ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

MEUS DOIS AVÓS GENERAIS

 MEUS DOIS AVÓS GENERAIS. 

Alberto Bittencourt–2023



Nasci no dia 9 de novembro de 1942. 

Casei no dia 4 de julho de 1965 com a professorinha do estado da Guanabara, de ascendência francesa, Helena Seigneur Lezan, que adotou o nome de casada, Helena Lezan Bittencourt, com a qual completei 58 anos de matrimônio depois de dois de namoro. Ela me deu quatro filhos, três mulheres e um homem,  e oito netos. 

Sou filho de uma família de militares. Meus dois avós foram generais com missões relevantes neste país.  Meu pai, precocemente faleceu no dia 20 de novembro de 1954, aos 41 anos de idade, vítima de um edema pulmonar, naquele tempo fatal. Deixou minha mãe, ELYETTE, viúva aos 34 anos de idade, com três filhos. Eu, Alberto, mais velho, com doze anos recém completados no dia 09 de novembro. Um ano e oito meses depois chegou  o Cláudio, e em seguida a Elaine, completando a escadinha. 

Meu irmão Cláudio Bittencourt, chegou a coronel do Exército, da arma de Material Bélico, Os demais tios avós, primos, sobrinhos, eram, em sua maioria, militares, Oficiais do Exército.  


O general Amaro Soares Bittencourt, avô paterno, gaúcho, chegou na ativa ao posto máximo do EB, General de Exército, num tempo em que só havia 18 Generais de Exército no EB.  Desempenhou uma missão importantíssima organizando e montando a Comissão Mista Militar Brasil-Estados Unidos, sediada em Washington, capital, lá pelo ano de 1939-40 da qual foi o primeiro chefe. Negociou o suprimento de armas, munições e equipamentos  para o EB. Como militar, lutou contra vários movimentos sediciosos que se  insurgiram no sul do país, nos anos de 1924-25 (Paraná e Santa Catarina), e outros. Foi condecorado e  promovido a major por ato de bravura e risco de vida em campanha. 

Dedicou-se à criação e desenvolvimento dos Serviços de Transmissões do EB, precursor da arma de Comunicações e também foi pioneiro no radioamadorismo no Brasil. Posterior ao seu falecimento, após fazer um curso preparatório, prestei  prova e, aprovado, reivindiquei e recebi o mesmo indicativo de chamada dele: PY1AV - América Venezuela ou Antena Válvula, do qual muito me orgulhava, ao operar nos seus equipamentos, recebidos de herança. 

Durante a vida, sendo engenheiro militar, vovô Amaro chefiou e atuou na área técnica dos 1º e 2º Batalhões de Ferroviários responsáveis pela implantação no Brasil do TPS - Tronco Pincipal Sul, uma linha ferroviária que ligava São Paulo ao sul do país.  Desde tenente, recém casado, viveu no mato, em acampamentos militares no sul do país, para implantação das linhas férreas, num verdadeiro pioneirismo, inimaginável para os padrões atuais.  


Meu avô materno, General Antônio de Freitas Brandão, sergipano,  ( Meu nome completo é Alberto de Freitas Brandão Bittencourt), dedicou-se ao Material Bélico. Nos anos que precederam à Segunda GM, de 1933 à 1937, integrou uma importante Comissão de compras de armamentos na Europa. Fuzil Mause mod 1908, metralhadora Madsen, ponto 30, Canhões Krupp, 75 mm,  foram alguns dos armamentos e respectivas munições adquiridas por ele na Checoslováquia, Alemanha e Bélgica.  Com a ascensão do nazismo, a missão foi suspensa, devido à ameaça dos navios carregados de armas e munições serem postos a pique durante a travessia do oceano Atlântico. 

Vovô Brandão instalou e chefiou várias fábricas de armamentos no Brasil, entre as quais a Fábrica do Andaraí, no Rio, e criou os Parques de manutenção de equipamentos bélicos, como o do Parque Regional de Manutenção da 5ª Região Militar  em Curitiba, que leva o nome dele como patrono.


