CIVISMO, CIVILIDADE, CIVILIZAÇÃO
Alberto Bittencourt - novembro de 2012
Meu avô, que foi quem me criou, sempre dizia: "Os princípios de cidadania se aprendem e se praticam desde cedo, em casa, na escola, na sociedade".
Ele me ensinou, pelo exemplo, a respeitar o próximo, a seguir limites e regras do convívio social, a ter disciplina comigo mesmo.
De origem humilde, o general Amaro Bittencourt galgou os mais altos postos da carreira militar, desprovido de ambições pessoais, mas eivado de amor à Pátria, ao Exército, à Família. Em homenagem e agradecimento aos brasileiros de sua extirpe, para quem a prática da cidadania é algo normal e natural, dedico o presente artigo.
Alberto Bittencourt
Os princípios da cidadania constituem o conjunto dos direitos e deveres do homem. Eles formam o que se chama de cidadão. É onde a política se distancia da ética ou moral.
O que é ser cidadão? É ser membro de um Estado, ou de uma sociedade politicamente organizada. O cidadão participa do poder soberano do Estado, o que lhe confere direitos específicos e se mantém submisso a esse mesmo Estado, o que lhe confere deveres específicos.
Os deveres do cidadão se apóiam no tripé: civismo, civilidade, civilização.
Civismo é aquilo que cada um de nós deve ao Estado ou ao povo soberano do qual fazemos parte. O civismo está entre os mais importantes deveres do cidadão. Significa não apenas se submeter à lei, que é o mínimo que se poderia exigir, mas ainda zelar pela sua elaboração, pela sua aplicação, pela sua proteção. Todo cidadão deve lutar democraticamente para transformá-la caso a julgue má ou injusta. é o que se chama de civismo.
Civilidade é outra coisa: ela implica em se submeter às mínimas regras do convívio social. Está mais ligada à moral e à ética do que à política, o que a faz ser tão necessária. Ela não bastaria ao civismo, mas o civismo sem a civilidade, não seria senão uma abstração.
Civilização, aqui empregada no sentido de polidez, boas maneiras ou boa educação, se refere ao relacionamento entre indivíduos. Está ao lado do refinamento, da distinção, do comportamento cortês e atencioso. Ser uma pessoa respeitosa, responsável e uma companhia agradável é dever do ser civilizado. A polidez se situa nos encontros, é mais uma conduta moral que coloca o egoísmo no seu devido lugar,
Em resumo:
Civismo é o que se deve ao Estado, isto é, à sociedade politicamente organizada.
Civilidade é o que se deve à coletividade, a quem vive no Estado.
Polidez é o que se deve ao indivíduo.
Os deveres do cidadão nunca foram tão vilipendiados como nos dias de hoje:
_ O civismo necessita ser urgentemente restaurado.
_A palavra civilidade está cada vez mais rara.
_A falta de polidez se expande com grande velocidade.
São males de nossa época, sintomas de uma sociedade doente.
A falta de civismo é negar o estado de direito, pode ir do delito ao crime.
A falta de civilidade ou incivilidade é uma distorção comportamental. é negar os outros, negar a sociedade.
A falta de polidez ou impolidez não é senão a falta de educação. é no fundo a negação de si mesmo.
Enquanto a impolidez se expressa pela falta (de atenção, de respeito, de delicadeza, de educação), a incivilidade se expressa pelo excesso (de egoísmo, de vaidade, de violência, de brutalidade, de egocentrismo).
_Insultar o fiscal é falta de civilidade.
_Deixar de transmitir um recado é falta de polidez.
_Perturbar os vizinhos com um som ensurdecedor é falta de civilidade.
_Falar aos berros no celular dentro do elevador é falta de civilidade.
_Não se desculpar quando involuntariamente se esbarra em alguém é falta de polidez.
_Furar a fila de espera é falta de civilidade.
_Deixar de dizer "por favor" ou "obrigado" é falta de polidez.
_Avançar o carro pelo acostamento ou estacionar em locais reservados aos idosos é falta de civilidade.
_Estacionar o carro prendendo outros carros é falta de civilidade.
_Não respeitar os professores é falta de civilidade.
_Adquirir produtos contrabandeados ou pirateados é falta de civismo.
Vê-se que as fronteiras dos deveres da cidadania são tênues. Todas têm em comum deixar de manifestar o respeito que uns devem aos outros. Todas ultrapassam os limites do comportamento ético e responsável.
