ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

CADÊ O MEU DISTRITO?

 CADÊ O MEU DISTRITO?

Alberto Bittencourt - fev 2024.






COMPANHEIROS.


Participei no dia 31 Jan 24 de uma importante reunião virtual pela plataforma ZOOM.

O tema  foi o lançamento de uma campanha patrocinada pelos coordenadores do DQA, companheiros José Claudinei Rocco e Vera Bertagnoli.

Denominada CAMPANHA BRASIL 60 MIL. Tem por meta alcançar o número de 60 mil rotarianos no Brasil até o dia 30 de junho de 2026.

Muito meritória, a reunião virtual contou com número expressivo de participantes: 378.

Nela ouvimos as palavras inspiradoras do presidente Gordon Mcnally e da presidente indicada Stephanie Urchick. Além dos coordenadores, ouvimos o futuro presidente 25-26, Mario César Camargo e o diretor Henrique Vasconcelos.

A meu ver, a reunião foi rica em motivos inspiradores, porém pobre em estratégias de ações para alcance de tão importante meta.

O grande desafio citado, consiste em colocarmos um membro a mais por clube por semestre.

Mas, cadê as ideias, os planos de ação, as sugestões criativas novas e antigas?

Cito um exemplo:

Um presidente reuniu o clube.  Após uma inspirada palestra sobre a necessidade de aumento do QA, distribuiu a cada companheiro um pedaço de papel. Pediu que cada um escrevesse os nomes de três companheiros que preenchessem os requisitos para serem rotarianos.

Quais seriam esses requisitos?  O Conselho de Legislação de 2016, estabeleceu apenas três:


            1• Bom caráter

            2• Reputação ilibada.

            3• Vontade de servir.


Reunidos os papéis com os nomes dos indicados, o clube, por inteiro saiu em campo na busca desses possíveis novos companheiros.


Note-se que não se fala mais em recrutamento, mas em atração. Também não se menciona mais a palavra retenção. Em seu lugar a palavra usada agora  é engajamento

Enquanto atração significa despertar interesse, motivar, cooptar, engajar significa servir, trabalhar, agir, mobilizar, comprometer.


O mesmo CON - 2016  definiu o que seria um novo Rotary, com as palavras de ordem: inovação, flexibilidade e criatividade

Inovação está ligada a mudança. Para inovar, é preciso mudar. O escritor César de Souza, autor do livro "Você é do Tamanho dos seus Sonhos" criou o neologismo inovança, ciente de que não existe inovação sem mudança.


São palavras de James Hunt, autor do best seller  O MONGE E O EXECUTIVO : 


INSANIDADE é querer obter resultados diferentes e continuar fazendo a mesma coisa, do mesmo jeito, sempre.


Nota-se que a linguagem empregada pelos palestrantes continua a mesma, incapaz de mobilizar, de criar ações, despertar emoções.


ONDE ESTAVAM OS COMPANHEIROS DO D. 4500? POUCOS PARTICIPARAM.

Senti-me solitário, isolado.

Algo preciza mudar.

Ideias brilhantes como a desta reunião podem se perder pela falta de interesse e motivação.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

REFLEXÕES SOBRE O R

 

REFLEXÕES SOBRE O ROTARY NO BRASIL


                                                                     Alberto e Helena



Alberto Bittencourt -
29 abr 2015
Fragmentos de meu diário.

 

1.     Por que os profissionais jovens não têm interesse no Rotary?

Eles não querem fazer parte de um clube que não faz nada, sequer possui   um plano anual de gestão para debater e seguir.

A maioria não sabe o que significa, nem  quais os objetivos do PLC - Plano de Liderança de Clube.

As Comissões Executivas dos clubes  não se reúnem e tampouco funcionam. 

Os presidentes dos clubes, na maioria, desconhecem inteiramente a sua missão. Em geral, os PETS - Seminários de Treinamento de Presidentes Eleitos -  são feitos apenas para cumprir o cronograma do Rotary.

Muitas vezes o presidente foi eleito apenas para tapar um buraco e o clube empurrar com a barriga, mais um período de gestão rotária.

Protocolo, Tesoureiro e Secretário em geral são apenas figuras decorativas. 

O governador deve exigir dos presidentes o seu Plano de Gestão. Este deve ser feito em reunião conjunta do presidente com sua diretoria.  Não confundir exigir com pedir. Se pedir, ninguém faz.

Quem quiser ser rotariano, tem obrigação de cumprir e seguir  as normas e regulamentos do Rotary International. O Rotary, antes de ser um clube de amigos, é um clube de serviços. 

O jovem não está desmotivado para ingressar no Rotary. O que não o atrai é a pouca ou nenhuma capacidade de inovar de nossa organização. Inovar no sentido de provocar transformações sustentáveis na vida e no futuro de pessoas e comunidades.

