ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AO PÉ DO MARCO ROTÁRIO


 


Alberto Bittencourt
Out 2007

 
 Visitamos o marco rotário do nosso querido Rotary Club do Recife-Boa Viagem. Obra de arte, projeto do renomado artista plástico, Alex Mont’Elberto, filho do nosso saudoso companheiro José Júlio Fernandes, um trabalho de grande beleza que projeta o nome do Rotary, uma referência para todos os que chegam ao bairro de Boa Viagem, onde se concentram os melhores e maiores hotéis da cidade. Fica situado numa praça, na confluência de duas importantes artérias, a av. Domingos Ferreira e a rua Barão de Souza Leão, no caminho do aeroporto.
Ali, na praça, moram cerca de quinze menores de rua. Ao perceberem a comitiva, alguns se aproximaram para pedir esmolas. Fiz questão de reuni-los ao pé do marco rotário para uma foto. Serviria, pensei, para motivar os companheiros, conscientizá-los do muito que precisa ser feito. Crianças sempre gostam de posar para fotografias. Os que abertamente cheiravam cola de sapateiro, já escolados, diplomados nas escolas das ruas, esconderam atrás de si os vasilhames e garrafas. São meninos e meninas, as idades variando de 12 a 16 anos. Vivem na praça, se abrigam sob as marquises. A menor, Vitória, olhos azuis, rosto sardento, bonitinha, doce, carente de afeto, tão frágil e pequenina, não sabe ler nem escrever. Disse morar em Carpina, cidade a 60 quilômetros do Recife. Veio sozinha, fugiu de casa, de um padastro que a agredia, que batia, segundo afirmou. Não quer voltar. Prefere atender ao apelo do asfalto. Para ela, a insegurança das ruas é o lugar mais seguro.
Mandei ampliar a foto, fiz um cartaz colorido, levei para o clube, apresentei aos companheiros, com um apelo patético, sob o título: “Ao pé do marco rotário”. Na hora ficaram todos motivados, em seguida, caiu no esquecimento.

Helena e eu adquirimos a firme convicção de que dar esmolas nas ruas é prejudicial. A criança fica sujeita à violência de todo tipo, à exploração dos adultos e dos meninos maiores. Nos encontros rotários sobre Novas Gerações sugerimos a campanha:

_ Que o Rotary encha a cidade de outdoors com os dizeres: “não dê esmolas nas ruas, lugar de criança é na escola”.

Somos todos reféns daquelas crianças que crescerão levando no coração a chaga da revolta, da violência, do desamor, da ignorância, do abandono, do descaso. Crescerão à margem dos valores humanos, dos valores espirituais. Jamais compreenderão o significado da Palavra Divina: “Amar a Deus sobre todas as coisas” e “Amar ao Próximo como a si mesmo”.  Hoje são as Novas Gerações, amanhã serão as Gerações Perdidas. É uma pena. Segundo as estatísticas, metade dessas crianças não completará 24 anos de idade. Sucumbirão antes, vítimas de nossa própria omissão e da incompetência dos governos. Tragédia!

 

   


 

 

 

5 comentários:

FRANK DEVLYN disse...

Gracias y Viva Rotary!

RONALDO CARNEIRO disse...

Caro Alberto –
você tem uma sensibilidade humana notável. Na verdade, a maioria dos seres humanos se compadecem ao verem crianças sem perspectivas, não apenas os rotarianos, mas qualquer pessoa entende que “Somos todos reféns daquelas crianças que crescerão levando no coração a chaga da revolta, da violência, do desamor, da ignorância, do abandono, do descaso”.
Lamentações de nada adiantam, algo precisa ser feito, como engenheiro você pode imaginar a energia destas crianças sendo dissipada e perdida no descaso e abandono. Elas não pediram para vir ao mundo, compete a nos, dar-lhes a mínima condição de sobrevivência e progresso. E se fossemos nos aquela menina de olhos azuis que fugiu dos pais que a maltratava???? Reflita sobre a proposta abaixo e anexa. Grato pelo envio de seus textos. Cordial abraço. Ronaldo Carneiro

valquiria disse...

Companheiro Alberto,
E tão complexo hoje falarmos de jovens e como proceder que fico ainda sem saber como ajudá-los. Faço parte também das novas gerações e necessito correr e fazer alguma coisa. São tantos jovens nas ruas e toda vez me pergunto não dar nada é o certo...o que fiz para ajudar.

dandomaispalpites disse...

Como vocë, vejo uma tragédia. Precisamos pensar com mais objetividade. Gerações perdidas.
Importante não se acostumar... Jamais considerar impossível qualquer mudança. Ana Hertz

TOINHO PORTELA disse...

Amigo querido Alberto,
hoje li seu blogue, e confesso que, com a avalanche de informações que nos arrasta (mal encontro tempo para estar na internet a responder até mesmo às mensagens dos mais aproximados amigos, como você), achei ótimas suas observações.
Vamos em frente, todos juntos!
Abs.
Toinho Portela