A ÉTICA ROTÁRIA
Alberto Bittencourt
O movimento Rotário, sendo um movimento mundial, está
em constante evolução, em constante atualização. O Rotary de hoje é diferente
do Rotary de 30 anos atrás em muitos aspectos, mas há uma coisa dentro do
Rotary que não muda, que é imutável desde o primeiro dia da sua
existência. Chama-se ética. No que se refere à ética o
Rotary é rígido, inflexível. Os princípios éticos de hoje são os mesmos de
1905, da época da criação do Rotary.
A Ética, um princípio que não pode ter fim, é o mais
imutável dos princípios. Um verdadeiro dogma.
A ética rotária é expressa pela relação comportamental
entre as pessoas, dentro e fora do Rotary. É a ética no exercício profissional,
a ética na relação comercial, a ética nas relações familiares, a ética nos
clubes.
O comportamento ético, representado pela Prova
Quádrupla, é um princípio a ser sempre lembrado, constantemente exaltado,
principalmente nos dias de hoje, em que se valoriza a "lei de Gerson" – o "gosto de levar vantagem
em tudo" - quando se preconiza a
competição entre as pessoas, entre as empresas, onde a concorrência visa não
apenas vencer, mas destruir, quando os
fins justificam os meios, lícitos ou ilícitos.
É preciso averiguar permanentemente se a Prova
Quádrupla está cumprindo o seu papel de melhorar as relações profissionais ou
comerciais, se está sendo corretamente difundida na sociedade pelos Rotary
Clubs. Precisamos meditar sempre sobre como poderá esse teste de procedimentos
contribuir para melhorar o mundo, verificar o que nós, rotarianos do centenário
podemos fazer para que ela seja um norteador de procedimentos entre os homens,
em suas relações sociais, políticas, familiares, de trabalho e de lazer.
Dentro do clube o Pilar da Ética não é menos
importante que os demais, pois sem ele a casa cai. A ética no clube o que é? É
o cumprimento das obrigações que nós assumimos ao colocarmos o distintivo
rotário. Quais são essas obrigações?
A primeira é a frequência financeira, o pagamento em
dia das mensalidades do clube. Ao adentrarmos um clube de Rotary, tomamos
ciência das responsabilidades financeiras que assumimos. Ao sermos empossados
como rotarianos firmamos o compromisso de pagar corretamente todas as
mensalidades. A inadimplência financeira de quem quer que seja fere os
princípios da verdade e da justiça, de vez que sobrecarrega os demais
companheiros do clube.
A segunda obrigação é a frequência funcional, porque
não se faz companheirismo, nem se troca energia, nem se interage uns com os
outros, com as cadeiras vazias. Para que se tenha novas idéias, novas
inspirações, é preciso estar presente. Faz parte da ética rotária a frequência
mínima de 50% das reuniões rotárias do semestre. Assim, a inadimplência
funcional, é o não cumprimento dos requisitos mínimos de frequência. O pilar da
ética é quebrado com a ausência às atividades do clube, sejam às reuniões
plenárias semanais, sejam às reuniões de companheirismo, de trabalho ou de
representação. Aquele que não comparece, não participa, não colabora, nem
tampouco diz a que veio, fere a ética rotária da verdade, da justiça, da
amizade, da boa vontade.
Tudo dentro do clube faz parte da ética rotária,
inclusive a aceitação de missões, como a de presidente. Todos vocês que
entraram neste clube sabem que um dia chegará sua vez de serem convocados por
seus colegas para novas e desafiantes funções e a recusa significa omissão, o
não cumprimento da ética rotária. Fere a ética quem sistematicamente se recusa
a assumir cargos como o de presidente do clube, ou mesmo de diretor de avenida
ou comissão. Quem entra no Rotary, já entra sabendo que chegará a sua vez, um
dia ele será convocado para servir ao clube. Ao recusar uma convocação, chegada
a hora, significa que o companheiro está sendo, no mínimo, omisso.
Também fere a ética rotária aquele grupinho de
companheiros que constituem a chamada "turma do cupim". São aqueles que em toda
reunião ficam no fundo da sala batendo papo, conversando, freqüentemente
bebendo cerveja ou uísque, alheios ao que se passa na reunião plenária, numa evidente
desconsideração, falta de respeito e de educação, pelos palestrantes e
convidados.
Não podemos contemporizar nem amenizar os rigores da
prova Quádrupla nas reuniões rotárias e na vida dos clubes. Jamais podemos
esquecer do slogan cunhado pelo publicitário Aroldo Araujo, companheiro do Rotary Club do Rio de Janeiro:
Ética - Um Princípio que não pode ter Fim.
3 comentários:
Querido companheiro:
"Ética" é um tema delicado e você o abordou com finura e objetividade. Parabéns!
O Rotary é inflexível quanto às questões éticas, mas constato que os clubes/distritos nem sempre procedem com o mesmo rigor. Um fio de barba já não serve como aval da palavra dada, nem tampouco o distintivo rotário garante o caráter ilibado de seu portador.
É lamentável e preocupante num momento em que estamos engajados na divulgação da Imagem Pública de Rotary, uma organização ímpar dedicada ao ideal de servir. Valorizemos os pontos positivos, mas lembremos também que algumas varas tortas podem comprometer a robustez de todo um feixe de varas originalmente harmônico.
Afetuosas saudações rotárias.
Marlene
Reitero parabéns pelos novos artigos ora referidos.
Retorno à sua idéia de Interclubes sobre "Serviços Profisionais e Ética em Rotary, matéria apropriada ainda para este mês de outubro. Imagino que poderia ser no Círculo Militar, porém, no espaço maior. Poderia ter começo às 19.00h.
O modelo da reuñião poderia ser do tioo Painel, com três expositores (painelistas), seguido debate com todo o plenário. Alternativamente, poderia ter um Expositor único (com 30 minutos), porém, neste caso, seguido de dois Comentadores
(debatedores), com 10 minutos cada.
Infelizmente, vejo que talvez
já estejamos muito tardios para esta proposta.
Seu admirador e amigo
de sempre.
ADALBERTO ARRUDA
A Ética Rotária é algo de infalível
walkyria
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