ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 1 de maio de 2023

ESCRITOR

ESCRITOR

 Alberto Bittencourt - 

16 mar 2015.  Fl 18v/15

Fragmentos de meu diário

 

Já são decorridos dias e mais dias desde a última vez em que escrevi algo neste caderno. O que não significa que tenha deixado de escrever. Diariamente sempre posto algum texto no computador, seja em  resposta a um e-mail, seja um comentário qualquer sobre uma foto, uma  notícia,  um evento, ou o que for. 

 

Gosto de brincar com as palavras, puxar sentimentos e emoções gerados no âmago do meu ser, transformar o imponderável, o imaterial, o vazio, em algo paupável, algo que se pode ver, mexer, tocar, medir. 

 

Esse é o papel do escritor, transformar o que é mais íntimo, mais subjetivo, em algo público, material, objetivo. Colocar tudo numa folha de papel, para que, alguém, ao ler, possa se deixar transportar  para um novo mundo,  o mundo interior do escritor. 

 

É isso aí. Ser escritor é ser diferente.  É romper paradigmas. É quebrar a natureza de seu próprio ser, é voltar-se para o público , para o lado de fora, para os outros. É estabelecer a comunicação clara, objetiva, colocando nas palavras tudo aquilo que sentimos, que nos vai n’alma. 

 

Ser escritor é ser amante da natureza. 

A beleza do canto dos pássaros reside no fato de expressar o melhor de si e, com isso, atrair a sua parceira.  Um canário, por exemplo, não canta para agradar ao público externo que o ouve e admira. Ele canta por uma necessidade pessoal de manifestar o seu desejo, atrair a fêmea, seguir a lei maior da natureza, de preservação e perpetuação das espécies. 

 

O sonoro e divino  canto dos pássaros soa aos nossos ouvidos como dádivas, presentes de Deus. O passarinho não almeja reconhecimentos, não visa agradar terceiros.  Ele é movido exclusivamente pela vontade de se dizer presente,  de se apresentar  e atrair a fêmea, futura mamãe de  filhotes comuns. O som daí resultante, encanta nossos ouvidos, enleva nosso espírito, desperta em nós sentimentos de amor, do culto ao belo e ã natureza.  

 

Já o que eu escrevo, faço-o única e exclusivamente para ser apreciado,  degustado, saboreado, pelos leitores. Escrevo não para mim, para satisfação de meu ego, mas para ser admirado e respeitado, para receber palmas, prêmios e reconhecimentos. Para ter seguidores, uma legião de fans. Escrevo para ser imortal. Deixar para as gerações presentes, passadas e futuras, em livro aberto do meu ser, o sentimento do mundo. Escrevo, enfim, para dar o meu recado, transmitir ao mundo, eternamente,  a minha mensagem. 

 

Assim eu me realizo, assim eu me apresento, na essência do meu íntimo. Assim me amostro por inteiro,  não para conquistar uma fêmea, mas para atrair multidões. Quanto mais eu escrever, quanto mais eu aparecer em público, maior será a minha satisfação pessoal, maior será a minha fama. 

 

Escrever é meditar. É fazer um exame de consciência todos os dias, é buscar o equilíbrio, a paz e a harmonia. Escrever é mergulhar no silêncio mais profundo, comunicar-se consigo mesmo, ir na busca de meu mestre interior. Escrever é preparar-se  para o que de mais belo e divino possa acontecer - o encontro  com Deus .

 

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