ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 8 de agosto de 2020

NOSSA CRIANÇA INTERIOR

NOSSA CRIANÇA INTERIOR 
Alberto Bittencourt - abril 2014. Fl 31v/14 








Thich Nhat Hanh, venerável mestre budista, de nacionalidade vietnamita, mentor espiritual de uma comunidade nos arredores de Paris, num local chamado Plum Village, nos exorta a cuidar de nossa criança interior no livro "Prendre soin de son enfant interieur" -Ed. Belfort. 

Ele parte do princípio de que nós carregamos condicionamentos, lembranças, ferimentos, de nossa infância e que estes nos acompanham em nossa vida adulta. Ele nos convida, primeiro a tomar consciência, e depois a empregar técnicas psicossomáticas para curar os efeitos perversos dessa herança. 

O primeiro estágio é mais simples. Basta um pouco de introspecção. Citou um exemplo: 
Um senhor contou-me recentemente que teve problemas com meninos mais velhos quando tinha a idade de nove anos. Ele possuía um pai dominador que o espancava por qualquer motivo, não conversava, não demonstrava afeto e uma mãe submissa e passiva, cuja autoridade exercia contando as peripécias dos filhos ao marido, quando este chegava do trabalho. A pessoa carregava um complexo de inferioridade, de culpa, um sentimento de erro, do qual jamais falou com alguém. O complexo o seguiu durante toda a sua vida, como uma sombra.

Felizmente existem exemplos mais agradáveis. Procurando em seu interior, cada um pode encontrar essa criança que teve que lutar para encontrar seu lugar na vida, descobrir suas verdades pessoais, superar as restrições da educação e do meio, as alegrias e ofensas da vida familiar e escolar. Com certeza nós encerramos muitas personagens: a criança atirada ou isolada, a tímida ou batalhadora, a introvertida ou extrovertida, a racional ou a sonhadora, sem esquecer a presença do pai, da mãe e dos irmãos. Todos se superpõem para tecer o tecido do qual somos feitos. 

Num segundo estágio, Thich Nhat Hanh insiste na possível cura da criança sofredora que vive em nós e que nos causa desconforto, medos, traumatismos que jamais foram curados. 

Essa nossa criança interior pede por vezes por nossa ajuda, mas nós não a escutamos o bastante, diz o mestre vietnamita. 

Ele continua: 
Desde o momento em que tomamos consciência desta criança ferida, é importante que paremos de ignora-la. Daí em diante, nossa compaixão por ela pode crescer e é então, quando nós começamos a gerar a energia da consciência pura

Para gerar essa energia temos as práticas de meditação andando ou sentado, e a da respiração plenamente consciente. Estas são fundamentais. Graças a elas, nós chegamos à sabedoria consciente, presente em cada célula do nosso corpo. Essa energia vai nos acolher e nos curar e, assim fazendo, vamos curar nossa criança interior ferida. Está é seguramente uma boa maneira de nos liberar e de fazer crescer o nosso Ser interior, a verdadeira essência da vida.






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