O que podemos oferecer ao jovem, em troca de seu dinheiro e tempo?  

Que podemos oferecer em  troca de mensalidades que, hoje, em 2015, já podem chegar aos R$200,00 além de uma reunião insossa, sem objetivos, sem realizações? 

Alguns rotarianos reagem até com brutalidade quando são abordados para contribuir com algum valor para a Fundação Rotária, como aconteceu agora no meu clube, quando da oferta de bilhetes de rifa, lançados pelo governados do Distrito. 

Os jovens não vêm sentido na hierarquia do Rotary, quando não existe um propósito explícito e concreto para atender a alguma demanda da sociedade.

 

2.     Como mobilizar os companheiros para praticar ações do Rotary na comunidade?

Desenvolver compromissos para a melhoria da comunidade. 

Promover Rotary Days > mutirões de ações em benefício da comunidade, por exemplo, deixar a escola mais limpa e bonita.

Mostrar para a comunidade que praticamos o trabalho voluntário.

Promover o desenvolvimento sustentável > preservando a natureza e o meio ambiente, o que é diferente de realizar projetos sustentáveis.

Participar de diretorias de associações de classe. Eu, por exemplo, participei da ADEMI - Associação das Empresas do Mercado Imobiliário, do SINDUSCON -  Sindicato da Indústria da Construção, do SECOVI - Sindicato dos Corretores e Condominios.

O Rotary tem o compromisso com a melhoria da qualidade de vida das comunidades. Quanto mais comprometido e organizado for o grupo,  maior a dedicação dos seus membros.  

O Rotary tem quase cem anos  no Brasil (O RC Rio de Janeiro foi fundado em 1923). Os últimos 25 anos foram os mais difíceis para o desenvolvimento do Rotary no Brasil. Aqui, a partir da década de 90, ocorreu um grande crescimento e amadurecimento das ONGs.

Em virtude principalmente do processo de redemocratização brasileiro, as ONGs europeias, ligadas ou não a igrejas católicas ou evangélicas, passaram a investir alto na formação de lideranças nos movimentos sociais. 

Universidades como USP e FGV passaram a oferecer cursos de formação em gestão de ONGs. O governo federal passou a comprar servicos oferecidos pelas ONG, que nas décadas anteriores se fortaleceram recebendo subsídios de organizações internacionais.

 

3.     Características do desenvolvimento comunitário no Brasil:

Aumento do número de ONGs

Despertar para os direitos humanos e  constitucionais, com a institucionalização  de organismos jurídicos tipo::

     ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
CDC - Código de Defesa do Consumidor
Estatuto do Idosos
Lei Maria da Penha. 

O Estado Brasileiro se fez mais presente na vida dos pobres e, em consequência, eles não mais dependem só da ajuda dos clubes de serviços.

O desenvolvimento econômico do Brasil provocou o envelhecimento dos clubes do Rotary que passaram a ter dificuldades em atrair pessoas mais  jovens.

Os clubes deixaram de investir na valorização e na ética  profissional. Deixaram de chamar a atenção para as responsabilidades técnicas dos profissionais.

Os profissionais deixaram de ter no Rotary o status que antes lhes garantia algum benefício social. No Brasil, há 30 ou 50 anos, ser rotariano era sinal de status, pois o Rotary era poderoso financeiramente.

Hoje, há muitas organizações locais do Terceiro Setor, que agregam muito mais recursos que um Rotary Clube.

Por outro lado, Rotary Clubs não se prepararam para os desafios dessas mudanças.

 

4.     Que quadros se apresentam hoje, nas grandes cidades?

Rios contaminados, poluídos, secando, pelo desmatamento das áreas nascentes. 

Doenças já erradicadas, como a febre amarela, o sarampo, a dengue e a hanseníase, estão voltando mais fortes. 

Novas doenças como a zica, chicungunha, se propagam, fruto do aquecimento global. 

Sem falar na pandemia da Covid-19, destruindo centenas de milhares de vidas.

As escolas públicas formam analfabetos funcionais, conforme resultados das provas do ENEM.

Monumentos públicos são destruídos e roubados pela sanha de vândalos, abandonados que são pelas autoridades constituídas.

As cidades acumulam lixo por toda parte.

Há falta de ética nas relações profissionais.
Há falta de civilidade nas relações sociais. 
Há falta de respeito humano no trato com as diferenças e minorias sociais. 

A violência entre a juventude nem-nem,  que nem estuda, nem trabalha, virou uma endemia nacional. Oitenta por cento dos assassinatos por armas de fogo no país vitimam jovens de menos de 24 anos de idade, pobres, de cor parda ou negra, do sexo masculino. 

