Alberto Bittencourt - out 2004
1a. Parte: Palestra
Companheiros, vocês sabem que o organograma
tradicional do clube é o das Avenidas ou Comissões de Serviços, mas nós sugerimos que
de hoje em diante este clube adote um novo organograma.
Dizemos isso porque a estrutura interna do clube
faz parte do Regimento Interno, que é recomendado, mas não prescrito, isto é, não faz parte do Estatuto Prescrito por RI.
Então, quem deve decidir em quantas comissões o
clube vai se dividir é o próprio clube. Se o clube quiser apagar as quatro
avenidas tradicionais, ele pode apagar, traçar um novo organograma de serviços.
Isso porque o que a gente vê na organização tradicional
dos clubes, seja dividido em avenidas seja em
comissões, são compartimentos estanques.
Na verdade, não existe isolamento entre uma
atividade e outra de prestação de serviços. Existe antes um entrelaçamento, uma
interligação, uma mistura das ações. Se você escolhe um projeto, tem ali
serviços à comunidade, serviços internos, profissionais, serviços à juventude e muitas vezes serviços
internacionais.
Pensando nisso, nós sugerimos ao clube, que adote um novo organograma de ação chamado
“Grupos de Operação”, GOs. Se o clube tem 43 rotarianos por exemplo, ele pode
se dividir em quatro grupos, cada um com seu líder. O presidente fica de fora.
Primeiro são definidos os líderes, de forma expontânea, pois são todos voluntários. A escolha dos membros de cada grupo é feita como no futebol de
rua, na base do par ou ímpar, em que cada líder vai chamando alternadamente o
seu time.
Aos grupos se integram os membros da Família
Rotária. Eles crescem, se encorpam, com os membros da Família Rotária.
Cada Grupo é identificado por um lema, um nome,
um hino, uma cor, uma bandeira, podendo ser Grupo Paz, Grupo Vida,
Grupo Paul Harris.
Todos os membros de um grupo, fazem parte ao
mesmo tempo dos serviços internos, serviços profissionais, serviços à
comunidade, serviços à juventude e serviços internacionais. Todos trabalham em tudo, todos são
polivalentes.
Essa é uma regra nos dias de hoje, no mercado de
trabalho, em que se valoriza mais o funcionário polivalente que é capaz de
desempenhar qualquer função dentro de uma empresa. Este tem um valor maior do que
aquele que é especializado num único setor. Quando uma empresa requer um serviço
especializado, ela pode terceirizar.
Assim também o rotariano tem que saber
desempenhar qualquer função e ao mesmo tempo todas as funções.
Cada grupo de operações firma uma identidade,
abraça uma atividade de prestação de serviços, assume um diferente projeto. Um
grupo elege um centro de deficientes, outro escolhe a Escola Rotary, outro
abraça um abrigo de idosos, outro um hospital, e assim por diante.
Cada grupo vai trabalhar e desenvolver os projetos
em favor da entidade que escolheu. Para isso, ele deve ter criatividade,
mostrar o que vai fazer, como fazer, além de ir buscar o dinheiro necessário
para a consecução do projeto.
O GO vai procurar esse dinheiro no comércio,
nas indústrias, nas repartições públicas. O rotariano, eu sempre digo isso, não
deve ter vergonha de pedir. Ele tem credibilidade.
Qualquer rotariano
pode chegar em uma empresa e pedir R$
10.000 para um projeto e só obter R$ 500,00. Mas ele sempre arranja alguma coisa,
porque todo mundo sabe que o dinheiro é para uma causa justa, não é para
benefício próprio.
Além disso, cada grupo se encarrega de trazer
novos sócios, de conseguir contribuições para a Fundação Rotária.
Nós sugerimos implantar no distrito uma Força
Tarefa, que avalie esses grupos e premie os que mais se destacarem.
Essa é uma proposta que nós estamos oferecendo para
os Rotary Clubes e distritos.
Vamos fazer isto, implantar um novo organograma
nos clubes, para que todos os companheiros se mobilizem para o trabalho.
Quem carrega o andor quase que sozinho é o
presidente com os seus diretores das avenidas. Mas o Rotary só é Rotary se for
a integração de todos, o trabalho de todos, a mobilização do Quadro Social, em
todos os campos de ação.
O Grupo de Operações pode ser uma solução para
que todos possam efetivamente arregaçar as mangas e sair para o trabalho, sair
em busca de novas iniciativas que marquem a presença do clube na sociedade,
mostrem que ele está cumprindo a sua missão.
Essa é a nossa mensagem para o presidente
adaptar à realidade deste clube se assim entender.
Segue abaixo o programa que lancei quando fui governador do Distrito 4500, em 2004 - 2005 que, infelizmente, não chegou a ser implementado.
2a. Parte: Programa
1- Assunto
Lançamento do programa “Grupos
de Operação” (GO) no âmbito do Distrito.
2- Objetivos
·
Mobilizar todos os
companheiros para a prestação de serviços.
·
Fazer com que todos
conheçam as entidades assistidas pelos clubes e participem efetivamente dos
trabalhos.
· Incrementar o trabalho em equipe
· Desenvolver qualidades de liderança
·
Colaborar no esforço de
retenção de sócios
·
Promover um saudável
espírito de competição e alegria nos
trabalhos do clube.
·
Dar a máxima visibilidade
às ações do clube
3- Considerações
Considerando que a divisão do clube em comissões
ou avenidas de serviços não faz parte do Estatuto Prescrito por RI, mas sim do
Regimento Interno Recomendado, sendo portanto uma prerrogativa do clube,
Considerando que a prestação de serviços eficaz
requer:
·
a interação das Quatro Avenidas de Serviço
·
a mobilização, o envolvimento e o trabalho da
totalidade do quadro social.
