PÓLIO NUNCA MAIS
Alberto Bittencourt - out 2015
Dias 27 e 28 de outubro de 2015, tive a feliz oportunidade de participar de um importantíssimo seminário denominado PÓLIO NUNCA MAIS, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz - em comemoração dos 21 anos da certificação da eliminação da Polio no Brasil.
Infelizmente a divulgação do Seminário no âmbito do Rotary foi quase nula.
A secretaria de imprensa da Fiocruz mandou um simples comunicado com o programa para a revista Rotary Brasil, na semana anterior ao evento. A revista encaminhou para seus diretores e conselheiros. Eu soube apenas na quinta feira anterior, dia 22 de outubro.
Estavam presentes, da Fiocruz, muitos cientistas, pesquisadores, doutores, médicos sanitaristas, professores, técnicos.
Participaram também membros da OMS - Organização Mundial de Saúde; da OPAS - Organização Panamericana de Saúde; do Ministério da Saúde; e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio.
Estavam também presentes uma cientista argentina e um cubano, ambos autoridades sanitaristas em seus países e que apresentaram um relato da história do combate à Pólio em sua pátrias.
Os rotarianos presentes eram apenas eu, a gov Adelia Villas do D. 4570, com o marido Valter, e dois jornalistas da revista Brasil Rotário que se revezaram na cobertura, além do fotógrafo da revista.
O Seminário teve também a participação do rotariano Wan Yu Chih, do RC Florianópolis, que apresentou um painel sobre o papel do Rotary no combate à Polio no Brasil, intitulado: "21 anos de erradicação da pólio no Brasil":
Wan, que já foi presidente da Subcomissão da campanha da Polio do Distrito 4651 - Santa Catarina, escreveu um livro sobre a História da Poliomielite no Brasil.
A secretaria de imprensa da Fiocruz mandou um simples comunicado com o programa para a revista Rotary Brasil, na semana anterior ao evento. A revista encaminhou para seus diretores e conselheiros. Eu soube apenas na quinta feira anterior, dia 22 de outubro.
Estavam presentes, da Fiocruz, muitos cientistas, pesquisadores, doutores, médicos sanitaristas, professores, técnicos.
Participaram também membros da OMS - Organização Mundial de Saúde; da OPAS - Organização Panamericana de Saúde; do Ministério da Saúde; e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio.
Estavam também presentes uma cientista argentina e um cubano, ambos autoridades sanitaristas em seus países e que apresentaram um relato da história do combate à Pólio em sua pátrias.
Os rotarianos presentes eram apenas eu, a gov Adelia Villas do D. 4570, com o marido Valter, e dois jornalistas da revista Brasil Rotário que se revezaram na cobertura, além do fotógrafo da revista.
O Seminário teve também a participação do rotariano Wan Yu Chih, do RC Florianópolis, que apresentou um painel sobre o papel do Rotary no combate à Polio no Brasil, intitulado: "21 anos de erradicação da pólio no Brasil":
Wan, que já foi presidente da Subcomissão da campanha da Polio do Distrito 4651 - Santa Catarina, escreveu um livro sobre a História da Poliomielite no Brasil.
Tive o prazer de conhecê-lo neste seminário.
Ele conta que foi atraído para o Rotary ao conhecer o trabalho dos rotarianos na campanha. Estudou, pesquisou, deslocou-se ao Rio, entrevistou autoridades, construiu um blog de excelência sobre o assunto, que pode ser acessado pelo link:
Ele conta que foi atraído para o Rotary ao conhecer o trabalho dos rotarianos na campanha. Estudou, pesquisou, deslocou-se ao Rio, entrevistou autoridades, construiu um blog de excelência sobre o assunto, que pode ser acessado pelo link:
Escreveu também por iniciativa própria, um excelente livro sobre a história da Pólio:
Livro de autoria de Wan Yu Chih, do RC Florianópolis |
Wan Yu Chih palestra no Seminário POLIO NUNCA MAIS |
Cartão de visitas do Wan |
O seminário constituiu-se de dois dias de intensas palestras e debates sobre a Polio.
