ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 28 de abril de 2012

O MOVIMENTO PRO CRIANÇA

O Movimento Pró Criança

AlbertoBittencourt – mar 2012

  

           Dia 12 de março, compareci à AGO do MovimentoPró Criança (MPC). O evento foi dirigido pelo Presidente, engenheiro Sebastião Barreto Campelo, a quem eu muito admiro e tenho a honra de poder chamar de meu amigo. Estavam presentes o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, diretores e colaboradores do MPC, Paulo Barbosa, Silvia, Ivonete Marinho, Félix Cantalício, Luís Marinho, entre outros.

           Eu continuei como suplente do Conselho Fiscal, cargo que tenho a honra de exercer há alguns anos. Foi aí que tomei conhecimento de um dado admirável.  A arrecadação das campanhas CLAREAR (da Celpe) e REGAR (da Compesa), alcança hoje cerca de 485 mil doadores e a quantia mensal de mais de R$ 500 mil, contribuição esta obtida por equipes de jovens que, de porta em porta, conseguem a adesão dos moradores. Através de um pequeno formulário de adesão, as pessoas abordadas em suas casas, concordam com o acréscimo de apenas R$ 0,98 na conta de luz ou na conta de água, em favordo MPC. Há até quem doe um pouco mais, R$1,00 ou até mesmo R$1,50.

           Um outro dado interessante é que as pessoas que contribuem para esses programas, são pobres ou das classes C e D, que acreditamno MPC, no seu trabalho de retirar as crianças das ruas. De bom grado, elas assumem o compromisso dessa doação, sem nada pedir ou receber em troca, simplesmente pelo espírito de solidariedade, o que  também é uma constatação da credibilidade queo movimento adquiriu.

           Os mais ricos, que moram nos condomínios e prédios, são inacessíveis aos “campanhistas”, como diria o Dr. Petrônio Muniz. Eles não conseguem ultrapassar as barreiras das guaritas.

            Os jovens que arregimentam essas doações, deslocam-se em uma Kombi, e são remunerados de acordo com sua produtividade.  Esta Campanha já vem sendo trabalhada há vários anos e o resultado é cumulativo, pois quem entra, permanece, gerando uma receita segura, estável, permanente.

           O Movimento Pró Criança compartilha a arrecadação com outras quatro entidades: a OAF (Organização do Auxílio Fraterno), a Pastoral da Criança, o Movimento Criança Cidadã e a Fundação Terra deArcoverde.

           O feito despertou o interesse internacional e o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância, enviará seu Presidente internacional ao Brasil para ver de perto o extraordinário acontecimento, um exemplo para o mundo.

           Tal receita tornou-se o que há de mais importante para essas entidades, pois além de estável, é permanente. Os demais recursos são temporários, como os provenientes de convênios firmados com Prefeituras, Estados, Federação ou mesmo são frutos de projetos de parceria com empresas do porte da Petrobrás. Estes recursos são limitados pois esses órgãos precisam atender a uma fila de demandas de muitas outras entidades.

           Vale repetir o ditado africano:

          “Gente simples, fazendo coisaspequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças maravilhosas.”

             Assim é o Movimento Pró Criança.

           Assim também é o ROTARY que, de gotinha em gotinha, está a um passo de eliminar a paralisia infantil da face da Terra.

           Está de parabéns o Presidente do MPC (Movimento Pró Criança), engenheiro Sebastião Barreto Campelo e a Arquediocese deOlinda e Recife, na pessoa de Dom Fernando Saburido.

           O Movimento Pró-Criança precisa de braços, de novos talentos,de gente interessada em bem continuar esse bom combate de tirar os menores das ruas. Este é um trabalho árduo, um trabalho que envolve alunos, voluntários e funcionários, além da parte técnica, organizacional, administrativa e financeira. Precisa de pessoas sérias e solidárias, que abracem esta nobre causa, que ajudem a gerir um orçamento superior a R$ 4 milhões anuais, uma enorme responsabilidade e que depende basicamente de projetos e contatos. É um trabalho de formiguinha, “petit à petit”, de persistência, que, se Deus quiser, ainda se estenderá por muitos e muitos anos.

 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

PAZ ATRAVES DO SERVIR


Paz Através do Servir


Considerações a respeito do lema

Alberto Bittencourt – abr 2012



Paz Através do Servir é o lema do presidente eleito do Rotary International para o ano 2012-2013, o japonês Sakuji Tanaka.

A tradução brasileira do original inglês Peace Through Service, optou pela palavra servir em vez de serviço. Qual seria a forma mais correta? Qual seria a melhor tradução? Ou seria indiferente?

Pessoalmente, creio existir uma sutil diferença entre os dois vocábulos, o servir e o serviço. Quero informar, entretanto que,não sendo especialista em filologia, minha opinião é leiga, destituída de embasamento teórico. Sei apenas que oemprego do infinitivo de um verbo como substantivoé bastante comum em nosso vernáculo:o sentir, o andar, o falar.

