ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

O ROTARY, A COMPREENSÃO MUNDIAL E A PAZ

 O ROTARY, A COMPREENSÃO  MUNDIAL E A PAZ

Palestra no interclubes de Afogados da  INGAZEIRA em 2013
           Alberto Bittencourt 



O Caminho para a Guerra é uma estrada bem pavimentada, e o caminho para a paz é ainda um deserto. (Paul Harris)


Para os rotarianos do mundo todo o mês de fevereiro tem um significado especial, pois foi em 23 de fevereiro de 1905, que Paul Harris e seus companheiros reuniram-se pela primeira vez em Chicago, iniciando nossa maravilhosa história.


No início de tudo, a ideia dos quatro amigos era reunir-se periodicamente sob o espírito do companheirismo, com o intuito de desfrutar de sua amizade e de aumentar seu círculo de negócios e de relacionamento profissional. Mas logo começaram a notar que seria muito egoísmo prender-se apenas a esses objetivos, daí então é que surgiu o grande interesse em desempenhar amplas funções cívicas de valor para toda a comunidade local, o que acabou sendo o grande passo para a concretização do mais audacioso sonho de simples cidadãos: a prestação de serviços.


Ao longo desses últimos 109 anos o Rotary tem se dedicado quase que exaustivamente a divulgar e a praticar ações que dignificam a sua existência de entidade que busca a compreensão da humanidade. Gostaria de citar aqui apenas alguns exemplos:


Ocorrida num período próximo à eclosão da Primeira Guerra Mundial, a convenção de 1914 adotou uma resolução convocando para uma conferência internacional pela paz e pedindo aos rotarianos que apoiassem movimentos pela paz internacional;


Em 1917, no auge da Primeira Guerra, durante a convenção de Atlanta, Arch C. Klumph propôs o estabelecimento de um fundo de dotações “para fazer o bem no mundo”, o que seria a semente da Fundação Rotária;


Na Guerra do Chaco, disputada entre a Bolívia e o Paraguai entre 1932 e 1935, conflito em que morreram mais de 100 mil soldados e milhares foram feitos prisioneiros, rotarianos bolivianos, paraguaios e de outros países sul-americanos, fizeram um enorme esforço para minorar o sofrimento dos prisioneiros e de suas famílias ajudando a repatriar os feridos, estabelecendo postos para a troca de correspondência e distribuindo roupas, alimentos e remédios;


Na convenção internacional de 1940, realizada em Havana, os rotarianos adotaram uma resolução pedindo “liberdade, justiça, verdade, inviolabilidade da palavra dada e respeito pelos direitos humanos”, que se tornou a base para a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU;


Em 1942, rotarianos de Londres convocaram uma conferência para planejar um mundo pacífico assim que terminasse a guerra. Representantes de 21 nações compareceram ao encontro, que serviu para desenvolver uma visão avançada sobre educação, ciência e cultura, e que resultou na criação da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.


Mas este não foi o único envolvimento dos rotarianos com o nascimento de organizações mundiais. Entre 1943 e 1945, eles participaram de uma série de reuniões que conduziram à formação da ONU. O Rotary recebeu o status de conselheiro durante a conferência de São Francisco, que resultou no lançamento da carta de constituição da ONU.


Compreensão e Paz


Na segunda metade do século XX, o Rotary focou seu trabalho na disseminação da harmonia internacional. Para isso, o Rotary International e a Fundação Rotária estabeleceram uma série de programas que colocaram nossa organização na vanguarda dos movimentos de paz entre os povos. Programas como Serviços à Comunidade Mundial, Intercâmbio Internacional de Jovens, Bolsas Educacionais, Intercâmbio de Grupos de Estudos e Subsídios Equivalentes, que envolvem a participação de pessoas de diferentes culturas e nacionalidades certamente criam um vínculo de compreensão e paz entre essas pessoas.


