ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 4 de março de 2019

MINHA RESPOSTA

MENSAGEM RECEBIDA NO FACE:
Manuquinha, entendo bem sua postagem! Mas, isso tudo que estamos vivendo chama- se democracia, o fato é que não devemos olhar para o outro a partir da nossa lógica e racionalidade. Compreender o prisma do outro, seu ponto de partida, sua história é de suma importância, a dualidade nos enriquece enquanto parâmetros. Compactuo com você que a pauta apresentada do futuro presidente é assustador, temeroso mesmo! Mexeu comigo a ponto de me expor em redes sociais, em prol de uma causa maior, minha filha, porque tenho clareza que esse modelo de projeto "totalitário, arbitrário" não está nem perto do que desejo pra ela.
Porém, o amor, o afeto, o carinho não morrerão, ao menos para aquelas pessoas que nutrimos tais sentimentos. Sabe aquela história em que dois seres olham pra mesma planta e um diz que ela é branca, o outro aposta que é verde?! A diferença é que um olhou para as flores e o outro para o caule.
Seguiremos, e mesmo sem acreditar em perspectivas melhores, vamos torcendo sempre para o nosso Brasil. Um beijo bem grande em Lupita. Ass: Ana Cavalcanti
MINHA RESPOSTA:

Parabéns por sua mensagem, Ana.
Tenho fé e esperança no Brasil e no povo, não apenas no governo eleito.
Sou contra as mordomias, as regalias, os privilégios, os cartões corporativos e a justiça onerosa, pesada cheia de mordomias.
Sou militar, engenheiro e professor. Fui paraquedista militar e mestre de saltos. Antes de tudo sou soldado, acostumado a me virar. Certa feita saltei de paraquedas no meio do mato para abrir clareiras para helicópteros. Aos 25 anos eu era o comandante de 40 soldados. Ficamos 30 dias isolados, acampados, comendo apenas ração fria e sem gosto. Dormíamos no chão duro, sentindo calor, frio, picadas de insetos, sem água para banho, e pegando na enxada o dia todo. Ninguém morreu. Cumprimos a missão e saímos fortalecidos.
Em março de 1964, no que as esquerdas chamam de golpe e nós militares chamamos de revolução, fiquei dois dias dentro de um buraco em que só cabia um homem em pé. Era uma trincheira às margens do rio Barra Mansa, no Estado do Rio. Tinha 21 anos. Meu comandante defendia o regime comunista do João Goulart.
Nossos canhões e metralhadoras apontavam para os soldados, brasileiros também, entrincheirados na outra margem, que vieram de Minas e de SP para depor o governo.
Entre eles estavam os cadetes da AMAN, a Academia Militar das Agulhas Negras, e o meu irmão, Cláudio Bittencourt.
Um garoto com apenas 19 anos.
Pense num drama.
O que fazer? Cumprir as ordens e atirar contra nossos irmãos de sangue e contra as nossas convicções ideológicas? Ou desertar e abandonar tudo. Mas resisti e fiquei até o fim, quando o general Castelo Branco assumiu o comando e mandou voltarmos para os quartéis.
João Goulart abandonara o governo e fugira para o Uruguai.
Praticamente sem derramamento de sangue iniciou-se o regime militar. Podem chamar de ditadura. Guerra é guerra. Ditadura para mim é a de Cuba que executou milhares de oponentes no paredon. É a da Venezuela em que milicianos executam nas ruas quem tem opinião contrária.
Conheço na pele as condições em que vivem no Brasil muitas pessoas, na condição de pobreza extrema, ou miséria.
Dom Helder dizia que a pobreza podemos tolerar, pois eles têm o essencial. Mas a miséria, onde falta tudo, até mesmo o essencial, essa não podemos aceitar.
Uma pessoa só pode dizer que sabe o que é a miséria depois de sentir o cheiro da miséria. É parecido com o cheiro nas emergências públicas dos hospitais. Só não tem o odor dos medicamentos.
MEU ROTARY

Meu Rotary não é uma reunião de pessoas ricas em intermináveis discursos. Meu Rotary não vive em palácios. Ele está nas praças, nas ruas, nas favelas, nos hospitais, nas creches, nos ônibus superlotados, no barraco de um vão, onde adolescentes são estupradas por irmãos mais velhos porque dormem juntos, numa única cama.
Onde enteadas engravidam de padrastos, pelo mesmo motivo.
Onde o bebê morre sufocado pela mãe que se joga drogada sobre o único estrado em que dormem. Onde o jovem adolescente prática crimes em busca de dinheiro para comprar crack.
No meu Rotary não tem água potável, nem banheiros, nem saneamento. O esgoto corre a céu aberto nas chamadas valas negras.
Esse é o meu Rotary.
Vivi muitas histórias, reais, verdadeiras. Dariam para colocar num livro.
Conto isso para dizer que meu objetivo não é ficar na zona de conforto.
Meu objetivo é lutar por um futuro melhor para nossos filhos e netos. Não importa o governo. Sou a favor da justiça, da seriedade, da verdade, da honestidade. Para mim, até agora, salvo poucas e honrosas excessões, os políticos são mentirosos e desonestos. Fazem parte do sistema. Não têm compromissos como o Brasil, apenas com as próximas eleições e com o partido. É devido à corrupção que existe tanta miséria no Brasil.
A esperança é a última que morre.
Parabéns mais uma vez, Ana

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