DAR AS MÃOS
Alberto Bittencourt
TOME A MINHA MÃO -
Thich Nhat Hanh (monge vietnamita)
Thich Nhat Hanh (monge vietnamita)
Tome a minha mão
Vamos caminhar
Vamos apenas caminhar.
Vamos despertar de nossa caminhada
Sem pensar e sem chegar a lugar nenhum
Caminhar pacificamente,
Caminhar alegremente
Nossa caminhada é de paz
Nossa caminhada é de felicidade.
É sempre admirável ver duas pessoas de mãos dadas.
É como se uma corrente de energia, de amor, de
força, unisse definitivamente dois corpos físicos, nos quais um batalhão de
elétrons atravessasse velozmente, por canais condutores, de um para outro,
fortalecendo-os, energizando-os.
Gosto de
apreciar as crianças a brincar de mãos dadas e, especialmente, os casais mais
idosos quando dão a mão um para o outro. Os dedos entrelaçados, quanto mais se
estreitam, mais transmitem energia.
Dar as mãos é, sobretudo, uma relação de troca, em
que não há nem recebedor, nem doador. Quando estiver andando, você gostará,
talvez, de pegar na mão de uma criança. Ela receberá sua segurança e
estabilidade e você receberá dela o frescor e a inocência.
Cientificamente,
o ato de dar as mãos, está provado, acalma, tira a ansiedade, dá uma
tranqüilidade maior à uma alma transtornada pela dor e pelo medo.
O Dr. David Servan-Schreiber, médico psiquiatra
francês, (precocemente falecido em 2012), autor do livro “Curar”, publicado no
Brasil pela Sá Editora, conta o caso do marido que, numa emergência hospitalar,
apenas segurou a mão da esposa enquanto ela, apavorada, se submetia a dolorosos
procedimentos médicos. Após o término dos mesmos, ele relata que ouviu
dela a seguinte expressão:
Você não imagina
o bem que me fez ao segurar a minha mão enquanto eu estava com medo.
É fato comprovado pela ciência através da análise
das ondas cerebrais do estresse que, em pacientes com ferimentos graves, estes
não saram com o simples gesto de afeto de dar as mãos, mas a solidão e o medo
desaparecem, assim como, sabe-se agora, a dor. Experimentos científicos o comprovam, diz o Dr
David.
Se um enfermeiro desconhecido simplesmente segura a
mão da paciente, o medo diminui. O cérebro, mostrado em imagens de ressonância
magnética, revela menos ansiedade, embora a dor continue. Entretanto, se for o marido a lhe tomar as mãos, o
cérebro se acalma em todos os sentidos e em todos os níveis.
O Dr. Davi diz que qualquer coisa extraordinária se
passa através do contato físico. É algo tão forte quanto um potente medicamento,
capaz de acalmar a dor e o medo. E quanto mais a relação é forte, mais esse
medicamento é eficaz. O efeito sobre o cérebro das mulheres é diretamente
proporcional ao amor que elas devotam ao seu marido.
Assim, na
ressonância magnética, pode-se ver a modificação que ocorre em uma das regiões
mais profundas do cérebro emocional – O hipotálamo – a glândula que regula a
secreção de todos os hormônios do corpo e sobretudo dos hormônios do estresse. Poder agir desse modo sobre o hipotálamo e sem
efeitos secundários é o sonho de toda indústria farmacêutica, prossegue o
médico.
Intuitivamente, se descobriu o que há de mais
profundo na natureza humana: a necessidade que todos têm de sentir fisicamente
a natural conexão com o outro e com o amor. Mais do que físico, dar as mãos é
um contato espiritual.
É preciso tirar proveito disso.
x-x-x-x-x-x
12 comentários:
Concordo... A sensação é maravilhosa. Adorei o artigo.
beijos
Qualquer manifestação de amor, dá ao outro uma sensação de segurança, de paz, de alegria. A pessoa relaxa e com isso a dor diminui.
ESTA é a melhor proposta,
porque se todos derem as mãos não haverá mão alguma para agredir quem quer que seja.
Arlégo.
Amigo Alberto:
Um forte aperto de mãos.