Na ocasião, tive a oportunidade de manifestar opinião de que este seminário deveria se repetir em outros distritos rotários do Brasil, pois apresenta uma visão do ponto de vista científico, epidemiológico e imunológico. Mostra bem a luta e dedicação dessas pessoas quanto à evolução dos tipos de vírus e consequente formulação de novos processos de vacinação.
Ao manifestar minha opinião, disse que, se mais rotarianos estivessem presentes, em número mais representativo, os assuntos tratados poderiam repercutir em seus distritos e estados, o que muito ajudaria na conscientização das pessoas e autoridades.
O Dia Nacional de Combate à Pólio, disse eu, 24 de outubro, foi solenemente ignorado pela imprensa em vários estados da federação.
De fato, todos concordaram.
A ideia da realização de seminários estaduais foi prontamente aceita pela diretoria da Fiocruz que ficou de manter contato para programar a respeito.
Considerei riquíssimo o nível de qualidade do evento. Não foi apenas técnico. Teve relatos históricos de quem vem atuando nessa área desde os anos 70, médicos, doutores, pesquisadores, cientistas, membros da OPAS, e outros organismos internacionais. Testemunhos importantíssimos de coordenadores das campanhas nas principais regiões brasileiras, desde 1980 foram gravados ao vivo, e enviados através de vídeos. Todos os apresentadores fizeram uso de meios auxiliares, com profusão de gráficos, esquemas e resumos em powerpoint.
A finalidade foi apresentar um panorama geral da poliomielite no Brasil após 21 anos da certificação, que ocorreu em 1994.
Deixo aqui registrado meus aplausos para esse jovem companheiro Wan Yu Chih, do RC Florianópolis. É, sem dúvida um grande valor em Rotary, merecedor de todos os nossos encômios. De personalidade modesta e tímida, Wan conhece em profundidade a campanha da poliomielite. Entretanto, não tem recebido missões em Rotary à altura de seus méritos.
Precisamos valorizar mais a prata da casa, reconhecer os verdadeiros valores, aqueles que são desprovidos de vaidades, de carreirismo, interessados apenas em trabalhar em prol da grande obra do Rotary de erradicar a poliomielite da face da Terra.
No seminário, todos os palestrantes foram unânimes em reconhecer e louvar o trabalho do Rotary.
Tenho participado de seminários nacionais e internacionais sobre a Polio. O que diferenciou o atual, foi justamente a parte técnica, apresentada por renomados cientistas. Na minha opinião, o embasamento técnico é necessário para melhor entendimento e compreensão, para uma maior conscientização, motivação e mobilização dos companheiros, no sentido de esclarecer dúvidas e alinhar os conhecimentos.
O Dia Nacional de Combate à Pólio, disse eu, 24 de outubro, foi solenemente ignorado pela imprensa em vários estados da federação.
De fato, todos concordaram.
A ideia da realização de seminários estaduais foi prontamente aceita pela diretoria da Fiocruz que ficou de manter contato para programar a respeito.
Considerei riquíssimo o nível de qualidade do evento. Não foi apenas técnico. Teve relatos históricos de quem vem atuando nessa área desde os anos 70, médicos, doutores, pesquisadores, cientistas, membros da OPAS, e outros organismos internacionais. Testemunhos importantíssimos de coordenadores das campanhas nas principais regiões brasileiras, desde 1980 foram gravados ao vivo, e enviados através de vídeos. Todos os apresentadores fizeram uso de meios auxiliares, com profusão de gráficos, esquemas e resumos em powerpoint.
A finalidade foi apresentar um panorama geral da poliomielite no Brasil após 21 anos da certificação, que ocorreu em 1994.