As distâncias urbanas e deficiências no transporte público levam os jovens a terem que tomar dois ou três modais e a demorarem mais de duas horas nos  deslocamentos entre a casa e o trabalho. 

Há escassez não apenas de transporte, mas principalmente de saúde pública, moradia e segurança. 

Há disseminação de fraudes na gestão pública, em todos os setores, desde uma pequena prefeitura do interior, até nas grandes capitais. 

Falta um projeto institucional que desperte o ideal de servir, funcione como uma causa e uma bandeira  entre os voluntarios  do Rotary. 

Vejam o documentário SAL DA TERRA sobre a obra do fotógrafo da ONU, Sebastiao  Salgado. Um exemplo a ser seguido por todos.

 

5.     PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR:

1.      Por que nossos filhos, genros, noras, não aceitam participar do Rotary?

2.      Por que profissionais jovens não se interessam em participar do Rotary?

3.      Eu continuo rotariano, muito menos pelo que representa o grãozinho da doação  de mim mesmo, do que em função das ações de meu Rotary Club.


Parodiando o título da palestra de Cezar Romão: Seja protagonista de seu futuro, conclamo o rotariano de hoje:

              SEJA PROTAGONISTA DO FUTURO DE SEU ROTARY CLUB.

 


sábado, 22 de agosto de 2020

NOS ENCONTROS, A PAZ

NOS ENCONTROS, A PAZ

Alberto Bittencourt 23 fev 2016 - fl 22/16 


Rotarianos do Distrito 4500 - unidos pela paz 

Paul Harris reuniu três amigos e fundou o Rotary porque se sentia só na grande Chicago. Os objetivos iniciais foram o companheirismo primeiro e a mútua ajuda profissional (em segundo lugar). Somente depois é que a prestação de serviços foi introduzida. 

 Na minha opinião, a grande obra do Rotary é a promoção de encontros. É dos encontros, e não dos desencontros que se faz  a PAZ. Eu não conheceria ninguém nesta reunião se não fosse o Rotary. Dos encontros, surge a paz. Pessoas de diferentes países e regiões geográficas, de costumes e tradições, raças e idiomas, religiões, hábitos e culturas diferentes, quando se encontram no Rotary, desaparecem todas essas diferenças. 

 É dos encontros e não dos desencontros que surgem os relacionamentos, o companheirismo, a união, as amizades. Daí a importância da frequência às reuniões do Rotary. As plenárias de determinado clube podem ser chatas, repetitivas, monótonas, mas é ali que nos encontramos uns com os outros. Desses encontros emana a paz. Nesses encontros afloram os conhecimentos. Esse conhecimento nos torna familiares, amigos. Daí surge a confiança que passamos a ter uns nos outros. 

Dos encontros resulta a singularidade dentro da diversidade. A diversidade faz com que os seres humanos sejam diferentes, uns dos outros, entre os mais de sete bilhões existentes na Terra. A singularidade faz com que cada um seja único, que não exista outro igual. Dos encontros surge a união, a força, a sinergia, que é a energia do coletivo, sempre maior que a soma das energias dos componentes. Desses encontros surgem as ideias que se trocam. Das ideias trocadas vem a ação. Das ações se constrói a paz. Da paz emana um mundo melhor, com menos sofrimento, menos miséria, menos injustiça social.   

Por essa razão Paul Harris fundou o Rotary. Por isso eu entrei no Rotary. Ao assistir, por acaso, a um programa de entrevistas na rede Bandeirantes de televisão, no início dos anos 80, conduzido por Ziraldo, em que o entrevistado era Dom Helder Câmara, ante a pergunta:

 _Padre Helder, que conselho o Sr. dá aos nossos telespectadores, o que cada um poderia fazer para mudar esse estado de sofrimento, de violência, de miséria, de injustiça social, que permeia a sociedade, o que cada um poderia fazer para mudar o mundo? 

Dom Helder respondeu com apenas três palavras: 

_Não fique só!.  Foi a resposta de Dom Helder

Paul Harris também se sentia só na megalópoles de Chicago. Ele fundou o Rotary, com o objetivo primeiro de promover encontros onde, em cada encontro, se constrói um mundo de paz. De paz interior, paz social e paz ambiental. A paz não é apenas ausência de guerras. Paz é atitude, é compreensão, é entendimento, é harmonia, é solidariedade e compaixão. Paz é bom senso. Paz é a Prova Quadrupla Rotária. A paz não está no fim do caminho. GANDHI disse que a paz é o próprio caminho. A paz se constrói no dia-a-dia. A paz é construída em cada encontro. 