·
o levantamento de recursos financeiros para serem
aplicados,
O Governador do Distrito resolve criar o programa “Grupos de
Operação”, no âmbito dos Rotary Clubs
4- Justificativas
O organograma tradicional dos Rotary Clubs, com
suas Avenidas de Serviços, tem se mostrado pouco eficaz para mobilizar a
totalidade dos sócios.
Em geral, ocorre uma tendência à acomodação e à
inércia, recaindo a responsabilidade unicamente sobre o presidente da Comissão
ou Avenida de Serviços. Este, na maioria das vezes, se limita a colocar metas
no Plano de Atividades do clube e nada mais.
É comum as avenidas de serviços profissionais
e/ou internacionais se limitarem a anunciar datas profissionais ou datas magnas
de nações, apenas isto.
O que se observa, com raras exceções, é que as
Comissões não se reúnem, não cumprem o seu papel e pouco funcionam.
Na verdade, é o presidente do clube quem carrega
o fardo. Ele fica sozinho nas deliberações, decisões e ações. Se ele é bom,
realmente um líder, o clube vai bem; se não é, o clube vai mal.
Uma nova proposta de organograma opcional já é
oferecida por RI, o Plano de Liderança de
Clube que estabelece cinco Comissões Permanentes paralelamente às quatro
avenidas tradicionais. São tentativas para dar maior visibilidade às ações dos clubes, promover a integração da Família Rotária e estimular a mobilização do Quadro Social.
Os Grupos
de Operações fazem tudo isso. Sem dar nomes, eles são ao mesmo tempo todas
essas comissões e avenidas. Neles o rotariano é simultaneamente membro de todas
as comissões. Ele desempenha todas as funções. Ele é o generalista, capaz de
atuar em qualquer campo, em vez de ser o especialista, que só atua em um setor
específico. Nos GOs o rotariano é polivalente, joga em qualquer posição, não
tem uma função fixa. Nos GOs todos Membros Operacionais são igualmente
importantes. Todos são mobilizados para alcançar os objetivos a que se propuseram,
todos são militantes.
5- Formatização
a) A totalidade do Quadro Social do Rotary Club, com
exceção do Presidente, será dividida em Grupos
de Operação (GO).
b) Cada GO será
composto, no máximo, por 10 (dez) membros operacionais (MO) e 1 (um) líder
operacional (LO).
c) Cada Rotary Club terá no mínimo 2 (dois) GOs.
Não há número mínimo de membros operacionais (MOs), ficando porém condicionados
ao máximo de 10(dez) membros operacionais.
d) O presidente do clube coordenará a ação dos GOs e
será o único rotariano a não fazer parte dos mesmos.
e)
Cada GO deverá contar com a participação e apoio
dos cônjuges, rotaractianos, interactanos e membros da família rotária, que
farão parte dos mesmos em igualdade de condições e direitos.
6- Modos de Ação
Será estimulada a competição saudável entre GOs,
objetivando a prestação de serviços no âmbito dos clubes.
Cada GO deverá eleger no mínimo 1 (um) projeto
de prestação de serviço.
É imprescindível que todos os MOs se engajem
efetivamente no trabalho para alcançar as metas traçadas pelos GOs.
Todos deverão se engajar na obtenção de recursos
necessários à consecução do projeto. Para tanto, deverão atuar junto a órgãos
públicos, empresas privadas, associações de classes, federações, igrejas, ONGs,
entidades nacionais e internacionais do terceiro setor. Nenhum rotariano deve
ter vergonha de pedir!
Os projetos deverão beneficiar creches,
orfanatos, escolas, centros de deficientes, abrigos de idosos, hospitais,
comunidades carentes, entidades que tiram as crianças das ruas, centros de
recuperação de drogados, escolas profissionalizantes, etc.
Os GOs são livres para buscar parcerias com
entidades do terceiro setor, firmar convênios com órgãos públicos, buscar
cooperação internacional, formar alianças.
Poderão ser realizados Projetos de Subsídios
Equivalentes e de Serviços à Comunidade Mundial do Rotary.
Cada GO homenageará os dirigentes das
instituições assistidas, líderes comunitários, diretores das ONGs parceiras e
patrocinadores dos projetos.
Ficará sob a responsabilidade do GO a busca de
novos sócios para o clube, sem perder de
vista as qualidades inerentes ao futuro rotariano, bem como angariar
contribuições para a Fundação Rotária. Deverão ser estabelecidas metas para a
consecução desses objetivos.
As entidades sociais assistidas atualmente pelos
clubes deverão fazer parte dos GOs do clube
7- Identidade
Os GOs serão identificados por nomes de batismo
escolhidos por seus integrantes, como por exemplo: Grupo Paul Harris, Paz,
Mensageiros da Boa Vontade, Ordem e Progresso, etc.
Serão adotados lemas, cores, distintivos,
bandeiras, gritos de Paz, hinos e canções, de forma a criar um espírito de
corpo e união entre os integrantes.
8- Coordenação
Distrital
Fica instituída no Distrito a Força Tarefa dos
Grupos de Operacões, cujo coordenador tem por missão coordenar a ação dos GOs e
avaliar seus desempenhos para fins de premiação e reconhecimento.
9- Avaliação
Cada presidente de Rotary Club enviará, para a
Força Tarefa Distrital de GOs, até
o dia 15 de abril, um relatório
sobre a atuação de seus GOs.
Mediante critérios a serem divulgados
posteriormente, será instituída uma premiação aos GOs que tiverem melhor
desempenho, sendo um por clube, a ser entregue na Conferência Distrital.
10- Conclusão
O
programa de Grupos Operacionais ora instituído, poderá ser implantado nos
clubes, sem prejuízo das Avenidas e Comissões tradicionais.
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