Deixo aqui registrado meus aplausos para esse jovem companheiro Wan Yu Chih, do RC Florianópolis. É, sem dúvida um grande valor em Rotary, merecedor de todos os nossos encômios. De personalidade modesta e tímida, Wan conhece em profundidade a campanha da poliomielite. Entretanto, não tem recebido missões em Rotary à altura de seus méritos.
Precisamos valorizar mais a prata da casa, reconhecer os verdadeiros valores, aqueles que são desprovidos de vaidades, de carreirismo, interessados apenas em trabalhar em prol da grande obra do Rotary de erradicar a poliomielite da face da Terra.
No seminário, todos os palestrantes foram unânimes em reconhecer e louvar o trabalho do Rotary.
Tenho participado de seminários nacionais e internacionais sobre a Polio. O que diferenciou o atual, foi justamente a parte técnica, apresentada por renomados cientistas. Na minha opinião, o embasamento técnico é necessário para melhor entendimento e compreensão, para uma maior conscientização, motivação e mobilização dos companheiros, no sentido de esclarecer dúvidas e alinhar os conhecimentos.
Alem da abordagem histórica, dois pontos importantes foram abordados:
1) Vigilância.
Essa é uma questão que envolve diretamente o Rotary, por estar dentro de suas metas, mas que ninguém sabe explicar direito o que é, nem como se deve proceder.
Nesse Seminário o tema foi bem abordado. Explicaram em que consiste a vigilância e como estamos atrasados nesse campo, por razões meramente de falta de políticas públicas que lhe dêem a prioridade devida.
A vigilância não significa apenas a verificação dos percentuais de vacinação durante as campanhas. Inclui, antes, a Identificação dos casos suspeitos, a coleta rápida de amostras de fezes e o envio para os centros laboratoriais, para pesquisas e diagnósticos.
Os laboratórios para análise e pesquisa do vírus da poliomielite são sofisticados. Existem apenas 145 no mundo e 03 no Brasil.
Acreditem, o que deveria levar apenas alguns dias, no Brasil, entre a coleta da amostra e a chegada no laboratório, chega a demorar dois meses. O hospital do SUS manda a amostra suspeita para a secretaria de saúde que manda para a Anvisa, que manda para o Ministério da Saúde, que manda para o laboratório credenciado.
Depois o laboratório não consegue identificar se é Polio ou não. Confunde frequentemente com a Síndrome de Guillain-Barré ou outras doenças como meningite.
Há casos em que o laboratório recebeu a amostra há mais de um ano e ainda não conseguiu diagnosticar, apesar do paciente apresentar todos os sintomas característicos da Polio, como a paralisia flácida aguda assimétrica das pernas, etc.
Aprendi coisas importantes que não são normalmente veiculadas nas palestras a que tenho assistido. Você sabia, por exemplo, que o assunto poliomielite está fora da grade curricular de todas as faculdades de medicina do Brasil? Que os atuais médicos residentes desconhecem totalmente o que seja a poliomielite? Que o conhecimento da doença está restrito aos sanitaristas da Fiocruz? Ouvi a seguinte pergunta: Como é possível manter a vigilância desse jeito?
2) Síndrome do Pospolio.
Esse é outro problema seríssimo. Foi apresentado pelas próprias vítimas que estavam presentes. Eram cerca de quarenta cadeirantes. Essa pessoas vítimas da poliomielite há trinta ou quarenta anos, voltam a sentir os mesmos sintomas que sentiram quando contraíram a poliomielite. Sentem-se abandonadas à própria sorte.
As sequelas dessa síndrome exigem tratamento especializado, acompanhamento, diferente de uma fisioterapia normal de recuperação.
Portadores da Síndrome do Pospolio chegaram até a organizar uma associação: a Associação dos Portadores da Síndrome do Pospolio, já existente em diversos estados do Brasil e países do mundo. Nem o Hospital Sarah Kubitscheck de Brasília está aparelhado para dar a assistência de que necessitam.
