SUSTENTABILIDADE
Alberto Bittencourt - 2016
Sustentabilidade é palavra da moda.
É palavra de variadas acepções.
É palavra única usada em diferentes contextos.
Nunca foi tão repetida, tão evocada, tão conclamada.
O quê seria afinal, sustentabilidade?
-Na vida?
-No crescimento da humanidade?
-Nas Associações?
-No Rotary?
-Nos projetos?
-Nas Bolsas Educacionais?
-Nos Seminários?
Por definição, no meio ambiente , um projeto é sustentável quando não polui, não deteriora e não consome recursos naturais.
No Rotary, a sustentabilidade de um projeto se dá quando , esgotadas os fundos, o mesmo continua a funcionar por seus próprios meios, a produzir efeitos.
Então, a doação de um equipamento médico hospitalar, por exemplo, seria sustentável enquanto o hospital possuir recursos para manter e operar esse equipamento, mesmo após o término dos fundos recebidos do Rotary.
Certo?
No meu entender, NÃO.
Se o rotariano cruzar os braços e nada mais fizer após a solenidade de entrega desses equipamentos, o projeto deixa de ser sustentável do ponto de vista do Rotary.
Ao aplicar os recursos da FR, mesmo em se tratando da doação de equipamentos para um grande hospital, é dever do rotariano acompanhar o funcionamento desses equipamentos. Verificar a transformação que causa na sociedade. Verificar quantas pessoas se beneficiam. Verificar se está cumprindo os objetivos a quê se propôs.
O rotariano deve aproximar-se dos beneficiários e perguntar, de forma proativa, em que poderia ajudar, o quê ele poderia fazer para corrigir as deficiências, para melhorar o rendimento do projeto.
E mais, precisaria fazer relatórios periódicos, divulgar na mídia, nos meios de comunicação que aquele equipamento representa um trabalho contínuo e sustentável do Rotary.
Mostrar e provar que o trabalho não se encerrou com a aprovação do Relatório Final.
Isso é sustentabilidade.
Pode ser uma bolsa de estudos, um intercâmbio rotário, pode ser uma atividade clubista. Pode ser até um seminário.
A presidente do STF, Carmen Lúcia, ao assumir o posto de presidente do Conselho Nacional de Justiça. Falou o seguinte:
"Eu temo por uma burocratização excessiva, que é o contrário da razão de criação desse conselho. Firmar convênio, fazer papel, assinar e não sair nada dali me parece uma forma até de não fazer as coisas acontecerem", disse a ministra.
CONTINUOU: (destaque meu)
"Não adianta fazer seminário, que é uma coisa ultrapassada, no sentido de apenas conversar. Da discussão há de resultar projetos, desses projetos resultarão em práticas, que precisam ser testadas", afirmou Carmen Lúcia, segundo a Folha.
Para mim, a afirmativa da ministra caiu como uma luva.
Que adianta amontoar palestrantes sob variados temas em nossos Seminários?Comprimi-los em curto espaço de tempo, em apresentações rápidas e sucessivas? Repetir citações, frases de efeito, filminhos motivacionais de nada adianta porque são superficiais e logo esquecidos.
Não produzem nenhum efeito, nenhuma transformação.
Se não resultarem em projetos, em práticas, em ações efetivas para serem experimentadas e testadas, como disse a Ministra, ao meu ver, esses seminários nao são sustentáveis.
Pois, para mim, sustentabilidade é transformar as pessoas.
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