Toinho Portela
Belo artigo. mãos enlaçadas, mãos que se doam, mãos que pela imposição, transmitem energias benéficas e curativas.
Isso nos remete a refletir que devemos ser mais generosos, mas compadecidos com a dor alheia, e que, a cada aperto de
mão, estejamos certos e conscientes de termos repassados a paz.
Aqui vão minhas mãos, Comp. Alberto... mãos Rotárias que, junto com as suas mãos Rotárias, se empenham em fazer o bem àqueles que mais necessitam.
PARABÉNS, e um forte abraço!
Parabéns, Gostei muito.
MUITO EMOCIONANTE ESTE TEXTO, DAR AS MÃOS, COMO TUDO QUE VC ESCREVE, TEM UMA SENSIBILIDADE IMPAR, PARABÉNS!
PENSO QUE AS COMPROVAÇÕES CIENTIFICAS FALAM DE EFEIITOS FISICOS / EMOCIONAIS ,E ISTO É TUDO. A TRANSMISSÃO AFETIVA DÁ ALENTO À ALMA, TRANSFORMA VIDAS. REPASSA AMOR, AFASTA O PRINCIPAL DANO EMOCIONAL DA HUMANIIDADE ATUAL:, A SOLIDÃO,
SUGESTÃO: DIVULGUE NO FACE ESTA JOIA PARA QUE AS PESSOAS SE ATENTEM PARA A IMPORTÂNCIA DE TÃO "SIMPLES ATO" ABRAÇOS
Alberto amigo,
Uma quadrinha sem métrica para o "Aperto de mão":
Um aperto de mão
remete ao coração
alegria e prazer
sensação de bem-querer.
Adorei o texto.
Abs. Elizabeth
Olá... Excelente Texto. Como diz esta citação: "Trabalhemos, auxiliando-nos uns aos outros. Somos associados de uma só empresa de redenção, usando o sentimento, o raciocínio, as mãos, a palavra, a tribuna, a imprensa e o livro para o mesmo glorioso desiderato". Muita Paz Sr. Alberto e demais participantes!!!
Olá Sr, Alberto! Excelente postagem;
Como diz a citação: "Trabalhemos, auxiliando-nos uns aos outros, Somos associados de uma só empresa de redenção, usando o sentimento, o raciocínio, as mãos, a palavra, a tribuna, a imprensa e o livro para o mesmo glorioso desiderato".
"As Mãos
"Muitas pessoas perdem as pequenas alegrias enquanto aguardam a grande felicidade." Pearl S. Buck
Naquela manhã o jovem professor chegou à escola um tanto cabisbaixo.
Problemas se somavam e pesavam sobre sua sensibilidade de jovem idealista.
Estava difícil suportar. Foi então que, durante uma reunião de trabalho ele não pode controlar as lágrimas que lhe escorreram pelo rosto, em abundância.
Uma amiga, que o observava, em silêncio, estendeu as mãos e segurou as dele, num gesto de ternura.
Foi uma atitude simples, mas significou muito para aquele jovem, pois ele sabia que a amiga tinha uma vida super atarefada; muitas atividades e preocupações, filhos, marido, empresa, mas, mesmo assim, tinha tempo para dedicar ao amigo, para estender-lhe as mãos.
Aquele gesto simples levou o jovem a escrever sobre a importância das mãos. O texto diz mais ou menos assim:
As mãos podem muitas coisas: oferecer apoio no momento certo, estender-se para consolar, segurar firme para amparar.
Mas o que mais podem as mãos?
As mãos saúdam, as mãos sinalizam. As mãos envolvem, dão carinho.
As mãos estabelecem limites. Escrevem. Abençoam.
As mãos desenham no ar o "adeus", o "até logo".
As mãos agasalham. Curam feridas.
Para o mudo a mão é o verbo. Para o idoso é a segurança.
Para o irascível a mão erguida é ameaça. Para o pedinte a mão estendida é súplica.
Para quem ama, a mão silenciosa, que acolhe a do ser amado, é felicidade.
Para quem chora, a mão alheia é conforto.