O Rotary sempre sonhou em ter uma instituição educacional destinada à promoção da paz e resolução de conflitos e da compreensão entre homens e nações. Esse sonho foi concretizado há poucos anos com o lançamento dos Centros Rotary de Estudos Internacionais da Paz e Resolução de Conflitos. Todos os anos, 70 bolsistas são selecionados para estudar nas seis universidades parceiras do programa. Em dois anos de curso de mestrado, ao custo de US$50 mil por bolsa de estudo, os alunos são formados embaixadores da paz. Já concluíram o curso 600 bolsistas da paz.


Nossa organização hoje, com seus programas beneficiando milhões de pessoas espalhadas pelo planeta, é paladino incansável em busca da paz e da compreensão mundial. A paz, que nos parece objetivo inalcançável, pelos exemplos de insensatez e intolerância que presenciamos diariamente, um dia será realidade. Apesar da arrogância daqueles que detém o poder bélico e se julgam os donos da verdade; apesar da ganância dos senhores, do poder econômico, sempre interessados em aumentar suas riquezas, apesar da intolerância daqueles que colocam fatores religiosos ou culturais acima do bem comum, e da ignorância das massas, nós, rotarianos conscientes do nosso papel na história, temos a esperança de um dia ver concretizado o ideal de Paul Harris, que, no seu livro Esta Era Rotária, escrito em 1935, questionou: “Será utopia o ideal rotário da Paz universal?”


Entretanto, temos que ser conscientes: sem Compreensão não há paz. Sem entendimento, sem diálogo, não há paz, pois a paz está na cabeça das pessoas e é lá que cada um de nós tem que atuar!


Paul Harris, nosso fundador, disse: Para promover a compreensão mundial, precisamos consciencializar um grande número de pessoas – rotários e não-rotários– e esta tarefa não pode ser realizada individualmente.


É nossa responsabilidade difundir, conversar, compartilhar nosso sonho de paz, nas escolas, no trabalho, em nossa casa, com nossos filhos e família, com nossos amigos.


O Dia Mundial da Compreensão e da Paz, 23 de fevereiro, é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o relacionamento das pessoas, das instituições e dos povos.


AS GUERRAS


Meus companheiros, não podemos falar permanentemente de Paz e Compreensão sem nos lembrarmos da guerra.


Uma rápida percepção sobre o sentido e a preciosidade da palavra “compreensão” nos leva a perceber, com bastante evidência, que a compreensão mundial foi e continua sendo seriamente ameaçada pela triste realidade das guerras.


O historiador Eric Hobsbawm afirmou que as guerras do século 20 mataram 187 milhões de pessoas. Só na IIGM morreram 60 milhões. Mas a violência armada permanece presente numa grande parte do mundo. A expectativa de um século de paz é remota.


FOCOS DE GUERRA


Movimentos separatistas, lutas pela derrubada de governos, tensões étnicas e religiosas, massas de refugiados, são alguns dos motivos dos conflitos mundiais. Some-se a isso os cataclismos que assolam o mundo: furacões, ciclones, terremotos, tsunamis, enchentes, gerando milhões de vítimas e desabrigados.


AS GUERRAS DOS RECURSOS


Entretanto, não somente as diferenças políticas, étnicas ou religiosas que alimentam as guerras civis, aqui podemos incluir a luta pelo controle de diamantes, café, petróleo, água e de outros recursos naturais de elevado valor.


Estima-se que apenas os Estados Unidos consumam um terço dos recursos naturais do planeta, como petróleo, água, madeira, sem falar na China.


O PROBLEMA DAS ARMAS


Cada vez mais fáceis de manejar e de comprar, o comércio internacional de armas alimenta e prolonga os conflitos, semeia a violência e a morte, como também modifica a maneira de fazer a guerra e conquistar o poder. Basta citar que mais de 500 milhões de armar circulam pelo mundo, e que todos os anos causam 600 mil mortes.


