NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY
Alberto
Bittencourt – agosto de 2007
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Erradicar a pobreza extrema é prioridade do milênio. |
Dom Helder Câmara, saudoso
arcebispo de Olinda e Recife, nosso maior arauto da paz, disse certa vez: "A
pobreza, nós podemos aceitar, pois nela, as famílias têm o mínimo, o essencial.
Porém, de forma alguma podemos aceitar a miséria, pois nela falta tudo até
mesmo o essencial".
A OMS - Organização
Mundial de Saúde classificou a pobreza extrema, ou miséria como sendo o mais
grave e disseminado flagelo do planeta Terra. Junto com ela advêm a fome, a
doença e a violência.
O programa das Nações
Unidas para o terceiro milênio fixou como objetivo prioritário, a erradicação
da miséria do mundo, como sendo um imperativo de ordem social, ético, político
e econômico.
A pobreza extrema, atinge
diretamente mais de um bilhão de seres humanos no mundo, o que afeta, de um
jeito ou de outro, a vida dos restantes cinco bilhões de pessoas.
Um dos maiores males dos
tempos modernos é a concentração da riqueza nas mãos de alguns países, de
algumas empresas multinacionais, ou de algumas pessoas. O chamado G-8, grupo
dos oito países mais ricos do mundo, consome a quase totalidade dos recursos
energéticos do mundo.
No Brasil, quase um terço
da população vive abaixo da linha da pobreza. Habitam principalmente em
comunidades nos morros ou periferias das grandes cidades, denominadas
favelas. A conseqüência é a violência urbana incontrolável, que extravasa para
todos os lados.
A pobreza extrema, tanto
quanto a guerra, é incompatível com o ideal rotário de Paz Universal. Nada mais
natural que o Rotary assuma a liderança mundial de lutar pela sua erradicação
da face da Terra.
Combater a pobreza, bem o
sabemos, é:
- lutar
por oferecer melhores condições de moradia,
- melhor
acesso aos cuidados médicos.
- lutar
pelo desaparecimento da fome.
- lutar
para fazer baixar a taxa de mortalidade infantil,
- para
prolongar a vida em condições as mais dignas possíveis.
- É dar conhecimento e educação de
qualidade a todos, indistintamente.
Devemos combater a pobreza
extrema em duas frentes:
- lutando contra seus efeitos, com
ações pontuais de minoração do sofrimento, de assistência, de ajuda às
pessoas, comunidades e instituições beneficentes.
- confrontando as suas origens e
causas, entre elas a falta de uma educação social voltada para uma cultura
da paz, para uma melhoria nas relações inter-pessoais, para o convívio
harmonioso, respeitando os valores humanos e espirituais.
O ex-ministro da Saúde,
Adib Jatene, disse textualmente em palestra num seminário rotário: "o
grande problema do pobre não é ele ser pobre. É o amigo dele ser pobre. O pobre
não tem um amigo que fale com quem decide. Ele não tem amigo que marque uma
audiência, que lhe ajude a fazer um projeto, que o ajude a tirar um
financiamento. Se não corrigirmos isso, concluiu Jatene, será muito
difícil buscarmos o equilíbrio social".
Penso que a causa da
injustiça social é a ausência de contra poder. O pobre não tem contra poder.
Não se organiza para reclamar, reivindicar, pressionar contra a má gestão do
ensino, os esgotos a céu aberto, o atendimento médico caótico... Aí está a
origem dos abusos, das violências, das explorações econômicas, sociais e
políticas. A ausência de contra poder é que o faz aceitar passivamente o poder
paralelo de traficantes e criminosos, numa espécie de revolta muda dos oprimidos,
na guerra social urbana que atinge a todos, sem distinções.
A pobreza material sobre a
face da Terra é fruto das escolhas, das incoerências e das atitudes tomadas
pelos homens e pelos Estados. Pode ser a miséria gritante, soberana, massiva,
visível como as de certos países da África subsaariana, como pode ser a
miséria mais escondida, não menos vergonhosa, como a disseminada no Brasil e
outras nações, ou pode ser a miséria aleatória, mas sempre presente, nas
calamidades como a seca, nos conflitos armados entre os refugiados, nos
movimentos migratórios dos povos, nas epidemias.
No Brasil, uma política
macroeconômica, exclusivamente monetarista, refém do chamado "mercado
financeiro", em lugar de fortalecer a geração de empregos, desenvolver a infraestrutura,
provocou o alargamento da miséria e o empobrecimento da classe média.
A consequência é que as
classes mais favorecidas vão ficando cada vez mais isoladas, cada vez mais
egocêntricas, cada vez mais exclusivistas. Dissemina-se um outro tipo de pobreza,
como uma epidemia - a pobreza relacional endêmica - com todas as
suas consequências: a desertificação das relações de convivência, de
solidariedade, de proximidade. Pobreza das trocas conjugais, familiares,
sociais, que se expressa pelos conflitos, pela violência, pelo mal estar, até
mesmo pela violência contra si próprio.