Para muitos, o Rotary é a última oportunidade de fazer novos amigos. Você vai desperdiçar essa chance? Vai deixar o cavalo passar selado na porta de sua casa? Aproveite. Junte-se a nós. Venha trocar ideias. Vamos , juntos, partir para ações construtoras da paz. Vamos mudar o mundo. Transformar as pessoas, mudar o futuro de crianças, dos jovens em situação de risco, dos idosos, enfermos, pessoas que não têm fé, nem Esperanca. Vamos recriar o alento nos desalentados. O Rotary te chama. 

VENHA, 

JUNTE-SE A NÓS.

NÃO FIQUE SÓ! 

DOS ENCONTROS SURGE A PAZ!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

DINÂMICA DO QUADRO ASSOCIATIVO


DINÂMICA DO QUADRO ASSOCIATIVO
Alberto Bittencourt






Sentados em almofadas na varanda da casa serrana, um pequeno grupo de companheiros de um mesmo Rotary Club, aproveitou o final de semana para fazer uma dinâmica sobre o Quadro Associativo. O objetivo era fazer uma tempestade de idéias, esmiuçar o velho tema, tão antigo quanto atual, na busca de novas teses para tentar reverter um viés de baixa, uma certa tendência declinante do número de sócios.

Rodrigo, dono da casa, convocador da reunião, presidente do Rotary Clube, assumiu naturalmente o papel de líder. Interessado em buscar soluções inovadoras para melhorar a performance de seu clube, chamou alguns companheiros que lhe estavam mais próximos. Acorreram Maria, Sílvia, Paulo e Carneiro.

Maria, a despeito de ser atuante e participativa, em geral tem sempre algo a reclamar, alguma coisa para criticar. 

Sílvia é uma rotariana exemplar. Proativa, eficiente, sabe planejar e organizar. Toma iniciativas, tem criatividade, está sempre disponível para o trabalho.

Paulo, dá preferência quando o assunto é festa. É o amigo de sempre, a presença indispensável nas reuniões de companheirismo. 

Carneiro tem um temperamento mais retraído. Nunca falta, porém jamais subiu à tribuna do clube. Quieto, reservado, está sempre pronto para colaborar, seja em trabalho, seja em companheirismo.

O tema suscita interesse, desperta atenção e participação dos cinco rotarianos. Faz com que cada um apresente um diagnóstico, formule a receita, emita sua opinião, proponha o tratamento que julga mais adequado.

O presidente Rodrigo colocou a bola em campo, deu o pontapé inicial: _O Quadro Associativo é como se fosse um campeonato de futebol. Cada sócio que deixa o clube, é um gol que o time leva e cada novo sócio que entra, é um gol que o time faz. O presidente é o técnico, a ele cabe traçar estratégias, definir as táticas de cada jogo, com vistas ao campeonato do ano rotário. A meta do presidente do RI é que cada clube vença por pelo menos um gol de vantagem. Se isso ocorrer, os times do Rotary International, ganharão, ao final do ano por um saldo de gols superior a 32.000 novos sócios.

A companheira Maria cortou: _Impossível acontecer. A cada ano pulam fora pelo menos 10% dos sócios de clube. O Rotary International perde por ano mais de 100.000 sócios no mundo. Além disso 50% dos sócios que entram, deixam o clube nos três primeiros anos.

Carneiro completou: _Realmente, acho muito difícil alcançar a meta. Teríamos que colocar no clube, a cada ano, pelo menos 10% do efetivo mais um.

_Mas o que então é que se pode fazer? Perguntou Rodrigo.

Quem respondeu foi Sílvia: _Pelo que foi dito, o técnico, que é o presidente do clube deve se concentrar primordialmente em fortalecer a defesa, na retenção dos sócios, a fim de evitar tomar gols. Se conseguir evitar a evasão, então creio que teremos a chave da questão, teremos encontrado a solução.

Carneiro completou: _Se o técnico ou os líderes do clube forem bons, organizados, competentes, os índices de retenção se elevam e o clube se fortalece. Ao contrario, se os líderes do clube forem fracos, desmotivados, os índices de retenção tendem a ser baixos. 

_Muito bem, disse Rodrigo, estamos caminhando bem.

Paulo acrescentou: _Acho que a rotatividade dos sócios é uma coisa normal e natural. Muitos dos que entram em um clube de Rotary não têm o perfil adequado, vêm mais para satisfazer à curiosidade. Podem também ser daqueles que entram na tentativa de levar alguma vantagem profissional, conseguir clientes para seus negócios. Como não têm a vocação do trabalho em favor do próximo, acabam deixando o clube na primeira oportunidade.

