A VOLTA ÀS ORIGENS
Muito se tem apregoado “A VOLTA ÀS ORIGENS” como um fator capaz de, não apenas
diminuir a evasão de sócios, como também tornar o Rotary mais atraente para líderes e profissionais de
todas as categorias.
A VOLTA ÀS ORIGENS, significa retomar o elo que reuniu
aqueles quatros profissionais e homens de negócios no dia 23 de fevereiro de
1905. Paul Harris, ao criar o Rotary, o fez com dois objetivos
principais: companheirismo e mútua ajuda profissional.
Nascido numa cidade pequena, em Wisconsin, EUA e
criado em outra pequena localidade, a cidade de Wallingford, em Vermont, Paul Harris
ao chegar em 1900 à Chicago para exercer o ofício de advogado, após ter passado cinco
anos como nômade a percorrer a Europa e os Estados Unidos de costa a costa para adquirir
experiência, sentiu o isolamento e as dificuldades de quem não conhecia e
tampouco tinha amigos na cidade grande.
Certo dia, chamou seu único amigo, Silvester Schiele
para um passeio e ficou deveras
impressionado ao ver seu companheiro de caminhada cumprimentar pelo nome e ser
correspondido pelos donos de
estabelecimento comerciais à frente dos quais passavam. Paul Harris admirou-se
porque não tinha amigos. Aí nasceu a inspiração para a fundação do Rotary, ideia que Paul Harris amadureceu por cinco anos.
O Rotary oncebido para ser um clube que reunisse
profissionais, um por categoria, para, na base do companheirismo, se ajudarem
mutuamente, vencerem o isolamento da grande cidade e ainda desenvolverem um
círculo de amizades capaz de trazer confiança e fortalecimento aos seus
negócios e contratos comerciais.
Somente anos depois é que os objetivos do Rotary foram
estendidos para a prestação de serviço.
Mas foi com base no companheirismo e na mútua ajuda
que o Rotary teve grande crescimento inicial, transpôs fronteiras e iniciou a
expansão pelo mundo.
A VOLTA ÀS ORIGENS que hoje se preconiza, nesse mundo
egoísta, em que às vezes nos sentimos sós, é exatamente que prevaleça entre
rotarianos a relação de confiança nos
negócios. Que as portas da direção
de uma empresa de rotarianos estejam sempre abertas para os companheiros
do Rotary. Que em igualdade de condições, possamos sempre dar preferência ao
cliente rotariano, firmar contratos com empresas de rotarianos, e porque não,
reconhecendo a condição de correligionários do serviço ao próximo, oferecer descontos pelo simples fato de ser
rotariano?
Nas minhas empresas os companheiros têm descontos. É
como conceder pequena vantagem a um membro da família, com o qual temos uma
relação maior de confiança. Aliás, é o mesmo desconto que damos aos
funcionários de empresas e entidades públicas, com as quais fazemos convênios.
Outra coisa: qualquer rotariano pode subir à tribuna
do clube para oferecer produtos ou
serviços de sua empresa que possam ser
de interesse geral. É o caso, por exemplo, do companheiro agente de viagens
que oferece um pacote turístico para uma convenção ou conferência
internacional, ou do agente de seguros que anuncia um novo produto.
Se tal não pudesse ocorrer, tampouco poderíamos
anunciar nossas empresas nos boletins dos clubes e nem colocar estandes em
Conferências Distritais para divulgar e oferecer produtos.
Agora, é preciso nunca esquecer os princípios da
ÉTICA, para que ninguém queira tirar vantagem pessoal, alegando ser rotariano e abusar da confiança depositada.
Cito aqui 2 fatos ocorridos, ambos
verídicos dos quais me reservo o direito de resguardar os nomes e a
procedência.
Fato n° 1: Um companheiro tenta entrar num banco após
o horário de fechamento das portas. Da rua acena, faz sinais, gestos, e tenta
telefonar para o gerente, seu conhecido e amigo, companheiro do mesmo Rotary
Club. O companheiro gerente fez que não viu, não tomou conhecimento, nem deu a
mínima atenção. Resultado: no outro dia, indignado o companheiro que queria
entrar e não conseguiu, pediu desligamento do clube. Esse não era rotariano na
verdadeira acepção da palavra. Queria aproveitar-se do fato de ser rotariano
para conseguir vantagem normalmente
não concedida. Tempos depois o outro
companheiro, gerente de banco também pediu
afastamento. Faltava-lhe o espírito rotário. Devia ter dado uma
satisfação: “olhe companheiro as normas do banco são claras e infelizmente eu
não posso transgredir”. O que custava? Ter-se-ia evitado maiores problemas. O
diálogo resolve tudo.
Fato nº 2: O companheiro se prevalece da condição de
rotariano para tomar empréstimo bancário que normalmente não conseguiria por
ter cadastro insuficiente. Usou de influência junto ao gerente que também era
rotariano. Resultado: recebeu o empréstimo e não pagou. E quem teve que arcar
com o prejuízo foi o pobre do gerente rotariano que se responsabilizara
pessoalmente pelo cliente companheiro.
Considerando aspectos como esses, é que a ÉTICA deve prevalecer acima de tudo, consoante a
Prova Quádrupla e a Declaração para Executivos e Profissionais Rotarianos, cujo
artigo VIII prescreve:
“Não procurar obter de um rotariano,
nem lhe outorgar, privilégio ou vantagem que não sejam normalmente concedidos
num relacionamento comercial ou profissional”.
Um comentário:
Companheiro Alberto,
Esse texto VOLTA ÀS ORIGENS é muito bom, e amanhã falarei sobre ele no meu clube.
Grata por compartilhar seus escritos e ideias.
Clotilde Tavares
Rotary Club de Natal
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