ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

UM LIVRO ADMIRÁVEL




Surpreso e admirado. Assim posso definir meu estado de espírito tão logo iniciei a leitura do livro "Semeando Olhares – Vivências por Peregrinações Geográficas", de autoria da jovem geógrafa, de 25 anos, Paloma Sol, filha de minha prima Enyzinha Cunha.
Recebi-o das mãos de sua mãe, em reunião de família, em troca de meu livro "Ajudando a Construir a Paz"
Como ela mesma diz, a obra é uma produção autônoma, com ajuda de alguns amigos. Editada em gráfica rápida, tiragem limitada, tem ilustrações graciosas, a bico de pena, da própria autora.
Segundo me informaram, Paloma se encontra atualmente na Índia, no ashram da guru indiana Amma, que já distribuiu mais de 20 milhões de abraços e esteve recentemente no Brasil.
Paloma demonstra ser uma pesquisadora social incansável, dotada de grande percepção e de uma sensibilidade fora do comum. Voltada para as coisas simples da terra, se deslumbra ante os milagres da natureza virgem, provedora de vida e alimentos.
Entremeado de citações, poesias, letras de músicas de Gil, Milton, Caetano, Chico, o livro é repleto de diálogos com o homem das comunidades, com o camponês, o indígena, as crianças. Retrata o modo de vida de diversos povos, os conflitos trazidos com o avanço da civilização, suas angústias, suas aspirações, os contrastes do antes e depois do progresso. Um capítulo importante trata da educação rural. Paloma dialoga com as professoras, mostra seu dia a dia, sua vida, suas agruras, seus ideais.
Paloma penetra na intimidade do homem rude do campo, convive com comunidades indígenas, seus hábitos, sua cultura milenar ainda preservada. Não sei como reproduz com tanta precisão e fidelidade os diálogos, no linguajar natural da região, com suas expressões e termos matutos. São tão reais, tão sinceros que, imagino, somente com o uso de um gravador poderia se explicar. Como teria arranjado tempo para transcrever toda a riqueza contida no livro?
Peregrina, Paloma percorreu sendas e trilhas, rios e igarapés, no meio do mato, em busca de comunidades as mais remotas. Esteve na Mantiqueira, no Tocantins, no Acre, indo até o Peru e Bolívia. Mochila nas costas, andava a pé ou buscava carona, à beira de estradas, às vezes por dias sucessivos. Não desistia, até conseguir. Viajou de avião, ônibus, carro, caminhão, moto, bote a motor de popa. Se preciso, não hesitava em armar a barraca e pernoitar no mato, sozinha, superando o medo das sombras, dos animais, dos insetos.
Admiro a coragem dessa menina, recém saída da adolescência. A mocinha indefesa, desarmada de corpo e alma, carrega nas intenções e ideais a ânsia de conhecer a vida no campo, de se unir à natureza primitiva. Com tanta coisa nos jornais, Paloma confia no Deus protetor. Todos os desconhecidos que cruzam seu caminho são pessoas boas, amigas, puras, acolhedoras.
Parabéns Paloma. Você tem uma grande obra, uma grande missão a cumprir. Que Deus a proteja.
Do primo
Alberto Bittencourt

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