Há mãos que agarram, perturbadas. Há mãos que tocam, suaves. Há mãos que ferem. Há mãos que acariciam. Há mãos que amaldiçoam.
Há mãos que abençoam. Há mãos que destroem. Há mãos que edificam, trabalham, realizam.
Há pessoas que transmitem energias, através da imposição de mãos, entregando-se a essa tarefa tão bela de amor.
Nossas mãos podem exteriorizar o amor, construindo templos, hospitais e escolas; fabricando vacinas e equipamentos médicos; alimentando famintos, medicando enfermos...
Podem concretizar a paz social assinando tratados de armistício, escrevendo livros, guiando carros, pilotando aviões, varrendo ruas, tocando instrumentos musicais, pintando telas, esculpindo, construindo móveis, prestando serviços...
Podem manifestar fraternidade, ao lembrarmos da essencialidade do humano, da sensibilidade, da empatia, estendendo-as a um irmão que, num dia difícil, põe-se a chorar.
Suas mãos são abençoadas ferramentas para construção de um mundo melhor.
Use-as sempre para edificar, elevar, dignificar, apoiar, acenar com a esperança de melhores dias...
Momento de Reflexão
Muita Paz, Haroldo.
Caro Bittencourt.
Quando adolescente estudava eu em colégio de freiras. Lá tínhamos aulas denominadas de religião. A nós moçinhas eram passadas como regra, repetidas vezes, que jamais deveríamos dar as mãos aos namoradinhos. Isso, pois nos dizia a professora, serem passados a nós pelo contato das mãos, o germe do pecado, pensado e sentido pelo nosso par. Para aumentar nossos temores, também era regra social daquela época, que somente aos nossas namorados "firmes" deveriam dar-lhes nossas mãos. Confesso que, mesmo ,medrosa hesitei dar a mão ao primeiro namoradinho. Mas, corajosa quebrei as regras. E, aí descobri a sensação gostosa e nada pecaminosa do dar as mãos. Libertei-me deste julgo, mesmo com muito medo de ser assim vista. Mas logo, no decorrer de algum tempo, começei a ver casais de mãos dadas passeando livremente. Sim, amigo. O hipotálamo talvez seja o órgão humano onde tramitam quase todas as nossas emoções. Há nele, pelo pouco que sei, a resposabilidade no trato com nossos hormônios. E, como corpos físicos, somos reais transmissores das sensações sentidas. E a do prazer é uma delas. Prazer este que toma as mais diversas denominações em nossos sentires. Nossos terminais nervosos encontrados nas mãos tudo podem transmitir. Calor, amor, amizade, fraternidade e paz. Para citar apenas alguns. Num aperto prolongado de mãos, vários sentimentos a nós podem ser trasmitidos. Até aqueles considerados ilícitos. Apenas posso acrescentar terem talvez nossos olhos, igual valor de transmissão. Mas o toque das mãos, quando enlaçamos nossos dedos com os de outra mão amada é algo mágico. Como você, fico a apreciar os casais mais idosos com as mãos enlaçadas. E, apenas esta contemplação me dá gostosa sensação de felicidade. Também o beijar as mãos nos apresenta um novo código. De amor e de respeito. Se é que estas palavras aqui não possam ser apresentadas como sinônimos. Quantos beijos puros ou não tão puros, se o social pudesse ouvir os suspiros de prazer, são passados pelos beijos às mãos. Tantas mãos eu dei...Outras tantas beijei com meu mais puro amor. Tantas outras vezes me acalmei apenas por tentar passar ao outro meu afeto e toda minha força. Tantas cabeças acarinhei..Desde as pequeninas às grisalhas de meus amores amigos. As pequeninas fiz das minhas mãos acalantos para dormirem. As grisalhas também transmiti aquilo que sempre considerei pouco. O meu imenso carinho e gratidão.
Mais uma vez me emociono com a sensibilidade do iluste amigo. Você sempre faz fuir em todos nós o que de melhor temos. Sempre ligando fatos e sentires aos atos de dar-se. Mais uma vez parabéns Bittencout. Vou aguardar o que suas mãos nos trarão novamente de bom e de belo. Fraterno abraço.
Lúcia Vasconcelos Lopes.
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