ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 26 de dezembro de 2020

A VOLTA ÀS ORIGENS


A VOLTA ÀS ORIGENS


Alberto Bittencourt - 10 de outubro de 2012
 
Muito se tem apregoado “A VOLTA ÀS  ORIGENS” como um fator capaz de, não apenas diminuir a evasão de sócios, como também tornar o Rotary mais  atraente para líderes e profissionais de todas as categorias.

A VOLTA ÀS ORIGENS, significa retomar o elo que reuniu aqueles quatros profissionais e homens de negócios no dia 23 de fevereiro de 1905. Paul Harris, ao criar o Rotary, o fez com dois objetivos principais: companheirismo e mútua ajuda profissional.

Nascido numa cidade pequena, em Wisconsin, EUA e criado em outra pequena localidade, a cidade de Wallingford, em Vermont, Paul Harris ao chegar em 1900 à Chicago para exercer o ofício de advogado, após ter passado cinco anos como nômade a percorrer a Europa e os Estados Unidos de costa a costa para adquirir experiência, sentiu o isolamento e as dificuldades de quem não conhecia e tampouco tinha amigos na cidade grande.

Certo dia, chamou seu único amigo, Silvester Schiele para um passeio e ficou  deveras impressionado ao ver seu companheiro de caminhada cumprimentar pelo nome e ser correspondido  pelos donos de estabelecimento comerciais à frente dos quais passavam. Paul Harris admirou-se porque não tinha amigos. Aí nasceu a inspiração para a fundação do Rotary, ideia que Paul Harris amadureceu por cinco anos.

O Rotary oncebido para ser um clube que reunisse profissionais, um por categoria, para, na base do companheirismo, se ajudarem mutuamente, vencerem o isolamento da grande cidade e ainda desenvolverem um círculo de amizades capaz de trazer confiança e fortalecimento aos seus negócios e contratos comerciais.

Somente anos depois é que os objetivos do Rotary foram estendidos para a prestação de serviço.

Mas foi com base no companheirismo e na mútua ajuda que o Rotary teve grande crescimento inicial, transpôs fronteiras e iniciou a expansão pelo mundo.

A VOLTA ÀS ORIGENS que hoje se preconiza, nesse mundo egoísta, em que às vezes nos sentimos sós, é exatamente que prevaleça entre rotarianos a relação  de confiança nos negócios. Que  as portas da  direção  de uma empresa de rotarianos estejam sempre abertas para os companheiros do Rotary. Que em igualdade de condições, possamos sempre dar preferência ao cliente rotariano, firmar contratos com empresas de rotarianos, e porque não, reconhecendo a condição de correligionários do serviço ao próximo,  oferecer descontos pelo simples fato de ser rotariano? 

Nas minhas empresas os companheiros têm descontos. É como conceder pequena vantagem a um membro da família, com o qual temos uma relação maior de confiança. Aliás, é o mesmo desconto que damos aos funcionários de empresas e entidades públicas, com as quais fazemos convênios.

Outra coisa: qualquer rotariano pode subir à tribuna do clube para oferecer  produtos ou serviços de sua empresa que possam ser  de interesse geral. É o caso, por exemplo, do companheiro agente de viagens que oferece um pacote turístico para uma convenção ou conferência internacional, ou do agente de seguros que anuncia um  novo produto.

Se tal não pudesse ocorrer, tampouco poderíamos anunciar nossas empresas nos boletins dos clubes e nem colocar estandes em Conferências Distritais para divulgar e oferecer produtos.

Agora, é preciso nunca esquecer os princípios da ÉTICA, para que ninguém queira tirar vantagem pessoal, alegando ser  rotariano e abusar da confiança depositada.

Cito aqui 2 fatos ocorridos, ambos verídicos dos quais me reservo o direito de resguardar os nomes e a procedência.

Fato n° 1: Um companheiro tenta entrar num banco após o horário de fechamento das portas. Da rua acena, faz sinais, gestos, e tenta telefonar para o gerente, seu conhecido e amigo, companheiro do mesmo Rotary Club. O companheiro gerente fez que não viu, não tomou conhecimento, nem deu a mínima atenção. Resultado: no outro dia, indignado o companheiro que queria entrar e não conseguiu, pediu desligamento do clube. Esse não era rotariano na verdadeira acepção da palavra. Queria aproveitar-se do fato de ser rotariano para conseguir vantagem  normalmente não  concedida. Tempos depois o outro companheiro, gerente de banco também pediu  afastamento. Faltava-lhe o espírito rotário. Devia ter dado uma satisfação: “olhe companheiro as normas do banco são claras e infelizmente eu não posso transgredir”. O que custava? Ter-se-ia evitado maiores problemas. O diálogo resolve tudo.

Fato nº 2: O companheiro se prevalece da condição de rotariano para tomar empréstimo bancário que normalmente não conseguiria por ter cadastro insuficiente. Usou de influência junto ao gerente que também era rotariano. Resultado: recebeu o empréstimo e não pagou. E quem teve que arcar com o prejuízo foi o pobre do gerente rotariano que se responsabilizara pessoalmente pelo cliente companheiro.

Considerando aspectos como esses, é que a ÉTICA  deve prevalecer acima de tudo, consoante a Prova Quádrupla e a Declaração para Executivos e Profissionais Rotarianos, cujo artigo VIII prescreve:

         “Não procurar obter de um rotariano, nem lhe outorgar, privilégio ou vantagem que não sejam normalmente concedidos num relacionamento comercial ou profissional”.

 

   

Um comentário:

CLOTILDE TAVARES disse...

Companheiro Alberto,
Esse texto VOLTA ÀS ORIGENS é muito bom, e amanhã falarei sobre ele no meu clube.
Grata por compartilhar seus escritos e ideias.
Clotilde Tavares
Rotary Club de Natal