ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

CULTURA DA PAZ E NÃO VIOLÊNCIA

Cultura da Paz e Não Violência

CULTURA DA PAZ E NÃO VIOLÊNCIA. 

Alberto Bittencourt – fevereiro de 2017 

Ante o crescimento dos índices de violência em todos os níveis de atividade humana no Brasil, o Estado tem se mostrado incompetente. Não conseguiu controlar o aumento desenfreado da criminalidade. As capitais do nordeste se tornaram as campeãs em mortes por homicídios por armas de fogo. Basta verificar o Mapa da Violência para constatar.

Mata-se mais no Brasil que na Síria.
Entre 2011 e 2015, tivemos no Brasil 278.834 mortes violentas.
Nesse mesmo período, o número de mortes violentas na Síria foi de 256.000. 


Como se vê no noticiário internacional, o Brasil è campeão mundial de mortes por armas de fogo.

Somente no ano de 2015, o Brasil registrou, em números absolutos:

  • 58.467 assassinatos 
  • 45.460 estupros 
  • 110.000 armas ilegais apreendidas. 
Em números relativos, os índices dos estados do nordeste do Brasil são os mais elevados. Os três estados mais violentos do Brasil são:
  • Sergipe: 57,3 mortes violentas a cada cem mil habitantes. 
  • Alagoas: 50,8 / cem mil 
  • RGN:       48,6 / cem mil. 
E esses números vêm crescendo. 


80% das vítimas dos homicídios praticados no BRASIL são: 
  • Jovens, 
  • entre 15 e 24 anos de idade. 
  • Do sexo masculino 
  • Cor parda ou Negra. 
  • Pobres 
Tal constatação configura que vivemos no Brasil uma verdadeira guerra civil não declarada. Esses números só não causam uma comoção mundial, porque as mortes ocorrem distribuídas ao longo do ano, de forma isolada, não concentrada. Por isso não são destaques da mídia internacional.

Pesquisas levantaram que 76% da população vive premida pelo medo. 

Os governos,  pressionados pelo clamor de uma população refém da criminalidade, lançam a cada ano, um Plano Nacional de Segurança, com esse mesmo nome que, de nada adianta.

São mais de 30 anos de descaso no Brasil com a segurança pública, eclodindo agora na crise do sistema penitenciário e nos motins dos policiais militares estaduais.

Para uma população carcerária de 600 mil apenados, temos um déficit de 250 mil vagas.


Os governos brasileiros falam apenas em repressão da criminalidade. 

Agora mesmo, o governo destinou R$ 778 milhões para a compra de armas e equipamentos para as polícias e construção de novos presídios.

Considerando que apenas 5% dos crimes Investigados chegam às barras dos tribunais, fala-se em aumento das penalidades, redução da maioridade penal, agilização da Justiça, diminuição da impunidade.

Tudo isso é necessário, mas ninguém fala da prevenção.

Está provado que a repressão só fez aumentar a criminalidade.
Uma Política Social Preventiva inclui a educação e a geração de emprego, prioritariamente.
Dois terços dos jovens brasileiros estão desempregados. O jovem que não estuda nem trabalha é facilmente aliciado pela criminalidade.

A prevencão é o que fazemos, o Rotary e seus parceiros. Será e sempre foi o fóco de nossas Ações.

Para agir preventivamente, minha proposta, é instituir neste ano do Centenário da Fundação Rotária, Subsídios Globais, no valor mínimo de 30 mil dólares cada, para, em parceria com as Prefeituras Municipais, atuar nas turmas das Escolas Municipais de Ensino Fundamental 2, de forma a implantar uma Cultura de Paz e Não Violência, paralela à grade curricular básica do Ministério da Educação.

Assim, conseguiremos alcançar a faixa etária de 11 a 15 anos, em que os jovens, de ambos os sexos, encontram-se mais vulneráveis à violência e ao risco de serem cooptados pela criminalidade. 

Esse é um trabalho de médio prazo. Tem que alcançar todo o corpo docente e discente, incluir uma política de melhoria do rendimento e aproveitamento escolar, de valorização dos professores e de monitoramento e avaliação dos resultados.

