O Rotary de hoje.
Alberto Bittencourt - 30 jun 2020
Você já deve ter ouvido a frase:
"O Rotary só tem conversa".
Pois é. A cada dia que passa, mais me convenço da veracidade de tal afirmativa.
São milhões de horas gastas em seminários, conferências, assembleias, convenções, interclubes, RYLAS, palestras, discursos, e muito mais. Muita verborragia e pouca ação.
Concorda?
Esses eventos são necessários para manter acesa a chama do Rotary nos corações de rotarianos ou não.
Pergunto:
_Espremendo o que ficou?
_Pra que serviu?
_O que é que os rotarianos pensam, fazem ou desejam do Rotary?
_Como é que os rotarianos se sentem, como voluntários do Rotary?
O mundo de hoje está cada vez mais violento, a sociedade cada dia mais permissiva. Sobram as faltas de ética, civismo, cidadania, educação, respeito.
A fama do Rotary é ter muita conversa e pouca ação.
Tirando os que são movidos pela vaidade e desejo de aparecer, alguns sentem até vergonha de se intitularem rotarianos.
Já vi esse filme.
Nem mesmo o título de "Presidente do Rotary Club" produz efeitos.
Desprestigiados pelos próprios companheiros, os presidentes não raro abandonam o clube após o término de seu mandato.
Pensando nisso, na condição de presidente do meu clube, resolvi o seguinte: vou continuar a fazer o que sempre fiz, independente da condição de ser rotariano ou não. Simplesmente vou lá e faço.
Foi assim que cheguei às creches. Foi assim que fiz vivências e apresentações em escolas, quartéis, com dinâmicas, oficinas de trabalho e outros métodos interativos.
Sai na frente, na maioria das vezes sozinho, sem pedir ajuda. Sacrifiquei meu lazer e minhas empresas, mas valeu a pena.
Tenho feito apresentações em escolas públicas para cerca de 60 alunos e grupos de professores, com duração de 1h30, em dois tempos de 45 min cada, sobre liderança, valores morais e cultura da paz. Não é RYLA.
Fui sozinho, sem diplomas para distribuir, crachás ou pastas.
Em dia de aula normal. Combino com a diretora, vou lá e faço.
Funciona.
Meu projeto agora é continuar esse trabalho quinzenalmente, nas mesmas escolas. Conversar com os mesmos alunos sobre assuntos variados. Sentir-lhes o pulso.
O objetivo é tentar diminuir a violência e criar uma cultura da paz.
Vou começar por Igarassú, com apoio do prefeito Mário Ricardo que é rotariano e com apoio dos rotarianos de lá.
Tentei em Olinda, com o prefeito Lupercio Carlos, mas a Secretaria de Educação vetou. Está contaminada pelo populismo dos prefeitos anteriores.
Carpina tem 8 mil alunos nas escolas municipais. O prefeito Manoel Botafogo, a secretaria de educação e o RC de Carpina apoiam o projeto.
Só precisa começar.
Temos que atuar na mente dessa juventude, do contrário, vamos perdê-la para o crime e a violência.
Como disse a Madre Teresa de Calcutá:
_ Se resgatarmos a alma de um jovem do pecado, nossa missão estará cumprida.
Assim seja.
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