ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

domingo, 30 de abril de 2023

MEU OBJETIVO

 

MEU OBJETIVO.

Alberto Bittencourt - 01 nov 2018

 

Não ando em busca de mordomias, de conforto, nada disso.

Antes de tudo sou soldado, acostumado a me virar.

Fui paraquedista militar e mestre de saltos.

Certa feita saltei de paraquedas na Amazônia para abrir clareiras para pouso de helicópteros. Aos 25 anos eu era o comandante de 30 soldados. Ficamos isolados, acampados. Já não conseguíamos comer a ração fria que l eváramos. Passamos a nos alimentar então, apenas com castanha do Pará e carne de macaco, orientados pelo Sub-ten. Solon, especialista em Operações Especiais e sobrevivência nas selvas. Ele estava lá, com sua equipe de precursores há mais de um mês. Dormíamos no chão duro, sentindo calor, frio, picadas de insetos, sem água para banho, pegando nas ferramentas de sapa o dia todo (pá, foice, enxada). Ninguém morreu. Cumprimos a missão e saímos fortalecidos.

Em 1964, no que as esquerdas chamam de golpe e nós chamamos de revolução, fiquei dois dias dentro de um buraco em que eu só cabia em pé. Era uma trincheira às margens do rio Barra Mansa. Tinha 21 anos. Meu comandante defendia o regime comunista do João Goulart.

Nossos canhões e metralhadoras apontavam para os soldados, brasileiros também, entrincheirados na outra margem, vindos de Minas, enviados pelo governador Magalhães Pinto e sob o comando do Gen. Olímpio Mourão Filho, e de São Paulo, cujo governador Ademar de Barros já aderira ao movimento, com as tropas do II Exército sob o comando do Gen. Amaury Kruel para depor o governo.

Entre eles estava o  meu irmão, Cláudio Bittencourt, aluno da Academia Militar das Agulhas Negras, situado no município de Resende, Est. do Rio. .

Um garoto com apenas 19 anos.

Pense num drama.

O que fazer? Cumprir as ordens e atirar contra nossos irmãos de sangue e contra as nossas convicções ideológicas? Ou aderir ao movimento vindo de Minas Gerais. Mas resisti e fiquei até o fim, quando o general Humberto de Alencar Castelo Branco assumiu o comando das tropas do I Exército e mandou voltarmos para os quartéis

João Goulart havia abandonado o governo e fugira para o Uruguai.

Conheço na pele as condições em que vivem muitas pessoas.

Uma pessoa só pode dizer que sabe o que é a miséria quando sentir o cheiro da miséria. É parecido com o cheiro das alas dos hospitais públicos. Só não tem o odor dos medicamentos.

Meu Rotary

Meu Rotary não é uma reunião de pessoas ricas que ficam em intermináveis discursos que não servem para nada. Meu Rotary não vive em palácios. Ele está nas praças, nas ruas, nas favelas, nos hospitais, nas creches, nos ônibus superlotados, no barraco de um vão, onde adolescentes são estrupadas por irmãos mais velhos porque dormem juntos, na única cama.

Onde enteadas engravidam de padrastos, pelo mesmo motivo.

Onde o bebê morre sufocado pela mãe que se joga drogada sobre ele, no único estrado que existe.

Onde não tem água potável, nem banheiros, nem papel higiênico.

Esse é o meu Rotary.

Vivi muitas histórias, reais, verdadeiras. Daria para colocar num livro.

Conto isso para dizer que o meu objetivo não é o conforto. Meu objetivo é viver dignamente e tornar mais digna a vida do próximo.

Essa é a minha missão.

Essa é a minha razão.

VIVA O EXÉRCITO BRASILEIRO!

VIVA O ROTARY!

VIVA O BRASIL!

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