Rodrigo contestou: _Acredito que as principais causas da evasão de novos sócios sejam: a presença de líderes desmotivados, o custo elevado e a escassez de bons projetos. Por outro lado, penso que o principal fator de retenção do sócio é o ambiente de companheirismo e de camaradagem que deve prevalecer acima de qualquer circunstância.

_Sim, disse Carneiro, para motivar o clube precisamos baixar o custo Rotary, e empreender projetos úteis e criativos nas comunidades que assistimos. 

_É importante sair da rotina, explorar novas idéias, diversificar o Quadro Social, com a entrada de pessoas mais jovens e de mulheres. E o ambiente das reuniões tem que ser o mais alegre e comunicativo possível, em que todos participem, para que todos possam dar o seu palpite, a sua opinião, usar a tribuna, falar, arrematou Sílvia.

Rodrigo retomou: _Como conseqüência teremos um ambiente sadio de companheirismo e camaradagem, de alegria e amizade, que deve prevalecer acima de todas as questões, só assim teremos um clube eficiente e um Quadro Social forte.

_Mas por que a maioria dos clubes tem tanta dificuldade em entrosar as mulheres no seu Quadro Social? Perguntou Maria.

_Aí está outra questão importante, disse Sílvia. As mulheres não se entrosam por que às vezes fica difícil para elas encontrar o seu espaço, não se sentem à vontade no clube.

Foi a vez de Carneiro: _A maioria dos rotarianos não integra a esposa nos eventos rotários. Tampouco a convida para ir ao clube. Conheço um companheiro que estranhou quando a esposa tomou posse em outro clube. Questionada pelo marido, ela respondeu: "Você nunca me convidou!"

_No meu entender, um clube só pode ser forte se tiver 50% de homens e 50% de mulheres, todos integrados, disse Sílvia 

O presidente completou: _As esposas poderiam ser todas sócias do clube. Fiz uma pesquisa e verifiquei que 95% das damas rotárias têm profissão definida, independente da atividade do marido. Quando o marido é empresário, tem um pequeno comércio, uma firma, geralmente a esposa é sua sócia. Então ela tem no mínimo a mesma profissão, é também empresária. Assim, todas as damas rotárias poderiam se associar ao Rotary, sem problemas.

Sílvia: _Em resumo: precisamos aumentar o número de mulheres em nossos clubes, para que alcance a pelo menos 50% do Quadro Social. 

Carneiro completou: _Do contrário, quando nos dermos conta, a velhice terá chegado. Ficamos nesse chove não molha, o tempo passa, 15, 20, anos e tudo continua como dantes, no quartel de Abrantes. Se o clube envelheceu, a idade média chegou aos 60 anos, ninguém tem disposição para mudar mais nada.

Maria interveio: _Na minha opinião, o principal fator do afastamento dos sócios é o custo financeiro. Queiramos nós ou não, o Rotary tornou-se caro para a classe média que perdeu grande parte do poder aquisitivo. Poucos hoje em dia podem pagar 80, 100 reais por mês, fora as taxas extras. 

Paulo retrucou: _Entretanto, as três contribuições obrigatórias, que são a per capita do RI, a per capita do governador e a revista Brasil Rotário, somadas e divididas por doze, dão menos de 30 reais por mês.

Foi a vês de Sílvia: _O problema é que os clubes não se capitalizam previamente para, chegada a hora, ter o dinheiro das taxas. Todos nós sabemos que as per capitas de RI vencem em 1º de janeiro e 1° de julho de cada ano. Ora, essa taxa deveria ser capitalizada antes, mês a mês para os clubes pagarem sem dificuldades na data do vencimento. Mas ninguém faz isso. É costume deixar para os últimos dias, próximo da data fatal, quando o stress toma conta, e não raro o presidente bota a mão no bolso para completar o montante. 

O presidente acrescentou: _É muito fácil fazer um planejamento orçamentário, só que ninguém faz. O tesoureiro do clube tem obrigação de levar em conta todas as despesas. 

Maria interveio: _Há clubes pequenos, do interior que, se colocarem essas despesas no orçamento mensal, perdem todos os sócios, pois a mensalidade ficaria acima das possibilidades da maioria. Eles têm que promover eventos para suprir essas quantias. 

Aí foi a vez de Carneiro: _Alguns clubes têm muitos problemas com companheiros que tomam posse e deixam de cumprir os compromissos de freqüência e pagamento, prejudicando os demais companheiros, sobrecarregando-os com o ônus financeiro da sua per capita não paga.

Carneiro afirmou: _Conheço um clube que criou a figura do sócio em estágio experimental. Ele começa a ser convidado para freqüentar o clube, porém só vai tomar posse, receber o distintivo, depois que ficar comprovada a sua qualidade e o perfil de rotariano.

_O que é uma boa solução, disse Sílvia. Todos os clubes deveriam adotar esse procedimento. Evitaria muitos problemas.

