está sendo dizimada, a tal ponto, que, segundo o IBGE, mudou o perfil populacional do País, reduzindo o número de homens em relação ao de mulheres. É uma situação, diz o texto, similar à de um País em guerra, quando a grande mortalidade de homens jovens altera o equilíbrio numérico entre os sexos. E em conseqüência, os costumes são alterados. São as guerras entre grupos de traficantes, são os embates com a polícia, numa sociedade em que as opções de vida honesta são poucas. Onde permeia o desemprego onde a juventude se afunda na miséria, na falta de oportunidades.
Nos últimos 10 anos, 500.000 pessoas foram assassinadas neste país. Quase 10 vezes mais do que em 10 anos de guerra do Vietnan, quando  morreram 58.000 soldados americanos. Mata-se mais neste país que nos EUA, que é considerado um povo armado. Mata-se mais neste país que na China, com 1,3 bilhões de habitantes. Mata-se mais neste país que na Índia, que tem 1 bilhão de habitantes.
Não podemos nos conformar. Não temos o direito de ficar omissos ou indiferentes. 
Os homens do bem são tímidos, os homens do mal são ousados. Quatro homens do mal trocam 2 olhares e formam uma quadrilha. Os homens do bem ficam conjeturando, enrolados em burocracia, fazendo discursos, citando estatísticas, mas esquecendo tudo quando termina o evento. Nós temos que levar adiante tudo o que aqui se apregoa.
 Que saiamos deste fórum com um projeto de Paz, com linhas de ação traçadas e bem definidas, e que não deixemos se apagar a idéia. Temos que manter viva na lembrança tudo o que aqui se discutir. 



Quarta razão da longevidade do Rotary:  
ética
Mas, senhores e senhoras, este fórum não se refere apenas aos excluídos, às populações miseráveis, aos marginais. Este fórum é dirigido principalmente ao homem que freqüentou escola, que teve instrução, que aprendeu a distinguir entre o bem e o mal.
É dirigido ao homem de nível universitário, ao profissional de carreira, ao executivo, empresário, juízes, políticos, banqueiros gestores do bem público e a todos aqueles que usam colarinho branco, ostentam anel de grau no dedo, e que vemos todos os dias envolvidos em escândalos de corrupção na televisão. Por isso este fórum sobre a Ética é tão importante.
E esta é finalmente a quarta razão da longevidade do Rotary:
     A Ética, um princípio que não pode ter fim. 
Desde que o Rotary é Rotary, sempre se pautou na conduta dos rotarianos pelos mais elevados princípios da ética. E por isso ele chegou aos 100 anos.

Felicidades, e que Deus nos abençoe.

Assista até o fim o vídeo da trilha sonora do musical "O Homem de La Mancha", nas vozes de Paulo Autran, Maria Betânia e Elvis Presley. Clique nas 4 setas do canto inferior direito para ver em tela cheia.