ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 24 de julho de 2012

REVEILLON NA PRAIA




Domingo, 31 de dezembro de 2006



Que maravilha! Reveillon na praia de Vilas do Atlântico, em Salvador. Adquirimos uma mesa na barraca Araruama e nos distribuímos nos seis lugares a nós disponibilizados: Solano e Cris; Bruno e Millena; eu e Helena; e mais os pequenos, João Victor e Cauã. O ingresso dá o direito de assistir ao show artístico e aos fogos de artifício, mais uma garrafa de champanhe, gelo à vontade e salgados variados em quantidade. A faixa de areia onde nos situávamos era preenchida por seguramente outras noventa e nove mesas, todas lotadas. Os artistas se apresentavam num palco bem equipado, com sistema de som perfeito e acompanhados por uma banda animada. Garçons e seguranças, em número suficiente, garantiam a qualidade dos serviços e a tranquilidade da noite.

Na virada do ano, marcada pela costumeira contagem regressiva, o show pirotécnico, numa sequência maravilhosa de desenhos e luzes, encanta nossos olhos durante os primeiros quinze minutos do novo ano, embalados todos pelos acordes solenes dos Hinos Nacional e  da Bahia.

Para compartilhar a alegria, na faixa de areia, entre as barracas e o mar, muitos jovens aproveitam a beleza dos fogos e da boa música. Famílias estenderam lençóis, onde podiam deitar as crianças para dormir. Como sempre e em todos os lugares, há mais mulheres do que homens, milhares de pontos brancos com bastante dourado, ao longo de toda a orla. Na beira-mar, quando as ondas vêem lamber a areia com suas espumas branquinhas, muitas mulheres com seus longos cabelos ao vento, reverenciam Iemanjá, rainha das águas. Entre beijos e abraços, casais se enroscam, o momento é de confraternização, de votos e pedidos. Os sentimentos, pensamentos e vontades são de fé, esperança e amor, uma enorme energia positiva toma conta do planeta, durante todas as horas deste dia, avança milímetro a milímetro, no momento em que a rotação da Terra vai passando pelo ponto zero, no alvorecer de um novo ano, em cada rincão do Planeta, a 1° de janeiro de 2007.

Pouco a pouco a maré enchente avança em nossa direção. Forma-se uma concentração de lindas mulheres que embalam seus corpos dourados ao som do chá-chá-chá, do forró, de muita guitarra e rock, sob o comando do vocalista. A banda tem um nome estranho, Allafia e, naquele palco enorme, amplo e espaçoso, com muita competência, a todos entretém e encanta, claro, com a ajuda do tempo, de um céu claro e cheio de estrelas, que também vieram para embelezar a festa.

Sinto algumas gotículas escorrendo lentamente por meus cabelos, descendo até meus lábios, com um gosto um pouco salgado. Pode ser orvalho, mas ele vem misturado com a salinidade trazida pela proximidade das ondas do mar, é cheiro e gosto de saúde e liberdade. À nossa frente, três jovens dançam sobre o banco comprido da mesa e acompanham a banda numa coreografia meio que combinada com um frenético e sincopado movimento dos braços, ora para cima, ora para baixo, ora para os lados, tudo acompanhado pelo jogo dos quadris, pelo balanço do corpo, pelo ritmo marcante, pelo movimento cadenciado das bocas, todos, sem exceção sabem de cor as letras das músicas. Como é de se esperar os mais velhos são mais calmos, comedidos, são atentos expectadores, zelosos de seu clã.

Quisera toda essa energia, essa sinergia retumbante, criasse sobre a Terra um manto protetor que a cobrisse, livrando-a de todos os males, de todo o sofrimento, de toda a violência. Que a miséria seja amenizada, onde todos tenham o mínimo indispensável para garantir a sobrevivência com dignidade, que todos sejam felizes com seus próprios meios, que a paz e a harmonia imperem nos relacionamentos, que este clima de confiança e amor seja perene, persista por todos os momentos do Ano Novo em qualquer canto da Terra. Que a energia da natureza, regida pela sinergia de nossos pensamentos, sentimentos e vontades faça triunfar a verdade, levando luz a todos os corações.

De meu peito explodem versos em forma de oração:

  “Faz-nos qual crianças, Pai, pois delas é o Teu reino.
Eu sou Teu e Tu és meu. Eu sou Tu e Tu és Eu. Eu sou o que sou.”



Obrigado, Senhor nosso Deus, por tudo de bom que nos destes neste ano que passou. Obrigado Pai pela saúde que nos permite produzir e levar a vida com amor. Que nós possamos levar a Tua Paz a todos os corações. Que a vida continue fluindo na plenitude dos sentidos, na lucidez de nossas mentes, na clareza de nossos pensamentos, na beleza de nossos gestos, no amor que invade nossos corações, na união que nos remete aos que amamos.    

10 comentários:

Graças Silva disse...

Caro Alberto,
Entrei na tua narrativa lírica, otimista...Confesso que me transportei para o espaço onde aconteceram os fatos.Senti o cheiro do mar, vi a onda avançando...Bom recordar porque significa, pela riqueza de detalhes, que foi um momento marcante.A esperança de "Que a energia da natureza, regida pela sinergia de nossos pensamentos, sentimentos e vontades faça triunfar a verdade, levando luz a todos os corações." Essa continua até os tempos atuais para aqueles que tem fé em Deus.
Um forte abraço da tua amiga,
Graças Silva

Sylvinha disse...

