ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 25 de junho de 2013

REPENSANDO ROTARY


REPENSANDO ROTARY
Alberto Bittencourt
(escrito em setembro de 2004)


Alberto Bittencourt e Tereza Alencar,  presidente 2005-06 do Rotary Eclub D4500
(homenagem de André Guimarães ao governador do Centenário)



Ao longo de minha vida rotária, fui mudando interiormente, mudando minha visão do mundo, mudando minha percepção do Rotary.
De início o considerava apenas um clube de prestação de serviços, centrado no companheirismo, com base na diversidade de seus integrantes. Através das variadas funções por que passei, desde a presidência de meu clube, da presidência da Comissão Distrital da Fundação Rotária, até chegar a Governador do Distrito 4500 neste ano do Centenário, 2004-05, fui evoluindo, passando a encará-lo de maneira diferente, e o que mais me influenciou nesse sentido, foram as pessoas.
Enquanto uma empresa visa antes de tudo pessoas, produtos e lucro, o Rotary visa pessoas, pessoas e pessoas.  São as pessoas para quem nós trabalhamos, as pessoas com quem nós trabalhamos e as pessoas que nos observam. Na linguagem de marketing, seriam o público alvo, o público interno e o público externo.
Não foi apenas o olhar amoroso das criancinhas, o carinho dos deficientes, a afetividade dos idosos, a resignação dos enfermos, o que me fez mudar, mas principalmente a dedicação e trabalho de companheiros rotarianos do mundo inteiro, de pessoas comprometidas com o serviço ao próximo, de voluntários empenhadas em devolver, por mínimo que seja, o que generosamente receberam de suas comunidades.
Fruto do convívio com essas pessoas, dos ensinamentos que recebi, das experiências que vivenciei, passei a ver Rotary de duas formas distintas, uma objetiva e outra subjetiva. Na primeira, do ponto de vista institucional, encaro o Rotary como um movimento filosófico. Na segunda, do ponto de vista pessoal, considero ser rotariano um estado de espírito.
Sendo um movimento filosófico, vejo o Rotary como uma grande escola onde cada rotariano é ao mesmo tempo mestre e aluno. Na verdade, desde o seu início o Rotary sempre foi uma escola, uma escola de trabalho, na qual todos aprendem trabalhando e trabalham aprendendo. 
Nessa escola universal do Rotary, que tem mestres e alunos de todos os idiomas, raças, credos e costumes, temos a oportunidade de nos desenvolver, crescer, aprender.
Como acredito que não há nada neste mundo que realmente limite o homem e o mantenha num estado de ineficiência e inércia senão seu próprio pensamento, vejo o Rotary como um movimento filosófico capaz de mudar a percepção de nós mesmos.
Inicialmente o Rotary é uma escola de liderança ou de maestria, em que os dois conceitos se confundem. Ser líder ou ser mestre é apenas um estado de espírito. 
Nosso primeiro trabalho é vermo-nos como líderes (ou mestres), para tanto precisamos proceder como mestres (ou líderes).
Não há ninguém que possa ensinar-nos a ser líderes, nem ninguém que possa conferir-nos o grau de mestres, pois eles já são nossos. Cumpre-nos praticar.
Procuremos lidar com os problemas da mesma maneira que um líder enfrenta as situações com que se depara todos os dias.
Precisamos viver como vive o líder, pensar como pensa o líder, proceder como procede o líder.
Atuemos do mesmo modo que um líder atua. Falemos como um líder fala, enfrentemos a vida tal qual um líder a enfrenta.
O segundo trabalho é formar homens. É transformar o indivíduo cheio de boa vontade, carregado de ilusões que chega aos nossos clubes, ansioso por ser útil, por servir ao próximo, em um verdadeiro rotariano. É transformar o companheiro desestimulado em autêntico homem de ação, verdadeiro líder, despertar-lhe a vocação de serviço, acendendo em seu coração a chama da amizade, boa vontade, paz e compreensão.
Assim, adquiri a visão de que cada rotariano é um mestre e cada Rotary Club uma escola.
Aprendi que o Rotary é cada um de nós. Cada clube é a soma de seus membros, o reflexo de seus sócios. Quanto mais eficientes formos, maior eficiência terá o clube. Clubes de qualidade correspondem a homens dispostos, devotados ao ideal de servir, consagrados à ação como produto de sua fé. Ante essa identidade “homem – Rotary”, está a consciência de que cada um é Rotary, manifesta na afirmação: EU SOU ROTARY, como um estado de espírito.
O rotariano através de sua ação, de sua devoção, de sua identificação total com esse estado de espírito, é quem deve ensinar a todos o caminho da paz e do bem, pelo uso de sua voz e do seu exemplo. É com realizações concretas de nossos Rotary Clubs que podemos elevar a imagem do Rotary ante tantos que nos rodeiam, em nossas comunidades e no mundo.
Caros amigos em Rotary: deixemos cair a máscara da aparência, da vaidade, esse ego que parecemos ser e comecemos a viver a verdadeira vida. Agindo no EU, estaremos agindo no lado mais profundo de nossa própria natureza. Vivendo o EU SOU ROTARY, alguém, em algum lugar, algum dia, em algum momento nos agradecerá.

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