O projeto terá duração de dois a três anos. Empregará metodologia de dinâmicas de grupo, discussões dirigidas, colóquios, com participação interativa, em reuniões que poderão ser bimensais, contando com facilitadores especializados, terapeutas, psicólogos, psiquiatras, médicos, pedagogos, professores, todos profissionais contratados, incluindo o fornecimento de alimentação, camisetas alusivas ao projeto, .

Nosso propósito é ensinar a esses jovens e, por extensão às famílias, os valores humanos de ética e civilidade, de paz e não violência, de forma a que eles possam se desenvolver com dignidade, como chefes de família dedicados e aprendam a ganhar o pão de cada dia de forma honesta.

PROJETOS DE CULTURA DA PAZ E NÃO VIOLÊNCIA



PROJETOS DE CULTURA DA PAZ E NÃO VIOLÊNCIA

Alberto Bittencourt - fev 2017

(Encaminhe ao prefeito de sua cidade)

Pertenço a uma organização chamada Rotary International e venho propor um programa de parceria. 

Trago a proposta de desenvolver projetos em Escolas Municipais de Ensino Fundamental 2, em favor de adolescentes dos 11 aos 15 anos. 

São esses jovens que se encontram na fase mais vulnerável ante o assédio e abuso sexual, a droga, a prostituição, o abandono pelas famílias, a violência doméstica, o bullying, o estupro, a gravidez precoce, as doenças sexualmente transmissíveis (DST), a ideologia de gênero e outras ameaças. 


Perde-se a esperança justamente onde ela deveria ser mais forte - de que a educação é a base de tudo e que é preciso oferecer oportunidades para os jovens. 



Retroalimenta-se o estigma de que a melhor solução seria a redução da maioridade penal. 

A situação é mais do que URGENTE. 

Destes jovens em situação de pobreza, podemos afirmar, sem medo de errar, que boa parte deles não chegará aos 24 anos de idade. 

Infelizmente o Brasil é campeão mundial de mortes por armas de fogo. 

São mais de 50 mil homicídios ocorridos por ano. Em 2015 foram 58 mil. 

80% das vítimas são jovens pobres, de cor parda, do sexo masculino, com idades entre 18 e 24 anos. 

Afinal, que saídas podemos oferecer para que esses jovens tenham um futuro auspicioso, se as escolas públicas são ineficientes e burocráticas?

Nossa proposta é ensinar e divulgar nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental a Cultura da Paz e Não Violência. 

Pesquisadores provaram que o aumento da violência entre os jovens está ligado:

- à baixa qualidade do ensino,
- à ausência da prática esportiva e de educação física,
- ao péssimo rendimento escolar.
- à falta de oportunidades e de emprego. 

Os resultados do teste do PISA em 2015, mostram o ensino básico no Brasil na rabeira das setenta nações avaliadas.

É a falência da Educação Fundamental no Brasil.

Propomos a educação com valores humanos, éticos e morais, sem a intenção de doutrinação ou catequização de qualquer espécie. 

Não pertencemos a partidos políticos, nem a igrejas. Move-nos apenas o desejo de que o jovem se desenvolva com amor no coração e aprenda a ganhar honestamente o pão de cada dia.

Mediante parcerias internacionais, o Rotary pode realizar projetos chamados de Subsídios Globais, e aportar cerca de cem mil reais (US$ 30 mil) por projeto, com duração de um a dois anos cada, em benefício desses jovens. 

Podemos contratar educadores, pedagogos, terapeutas, sociólogos, médicos, e outros especialistas profissionais. 

Queremos conscientizar o corpo docente e discente das escolas municipais. 

Poderíamos estender esse projeto por várias escolas, com abrangência inicial de cerca de dois a três mil alunos. 

Precisamos difundir nas Escolas a Cultura da Paz e Não Violência. 

Precisamos diminuir a violência no ambiente em que vivem esses jovens, para que eles se tornem verdadeiros cidadãos, úteis e produtivos para o mundo. 

E para que possamos afirmar com orgulho: 

A juventude brasileira tem jeito. 






Alberto

SUSTENTABILIDADE NO MICROCRÉDITO

SUSTENTABILIDADE NO MICROCRÉDITO

Caros companheiros 

O Distrito 4500 desenvolve atualmente um importante projeto de Subsídios Globais de Crédito Rotativo, também chamado de Microcrédito, patrocinado pelo E-clubD4500, em parceria com a CEAPE e FECOMERCIO

O projeto segue seu curso normal, em atendimento às famílias mais necessitadas com o aporte de crédito para micro empreendedores individuais.