É dever dos rotarianos
combater a pobreza material e a pobreza relacional. Ambas constituem a doença a
mais grave hoje existente em nosso planeta. Elas ameaçam não apenas a existência
de muitos, mas, a longo prazo a própria dinâmica da vida que deveria estar
sempre crescendo, a serviço da humanidade. Esta poderia muito bem, ser a nova
bandeira do Rotary.
xxxx
COMENTÁRIO 5
E-MAIL DO GOVERNADOR DIRCEU LUIZ SCHMITT (99-2000) DO D-
4670, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Boa tarde Cidinha
NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY.
Sob o título acima, o EGD. Alberto Bittencourt , defende a tese de que
o Rotary deve se posicionar e trabalhar em favor dos excluidos, aqui
entendido no seu mais alto significado, ou seja; em favor das
pessoas situadas na linha da Miséria existencial.
O EGD. Barata, contraditou e, até aqui, mais dois companheiros se
manifestaram; uma contra a maneira do manifestado pelo comp.
Barata e outra de um rotariano em seu favor.
É um embate muito interessante, que, todavia,não abordam o cerne
sobre a problemática MISERIA.
Em vão serão nossos esforços e das demais ONGs e Entidades
governamentais, se não existir um PLANEJAMENTO FAMILIAR
efetivo, com a busca do sucesso nesta empreitada.
É duro dizer, mas proponho que se faça a seguinte análise, que nos
foi transmitida por um engenheiro, em palestra na última
Conferência do nosso Distrito 4670: se pudéssemos promover a
INCLUSÃO total de todos os hoje Excluídos, seria bem possível que
faltariam recursos naturais para suportar tamanho aumento do
consumo global e, ainda, que, provavelmente o aquecimento Global
seria sinistro. ´´E duro pensar assim, mas é uma realidade.
Há que se considerar, ainda, que no Brasil, a maioria dos Estados se
ressentem de recursos financeiros para possibilitar a prestação de
Segurança, Saúde e educação. Aqui no Rio Grande do Sul, estamos
próximos do cáos.
Companheiros Rotarianos, proponho que façamos uma grande
reflexão sobre esta questão. Se for possível se implementar uma
ação efetiva e forte, nos mesmos termos da nossa Campanha contra
a Polio, quem sabe dentro de 10 a 15 a
COMENTÁRIO 4
Prezado Gov. Barata....
Bom dia...
Tbm sou rotariano, não sou EGD...fui presidente do meu clube ano 2001-02 RC SP CENTENÁRIO - SP Capital, e é exatamente como o Companheiro se expressou é tbm o meu sentimento, e sempre que posso falo exatamente o mesmo pensamento...precisamos focar num objetivo e se é a FOME...que atacamos ela...pq sem fome poderemos pensar e pensar no que queremos, desejamos e como vamos atuar...agora com o estômago vazio...fica difícil.
Quero deixar meus PARABÉNS ao Companheiro pela coragem de externar seus sentimento coisa que estou sentindo falta aos nossos dirigentes e companheiros de modo geral.
Abraço
João Bosco Leite
RSP-CENTENARIO
DIST. 4420
TEL. 11- 50940825
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COMENTÁRIO 2
From: EMANUEL BARATA
To: Dirceu Luiz Schmitt
Sent: Thursday, August 09, 2007 7:39 PM
Subject: [Via RS MAX: SPAM] NOVA BANDEIRA PARA O ROTARY
Concordamos com os erros de português, mas temos a certeza de que tais
desvios não levaram ao incorreto, de novo, entendimento, do que seja o
problema. A agressividade do texto está somente na percepção de quem o lê.
O texto é forte, isso sim, quer apresentar-se com o impacto necessário e não
como mais uma opinião que a nada leva. Não há assuntos no meio rotário, ou
do país, onde o santo seja de barro. Aliás, como a designação de santo é
genérica vai em minúscula e se refere especificamente a qualquer um dos
nomeados e não vamos, por isso, deixar de entender.
A resposta veio, e terminará aqui, por que o texto foi forte contra a forma de
enfocar a fome. Precisamos fazer valer a postura de correr com o andor e
quebrar o santo de barro que há muito vem permitindo com que andemos
pelo caminho errado, enganando-nos. Não há agressividade caros rotarianos,
há força, garra, vontade de luta, disposição, muita coisa a ser feita,
principalmente contra os deixa disso, verdadeiro furúnculo nacional. A forma
de um gaúcho se expressar é sempre vista como de faca em punho. Eu até
que sou muito modesto neste particular. Algumas vezes a irritação e coragem
de fazer mais e mais põe-me no pedestal hora colocado. Mais garra e luta é o
que queremos. Mas, cá entre nós, para atacar a fome é preciso ir pela fome
ou pelo caminho indireto proposto pelo texto?