A substantivação do verbo servir representa ação, movimento, pois este verbo está sempre relacionado com fazer, ter, estar ou sentir.O servir, como substantivo, está mais ligado ao sujeito da ação, enquanto o serviço, também substantivo, está mais ligado ao objeto.

Costumamos dizer que alguém presta um serviço, porém não podemos dizer que alguém presta um servir.

Quando eu digo: eu vou servir, a conotação é diferente de quando eu digo: eu vou prestar um serviço.

O servir dá uma idéia de continuidade da ação que, vem do passado, se realiza no presente e se projeta para o futuro, o tempo todo, não importa onde, através de palavras, pensamentos e atos, gestos e atitudes.

Por outro lado, se eu digo,eu presto serviço, significa que naquele momento eu faço algo limitado no tempo. Prestar serviço é uma ação que tem começo e fim, o que não acontece com o servir, que tem uma abrangência muito maior.

Quando eu digo que presto um certo serviço, significa dizer que ele é determinado, limitado, isolado e compartimentado e que, uma vez terminado, estou pronto para fazer outra coisa ou prestar outro serviço.

Enquanto o servir tem uma conotação dinâmica, o serviço tem uma conotação estática.

Por todas estas exposições de motivos, a tradução brasileira “Paz através do Servirquer dizer que a paz não é posta como um objetivo final, como uma meta a ser buscada, a ser alcançada, nem tampouco um ideal ou uma utopia. A paz é algo que se constrói no dia a dia, num trabalho permanente e contínuo, é uma atitude individual, um modo de vida, uma filosofia, um comportamento, um relacionamento, uma convivência.

Como Gandhi nos ensinou: - Não existe um caminho para a paz. A paz é o próprio caminho.












MANUTENSAO E CONSTRUÇAO DA PAZ

MANUTENSÃO DA PAZ 

 X

CONSTRUÇÃO DA PAZ


Alberto Bittencourt - abr 2012


Existe uma diferença entre os conceitos de Manutenção da Paz e o de Construção da Paz.

As forças internacionais da paz, das Nações Unidas, como a Minustrah do Haiti, têm a função de manter a paz e são exercidas através do Conselho de Segurança da ONU. Sempre que há um conflito e uma ameaça à paz internacional, como ocorreu na guerra da Bósnia e da Líbia, elas exercem o seu poderio bélico para manter a paz. O Brasil tem por tradição integrar essas forças internacionais de paz desde a guerra do YonKypur, entre Israel e os países árabes, quando foi instituída a Força da Paz de Suez. São Domingos, na América Central, e o Timor Leste, na Ásia, foram outras nações que receberam soldados brasileiros integrantes das Forças de Paz da ONU. Graças à atuação dessas forças estão sendo devolvidas à Paz regiões cheias de conflitos, de tensões, sejam de origem étnicas, políticas ou religiosas. A eficiência dessas intervenções tem evitado que os conflitos se prolonguem no tempo e se expandam causando aumento do sofrimento de populações civis, gerando levas de refugiados e de pessoas desabrigadas, acomodadas em acampamentos.

Por outro lado, a Construção da Paz envolve um conceito inteiramente diferente. É prevenção de conflitos a longo prazo, um assunto muito mais complexo. Às vezes, é fácil tomar atitudes bélicas para manter a paz. Para construir a paz, nem sempre é uma decisão simples.

Os orçamentos dos países destinam bilhões de dólares para garantir o aparato militar, sob o pretexto de Manutenção da Paz. Há toda uma estrutura industrial bélica sob o pretexto de exercer o poder dissuasório. Afirmam os belicistas que a manutenção do aparato bélico, da capacidade de destruição, tem a finalidade de desencorajar as pretensões belicosas de vizinhos, assim como a conhecida expressão “Se queres a Paz, prepara-te para a guerra”. Com esta idéia, surgem algumas “operações de manutenção da paz” que geram investimentos de muitos bilhões de dólares

Em contra partida, só se conseguem migalhas para operações de Construção da Paz. Construir a paz é empreender uma ação preventiva. Acontece porém que essas ações preventivas não trazem consigo nem a glória, nem o reconhecimento para quem as executa.

Condecoram-se os generais que vencem as batalhas, mas os realmente importantes são os que evitam a eclosão das guerras. Só estamos acostumados com os resultados concretos, que aparecem nos jornais e na tv, então, se nada acontece, e é exatamente isso que desejamos, aí ninguém reconhece que o fato se deve ao trabalho contínuo, permanente, feito nos bastidores, em pequenas doses e muito abrangentes.

Há um ditado sul africano, Zulu, que diz: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças maravilhosas”. Esses são os verdadeiros construtores da paz.

