O PODER MODERADOR DO EXÉRCITO AO LONGO DA HISTÓRIA Alberto Bittencourt - junho de 2023
Comentários em referência aos textos abaixo:
Cristovam Buarque, engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário, e político brasileiro, sem dizer uma só vez o nome de Gilberto Freire, cita repetidas vezes a metáfora da Casa Grande e da Senzala, ao referir-se à dicotomia do Brasil dividido entre riqueza e pobreza. Dicotomia essa que faz deste país uma Belindia, usando o termo cunhado pelo economista Edmar Bacha. Ou ainda a Mirabiseria, mistura das terras - Mirabilândia, terra dos sonhos, e Miséria, expressões de minha própria autoria.
Buarque, ao se referir à formidável migração dos campos para as cidades, ocorrida no Brasil em trinta anos, de 1950 a 1980, que elevou a a taxa de urbanização de 30% para 80%, enquanto na Europa e outros continentes esse fenômeno levou cem anos, esqueceu-se de dizer que os centros urbanos, transformados em megalópoles, não estavam aparelhados para absorver tão grande fluxo de pessoas, sendo essa a principal causa da violência urbana, chegada a patamares de 60 mil mortes por armas de fogo ao ano no Brasil e há décadas estacionada no patamar de 40 - 50 mil homicídios anuais.
No que se refere à participação do Exército na história do Brasil, Buarque demonstra uma visão limitada e estreita, ao reduzi-la apenas aos 21 anos de ditadura militar.
Plasmado nas hostes dos cambalachos petistas, Buarque deturpa a verdade dos fatos, omite a realidade do progresso que fez o Brasil saltar nesses 21 anos de governos militares, do 40° lugar para o 10 lugar na economia mundial.
Ao referir-se a Caxias, o político esquece que devemos ao grande general, cognominado “O Pacificador” a unidade territorial brasileira, enquanto a América Latina se fragmentava em diversas republiquetas.
Gilberto Freire reconheceu, em memorável conferência proferida na ECEME, nos idos de 1948, há 75 anos, portanto, o poder moderador do Exército, exercido ao longo da história do Brasil. Só que na época da conferência, ainda não existia a expressão - “poder moderador “ . FREIRE chamou de “Força de Coordenação de Contrários” . Ou “Coordenador de Tendências Diversas”. (pag18)
Buarque finge não saber que uma nação onde não vigoram a lei e a ordem, não se sustenta.
Em lugar de bloquear uma trajetória populista e pseudo desenvolvimentista, a deposição de Jango interrompeu a anarquia, caminho aberto para a ditadura comunista que se prenunciava.
Voltando à conferência de Gilberto Freire, ao se recusar a ser um mero “capitão do mato”, ou seja, um sub-exército, caçador de escravos fugitivos, o Exército Brasileiro assumiu a responsabilidade de ser o coordenador pacífico, ciente de que “O Brasil somos todos nós”, ao contrário ao ordenador violento e arbitrário representado pela autocracia hoje vigente, do poder judiciário.
Cada vez que um dos ministros togados, atropela a Constituição e proclama uma decisão monocrática, o Brasil retorna aos tempos do absolutismo monárquico, de Luís XIV, rei francês que proclamou a célebre frase: “L’État c’est moi”.
Esquecem esses mesmos autocratas, que:
A justiça é uma faca de dois gumes. Haverá um momento em que cortará a mão que a empunha.
Significa que a história é farta em comprovar que o ódio e a violência atraem ódio e violência. Então, as cabeças coroadas voltarão a rolar, como ocorreu na Revolução Francesa..
Contra essa anarquia, o Exército Brasileiro se insurgiu em 15 de novembro de 1889. Proclamou a República e impôs a ordem.
Para finalizar, inspirado no Mestre de Apipucos, afirmo, (pag 28), sem medo de errar que
Uma Nação desorganizada não é sadia. É antes, uma nação doente.
O Exército Brasileiro é a única força organizada capaz de se contrapor à anarquia dos costumes, da moral, da ética.