O líder então colocou a questão: _Em resumo, de tudo o que se discutiu aqui, qual seria a solução para resolver a questão do Quadro Social?

Paulo completou: _Numa empresa, três coisas retêm o empregado, nessa ordem: perspectiva de carreira, ambiente de trabalho e salário. Como não temos perspectivas de carreira em Rotary, nem tampouco salário, resta o ambiente de trabalho como fator motivador para que o rotariano sinta prazer em comparecer às reuniões, ainda que rotineiras, pelo simples prazer de estar junto. Então serão todos membros de uma só família, a Família Rotária.

Sílvia tomou a palavra: _Estamos acertados então, que o que pode reduzir a evasão e baixa de sócios é o ambiente de companheirismo e de camaradagem, seja nas reuniões plenárias, seja nos eventos e trabalhos desenvolvidos pelo clube. Mas e quanto à admissão de novos sócios? Há clubes pequenos, com um número reduzido de sócios, que não conseguem evoluir. Conheço alguns clubes, que até desempenham um bom trabalho em suas comunidades, mas cujo quadro social nunca ultrapassa a marca dos 10 a 12 sócios. Como fazer para melhorar esse número?

_É verdade, completou Carneiro. Um clube com 10 sócios não tem nem platéia para receber um palestrante. Termina na mesmice de reuniões rotineiras que nada acrescentam, até que alguma divergência se instale e decrete o fim.

Maria acrescentou: _Eu considero esse número extremamente perigoso. Qualquer divisão, no clube pode ser fatal. Na minha opinião o número mínimo de companheiros para se ter um quadro social estável é 30. Abaixo desse número, a situação se torna perigosa.

O líder interferiu: _Agora, nunca esquecer que antes da amizade, é preciso ver se o convidado tem o perfil de honestidade, liderança, ética e sabe viver e participar de atividades em grupo, de uma coletividade.

_Exatamente, disse Carneiro. Contam sempre a história de um clube que contratou uma empresa de marketing para selecionar na sociedade, nomes de pessoas com potencial para fazer parte do clube. A empresa fez a pesquisa, elaborou um formulário e terminou identificando uns cem nomes, que entregou ao clube. O Conselho Diretor filtrou e convidou a metade para visitar e conhecer o clube e terminou por admitir cerca de 20 novos companheiros. Foi um trabalho bem sucedido em que se contratou uma empresa, mas esse trabalho de pesquisa e levantamento de nomes poderia ter sido feito pelos próprios companheiros, sem o profissionalismo da empresa, evidente, mas com iguais resultados.

Disse Maria: _Outro clube espalhou outdoors pela cidade com um convite para pessoas de bem, profissionais, líderes em suas atividades, interessadas em dar a sua contribuição na melhoria das condições de vida de quem precisa, em trabalhar para ajudar ao próximo, que visitassem o Rotary Club, se juntassem aos rotarianos para, como parte de uma coletividade, melhor pudessem desempenhar esse papel.

Conheço outro clube que fez a mesma coisa, só que pela internet, falou Paulo.

O presidente interveio: _Acho válido. Podemos usar também as rádios locais, comunitárias, para divulgar os trabalhos do clube e, ao final, convidar os ouvintes para conhecerem o Rotary. Um presidente de clube do interior me disse que ao final de uma entrevista a radio recebeu telefonemas de pessoas interessadas em conhecer o clube e se integrarem nesse trabalho.

Aí Sílvia falou: _Você disse bem. Mas é preciso divulgar o que o clube faz, dar visibilidade aos feitos do clube, isso hoje tem um nome, chama-se "Imagem Pública do Rotary". E isso começa por nós, dentro dos nossos clubes.

_Quem não mostra o que faz, não fez, disse Maria.

_Sim, interveio Carneiro. É preciso fazer estardalhaço, colocar bandeiras, faixas, carro de som, foguetório, fanfarra, os jovens e rotarianos usando as cores do clube, seja na inauguração de um projeto, no lançamento de uma campanha de vacinação, ou em qualquer evento. É preciso gritar, manifestar entusiasmo. Então qualquer pessoa que passe nas proximidades, vai perguntar: "Que está ocorrendo ali? Qual o motivo de tanta festa, de tanta alegria?" Alguém vai responder: "É o Rotary que está trabalhando para mudar o Brasil, que está eliminando a paralisia infantil da face da terra".

Paulo acrescentou: _ É a história do ovo da galinha e da pata. O ovo da pata é maior, mais nutritivo e mais barato do que o da galinha, mas este é que vende, porque a galinha carcareja e grita, mostra ao mundo o que faz, enquanto a pata bota ovo calada.