Civismo, civilidade, civilização: três deveres, três maneiras de viver em coletividade. Eles são muito necessários. É o que se chama, ou se resume como cidadania.
É na cidadania onde se encontram os direitos e deveres do homem. é na cidadania que se forma a base da civilização de hoje. O contrário da cidadania é a barbárie.
O que é ser cidadão? É ser membro de um Estado, ou de uma sociedade politicamente organizada. O cidadão participa do poder soberano do Estado, o que lhe confere direitos específicos e se mantém submisso a esse mesmo Estado, o que lhe confere deveres específicos.
Os deveres do cidadão se apóiam no tripé: civismo, civilidade, civilização.
Civismo é aquilo que cada um de nós deve ao Estado ou ao povo soberano do qual fazemos parte. O civismo está entre os mais importantes deveres do cidadão. Significa não apenas se submeter à lei, que é o mínimo que se poderia exigir, mas ainda zelar pela sua elaboração, pela sua aplicação, pela sua proteção. Todo cidadão deve lutar democraticamente para transformá-la caso a julgue má ou injusta. é o que se chama de civismo.
Civilidade é outra coisa: ela implica em se submeter às mínimas regras do convívio social. Está mais ligada à moral e à ética do que à política, o que a faz ser tão necessária. Ela não bastaria ao civismo, mas o civismo sem a civilidade, não seria senão uma abstração.
Civilização, aqui empregada no sentido de polidez, boas maneiras ou boa educação, se refere ao relacionamento entre indivíduos. Está ao lado do refinamento, da distinção, do comportamento cortês e atencioso. Ser uma pessoa respeitosa, responsável e uma companhia agradável é dever do ser civilizado. A polidez se situa nos encontros, é mais uma conduta moral que coloca o egoísmo no seu devido lugar,
Em resumo:
Civismo é o que se deve ao Estado, isto é, à sociedade politicamente organizada.
Civilidade é o que se deve à coletividade, a quem vive no Estado.
Polidez é o que se deve ao indivíduo.
Os deveres do cidadão nunca foram tão vilipendiados como nos dias de hoje:
_ O civismo necessita ser urgentemente restaurado.
_A palavra civilidade está cada vez mais rara.
_A falta de polidez se expande com grande velocidade.
São males de nossa época, sintomas de uma sociedade doente.
A falta de civismo é negar o estado de direito, pode ir do delito ao crime.
A falta de civilidade ou incivilidade é uma distorção comportamental. é negar os outros, negar a sociedade.
A falta de polidez ou impolidez não é senão a falta de educação. é no fundo a negação de si mesmo.
Enquanto a impolidez se expressa pela falta (de atenção, de respeito, de delicadeza, de educação), a incivilidade se expressa pelo excesso (de egoísmo, de vaidade, de violência, de brutalidade, de egocentrismo).
Exemplos:
_Fraudar o fisco é falta de civismo._Insultar o fiscal é falta de civilidade.
_Deixar de transmitir um recado é falta de polidez.
_Perturbar os vizinhos com um som ensurdecedor é falta de civilidade.
_Falar aos berros no celular dentro do elevador é falta de civilidade.
_Não se desculpar quando involuntariamente se esbarra em alguém é falta de polidez.
_Furar a fila de espera é falta de civilidade.
_Deixar de dizer "por favor" ou "obrigado" é falta de polidez.
_Avançar o carro pelo acostamento ou estacionar em locais reservados aos idosos é falta de civilidade.
_Estacionar o carro prendendo outros carros é falta de civilidade.
_Não respeitar os professores é falta de civilidade.
_Adquirir produtos contrabandeados ou pirateados é falta de civismo.
Vê-se que as fronteiras dos deveres da cidadania são tênues. Todas têm em comum deixar de manifestar o respeito que uns devem aos outros. Todas ultrapassam os limites do comportamento ético e responsável.
Civismo, civilidade, civilização: três deveres, três maneiras de viver em coletividade. Eles são muito necessários. É o que se chama, ou se resume como cidadania.
É na cidadania onde se encontram os direitos e deveres do homem. é na cidadania que se forma a base da civilização de hoje. O contrário da cidadania é a barbárie.
15 comentários:
Hi, I am Thomas Gittins from Cornell University. Glad to read your blog.
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Amigo Bittencourt.
Foram-se os tempos que o item primordial em que uma nação como nação que queira seguir adiante,tem como componente fundamental a prioridade do investimento em educação.
