ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

Contam que um discípulo de Buda, certa vez, perguntou-lhe: “Mestre, como podem essas pessoas que vêm ao templo vestidas apenas de trapos, que nada possuem a não ser uma tigela para pedir arroz, como podem essas pessoas ser felizes?” Ao que o Mestre respondeu: “Essas pessoas, vestidas apenas de trapos, que nada possuem a não ser uma tigela de arroz, são felizes porque não pensam no futuro, nem no passado. Elas são felizes porque pensam apenas no presente”.

A lição de Buda mostra que a felicidade, antes de ser um objetivo de vida, perseguido, buscado, é muito mais um estado de espírito, uma atitude de vida e como tal, deve ser praticada no dia a dia. Isso implica numa de disciplina de felicidade.

Há um ditado que diz: A felicidade não está no fim do caminho. A felicidade é o próprio caminho.

Para nós, que vivemos em sociedade, a felicidade está intimamente ligada á interação entre as pessoas, no que se chama de relacionamento. Esse relacionamento nem sempre é harmônico. Conflitos normalmente acontecem, mas o caminho da felicidade é procurar resolve-los pacificamente. O segredo é a empatia.

Empatia é a capacidade de avaliar o sofrimento dos outros. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de olhar a situação pelo ponto de vista do outro. Assim, procedendo, você evitará muitos conflitos, pois entenderá as razões do outro. Colocar-se no lugar do outro é um dos caminhos da paz, da felicidade.

James Hunt, autor de “O Monge e o Executivo”, disse que “a confiança é a cola que une os relacionamentos”. Para cultivar a mútua confiança, é preciso estar junto, estar disponível, desenvolver a atenção, o diálogo, saber ouvir.

Antigamente uma correspondência levava meses para ir de uma cidade a outra, transportada por um mensageiro a pé. Com a evolução dos tempos, veio o cavalo, o trem, o avião, que reduziram as distâncias e o tempo.

Hoje, uma mensagem é transportada a uma velocidade de 8.400 km/segundo, quase instantaneamente. As pessoas se relacionam com o mundo através da Internet. Mas, nesse mundo globalizado, essas mesmas pessoas se entocam, se enclausuram, deixam de conviver, de simplesmente estar uns com os outros, pelo simples prazer de estar junto. A sociedade de hoje prima pela pobreza relacionamental. É raro um amigo visitar o outro, muito mais difícil é fazer novas amizades.

“Não fique só”, disse dom Helder Câmara. O caminho da felicidade é procurar velhos amigos para conversar, discutir projetos, compartilhar dúvidas e inquietações. É aproveitar as oportunidades de se fazer novas amizades.

Recentemente, eu e minha mulher fomos a um casamento. Eu garanto que todos já viram este filme. Há pessoas que se retiram antes do término da cerimônia religiosa e correm para o salão de recepção, se aboletam nas mesas a guardar lugar para amigos e familiares. Outros já vão direto ao local da festa, nem passam pela cerimônia. Quando lá chegamos, as mesas, de dez lugares estavam todas ocupadas por apenas um casal cada. Saímos perguntando: “Esses lugares estão disponíveis?” A resposta era a mesma: “Não, a família está a caminho.” Essa atitude, a meu ver, é egoística e segregadora. Restavam-nos as alternativas: ficar em pé, o que não é agradável, sobretudo para as senhoras de salto alto, reclamar junto ao cerimonial, ou sentar na marra, gerando um conflito.

Já estávamos resignados a ficar de pé, encostados a um pequeno balcão, quando fomos salvos por nossa filha que encontrou lugar em uma mesa ocupada por simpático casal.

Vocês nem imaginam como foi rica a experiência de compartilhar idéias, pontos de vista, opiniões e impressões com esse agradável casal recém-conhecido. No final trocamos cartões. Nosso genro e filha, ambos veterinários, ao que parece, até ganharam novos clientes.

Quando vou sozinho ao restaurante Chica Pitanga, perto de meu escritório em Boa Viagem, a recepcionista sempre pergunta: “o sr. aceita compartilhar a mesa?”