_Sim, disse Carneiro. O clube tem que interagir com a sociedade, não pode se fechar entre quatro paredes. Tem que ser aberto, transparente. Visibilidade é a palavra de ordem neste segundo século da existência do Rotary.

_Só assim, prosseguiu Carneiro, ele vai despertar interesse nas pessoas em se associar, em ingressar no Rotary. Do contrário, permanece sempre aquele mesmo grupo de velhos confrades a se reunir semanalmente para fazer sempre a mesma coisa, trocar sempre as mesmas idéias, sem nada de novo a acrescentar. Para que haja renovação das idéias, é necessário sangue novo, novos sócios, jovens, mulheres, pessoas de bem.

Sílvia se antecipou: _Acho que devemos começar pelos jovens. Incentivar os clubes a terem seus Rotaract e Interact Clubs ativos, fontes supridoras que são de novos sócios. Chamar os ex-intercambistas, os ex-bolsistas da F.R., pessoas que tiveram contato com nossa organização.

Carneiro continuou: _É importante chamar as pessoas em grupos, de modo que elas possam entrar com peso, sentirem-se fortes, importantes, atuantes. As esposas primeiro, depois as profissionais, mulheres de negócios, empresárias. Se elas vierem aos poucos, terminam não se entrosando e acabam deixando o clube. Que venham com seus amigos, seus colegas, pessoas de seu conhecimento e de suas relações. Desse modo, já terão um ambiente favorável, não se sentirão deslocadas.

Maria interferiu: _Não basta isso. Como manter esse pessoal no clube? 

Carneiro respondeu: _Dar-lhes trabalho, missões, funções. Isso é primordial. Quem entra no Rotary quer ser útil. O presidente do clube tem que atribuir funções, cobrar, ajudar a bem se desempenharem.

_E dar informação rotária também, disse Paulo.

_Mas é claro, falou Carneiro. Ninguém ama aquilo que não conhece.

É verdade, disse Rodrigo. Do contrário, vamos ficar sempre jogando a responsabilidade para cima do Rotary International, esperando que o RI faça isso, faça aquilo. Quem quer trabalhar faz, não fica esperando. Um velho chefe militar, sempre me dizia o seguinte:


"uns querem e não podem,
outros podem e não querem,
nós que queremos e podemos,
damos graças a Deus."

_De acordo, disse Rodrigo. Vamos à luta por um mundo melhor, por um Rotary atuante, participante, capaz de mudar o mundo e o Brasil.

_Perfeito. Agora vamos à piscina, que ninguém é de ferro, falou Paulo, encerrando o assunto.








sexta-feira, 22 de junho de 2018

COMO ANDA O QUADRO ASSOCIATIVO DE SEU CLUBE





Alberto Bittencourt, durante o programa semanal ROTARY EM AÇÃO.
na ONE TV, canal 188 da NET


COMO ANDA O QUADRO ASSOCIATIVO DE SEU CLUBE?
Alberto Bittencourt

Para responder a esta questão, procuremos entender primeiro o que é o quadro associativo.
Sabemos que não há limites de idade para ingresso no Rotary. Podem entrar pessoas jovens, maduras ou idosas. Há, porém, requisitos quanto às características comportamentais, no que se refere à reputação, caráter e vontade de servir.
Antes de tudo, é preciso considerar que o quadro associativo é um extrato da classe média, tal qual ela hoje se apresenta, com suas incoerências, suas dúvidas, seus conflitos, suas paixões.
Para traçar um esboço atual do quadro associativo, sigamos o pensamento de um filósofo moderno, o francês André Compte-Sponville.
Ele divide a sociedade em três faixas etárias, para as quais distingue três paixões clássicas principais:
      aos vinte anos, o amor;
      aos quarenta anos, a ambição;
      aos sessenta anos, a avareza.
É claro que existem os jovens avarentos, e os idosos generosos, mas esses são por ele considerados como exceção à regra geral.
Sponville ilustra essas paixões com uma historieta:

Um empresário pede a um funcionário para subir no telhado e fixar uma placa.
Se o funcionário tem sessenta anos, pergunta:
_O telhado é seguro?
O empresário repete a pergunta a outro funcionário, esse com quarenta e cinco anos. 
Ele responde:
_Quanto vou ganhar para subir no telhado? 
Se faz a mesma pergunta a um jovem de vinte e cinco anos de idade:
_Você pode subir no telhado?
Mal termina a frase, o jovem já está no telhado.