A paz é um estado da sociedade para qual todo cidadão contribui, a cada instante, na família, na escola, no trabalho, nos parlamentos, nos bares, As possibilidades de paz precisam ser construídas diariamente. A cultura da paz se constrói dia a dia, com justiça, dignidade, igualdade e solidariedade. 

Construir a paz não significa reparar os danos, mas sim evitar que eles se produzam. Isso só é possível com a participação da sociedade civil nessa tarefa e que cada indivíduo se ocupe dela pessoalmente.

O Servir está mais ligado à Construção da Paz, enquanto que O Serviço pode ser mais íntimo da Manutenção da Paz. “A Paz através do Servir” significa construir a paz. É a prevenção, o trabalho contínuo, diuturno, de mudança das condições de vida das pessoas, de aliviar o sofrimento dos oprimidos, dos excluídos, de diminuir as diferenças sociais através da educação, da valorização do homem, do ensino de comportamentos úteis, da prática indiscriminada do bem.

A manutenção da paz pode ser considerada um serviço, para acabar com os conflitos e com a violência, uma vez instalados, ainda que pelo emprego da força e do poderio bélico. Para a Manutenção da Paz no Oriente Médio, foram investidos US$150 bilhões, enquanto que, para Construir a Paz no mesmo Oriente Médio, nem um centésimo disso foi aplicado. Isto porque ela não é um ato de serviço, mas sim uma ação de servir, preventiva, que não traz lucros nem gera dividendos imediatos, posto que ela é uma ação para o futuro, quase invisível e seus efeitos só são percebidos a longo prazo.

Esses conceitos são meus pensamentos a respeito do tema sobre os dois substantivos usados nas duas traduções, lembrando sempre que o servir constitui a essência da filosofia e do ideal do Rotary. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ESPAÇO DA CRIANÇA RECEBE RECURSOS DO GOVERNO DO JAPÃO

 

Na terça-feira, dia 27 de março de 2012, em cerimônia realizada no Consulado do Japão, o Cônsul, sr. Tadayoshi  Mochizuki, passou às mãos da presidente da creche Espaço da Criança – ARH, sra. Núbia Mesquita,  cheque com a quantia de R$151.000,00 para a conclusão das obras de construção da sede.
Estiveram presentes, Patrícia Brenneken, Elodie Clerici e Marlies Krüger da diretoria do MIR - Mulheres Internacionais do Recife, grupo filantrópico que apoia iniciativas sociais; Sondja Beirão, arquiteta do projeto e os rotarianos Alberto e Helena Bittencourt, voluntários à frente da obra da nova sede. A coordenadora do Espaço da Criança, Edna Monteiro, também esteve presente, e com ela quatro crianças da instituição, que levaram presentes em agradecimento ao cônsul.
"É um grande prazer apoiar o Espaço da Criança", declarou o cônsul, acrescentando que, apesar das dificuldades que o Japão enfrenta desde que foi atingido pelo terremoto e pelo tsunami ano passado, o governo e o povo japonês não abriram mão de tais gestos humanitários, que estreitam "os tradicionais laços de amizade entre Japão e Brasil", detalhou. "É importante apoiar crianças que se encontram em situações precárias, e isso nos quatro cantos do mundo", completou.
A creche Espaço da Criança funciona há mais de vinte anos em imóvel alugado, no bairro da Boa Vista, onde atende cerca de cem crianças de seis a dezoito anos, das famílias carentes da comunidade dos Coelhos. Com a ajuda de benfeitores nacionais e internacionais, iniciou a construção de nova sede em terreno próprio, adquirido há oito anos.
A obra deverá estar concluída dentro de três meses. O projeto, em dois pavimentos, contempla salas de aulas, cozinha, refeitório, despensa, secretaria, almoxarifado, instalações sanitárias, área para recreação e jogos, tudo legalizado e aprovado pelos órgãos competentes.    
Para Núbia Mesquita, a atitude solidária nipônica é uma mostra da nobreza da sua gente. "Vemos nessa vontade de ajudar um sinal de um povo resiliente, cooperativo e que sabe o que é estar sofrendo necessidades", respondeu a presidente, que espera poder, com os recursos doados, ajudar mais crianças no futuro. Esperança essa que se concretizará sem atraso, na previsão de Patrícia Brenneken. "Temos acompanhado a seriedade do Espaço da Criança e sabemos que o dinheiro será muito bem empregado", disse a presidente do MIR, agradecendo também ao governo e povo do Japão.
O governo japonês se envolveu com o Espaço da Criança a partir de junho de 2010, logo após a instituição ter sido vítima de um roubo e atos de vandalismo. O episódio fora veiculado na imprensa e chamou a atenção do assessor para projetos sociais, Takesi Konno, que apresentou à instituição a possibilidade de parceria com o governo do Japão. A ajuda estrangeira chegou em hora perfeita, na avaliação da presidente Núbia. "Vocês foram uma resposta de Deus para nós", afirmou.