Ambos os avós foram agraciados como patronos de escolas públicas. A de Bento Gonçalves, RGS, inicialmente tinha o nome de GEGAB – Grupo Escolar General Amaro Bittencourt – depois passou a ser designada  EREMF – ESCOLA DE REFERÊNCIA NO ENSINO FUNDAMENTAL Gen Amaro Bittencourt.

A escola de Aracaju, Sergipe,  é a EREMF Gen Antônio de Freitas Brandão, situada no bairro do Farol.  

Meu avô Brandão foi interventor no estado de Sergipe, de 1945 a 49, nomeado pelo pres. Dutra.


Meu pai, KELVIN RAMOS BITTENCOURT, Oficial do Exército, da arma de Engenharia, formado na Escola Militar do Realengo, em 1933.  Graduou-se em 1941, engenheiro militar e civil pela ETE - Escola Técnica do Exército que, posteriormente, mudou o nome  para IME - INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA. Foi promovido “post morten”ao posto de General de Brigada.  


Recomendo a leitura do artigo publicado na Revista do Clube Militar de março de 1998, anexo, intitulado “ A Engenharia de Construção e o general Rodrigo Octávio” de autoria do coronel Rodrigo AJACE Moreira Barbosa, da qual extraio à pág. 20,  a referência ao nome do meu pai: 


“ Merece uma referência especial a plêiade de Engenheiros Militares do Batalhão, sob a firme liderança do Major Kelvin Ramos Bittencourt. Este, um técnico por formação e convicção, não se deixou atingir pela aparente maior importância dada aos deveres militares, em detrimento, às vezes, dos aspectos técnicos. Com sua visão arguta, percebeu que a mudança de comportamento militar da unidade acabaria por beneficiar o cumprimento das missões técnicas de construção. Com esta compreensão, liderou sua equipe de Engenheiro Militares, propiciando apoio irrestrito ao seu comandante, fato este que contribuiu para o sucesso invulgar do Batalhão, no afã do cumprimento de sua missão.”  


Eu e meu irmão Cláudio, seguimos a tradição familiar. Após cursarmos o CMRJ, Colégio Militar do Rio de Janeiro,   ingressamos na AMAN, onde nos formamos nos anos de 1963 e 1965. Sou da turma Sesquicentenário da Academia Militar que completou em dezembro de 2023, sessenta anos de formatura. 

Inicialmente servi no BESE, Batalhão Escola de Engenharia, o Batalhão Visconde de Taunay, uma unidade de elite, sediada na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Em seguida, após rigoroso curso na área de estágio, em 1966, entrei para a tropa paraquedista, onde fiz o curso de Mestre de Saltos. De lá fui servir na AMAN, como oficial Instrutor do Curso de Engenharia.  Tive oportunidade de preparar e formar a primeira turma de cadetes paraquedistas militares do EB. 

Da AMAN ingressei no IME- Instituto Militar de Engenharia, tendo me formado engenheiro militar e civil em dezembro de 1971. Em 1972 cheguei no Recife. Servi na CRO/7 - Comissão de Obras da 7ª Região Militar, de onde, por concurso público ingressei no Quadro do Magistério do Exército, como professor de Matemática do CMR, Colégio Militar do Recife. Lá fiquei por seis anos, até ser reformado por motivo de saúde, no posto de major, em 1982. 


A partir dessa data, sendo eu Engenheiro e Helena Arquiteta, formada na UFPE, começamos a construir. Montamos uma empresa de Construções e Incorporações - a MASTER PROJETOS E OBRAS - Trabalhamos durante mais de trinta anos na construção de cerca de trinta edifícios de porte  na cidade do Recife e adjacências. Resolvemos encerrar as atividades da empresa quando o mercado se tornou inviável, os preços aviltados e a chegada de grandes empresas vindas do Sul do país.  


Este é um resumo de nossa vida. Só temos a agradecer a Deus pela família linda que eu e Helena constituímos e por nos permitir termos chegado até aqui, com amor, saúde e felicidades.  

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