Disseram, que não têm apoio político. Inclusive, quando avançavam no diálogo com o ministro da saúde, eis que o mesmo é substituído e tudo volta à estaca zero.
Fiquei estarrecido com os depoimentos.
Ouvimos a palavra de médicos abalizados com a vida inteira dedicada ao tratamento da pólio e da síndrome do pós pólio.
Enfim, muitas coisas apresentadas no Seminário, normalmente não são abordadas nas palestras e seminários do Rotary, mas são de vital importância para a compreensão do problema. Trataremos aos poucos desses assuntos.
1) Vigilância.
Essa é uma questão que envolve diretamente o Rotary, por estar dentro de suas metas, mas que ninguém sabe explicar direito o que é, nem como se deve proceder.
Nesse Seminário o tema foi bem abordado. Explicaram em que consiste a vigilância e como estamos atrasados nesse campo, por razões meramente de falta de políticas públicas que lhe dêem a prioridade devida.
A vigilância não significa apenas a verificação dos percentuais de vacinação durante as campanhas. Inclui, antes, a Identificação dos casos suspeitos, a coleta rápida de amostras de fezes e o envio para os centros laboratoriais, para pesquisas e diagnósticos.
Os laboratórios para análise e pesquisa do vírus da poliomielite são sofisticados. Existem apenas 145 no mundo e 03 no Brasil.
Acreditem, o que deveria levar apenas alguns dias, no Brasil, entre a coleta da amostra e a chegada no laboratório, chega a demorar dois meses. O hospital do SUS manda a amostra suspeita para a secretaria de saúde que manda para a Anvisa, que manda para o Ministério da Saúde, que manda para o laboratório credenciado.
Depois o laboratório não consegue identificar se é Polio ou não. Confunde frequentemente com a Síndrome de Guillain-Barré ou outras doenças como meningite.
Há casos em que o laboratório recebeu a amostra há mais de um ano e ainda não conseguiu diagnosticar, apesar do paciente apresentar todos os sintomas característicos da Polio, como a paralisia flácida aguda assimétrica das pernas, etc.
Aprendi coisas importantes que não são normalmente veiculadas nas palestras a que tenho assistido. Você sabia, por exemplo, que o assunto poliomielite está fora da grade curricular de todas as faculdades de medicina do Brasil? Que os atuais médicos residentes desconhecem totalmente o que seja a poliomielite? Que o conhecimento da doença está restrito aos sanitaristas da Fiocruz? Ouvi a seguinte pergunta: Como é possível manter a vigilância desse jeito?
2) Síndrome do Pospolio.
Esse é outro problema seríssimo. Foi apresentado pelas próprias vítimas que estavam presentes. Eram cerca de quarenta cadeirantes. Essa pessoas vítimas da poliomielite há trinta ou quarenta anos, voltam a sentir os mesmos sintomas que sentiram quando contraíram a poliomielite. Sentem-se abandonadas à própria sorte.
As sequelas dessa síndrome exigem tratamento especializado, acompanhamento, diferente de uma fisioterapia normal de recuperação.
Portadores da Síndrome do Pospolio chegaram até a organizar uma associação: a Associação dos Portadores da Síndrome do Pospolio, já existente em diversos estados do Brasil e países do mundo. Nem o Hospital Sarah Kubitscheck de Brasília está aparelhado para dar a assistência de que necessitam.
Disseram, que não têm apoio político. Inclusive, quando avançavam no diálogo com o ministro da saúde, eis que o mesmo é substituído e tudo volta à estaca zero.
Fiquei estarrecido com os depoimentos.
Ouvimos a palavra de médicos abalizados com a vida inteira dedicada ao tratamento da pólio e da síndrome do pós pólio.
Enfim, muitas coisas apresentadas no Seminário, normalmente não são abordadas nas palestras e seminários do Rotary, mas são de vital importância para a compreensão do problema. Trataremos aos poucos desses assuntos.
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