Na Guerra da Síria, morreram nos últimos 3 anos, 130 mil pessoas. No Brasil, o número de mortes por armas de fogo é superior a 50 mil por ano. Uma verdadeira epidemia, uma catástrofe que se prolonga há vinte anos.


Os Estados Unidos, que são considerados um país armado, possuem 200 milhões de armas em poder da população. No Brasil esse número é estimado em um décimo desse montante, ou 20 milhões de armas. Pois mata-se mais no Brasil que nos Estados Unidos, que sofre com atentados, terrorismo, ataques armados a escolas, hospitais, quarteis.


Os homens do mal são ousados. 3 ou 4 trocam dois olhares e formam uma quadrilha para roubar, atirar e matar. Os homens do bem são tímidos. Ficam em conferências, em conjecturas, em reuniões, fazem estatísticas, planos nacionais de segurança, que resultam em nada.


O contrário da paz não é guerra, o contrário da paz é omissão, indiferença, impunidade.


São palavras de Martin Luther King: 

O que me assusta não é o grito dos homens do mal. O que me assusta é o silêncio dos bons.


E disse mais: 

Não podemos saciar nossa sede de justiça no cálice do ódio, do sangue e da violência.


PAZ MUNDIAL: POSSÍVEL?


A Paz Mundial parece ser um sonho acalentado por todos os povos da Terra. Mas sua realização parece tão distante quanto desejada, apesar do esforço contínuo de várias organizações mundiais.


O primeiro dos oito objetivos do milênio estabelecido em uma assembleia de cerca de 200 países na ONU, tem por meta, até 2015, erradicar a metade da pobreza extrema e a fome do mundo. Os avanços foram pontuais. Já estamos em 2014 e o que se vê é uma prolongada indiferença internacional diante das situações de inumana miséria que afetam grande parte da população mundial.


O único caminho para a paz é o da superação das injustiças e das divergências, no quadro de um diálogo supervisionado por instâncias políticas e jurídicas internacionais que deveriam ser mais respeitadas e fortalecidas, como a ONU e o Tribunal Internacional de Haia, para onde, suspeitos de crimes de guerra ou terrorismo devem ser conduzidos, julgados e punidos.


A sociedade vive em constante movimento, influenciada por todo tipo de turbulência. A humanidade está esquecida do carinho, desligada do amor como comportamento. As pessoas não se reconhecem, esquecem a fonte de paz que é a compreensão entre os indivíduos.


É nessa situação que o Rotary surge como uma luz no fim do túnel.


Nosso fundador afirmava: O Rotary é um microcosmo do mundo em paz, um modelo que as nações fariam bem em seguir.


Paul Harris plantou sementes do amor num momento de lucidez e paz quando fundou o Rotary, com o propósito humanitário. Essas sementes do amor é que farão nascer uma ternura espessa pelo mundo, pelos outros seres humanos e pelo poder de transformação que há nas pessoas como chave clara de dias mais serenos e harmoniosos.


Paz é sinônimo de bem-estar, tranquilidade, harmonia, segurança, autoestima, confiança, dignidade, certeza, esperança e amor – tudo isso na visão individual. Numa percepção coletiva, há nações ricas e pobres, desenvolvidas, em desenvolvimento e subdesenvolvidas. Há nações dominadoras e dominadas. Mas, em quase todas elas, sem importar a posição que ocupam no cenário local, existem pessoas que pensam em pessoas. Existe o Rotary.


Na realidade, o Rotary é como uma grande orquestra chamada esperança e generosidade. Os músicos são os rotarianos envolvidos, conscientes do seu valor. No altruísmo de cada um há o compromisso em função do outro. O rotariano é desprovido de vaidades, interesses escusos, promoções e reconhecimentos. Cada rotariano traz sua doação pessoal, com seu brilho, sua estrela, sua característica singular, sua grandeza de alma, sua liderança, sua ética, seu bom humor, sua sede de justiça, sua compreensão, seus bons exemplos e muito mais. Na realidade, cada um traz o ponto mais importante e primordial: a solidariedade. Utilizam o talento, a fé e o conhecimento adquirido ao longo da vida nas ações que executam.