O alerta sobre os desvios de enfoque que todos temos está dado. Uma boa
leitura. Somos EGD portanto pacíficos, ordeiros, mas como um brasileiro,
gaúcho, cheio de vontade, também com muita força nas expressões. Recebi
um comentário de um rotariano que se admirou da posição conformada de D.
Helder em aceitar a pobreza. Talvez esta visão tenha nos tornado caolhos
para a realidade da fome. Precisamos de algo de grande impacto. Basta de
mesmice. Esta expressão aparenta agressividade, sem a ter. Um abraço afetuoso, e como diria o Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra",
apreciamos o comentário, tenho certeza de que essa rotariana não está
adormecida como muitos de nós. Obrigado cara Regina Célia, você foi
especial.
Abraços
EGD Emanuel Barata
Governador do Centenário do D-4670
RC Canoas-Industrial
eebarata@cpovo.net
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COMENTÁRIO 3
From: Regina Krogh
To: 'Cidinha do Rotary'
Cc: eebarata@cpovo.net
Sent: Wednesday, August 08, 2007 12:16 PM
Subject: RES: EGD Barata: comentário artigo NOVA BANDEIRA PARA O
ROTARY
Prezada companheira Cidinha:
Li o artigo do EGD Barata e fiquei espantada com tanta agressividade. Sei que vivemos em uma democracia onde podemos nos manifestar quando não concordamos com determinados assuntos, mas "devagar com o andor que o
Santo é de barro".
E mais ainda: O EGD deveria cuidar melhor do seu português , por exemplo –
faltou o r no verbo prover; intenção se escreve com ç e não s como ele
fez e a palavra certa é discernimento e não dissernimento como
aponta o texto.
Como rotariana e vivendo num regime democrático achei-me no direito de,
também , fazer o meu protesto.
Regina Célia Monteiro Krogh
Presidente do RC São Luís 2007/2008
COMENTÁRIO 1
Prezados Companheiros Rotarianos,
Encaminho, para Conhecimento e Divulgação, comentário do
Governador do Centenário Emanuel Barata, D-4670 (Estado do
Rio Grande do Sul) ao artigo publicado pelo Governador do
Centenário Alberto Bittencourt, D-4500, RC Recife-Boa-Viagem,
Estado de Pernambuco.
Saudações Rotárias,
Amiga e Companheira Cidinha ,
Em referênca ao artigo do meu amigo e companheiro de ano de
governadoria, o Governador do Centenário Alberto Bittencourt,
concordo com partes.
Detesto a parte que aponta soluções via melhoria da saúde, da
educação, ou qualquer desta lista a seguir, retirado do texto.
* lutar por oferecer melhores condições de moradia,
* melhor acesso aos cuidados médicos.
* lutar pelo desaparecimento da fome.
* lutar para fazer baixar a taxa de mortalidade infantil,
* para prolongar a vida em condições as mais dignas possíveis.
* É dar conhecimento e educação de qualidade a todos,
indistintamente.
Acabar com a fome é prove renda condizente à comunidade através da
geração de trabalho e renda. O resto é atacar coisas importantes mas
que não reduzem a fome. Alguém que sabe o que está dizendo
afirmaria que se o povo tiver educação o problema da fome está
resolvido? Não sejamos bobos, educação significa qualificação que
significa melhor remuneração e nada tem a ver com o que estamos
falando. São duas realidades distintas existentes nas mesmas
comunidades. Dizer que com melhor saúde teremos menos fome é
exatamente o contrário doque é a realidade, com menos fome teremos
mais saúde, e não vice-versa.
De discursos politiqueiros, deturpados na realidade, não por má
intensão, tenho certeza de que estes pensadores são honestos.
Também tenho certeza de parcialidade e pequeno dissernimento, ou
por outro lado muita poesia, em suas observações. Chega de enrolação,
se quizermos falar de acabar com a fome, famos acabar com ela e não
nos desviarmos para outras áreas onde temos interesse de realizar. Ou
então desviamos para não termos solução, não é?
Abraços
EGD Emanuel Barata
Governador do Centenário do D-4670
RC Canoas-Industrial
eebarata@cpovo.net</span
Um comentário:
Amigo Alberto - penso que vc usou corretamente as informações disponíveis relativas a pobreza e desigualdade - não existe nada mais prioritário que focar no combate a pobreza. Permita-me citar abaixo uma verdade inexorável:
"Nada mais natural que o Rotary assuma a liderança mundial de lutar pela sua erradicação da face da Terra".
Conte com minha integral disposição e solidariedade. Ronaldo Carneiro
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