ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A ESCOLA DE MEU AVÔ


 
A ESCOLA DE MEU AVÔ
 
      Foi com grande emoção que conheci a Escola Estadual de Ensino Fundamental General Amaro Bittencourt, em Bento Gonçalves, RS.

      A oportunidade surgiu quando fui convidado pelo governador 2007-08 do Distrito 4700 do Rotary International, Darci Soares, para participar como palestrante na sua Conferência da Ética e do Comprometimento, naquela cidade da serra gaúcha. Aproveitei uma folga no domingo e pedi ao querido casal José Emanueli Jr. e Verônica  que me conduzisse até lá. Como era de se esperar, a escola estava fechada, mas deu para tirar a prova. Infelizmente Helena não pode me acompanhar nessa manhã.

      Tenho a dizer que fui tomado de profunda emoção ao voltar à cidade de Bento Gonçalves, na qual vivi até a idade de cinco anos, nos idos de 1942 a 1947. Meus primeiros passos, minhas primeiras palavras, foram dados nessas plagas gaúchas, palco de tantas tradições e berço de tanto patriotismo.

      Meu pai, oficial do Exército, assim como meu avô, ambos engenheiros militares serviram no 1º Batalhão Ferroviário, sediado em Bento Gonçalves. Tinha aquela unidade militar a missão de construir o TPS – Tronco Principal Sul, eixo ferroviário que costurava,  de norte a sul, este imenso território da nação brasileira. Vale dizer, que nas décadas de quarenta e cinqüenta, a engenharia brasileira era incipiente, ainda não existiam as grandes corporações de hoje e a engenharia militar, desempenhou importante papel na integração nacional. Aliás, ainda desempenha na Amazônia, no nordeste do Brasil e em outras regiões.

      Ao percorrer com Helena, na velha Maria Fumaça, o trecho turístico Carlos Barbosa/Bento Gonçalves, revivi os tempos em que acompanhava meu pai nas visitas aos canteiros de obras. Infelizmente essas ferrovias estão hoje desativadas, fruto de uma política a meu ver equivocada em que se investiu apenas no transporte rodoviário.

      Eu e meu irmão Cláudio seguimos a tradição familiar. Tornamo-nos oficiais do Exército, fizemos o curso do IME – Instituto Militar de Engenharia, graduamo-nos engenheiros militares.

      Meu avô paterno, gaúcho, tinha o nome de batismo de Amaro Soares Bittencourt Azambuja. Entretanto, quando ele sentou praça, lá pelo ano de 1905, consideraram esse nome muito comprido e cortaram justamente o último. Restou Amaro Soares Bittencourt. Se não retomaram o nome familiar Azambuja, foi porque minha avó Olga considerava o sobrenome Bittencourt muito mais bonito.

      Vô Amaro chegou ao posto de general de Exército e seu nome foi perpetuado na escolinha do 1º Batalhão Ferroviário. Era conhecida na época como GEGAB - Grupo Escolar General Amaro Bittencourt, depois mudado para Escola Estadual de Ensino Fundamental General Amaro Bittencourt, quando foi transferida para rua Giácomo Baccin, s/n° em Bento Gonçalves. O bairro é aprazível, nas cercanias do quartel, onde hoje funciona um Batalhão de Comunicações. No trajeto, passamos pela Vila Militar. Vi a casa de minha infância. Relembrei fatos da época.

      A escola foi construída e batizada lá pelo ano de 1944, pelo então comandante, coronel Carlos Gomes, a quem eu e meus irmãos chamávamos de tio, casado com a tia Yolanda. Uma tragédia marcou na época a vida do casal. Eles tinham um único filho, Carlitinho, recém formado em medicina, que suicidou-se com um tiro na cabeça, na flor da idade, sem nenhuma razão aparente. Ouvi dizer que o motivo foi uma paixão proibida pela irmã adotiva, uma índia que morava com eles. O que lhes deu força para viver foi a fé em Deus e a amizade e devoção que passaram a nutrir pelo médium Francisco Cândido Xavier, a quem visitavam com freqüência em Minas.
      Tudo volta à mente, como se fosse ontem. É a prova de que o tempo não existe.


 

 

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23 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito, sempre amigo Alberto. Toinho Portela

Berenice disse...

Fiquei emocionada ao ver a Escola com o nome do Vô Amaro. ( Não sei chamá-lo a não ser de Vô, embora não seja meu avô de sangue ). Não sabia também que você deu os primeiros passos em Bento Gonçalves. A viagem que fez foi também uma viagem no tempo onde passeou por lembranças queridas. Estou esperando que você escreva um livro com toda a memória da família que fez ( e faz ) parte da minha vida. Abraços, Berenice Muniz.

Gustavo Araujo Bittencourt disse...

Belo texto tio. A propósito, você viu a foto do biso Amaro em Washington que o Guilherme colocou no Facebook? Um artigo sobre o período do biso nos EUA seria muito interessante.

GUILHERME BITTENCOURT disse...