Este mundo é um só. Estamos todos no mesmo barco: a humanidade e a Terra. Não podemos permitir que este barco afunde. Não haverá outra arca de Noé. A tarefa primordial é ajudar a “acordar pessoas para um novo ou renovado sentido do certo e do errado em relação a problemas sociais”.


O quadro que se pinta hoje no cenário mundial é atemorizante, complexo e os conflitos vão desde guerras reais até simples incompreensões nos lares. A família é a base da paz. Assim, é urgente que se faça alguma coisa frente à mídia que propaga novos costumes nem sempre saudáveis e exemplares.


A educação pela paz, a resolução de conflitos e todas as iniciativas de natureza pacífica devem considerar a conexão entre a paz individual e a coletiva.


Assim é o Rotary. O estreitamento das relações cordiais, ordeiras e humanitárias conduz os indivíduos que participam da engrenagem do Rotary à liberdade, à justiça e à verdade. Ou seja: ao respeito pelos direitos humanos.


Finalmente, conclui-se que ser rotariano é colocar-se no lugar do outro, viver seu dia-a-dia, suas incertezas, angústias e sofrimentos, pois o servir rotário é uma dedicação! É ação espontânea do homem! Nada forçado! E a compreensão mundial acontecerá no momento em que o homem tomar consciência plena do bem que deve promover, do amor que deve despertar, da lealdade que deve cultivar, do sacrifício que deve suportar, da verdade que deve expressar.


Termino com as palavras e a visão do futuro do Prêmio Nobel da Paz, Martin Luther King:


  • Eu tenho um sonho. Um dia os jovens aprenderão palavras que não compreenderão.
  • As crianças da Índia vão perguntar: O que é fome?
  • As crianças do Alabama questionarão: O que é segregação racial?
  • As crianças de Hiroshima se assombrarão: ‘O que é bomba atômica?
  • E as crianças na escola vão indagar: O que é guerra?
  • E tu lhes responderás, tu lhes dirás: São palavras que não se usam mais, como as diligências, as galeras ou a escravidão. São palavras que nada exprimem”. Essa é a razão porque foram banidas do dicionário.


Nós, rotarianos, também temos um sonho: um dia as crianças do mundo vão perguntar – o que é a paralisia infantil, o que é a poliomielite. E tu lhes responderá: Era uma terrível doença que dizimava e aleijava milhares de crianças. Hoje essas palavras não se usam mais, nada exprimem, porque a doença foi banida da face da Terra pelo Rotary e, por isso, essas palavras foram banidas do dicionário.


Que Deus abençoe cada um dos rotarianos aqui presentes que simbolizam toda a essência do nosso movimento. Que esta benção seja permanente para que possamos todos juntos continuar o nosso trabalho na busca do Bem, da Paz e da Compreensão entre homens e nações.


Muito obrigado.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

HOMENAGEM DO BLOG LUSO-BRASILEIRO "PAZ" AOS 110 ANOS DO ROTARY



HOMENAGEM DO BLOGUE LUSO-BRASILEIRO " PAZ " 
AO ANIVERSÁRIO DO ROTARY INTERNATIONAL

23 de fevereiro de 1905 / 2018 (113 anos) 
                   Blog luso-brasileiro" PAZ': http://solpaz.blogs.sapo.pt/

Texto enviado por : Antonio J C da Cunha
Rotary Club Duque de Caxias – Distrito 4570
Academia Duquecaxiense de Letras e Artes


Em 2018
Rotary no mundo: 
Países: 217 
Clubes: 35.597 
Rotarianos: 1.218.167 
Rotarianas: 266.056 






O ROTARY inseja a existência de inúmeras instituições, as chamadas "para-rotárias": Casas da Amizade; Rotaract Clubes, Interacteclubes. Todos integrados somam para mais de 3.000.000 (três Milhões) de pessoas envolvidas em projetos onde se trabalha voluntariamente a favor da PAZ e do bem-estar da humanidade


FUNDADOR DO ROTARY
No outono de 1900, Paul Harris se encontrou-se com o advogado Bob Frank no norte de Chicago para jantarem. Eles saíram para uma caminhada, parando em algumas lojas no caminho. Paul ficou impressionado em ver como Frank tinha feito amizades com muitos dos vendedores.