Nela todos os quesitos aqui citados por este belo comentário seu do que você recebeu do seu querido pai,que por sinal se vê que ele foi fundamental como seu guia,encontrasse todos os quesitos abordados nele e como tal foi o que predominou,como exemplo,no alavancamento da Coreia do Sul como nação de respeito.
Esta tecla educação deveria ser o item mais do que primordial a ser levado em conta,pois se ela não adianta tentar equacionar nenhum esquema porque não teremos brasileiros à frente dos problemas que surgirão se não estiverem capacitados para tal.
Este é o meu pensamento dioturno ,porque acredito que temos o melhor povo do mundo mas jogado ao leo sem consideração nenhuma e isto por varios governos há muito anos.
Você meu amigo,que tem conhecimentos,peço-lhe a sua atuação em divulgar a importancia da educação e como prioridade ,pois como já lhe disse ,sem ela não há solução.
Abraços do amigo que lhe estima e respeita
Florimar.
Obrigado, caro amigo Florimar, por seu comentário
Você tem toda razão ao dizer que a educação é a base de tudo. Foi muito feliz ao citar a Coreia do Sul. Só com a educação podemos resgatar os jovens criados num mundo deturpado pela miséria e pelas drogas. Só com a educação podemos transformá-los em cidadão úteis e produtivos, chefes de família e trabalhadores honestos.
Já tenho abordado o assunto em alguns artigos, mas vou dar uma ênfase maior. Vê o que está acontecendo em São Paulo? São jovens sem educação e sem oportunidades, que se tornaram marginais irrecuperáveis. E, pode crer, os índices de violência no Brasil não são ainda maiores porque a metade deles morre antes de completar 24 anos. Está nas estatísticas. Mata-se mais no Brasil que na China, com 1,3 bilhões de habitantes, que na Índia, que nos Estados Unidos, que é um país armado. São 50.000 mortos por ano por armas de fogo e mais 58.000 só em 2011 por acidentes de trânsito. Mais do que em todas as guerras. Um verdadeiro genocídio.
A civilidade, o civismo e a polidez escoam ladeira abaixo, feito água, enquanto a corrupção; a violência e a falta de ética sobem morro acima, como fogo.
Obrigado por suas palavras.
A admiração é recíproca.
Abraços
Alberto
Parabéns pela clareza didádita e generosa: completa polidez, civilidade e, tanbém, civismo! Abç.
Ótima, como todas.
Um grande abraço!
Fred Seigneur
Caríssimo Alberto: "As palavras conduzem; os exemplos arrastam." Não bastariam as sábias palavras de seu avô se ele não lhe tivesse servido de modelo c/ o seu comportamento, em conformidade c/ o seu caráter. Estamos precisando de mais Amaros nas famílias, e, ppalmente, nos postos de comando. Tb em Rotary costumo dizer q podemos passar Instrução/Informação rotárias aos postulantes a associados, mas não podemos ensinar Polidez, Educação, Civilidade.... Há q garimpar bons rotarianos da mma. forma q se garimpa pequenos tesouros no leito de um rio: peneirando....peneirando....
Querido Alberto:
Nuestro país necesita mas que nunca una clarificación como esta.
El problema es que debería adaptarse y aparecer como algo interno.
Seria posible tomar algunas ideas de aquí?
ARGENTINA, es tan cerca del colapso como nadie imagina
Un fuerte abrazo
LUIS GIAY
Meu querido presidente-plus Giay
Sugiro que você mesmo faça as adaptações que julgar necessárias. Pode retirar a parte introdutória em que falo de meu avô.
Sempre digo aos companheiros que meus escritos são para servir ao Rotary. Podem adequar aos espaços dos boletins, resumir, simplificar, recortar, adaptar, melhorar, enfim, fazer o que julgarem melhor. Fico feliz em poder ser útil.
Agradeço e me sinto honrado por seu interesse.
De longe, assistimos ao noticiário sobre a Argentina. Tenho grande admiração por sua nação, seu povo, sua gente alegre, hospitaleira, sincera. Na minha juventude, olhava para a Argentina como um país rico, considerava Buenos Aires um retrato da Europa. Auto suficiente em petróleo, celeiro mundial de alimentos, exportador ainda hoje das melhores carnes, o metrô vinha dos anos 40, impensável para os brasileiros. Era tudo um sonho para nós tupiniquins.