Tio Alberto
Estou nos EU (Washington) a trabalho pelo Exercito. Tive a oportunidade de visitar a CEBW (Comissao do Exercito Brasileiro em Washington). O Gen Amaro Bittencourt foi chefe da CEBW durante a II Guerra.
Veja minha pagina no facebook:

http://www.facebook.com/#!/gbittenc
e
http://sixtant.net/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1023&Itemid=2

Abracos. Seu sobrinho
Guilherme Bittencourt

Anônimo disse...

Alberto,
Gostei muito do seu texto.
Quando visitar, novamente, Bento Gonçalves, vou procurar esta escola.
Abraços,
Silvia Mallmann Guariglia

Unknown disse...

Caro amigo, sem dúvida uma bela recordação. Recordação que também serve para mostrar o papel social que as Forças Armadas sempre tiveram no País. Aliás, em qualquer país. Os batalhões de engenharia, aqui no Nordeste, construíram muitas das estradas que cortam a região. Parabéns. Um abraço,

Heldio

Anônimo disse...

Emocionante e nos deixa desafio para deixar um legado como deixou o vovó. Amaro
Solano, Cris e familia

Maristela Lupe disse...

Querido Alberto!
Que bonito ouvir as histórias da sua vida!!!
Gratidão e namastê,
Maristela Lupe

JAYME LIELSON disse...

Alberto
Cada amontoado de suas letras, refletem uma crescente e suave admiração por esse seu excepcional coração, repleto de uma sutil sensibilidade e uma indisfarçável ternura.
Abraços e que Deus te abençoe.
Jayme Lielson

SUZY OLIVEIRA disse...

Bom dia Alberto,
Adorei sua cronica. Fiquei triste de saber que a escola estva fechada. Sobre a ferrovia, eu concordo com voce. O Brasil deveria investir menos no automobilismo e investir mais neste transporte. Tem todas as vantagens para um país com uma população grande e com um padrão de vida tão baixo. Mas infelizmente no Brasil se investe mais na minoria que na maioria.
Grande abraço e continue escrevendo.
Da amiga,
Suzy Oliveira
Ps: Venha me visitar quando vier à Europa.

RICARDO SALVI disse...

Amigo, é com prazer que acompanho seu entusiasmo pelo laço familiar, razão clara e tão bem relatada.
Forte abraço,
Ricardo

CORSINO DANTAS disse...

Parabéns, Alberto, pelo belo texto elaborado, que nos mostra que estamos diante de um escritor de escol, e que nos passa muita emoção com os seus escritos. Todos tivemos essa fase tão importante da nossa vida, a infância, que você recorda com uma precisão fantástica, fazendo sua avaliação pessoal segundo a visão de hoje, uma homem experiente e vivido diante de muitas realidades, que sempre tem seus aspectos positivos a nos ensinar.
Um abraço do Corsino.

JOÃO RICARDO ELY disse...

Parabéns, Alberto.
Muito bonito e emocionante o texto!
Abraços,
João Ricardo

ELOINA HERTZ BITTENCOURT disse...

Acho muito bom sabermos da histórias do R.G.SUL;
Acho que SILVIA sabe de algumas; vou pedir para ela contar uma do tio ANTONIO, quando esteve preso;

Anônimo disse...

Belo texto, Alberto.Sou Francisco, irmão de Berenice, e vizinho, por muito tempo, do "vô Amaro". Sentí muito amor e sensibilidade no texto.Parabéns!

Anônimo disse...

Bonita narrativa da vida dos seus familiares. Infelizmente não conheci seu pai mas pude privar da intimidade da sua mãe e de seus avós sempre muito carinhosos com todos.
Abçs,

Paulo Roberto

FLORIPA disse...

Parabens Bittencourt.
Você congregado com a família é algo de muito importante ,pois hoje em dia a desagregação está de vento em popa,mas você e seus familiares continuam a se curtir naturalmente,o que evidencia o amor que os une.
Meus parabens.
Tenho inveja sadia de vocês.
Vá em frente.
Florimar.

FERNANDO MAGNUS disse...

Estas lembranças são gratificantes e preenchem a alma. Através delas o passado vira presente.
Tocante.
Abraço, Fernando Magnus

LUIZ CARLOS CARNEIRO DE PAULA disse...

Uma vez mais, meus parabéns pelos registros. Já não fiz os meus e hoje lamentar não adianta.
Um abraço
Carneiro

José Lopes de Souza disse...

Alberto, parabéns pelo texto, que Deus continue lhe abençoando e iluminando a sua família.
Do amigo e seu admirador, José Lopes de Souza


ALMIR REIS disse...

Companheiro ALberto:
Que boa e emocianante emoção. ALMIR REIS

Aline Rocha disse...

Emocionante ler seu relato! Sou a nova diretora da escola e meu sonho é fazer dessa escola que amo tanto se reerguer e ficar cada dia mais bonita! Temos um quadro com o General Amaro Bittencourt e gostaria de mais informação sobre ele. Estou a disposição para o que vc precisar! Abraço.

Anônimo disse...

AMEIIIIII TUDO;LEMBREI DA MINHA MARAVILHOSA INFÂNCIA NESSE LUGAR ONDE TENHO A SENSAÇÃO DE JÁ TER VIVIDO UM POUQUINHO DO PARAÍSO! OBRIGADO ARLETE TERESINHA PAIM CHRISTOFOLI!