Desde que se mudara para Chicago, em 1896, Paul não havia visto este tipo de camaradagem entre empresários e, naquele momento, começou a pensar em como poderia encontrar esse tipo de companheirismo que o lembrava da cidade onde havia crescido, em Vermont. Algum tempo depois, ele convenceu outros empresários a se reunirem para discutir a formação de um clube para negócios e companheirismo. Sua visão foi a base para o Rotary de hoje.

"Tinha certeza que estava passando por uma experiência comum a pessoas que chegavam a Chicago provenientes de fazendas e cidades pequenas. Mas se havia outras pessoas em busca de companheirismo, por que não aproximá-las?"


Paul Harris aos três anos, na época
em que foi morar com os avós.



INFÂNCIA
Paul Harris, filho de George e Cornelia Harris, nasceu em 19 de abril de 1868 em Racine, Wisconsin, EUA. George lutava para sustentar sua família como pequeno empresário, muitas vezes dependendo da ajuda financeira de seu pai. Em julho de 1871, Paul e seu irmão mais velho, Cecil, foram morar com seus avós paternos em Wallingford, Vermont. Paul mais tarde escreveu: "Economia nunca foi o forte de George e Cornelia, eles sempre gastaram muito."



Paul Harris na época em que estudava  
na Universidade de Vermont,  
em Burlington, no ano de 1886 


Paul foi criado por seus avós, Howard e Pamela Harris, e só encontrava os pais ocasionalmente. Ele cresceu seguindo os valores familiares presentes na Nova Inglaterra. Em outubro de 1928, quando voltou à cidade em que passou a infância para a cerimônia de fundação do Rotary Club de Wallingford, ele disse: "Grande parte da essência do Rotary teve origem na velha mesa de refeições da Nova Inglaterra."

Ele era um menino levado. Cursou o ensino fundamental em Wallingford e o ensino médio em Rutland, onde muitas vezes fazia bagunça e cabulava aula. Paul também cursou a Black River Academy, em Ludlow, mas foi expulso depois de algumas semanas. Ele se matriculou na University of Vermont, em Burlington, mas foi expulso em dezembro de 1886 com outros três alunos por fazer parte de uma sociedade secreta. Mais tarde ele escreveu que, apesar de ser inocente, sua expulsão foi justificada.

Paul passou o semestre seguinte com um professor particular e, no primeiro semestre de 1887, entrou para a Princeton University. Seus estudos, no entanto, foram interrompidos pela morte de seu avô em março de 1888. Apesar de ter terminado o semestre, Paul não voltou à faculdade no ano seguinte.

VIDA EM CHICAGO


Paul Harris depois de ter começado a trabalhar 
como advogado, em Chicago, no ano de 1896.


Depois de Princeton, Paul se mudou para Iowa, onde trabalhou no escritório de advocacia de St. John, Stevenson e Whisenand. Depois desse período de aprendizado, cursou a University of Iowa, formando-se em direito em junho de 1891.

Em 1896, mudou-se para Chicago, onde abriu um escritório no centro da cidade. Ele permaneceu envolvido com sua profissão por mais de quatro décadas.

