O QUE FIZERAM OS ISRAELENSES?
Alberto Bittencourt
Um amigo, jornalista de esquerda, insinua que a equipe enviada por Israel foi um golpe de marketing do premier B. Netanyahu e do presidente Jair Bolsonaro. Que eles nada fizeram, além de passear em terras tupiniquins.
Caro amigo, sugiro que se informe melhor.
A ajuda de Israel não é casuística, tampouco midiática, nem restrita ao Brasil Novo.
O povo de Israel costuma prestar esse tipo de ajuda a vários países afetados por cataclismas e desastres ambientais, como terremotos, furacões, a exemplo dos terremotos havidos no Havaí, no México e outros países.
A importância da ação israelense não se mede por resultados obtidos, nem por sobreviventes resgatados.
Mas sim, pelo gesto de humanismo e solidariedade, pela disponibilização de tecnologia e de corpo técnico, presente e pronto para o que encontrassem.
Mede-se muito mais pela vontade de ajudar, numa demonstração clara de que somos irmãos e de que este planeta Terra é a morada de todos nós, independente de raça, crença religiosa, política , ou de geografia. E que aqui há lugar para todos viverem em paz.
Não se pode comparar a mobilização israelense, de 138 pessoas, materiais e equipamentos, de última geração, vindos de longe, em apenas cinco dias, com a lerdeza e improvisação, características dos brasileiros.
Os primeiros 64 bombeiros enviados por Minas levaram vários dias para chegar ao local da tragédia, quase sem grandes meios tecnológicos a não ser o faro apurado dos cães farejadores.
Alias, a grande ferramenta em uso eram apenas enxadas, pás e picaretas.
A remoção da lama tinha que ser feita à mão, formando pelotas atiradas a distância.
E na maioria das vezes as equipes tinham que se arrastar e se enterrar na lama, à procura das vítimas, vivas ou mortas.
Você quer saber o que fizeram os israelenses? Eu lhe digo.
Basta citar o drone israelense que detectou os locais precisos onde se encontravam o ônibus, a pousada e outras instalações da Vale, deslocadas pela avalanche de lama que cobriu e destruiu tudo. Em apenas vinte e cinco minutos os sinais foram enviados para Israel e processados para indicar o que estava enterrado naquele lamaçal dos infernos .
A partir daí os resgates de corpos já em decomposição foram muito facilitados.
Nós, que não saímos da nossa zona de conforto, não temos a mínima ideia das dificuldades e do heroísmo dessas equipes de resgate, brasileiras ou não.
# Caro amigo.
Por favor, diga quantos dias os bombeiros de Minas demoraram para chegar em Brumadinho.
Tirei essa informação daqui do WhatsApp que é a minha, a sua, a nossa fonte comum. Pequei por não apurar a veracidade.
Outra coisa, especifique as asneiras que veiculei.
Caso contrário você estará sendo no mínimo leviano.
Acredito que você não tenha experiência nesse tipo de ação.
Eu já participei do resgate de famílias em deslizamentos de barreiras no Rio, ano de 1965, quando era oficial do Exército, tenente da arma de Engenharia .
Atravessei dias e noites acampado, removendo manualmente a lama na encosta de um morro, junto com meu pelotão de soldados.
Tenho os recortes de jornais da época, aos quais dei entrevista.
A propósito, você sabe o que é a miséria? Ou você é apenas mais um integrante dessa esquerda caviar que só sabe repetir os mesmos chavões, chingando os que têm opinião divergente.
Já entrou num barraco insalubre, anti higiênico, pequeno e fétido?
Já viu uma mãe drogada se jogar no mesmo papelão em que dormia embolada com quatro crianças, e a menor morta por sufocamento?
Já viu um bebê roído por ratazanas?
Eu já vi tudo isso.
Posso garantir que só conhece a miséria quem já sentiu na pele o cheiro da miséria.
Os médicos dos hospitais públicos que o digam.
Eles sentem o cheiro da miséria todos os dias.
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