O Brasil que também é um país rico, não teria tanta miséria, tanta violência, tantos problemas causados por esses maus políticos e pela corrupção desenfreada. Quando a política fica nas mãos de uma oligarquia, ela é inimiga do desenvolvimento.
Mas, acredito que, aos poucos, dentro da democracia, vamos melhorando.
Desculpe-me a ingerência nos assuntos de seu país.
Muito obrigado.
Com estima e admiração,
Alberto Bittencourt
Muito bom texto. Infelizmente são esses "mandamentos" que estão faltando aos brasileiros.
Abraços,
Paulo Roberto.
Carissimo comp. ALBERTO
...nada a acrescentar, sòmente parabenizá-lo por ser um cidadão que postula e pratica estes principios básicos de cidadania, cidadão e civilidade..tão caentes em nossos dias ...
um abraço
VICENTE HERCULANO
Amigo Bittencourt,
Muito oportuno e bem colocado. Nós, da Terra Brasilis, precisamos dar mais atenção a coisas assim. Há décadas que estamos precisando de um choque dos três: civismo, civilidade e civilização. Não tenho qualquer pretensão de me imiscuir em questões políticas, mas fico com a impressão de que as coisas pioraram desde o fim do regime militar. Desde então, observo uma campanha concertada para desconstruir o que foi feito naquela época (menos o que interessa aos políticos, é claro) e, como parte disso, são sumariamente desconsideradas as virtudes militares, que você conhece tão bem: o amor à Pátria, a disciplina, a ordem, a hierarquia etc. Quem é contra os militares deveria lembrar que são essas exatamente as virtudes mais importantes de uma Nação.
Parabens mais uma vez.
Tem sido verdadeiras aulas. Continuar nesse caminho será salutar para todos.
Um abraço
Antonio Hermógenes
g Amigo Aberto!
Cresci e vi meus irmãos também crescendo e acreditando nestes princípios. Hoje considero-nos cidadãos de bem.
Obrigada aos meus pais -quase analfabetas mas de uma sabedoria de vida extraordinária.
Amei o texto
Sou professora -amigo Luiz Martins-posso entender a proporção que toma um exemplo a ser dado em sala de aula. Daí o cuidar das palavras-gestos-atitudes!!!
ALBERTO,
PARABÉNS PELA EXPOSIÇÃO CLARA E SUSCINTA DAS PALAVRAS CIVISMO, CIVILIDADE E CIVILIZAÇÃO E DE SEUS CONCEITOS PROFUNDOS E INDISPENSÁVEIS PARA A FORMAÇÃO DE UMA VERDADEIRA NAÇÃO.
SERIA OPORTUNO INSISTIR JUNTO ÀS AUTORIDADES QUE ESSAS PALAVRAS FIZESSEM PARTE DOS CURRÍCULOS ESCOLARES DESDE A ALFABETIZAÇÃO.
ISSO CERTAMENTE MINORARIA A ESTUPIDEZ E IGNORÂNCIA REINANTES, DE ALTO À BAIXO, EM NOSSA POPULAÇÃO.
ABRAÇO, GÉLIO.
Anônimo C A GELIO disse...
ALBERTO,
PARABÉNS PELA EXPOSIÇÃO CLARA E SUSCINTA DAS PALAVRAS CIVISMO, CIVILIDADE E CIVILIZAÇÃO E DE SEUS CONCEITOS PROFUNDOS E INDISPENSÁVEIS PARA A FORMAÇÃO DE UMA VERDADEIRA NAÇÃO.
SERIA OPORTUNO INSISTIR JUNTO ÀS AUTORIDADES QUE ESSAS PALAVRAS FIZESSEM PARTE DOS CURRÍCULOS ESCOLARES DESDE A ALFABETIZAÇÃO.
ISSO CERTAMENTE MINORARIA A ESTUPIDEZ E IGNORÂNCIA REINANTES, DE ALTO À BAIXO, EM NOSSA POPULAÇÃO.
ABRAÇO, GÉLIO.
14 de novembro de 2012 16:58 / DEIXO UMA PERGUNTA INTERROGATIVA : PORQUE INSISTO EM NÃO DESEJAR ESTAR NO CONVÍVIO COM PARENTES E COM CONHECIDOS ? POR FAVOR, MANTENHAM DISTÂNCIA DE MIM. EU SOU UMA BOMBA PRONTA PARA EXPLODIR!
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