Paul buscou estabelecer relacionamentos significativos pessoais e espirituais que iam além de suas realizações profissionais. Ele costumava frequentar diversas igrejas aos domingos em vez de se prender a uma congregação específica. Mais tarde, Paul comentou que sua religião era, como ele próprio, difícil de rotular. "Eu realmente não tenho afiliação religiosa... Não sou fácil de classificar. Minhas convicções não se encaixam na organização rígida das igrejas... É claro que hoje em dia temos acesso a excelentes sermões pelo rádio e eu ouço três ou quatro deles todos os domingos."

Paul amava a natureza. Em 1908, afiliou-se a um grupo que, nas tardes de sábado, fazia excursões a florestas, campos e vales próximos à cidade. Em 1911 o grupo se tornou o Prairie Club e Paul, um de seus diretores.


NASCE O ROTARY


Os quatro primeiros rotarianos (a partir da esquerda): 
Gustavus Loehr, Silvester Schiele, Hiram Shorey e Paul P. Harris, 
por volta de 1905 a 1912.


Depois de abrir seu escritório de advocacia em Chicago, Paul teve a ideia de fundar uma organização para profissionais locais. Em 23 de fevereiro de 1905, Paul Harris, Gustavus Loehr, Silvester Schiele e Hiram Shorey se reuniram no escritório de Loehr, na sala 711 do Unity Building, para o que mais tarde ficaria conhecido como a primeira reunião de Rotary Club.

Em fevereiro de 1907, foi eleito o terceiro presidente do Rotary Club de Chicago, posição que ocupou até o outono de 1908. Durante seu mandato, formou a Comissão Executiva, depois chamada de Comissão de Meios e Andamentos, cujas reuniões aconteciam no horário do almoço e eram abertas a todos os associados. Daí veio a tradição adotada por tantos Rotary Clubs.

No final de seu mandato, trabalhou para levar o Rotary além dos limites de Chicago. Alguns associados foram resistentes à ideia a princípio, devido ao investimento financeiro que seria necessário. Mas Paul persistiu e, em 1910, o Rotary já existia em várias outras cidades dos EUA.

Paul reconheceu a necessidade de formar um Conselho Diretor e uma associação de âmbito nacional. Em agosto de 1910, a primeira Convenção Nacional do Rotary foi realizada em Chicago, onde os 16 clubes se uniram como Associação Nacional de Rotary Clubs e, em votação unânime, elegeram Paul Harris como presidente.

No final de seu segundo mandato, Paul se afastou de suas funções alegando problemas de saúde, obrigações familiares e profissionais. Ele foi eleito presidente emérito, título que manteve até sua morte.

Em meados de 1920, voltou a se envolver ativamente no Rotary, participando de Convenções e visitando clubes em outros países.  Baixe seu livro de discursos.



Jean Harris em 1926-27 



SUA VIDA COM JEAN
Paul conheceu a escocesa Jean Thomson, filha de John e Ann Younson Thomson, durante uma excursão ao que futuramente se tornaria o Prairie Club.

"Em um lindo sábado de março de 1910, juntei-me a meus companheiros do Prairie Club em um passeio de trem por Elgin e Aurora. Eu era solteiro e estava aberto a um relacionamento mais sério... Foi quando ela apareceu... A alegre e adorável Jean."

Eles se casaram em 2 de julho de 1910, em Chicago, e em 1912 compraram uma casa no subúrbio de Morgan Park. O casal deu o nome de Comely Bank à sua casa em homenagem à rua em que Jean morou quando criança em Edimburgo. Lá eles recebiam amigos do mundo todo e várias vezes realizaram reuniões do Rotary Club de Chicago. Sempre que possível as reuniões eram feitas no jardim, que começou a ser chamado de Jardim da Amizade.



Paul e Jean Harris em Christchurch, 
Nova Zelândia, em abril de 1935.


O casal não teve filhos e Jean acompanhava o marido em suas viagens a Rotary Clubs em vários países. Após a morte de Paul, Jean continuou morando em Comely Bank. Depois de algum tempo, no entanto, ela vendeu a casa e voltou a Edimburgo em 1955. Lá faleceu em 1963.