Existem muitos conceitos estereotipados. O fato é que os jovens são mais difíceis de atrair, enquanto os idosos são mais difíceis de motivar.
Para entender o quadro associativo, vamos nos fixar inicialmente na faixa etária dos idosos.
Sponville define a avareza, característica dos idosos, como sendo a paixão de guardar e o medo de perder.
A avareza cresce normalmente com ao avançar da idade, diz ele, porque o medo aumenta.
Os jovens sabem que as pessoas idosas se inquietam facilmente. Estas, no entanto, procuram apenas se preservar e, por isso, são mais conservadoras. 
Vem daí o que se convencionou chamar de conflito de gerações. Aliás, quem geralmente tem razão são os idosos.
Com a idade, todos os males se agravam. Se um idoso fica apenas esperando o tempo passar, vai falar só em doenças. O tema preferido são as mazelas. 

Por outro lado, pessoas ativas, melhoram. 
Tenho encontrado, no Rotary, amigos septuagenários que demonstram o quanto é falso o velho paradigma da velhice e da doença. Diria que essas pessoas mais crescem do que envelhecem, porque elas amam a juventude, enquanto outras na sua idade, só a temem ou invejam.

Faça chuva ou faça sol, minha amiga Nevinha, de Campina Grande, levanta-se todos os dias às 05h00, pega o carro, vai até o açude da cidade, onde, em marcha acelerada, dá quatro voltas, completando 5.000m. De volta para casa, faz uma hora de hidroginástica na piscina, com uma professora, a filha e a irmã, após o quê, toma café e parte para uma jornada de trabalho em seu escritório de contabilidade. Nevinha tem mais de 70 anos.
Para citar alguns outros, Eudes, Antonino, Reinaldo, o saudoso e centenário Mattinhos, são pessoas que têm a mesma coisa em comum: eles não se identificam com essas velhas imagens estereotipadas. Eles raramente falam da idade, mas evocam mais facilmente suas atividades, seus interesses, seus projetos para o futuro.

O velho paradigma da velhice e da doença cedeu lugar a uma nova consciência de que o ser humano é a única criatura na face da terra capaz de mudar a sua biologia pelo que pensa e pelo que sente. Um surto de depressão pode arrasar o sistema imunológico. Apaixonar-se, ao contrário, pode fortalece-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantêm saudáveis e prolongam a vida. O desespero e a desesperança aumentam a incidência de ataques do coração e de câncer, encurtando a vida. O estresse libera um fluxo de hormônios destruidores.

O médico psiquiatra francês, radicado nos Estados Unidos e precocemente falecido, vítima de câncer no cérebro, David Servan-Schriber, cita em sua obra uma pesquisa realizada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, quanto à 
Influência dos estereótipos culturais no funcionamento intelectual e físico dos idosos.
Segundo a pesquisa, a professora Becca Levy, em seu laboratório, mediu a memória, o modo de andar, a coerência cardíaca de pessoas com mais de 65 anos.
Em seguida, ela mostrou na tela de um computador, palavras que apareciam tão rapidamente que o cérebro não tinha tempo de registrar de modo consciente. De imediato, ela repetiu os testes. Após palavras de alto astral, como sabedoria, amizade, amor, solidariedade, verificou que a coerência cardíaca e a  memória melhoravam nitidamente e as pessoas passavam a andar mais rápido. Ao contrário, após palavras de declínio, como doença, queda, perda, constatou que a memória piorava, a coerência cardíaca se degradava e eles andavam mais lentamente. 
Eis a razão pela qual devemos acolher nossos companheiros mais idosos com um carinho especial. Um sorriso, uma palavra de apoio, um gesto afável, um abraço, um elogio, certamente irá reacender no coração deles a chama do verdadeiro rotariano que sempre foram. Para entendê-los, basta se colocar no lugar deles. É este o primeiro passo para revigorar o quadro associativo de nossos clubes. E você estará praticando um grande bem.

Tenho presenciado em Rotary, companheiros veteranos, serem tratados com intolerância e discriminação por outros companheiros mais jovens, a ponto de se sentirem tão mal que acabam deixando o clube onde, por mais de 40 anos conviveram, com participação, dedicação e trabalho. Saem deprimidos, ressentidos, o que lhes causa tremendo mal.

Em geral, pessoas idosas são conservadoras, têm opiniões arraigadas, são avessos a inovações, intransigentes quanto às normas e regulamentos. Para esses companheiros, o Rotary de hoje deve ser igual ao de trinta anos ou quarenta anos passados.
A mensagem, é que devemos compreendê-los e tratá-los carinhosamente, reconhecendo neles a experiência e o trabalho de toda uma vida.
Discriminá-los, nunca. Ao contrário, chamá-los para o nosso lado, para estarem presentes, vivenciarem junto conosco as atividades do clube, partilharem nossas alegrias e tristezas, a fim de que se sintam úteis, prestigiados e respeitados.  
Ao meu ver, esse é o primeiro passo para o soerguimento de um Rotary Club.