Pois é, querido Alberto! Não será a primeira e nem a última vez que elogiarei seus escritos.... principalmente neste texto que acabo de ler, transportando-nos ao lugar descrito e também fazendo-nos reviver nossos "reveillons" na praia do Leme, tradição que mantemos há tantos anos. Mais importante no entanto é sua oração final, fato tão difícil hoje em dia de acontecer: uma oração de agradecimento ao Pai que a cada segundo nos proporciona a confirmação de Sua presença em nossa vida.
Beijão, primo, extensivos a Helena e toda a linda família. Sylvinha, Carlos e "crianças"...

Girley Brazileiro disse...

Recordar é viver, Alberto!
Parabéns!
Girley Brazileiro

Neli Abascal disse...

Caro Companheiro Alberto, tenho que confessar que quando recebo teus Emails fico imaginando o que vem? e sempre é uma surpresa agradavel como esta "Reveillon na Praia". Me transportei para praia, que saudades do verão. Estamos aqui com 1 grau, muito gelado.

Abraços, que Deus continue te iluminando.
Neli Abascal

Unknown disse...

Caro professor Alberto,

Gostei muito!
Me transportei para a praia também!!!
Principalmente agora que estou voltando ao Recife dos USA.
Um forte abraço e que GOD BLESS YOU!
Do amigo de sempre,
Dilton.

FLORIPA disse...

Alberto.
Você nem imagina quem está a se comunicar contigo On Line.
Primeiramente meus parabens pelo belo uso da nossa lingua tão bem empregada por você.
Agora me identificarei:
Florimar.
Estudamos juntos no mesmo educandario,aqui no Rio de Janeiro,se lembra?
Boa sorte no caminho novo muito bem trilhado por você.
florimarrr@gmail.com

Lúcia Vasconcelos Lopes disse...

Olá Bittencourt,
Diante do quadro social, político e econômico que nacionalmente ora vivemos e que poucos enxergam, gerando realidades onde se possui mãos atadas ou bocas saciadas que, juntas nada fazem, foi uma alegria ler sua alma sensível. Principalmente no penúltimo período, onde o que escreve sunbstitui em qualquer ano ou local do planeta, os mais lindos votos de Feliz Ano Novo a um mundo que hoje, realmente precisa muito disto. Parabéns, amigo,
Lúcia Vasconcelos Lopes

Juarez Gonçalves disse...

Prezado Sr. Alberto,
Parabéns pela excelente narrativa. É impossível ler sem ser transortado para o ambiente narrado. E o melhor é poder contemplar não só a celebração de um novo momento, mas a valorização da vida, do ser humano e a oração por um mundo melhor para todos.

Que Deus nos ilumine sempre.

Juarez Gonçalves

Antonio de Pádua Sousa Lopes disse...

O seu primeiro escrito, que tive oportunidade de ler, foi um livro relatório de uma viagem a Europa. De tão didático, dei ao meu filho que se preparava para semelhente viagem, como roteiro a ser seguido. Vejo hoje o brilhante engenheiro tornar-se, também, não menos brilhante escritor.
Parabéns amigo.
Vai em frente com as bençãos de Deus.
Lopes

CORSINO DANTAS disse...

Caroamigo, escritor e “personal biographer” Alberto:

Otexto que você nos presenteia descreve com detalhes uma festa da épocanatalina, passagem de ano, e isto só merece elogios pela leveza e beleza da sequênciade imagens apresentadas, realçando a paisagem litorânea e o momento vivido, como sentimento de uma confraternização familiar, em louvação e agradecimento aoAltíssimo pelas conquistas do ano que se findava. O contexto, noentanto, é que me pareceu muito significativo, pois você participava de umevento realizado em local bastante aprazível, ligado às coisas do mar, e nãopoderia ser diferente, pois esta imagem está sempre associada à vida do povobaiano, no eterno culto à Rainha do Mar, Iemanjá. Tão distante hoje, no espaçoe no tempo, desse memorável encontro familiar, pareceu-me que sua presença emSalvador, além do encontro com a família, é claro, buscava, também, sorver umpouco da “cultura da baianidade”, eaí não há como fugir da evocação de Jorge Amado, Caymmi, Gil, Caetano, Gal,Betânia, e tantos outros, que, como grandes intérpretes sociais, na literatura,na arte ou na música, nos fazem admirar essa cultura “sui generis”, que seincorporou a vida de todos que ali nasceram, ou aos que ali aportam para se albergarna nova “pátria” cultural. Algo assim como o eterno “encantamento” deles, pelascoisas da terra do Senhor do Bonfim, o apego às raízes, o telurismo; uma certa preguiça incorporada com muita naturalidadeaos costumes do quotidiano das pessoas; a malemolência que se metamorfoseia emmil e uma formas de cultura; nas danças, com seus clássicos gingados, como vocêdescreveu; na música com suas letras e melodias irreverentes; nas manifestaçõesreligiosas, o sincretismo se harmonizando com o ecletismo, tudo enfim que formaum caldo de cultura único em nosso país. Vale até lembrar o Ary Barroso, quesem ser baiano, pois nasceu nas Minas Gerais, assimilou em alto grau todo ogerme cultural da africanidade presente na Bahia, mesmo tendo o compositormineiro sido educado no Rio de Janeiro. Em “Morena boca de ouro”, dizia omestre Barroso, “...ginga morena, cai não cai / Samba com malemolência...”. Ouentão, em sua “Aquarela do Brasil”, quando soltou o verbo com "Brasil/ Meu Brasil brasileiro/ Meu mulato inzoneiro/ Voucantar-te nos meus versos/ Ó Brasil, samba que dá/ Bamboleio que faz gingar/ ÓBrasil do meu amor/ Terra de Nosso Senhor/ Brasil!/ Brasil!/ Pra mim/ Pra mim”.

E assim caminha a Humanidade. Saravá !!!

Comos merecidos parabéns, vai um grande abraço do amigo

Corsino