ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 2 de julho de 2018

O OUTRO






                                                         Alberto Bittencourt                                                                     Recife, julho de 2013


Frequentemente nos deparamos com expressões do tipo:

Coloque-se no lugar do Outro.
Não faça ao Outro o que não gostaria o Outro lhe fizesse.
Ame o Outro como a si mesmo.


Afinal, quem é o Outro?

Poderíamos responder de forma indefinida:

É todo aquele que não sou eu.
Uma afirmativa assim tão vaga abre um leque de imensas possibilidades - positivas e negativas.

Como somos seres essencialmente sociais, o outro, mesmo que não o saiba, é indispensável à nossa sobrevivência, ao nosso equilíbrio, ao nosso crescimento, à nossa criatividade e, sobretudo, ao nosso futuro. 

Em todos os encontros, em todas as trocas, em todas as parcerias, chegam-nos do outro, ou dos outros, diferentes tipos de mensagens, verbais e corporais, visíveis e ocultas, premeditadas e improvisadas, racionais e intuitivas, que sempre podemos receber, acolher, amplificar, ou mesmo recusar, conforme nos pareçam boas ou más.

Nós sempre temos uma reação positiva ou negativa à qualquer mensagem, seja ela proposta ou imposta, consoante nosso estado de espírito no momento em que a recebemos, em função de nossas expectativas ou de nossas necessidades.

Quando escuto a voz da minha consciência, percebo o quanto fui cego e surdo a tantas mensagens. Muitas vezes fui desinteressado, ou mesmo indiferente com o outro. Posso ter sido, no mínimo, pouco atencioso, quer fosse o outro mais próximo ou mais afastado. 

É importante manter a consciência de que as relações com o outro se constroem em torno de quatro âncoras essenciais:

1. Saber pedir, sem impor nem exigir.
2. Saber doar, sem sufocar nem provocar dependência.
3. Saber receber, acolhendo e amplificando o que vem do outro.
4. Saber recusar, sem rejeitar quem lançou a proposta.

Ao longo da minha existência, encontrei com muitos outros.

Com a maioria vivi momentos mágicos, carregados das melhores intenções. Foram momentos de alegria, de prazer, de trocas plenas, completas. Com eles eu cresci, ampliei os meus limites, tanto interiores, quanto exteriores. 

Com outros, realizei os meus sonhos e guardo de cada um, um reconhecimento profundo, durável.

Com alguns outros, entretanto, eu me deparei com a ansiedade e o estresse. Esses deixaram marcas indeléveis, em várias etapas de minha vida. Com eles aprendi muito. 

Aprendi que os momentos que tanto nos afetam, são mais sentidos quanto mais atingem nossas inseguranças. E, na medida em que estas vão sendo resolvidas, o sofrimento vai sendo minimizado, até ser finalmente esquecido. Surge então um sentimento superior, uma plenitude, uma consciência de crescimento como pessoa. 

Eu não me arrependo de nenhum desses encontros. Eles me construíram, permitiram-me acessar o meu melhor, ensinaram-me a desenvolver maravilhosas potencialidades. 

Hoje eu percebo que não seria o homem que sou, sem esses momentos, sem essas trocas e compartilhamentos com o outro. 

A todos, agradeço com amor. 





     
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