A PONTE B4-A1
Alberto Bittencourt
A PONTE B4-A1
A ponte B4-A1 era transportada em caminhões da marca DODGE de 5 ton e reboques de 2,5 ton. Um sistema extremamente precário, instável, inconcebível nos dias de hoje.
As viaturas DODGE eram caminhões comuns, comerciais, com a carroceria adaptada para o tipo de carga, modelo B1 JM 161, motor a gasolina, tração 4x2, de apenas um eixo. Apenas a pintura VÓ os caracterizava como militares.
O Ten Eduardo Lima de Almeida Neves, comandante do Pelotão de Pontes, (sacanamente), pediu-me para seguir na boleia do caminhão da frente, de vez que subiríamos a serra das Araras, na BR-101, muito movimentada e a velocidade máxima não deveria ultrapassar de 30km/h.
Vi então que dirigir um veículo desses era realmente coisa pra macho, pelas seguintes razões:
1- Calor insuportável, vindo do motor, sem ar condicionado e sem isolamento térmico na cabine.
2- sem direção hidráulica, o que exigia esforço hercúleo do motorista, verdadeiramente braço forte.
3- Caixa de marchas sem sincronização, o que exigia dupla debreagem para reduzir.
4- Ausência de isolamento acústico. O barulho, vindo do motor, dentro da cabine, era ensurdecedor.
5- Ausência de amortecedores e de estabilizadores. O piloto e o copiloto pulavam feito cabritos quando passavam em qualquer buraco. Chegavam a perder o controle da viatura.
6- a velocidade na subida da serra era de, no máximo, 5 km/h.
A dotação do BEsE era de cerca de 30 desses caminhões. Como não existiam peças para reposição, a canibalizacao era a prática comum. Para dar a partida, alguns deles tinham que ser rebocados por outros, o que era erroneamente feito com cordas, pois não havia barras metálicas como seria recomendável. Um motorista recruta, certa vez colidiu com a viatura da frente, por não ter tido tempo de freiar. O sargento Goulart, encarregado da manutensao tinha que se virar. Problemas e mais problemas.
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