A Paul and Jean Harris Home Foundation comprou a Comely Bank e tem planos para restaurá-la. Saiba como ajudar.

POR ESCRITO
Paul queria escrever uma mensagem especial para todos os rotarianos e Chesley Perry, o primeiro secretário-geral do Rotary, sugeriu a criação de uma publicação com notícias e assuntos importantes para os clubes, cujo custo fosse coberto por anunciantes. Assim foi criada a "National Rotarian," mais tarde conhecida como "The Rotarian,". O artigo "Rational Rotarianism" saiu na capa da primeira edição em janeiro de 1911. Na edição de fevereiro de 1915, ele escreveu "Passing Our Tenth Milestone" em homenagem ao aniversário do Rotary.

No livro "This Rotarian Age" (1935), Paul explorou as razões que levam as pessoas a fazerem o bem e descreveu como em 1905 a cidade de Chicago estava pronta para o tipo de mudança que o Rotary poderia oferecer. Ele também abordou os desafios futuros do Rotary e seu potencial para promover a paz mundial.

Em 1935, Paul e Jean viajaram por três meses pelo sudeste da Ásia e a Austrália. Paul queria publicar seu relato desta viagem na forma de um livro para depois lançar uma série de crônicas sobre outras viagens. Ele decidiu chamar a série de Peregrinations, sendo que Peregrinations I seria uma coletânea de histórias de viagens que fizera à Europa e à África do Sul, Peregrinations II sobre sua jornada pelo sudeste da Ásia e pela Austrália (1935), e Peregrinations III(1937) sobre sua viagem à América Central e do Sul. No entanto, ele nunca chegou a organizar Peregrinations I.


O FIM DE UMA ERA


Lápide do túmulo de Paul Harris no Mount Hope Cemetery, na zona sul de Chicago. 
Silvester Schiele, o primeiro presidente do Rotary Club de Chicago, está enterrado próximo dali; 
Jean Harris, na Escócia.


Em dezembro de 1945, o casal Harris viajou a Tuskegee, Alabama, para passar os meses de inverno, como costumavam fazer. No início de 1946, Paul pegou uma gripe. Chesley Perry, associado do Rotary Club de Chicago e secretário-geral do Rotary de 1910 a 1942, viajou a Tuskegee e contou que, apesar de estar recebendo atendimento médico, Paul continuava fraco: "Ele vem tendo problemas pulmonares há alguns anos. Não está dormindo nem se alimentando bem." O casal voltou a Chicago em 28 de março de 1946.

Paul Harris faleceu aos 78 anos no dia 27 de janeiro de 1947, em Chicago, após sua longa doença. Três líderes rotários fizeram discursos em seu enterro: Chesley Perry, T.A. Warren (ex-presidente do RI) e Richard Hedke (então presidente do RI). Ex-presidentes do Rotary Club de Chicago carregaram o caixão. Leia os discursos.

Paul já havia expressado desejo de que, em vez de enviar flores, as pessoas fizessem doações à Fundação Rotária em sua homenagem. Por coincidência, dias antes de sua morte líderes rotários haviam se comprometido a uma grande iniciativa de arrecadação de fundos para a Fundação. Após sua morte, foi estabelecido o Fundo em Homenagem Póstuma a Paul Harris como maneira de solicitar essas verbas. Este fundo ajudou a estabelecer as Bolsas da Fundação Rotária para Estudos de Nível Superior. Na reunião de maio/junho de 1947, o Conselho Diretor alocou US$60.000, dos US$228.000 arrecadados, para apoiar o programa.


MATERIAIS DE REFERÊNCIA:

My Road to Rotary
The Remarkable Mr. Harris
Paul Harris and His Successors
Honrando Nosso Passado: As Palavras e a Sabedoria de Paul Harris


Texto enviado por : Antonio J C da Cunha
Rotary Club Duque de Caxias – Distrito 4570
Academia Duquecaxiense de Letras e Artes





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