ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 11 de junho de 2011

DESARMAMENTO




O Brasil, é um dos países em que a violência tem crescido em índices de 5,5 % ao ano. Se esse índice significasse desenvolvimento, estaríamos no patamar das nações mais desenvolvidas do mundo.

Lamentavelmente a nossa imagem não é das melhores. Temos entre 2 a 3% da população mundial e entre 12 e 13% das vítimas mundiais por armas de fogo. São dados da Campanha da Fraternidade de 2005, que não nos deixam mentir.

Triste imagem a do Brasil, campeão de índices de morte por armas de fogo. A cada 13 minutos um nosso irmão está morrendo, vítima de arma de fogo.
Em média, são 50 mil vítimas por ano, a maioria com idade entre 18 e 24. Um verdadeiro genocídio. A população jovem masculina neste país está sendo dizimada, a tal ponto que, segundo o IBGE, mudou o perfil populacional do País, reduzindo o número de homens em relação ao de mulheres. É uma situação similar à de um país em guerra, quando a grande mortalidade de homens jovens altera o equilíbrio numérico entre os sexos. E em conseqüência, os costumes.

Um jovem de 20 e poucos anos que morre vítima de arma de fogo, leva consigo todo um investimento do estado, em educação, em saúde, todo esse dinheiro escoa pelo ralo, nas guerras entre grupos de traficantes, nos embates com a polícia, numa sociedade em que as opções de vida honesta são poucas, onde permeia o desemprego onde a juventude se afunda na miséria, na falta de oportunidades.

Nos últimos 10 anos, 500.000 pessoas foram assassinadas neste país. Quase 10 vezes mais do que em 12 anos de guerra do Vietnan, quando morreram 58.000 soldados norte-americanos. Mata-se mais neste país que nos EUA, que é considerado um país armado. Mata-se mais neste país que na China, com 1,3 bilhões de habitantes. Mata-se mais neste país que na Índia, que tem 1,2 bilhões de habitantes.

Não podemos nos conformar. Não temos o direito de ficar omissos ou indiferentes.
O contrário de paz não é a guerra, o contrário de paz é a omissão e a indiferença.
Martin Luther King, prêmio Nobel da Paz, disse:

"O que me assusta não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos homens de bem"

Os homens do bem são tímidos, os homens do mal são ousados. Quatro homens do mal trocam dois olhares e formam uma quadrilha para praticar assaltos. Os homens de bem ficam conjeturando, enrolados em burocracia, fazendo discursos. Citam estatísticas em intermináveis reuniões mas esquecem tudo quando termina o evento. Não nos mobilizamos para a ação, para fazermos o que é preciso para mudar esse quadro de violência. Nós temos que levar adiante tudo o que se apregoa nas plenárias rotárias, em fóruns, seminários, conferências, não podemos ficar só nos palavrórios, nas boas intenções, sem sair da inércia.

Temos que deixar de lado os discursos teóricos e passar da retórica à ação. É preciso fazer alguma coisa, já, aqui e agora. Não podemos nos conformar, não podemos permanecer acomodados, enquanto nossos irmãos estão morrendo lá fora. Temos que mudar esse quadro, deter essa violência crescente que ameaça a todos. Precisamos voltar a olhar para as pessoas nas ruas, para as crianças nos cruzamentos, como seres humanos que são e não como ameaças potenciais.
Como dlsse Martin Luther King:

"Não podemos saciar a sede de justiça no cálice do ódio".

Eu quero fazer um apelo a todos vocês. Vem aí o segundo plebiscito do desarmamento que visa proibir o comércio de armas de fogo no país. Considerando que 57% dos criminosos, autores de assassinatos por arma de fogo nunca tiveram antecedentes criminais (dados da Campanha da Fraternidade), que 57% dos criminosos matam numa discussão de bar, de futebol, em crimes passionais, ou mesmo por descuido ou acidente, o que vemos diariamente nos jornais, se houver o desarmamento da população esses índices cairão para metade. Então nós temos que nos levantar em favor do SIM no referendo.

Existem companheiros, quase 20 milhões de armas de fogo nas mãos da população. A primeira campanha do desarmamento arrecadou 300 mil. Não é nada, e como não existe dinheiro para pagar essas 20 milhões de armas, nós vamos ter que fazer uma campanha, para que haja o desarmamento espontâneo pela própria população, e que o ferro dessas armas seja transformado em matéria prima para fabricação de equipamentos hospitalares, como camas, mesas, utensílios e por que não dizer, na fabricação de distintivos rotários, que são o símbolo da paz?

Vamos nos unir em favor da paz, precisamos nos mobilizar a favor da paz.
Entretanto, não falemos apenas no que se refere aos excluídos, às populações miseráveis, aos marginais. Não nos esqueçamos principalmente do homem que freqüentou escola, que teve instrução, que aprendeu a distinguir entre o bem e o mal, do homem de nível universitário, profissional de carreira, executivo, empresário, juíz, político, banqueiro e todos aqueles que usam colarinho branco, ostentam anel de grau no dedo anular, e que vemos diariamente na televisão responderem por atos lesivos ao bem comum. Talvez sejam eles os maiores culpados pela triste realidade do Brasil de hoje.

Contra esse estado de coisas, se insurge o ROTARY.
É chegada a hora de mostrar a todos que o Rotary é capaz de mudar essa situação.

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