A maioria das pessoas prefere almoçar sem a companhia de estranhos, mas eu sempre digo que sim. Via de regra surge um papo interessante, pois para mim todas as pessoas são interessantes. Sempre temos algo a aprender com alguém, por mais inesperado que seja. O Dalai Lama, em seu excelente livro “A Arte da Felicidade”, diz que adora partilhar as inquietudes de chefe de estado do Tibete com a camareira ou faxineira dos hotéis em que se hospeda. As pessoas se sentem importantes e valorizadas, diz ele, e sempre têm alguma contribuição a dar.

Muitos relacionam felicidade com a satisfação de seus desejos. Porém o desejo só existe enquanto não for alcançado. Você pode pensar que será feliz somente se, por exemplo, for aprovado num concurso, se aposentar, ou obtiver certos bens materiais. Porém, alcançar um desejo é apenas o início de novos desejos. No momento em que você o realiza, surgem outros, você passa a desejar mais, pois sempre haverá algo a ser almejado.

Outros confundem felicidade com prazer, porém, a felicidade que advém unicamente do prazer é instável, especialmente se for prazer físico. Uma vez desaparecido o objeto do prazer, ela deixa de existir.

Para os budistas, a felicidade é desapego, é libertação dos desejos. Para eles, as boas ações que você vai acumulando formam o seu “Campo do Mérito”, constituído pelos registros positivos de nossa mente, que resultam de todas as ações positivas. O estoque de mérito é que vai determinar as condições favoráveis para as vidas futuras, dizem eles. Um meio de acumular méritos envolve a tolerância, respeito, confiança nas outras pessoas.

A felicidade está diante de nós, aqui e agora. Não a deixemos passar.

Namastê.

SAUDAÇÃO AOS NOVOS COMPANHEIROS

(Realizada na reunião plenária do RC Recife-Boa Viagem em 29.07.10)

Caros companheiros Roberto, Henio, Moacir, Wellington e Vânia

Em Rotary, a entrada de um novo sócio é sempre motivo de orgulho e satisfação.
Parabéns. Vocês estão ingressando no Rotary International. A partir deste momento vocês podem contar com o apoio, não apenas dos sócios deste clube, mas de todos os clubes do Brasil e do mundo. Onde quer que vocês estejam, onde houver um Rotary Club, vocês serão acolhidos como irmãos, membros da mesma família rotária.

Vocês têm no Rotary, uma excelente oportunidade de fazer novos amigos. Para vocês, esta talvez seja a maior chance de colher jóias no precioso tesouro de amizades que é o Rotary. Eu e Helena, que vivemos Rotary no dia a dia, temos tido a constante alegria de fazer novos amigos a todo instante. Assim, posso garantir que o Rotary é um bom lugar para ser feliz. Basta que vocês usufruam o que o Rotary lhes oferece. Aqui vocês podem contar com a mútua ajuda profissional dos demais companheiros, qualquer que seja a cidade, qualquer que seja o país em que estejam.

Quando Paul Harris fundou o Rotary em 1905, ele convidou três amigos. Nascia assim uma instituição, que hoje tem 105 anos de existência e congrega mais de um milhão e duzentos mil rotarianos no mundo. Ao formar esse grupo, Paul Harris observou o princípio da tolerância religiosa, pois um era protestante, o outro católico e o terceiro judeu. Desde o seu nascimento, o Rotary foi criado sem distinção de religião. Pode ser muçulmano, budista, xintoísta, de qualquer parte do mundo, não importa a raça, não importa o país, não importa a cor, nem a classe social, todos são aceitos como irmãos. Essa é a filosofia do Rotary.

O Rotary, companheiros, é cada vez mais um movimento familiar. Quando eu fui governador do centenário em 2004-05, o então presidente do Rotary International, Glenn Estess, disse: “O Rotary não é feito para tirar o rotariano de suas famílias. É antes para trazer juntos, o rotariano e toda a sua família para dentro do Rotary”. Esse é o espírito do Rotary. É a grande família, à qual vocês devem trazer seus cônjuges, filhos, irmãos, parentes, para que, numa convivência fraterna, todos se integrem, todos compartilhem esperanças e inquietudes, posto que são membros da Família Rotária.

O distintivo que vocês irão receber hoje, também implica em compromisso. Vocês não estão entrando apenas num clube de amigos. Vocês, antes estão entrando num clube de prestação de serviços. A primeira coisa que eu aconselho é que vocês conheçam o que o Rotary faz. Visitem os trabalhos do Rotary. Não apenas deste clube, mas também de outros clubes.

Cito o exemplo das cidades devastadas pelas recentes enchentes, como Barreiros, Palmares e adjacências, tendo milhares de desabrigados. Vejam os trabalhos que o Rotary International está fazendo, com a doação de kits de sobrevivência, constituídos de uma barraca com dois quartos, bem ventilada, salubre, o piso forrado, dotada de perfeito isolamento térmico, destinada a abrigar uma família de até 10 pessoas em condições dignas, pois se pode ficar em pé dentro da mesma. Constam ainda desse kit utensílios de cozinha, e de mesa, roupa de cama, agasalhos, material escolar para as crianças, tudo acondicionado dentro de uma caixa chamada Shelter Box.
Comitivas de rotarianos têm visitados esses acampamentos todos os dias. O ex-governador Leandro Araujo, cujo pai é da cidade de Barreiros, vai lá todos os fins de semanas. Há rotarianos voluntários trabalhando nas montagens das barracas há mais de um mês, inclusive dois ingleses e dois paulistas. São mil barracas doadas, no valor total de um milhão de dólares, já que cada barraca custa mil dólares, aí incluídos o frete, as viagens e manutenção dos voluntários. Dependendo das necessidades, esse número pode chegar a duas, três mil barracas.

Então, caros companheiros, é preciso ir lá, ver o que o Rotary faz. É preciso conhecer o projeto “Sorriso Cidadão”, conduzido pelo nosso companheiro Aldonso. Não fiquem restritos às quatro paredes desta sala. O Rotary não é apenas isto. O Rotary é muito mais. Se vocês pensarem que o Rotary é só a reunião plenária semanal, vocês estarão iguais àquele cego que, ao lhe ser mostrado um elefante, se abraçou a uma perna e disse: “O elefante é uma árvore!” Porque vocês não terão a visão do conjunto, do que o Rotary faz no mundo.

O lema deste ano rotário é “Fortalecer Comunidades, Unir Continentes”. É importante conhecer as comunidades em que este clube atua. As creches assistidas pelo nosso clube, como o Lar de Cáritas no Jardim Piedade, o CRVV na favela do Bode, o Espaço da Criança na Boa Vista. É preciso conhecer as ações do Rotary no atendimento às crianças, adolescentes, idosos, deficientes. São muitas as ações do Rotary. Se você ficar só dentro destas quatro paredes você vai perder a oportunidade de ser feliz. È preciso ir lá, ver o que o Rotary faz, trabalhar, participar.

Todos conhecem a ONG Green Peace. Ela tem 2,5 milhões de militantes no mundo inteiro. Foi fundada em 1975. Sabem por que o Green Peace tem esse número e aparece tanto na mídia internacional? Porque há uma diferença entre ser militante e ser simpatizante. Tanto o militante como o simpatizante têm os mesmos ideais, os mesmos objetivos, porém o militante é o que faz, é o que arregaça as mangas e vai para as ruas. No Rotary, posso dizer que a maioria é de simpatizantes. Mas o que o mundo precisa cada vez mais é de militantes que abracem uma causa e lutem por seus ideais. Sejam militantes do Rotary, é o meu conselho a vocês.

Eu desejo que vocês sejam muito felizes, que vocês usufruam de sua nova família rotária. Nós estaremos aqui para orientar, para ensinar, naquilo em que vocês tiverem dúvidas, pois ninguém ama aquilo que não conhece. Eu quero que vocês sejam em Rotary como uma pequena semente lançada em terreno fértil. Que ela cresça, se fortaleça, dê frutos, se multiplique, nutrida pela força da amizade, do serviço, e do amor ao Rotary.
Sejam felizes. Muito obrigado.