Como acompanhei o projeto desde o início, na qualidade de presidente da CDFR, gostaria de dar um alerta a todos os associados do E-clube.

Este projeto difere dos demais subsídios globais por ser um projeto financeiro, em que o dinheiro não é para ser gasto, simplesmente, mas sim, para ser investido, de modo a retornar, acrescido dos juros, e poder servir a novos empreendedores.

É obrigação do clube patrocinador do projeto, acompanhar todos os investimentos com os recursos da FR, desde o início, a partir do processo de seleção e triagem dos beneficiários, fazer relatórios constantes e mensais ao D.4500, acompanhados de fotografias dos empreendedores e negócios instalados
Coloquem uma profusão de imagens das pessoas beneficiadas pelo projeto, do impacto que teve em suas comunidades, das mudanças e transformações que acarretou. Mostrem fotografias dos objetos dos créditos recebidos, dos pagamentos efetuados, das prestações de contas realizadas. A Fundação Rotária vai exigir extratos mensais com os comprovantes dos pagamentos.
Esse é um trabalho que tem que envolver a totalidade doQuadro Associativo, o qual, deve ser dividido em equipes. O Clube não pode ficar um só dia de braços ccruzados.

É da maior importância que se façam esses relatórios mensais.

A qualquer momento a FR poderá enviar um "Cadre", consultor especializado para auditar todo o projeto. Estejam preparados para isso, portanto.

Por se tratar de um dos melhores e mais transformadores projetos da FR, somos todos responsáveis pelo seu sucesso.

O fato do E-club ter recebido o dinheiro FR e firmado parcerias com a  CEAPE e FECOMERCIO, não significa que o clube possa lavar as mãos e considerar o serviço terminado. Pelo contrário. Agora é que o trabalho começou verdadeiramente. Do contrário o projeto não terá a sustentabilidade apregoada pela FR.

Outra coisa. Mandem informações sobre a bolsa de estudos recebida pelo estudante americano Gabriel Gardiner, vinculado ao presente projeto.

A FR está atenta para o caso de clubes que receberam  verbas, repassaram  para terceiros e cruzaram os braços. Achavam que não precisavam fazer mais nada, como acontecia com os projetos de Subsídios Equivalentes.

Hospitais, escolas, creches, comunidades, estão cheios de equipamentos quebrados, doados por  Rotary Clubs, que nunca ou pouco funcionaram. Os clubes inauguraram e acharam que o trabalho  estava encerrado. Na realidade, estava apenas começando.
A parte principal é o monitoramento, acompanhamento, verificação dos resultados, um trabalho que compete aos rotarianos.
Não é outra a minha intenção, senão a de fazer um alerta. 

Fica aqui o meu conselho: 
não esperem um ano para o primeiro Relatório Intermediário. Façam-no mensalmente. Criem uma rotina. A FR exige a apresentação de extratos bancários mensais, com a comprovação documental de todas as despesas. Garanto que estarão sendo muito mais eficazes.

Alberto Bittencourt

SUSTENTABILIDADE NOS SEMINÁRIOS

SUSTENTABILIDADE NOS SEMINÁRIOS

A presidente do STF, Carmen Lúcia, ao assumir o posto de presidente do Conselho Nacional de Justiça. Falou o seguinte:
"Eu temo por uma burocratização excessiva, que é o contrário da razão de criação desse conselho. Firmar convênio, fazer papel, assinar e não sair nada dali me parece uma forma até de não fazer as coisas acontecerem", disse a ministra.
Continuou:

"Não adianta fazer seminário, que é uma coisa ultrapassada, no sentido de apenas conversar. Da discussão há de resultar projetos, desses projetos resultarão em práticas, que precisam ser testadas",
afirmou Carmen Lúcia, segundo a Folha.
Para mim, a afirmativa da ministra caiu como uma luva.

Que adianta amontoar palestrantes sob variados temas em nossos Seminários?Comprimi-los em curto espaço de tempo, em apresentações rápidas e sucessivas? Repetir citações, frases de efeito, filminhos motivacionais de nada adianta porque são superficiais e logo esquecidos.
Não produzem efeito, não transformam.
Se não resultarem em projetos, em práticas, em ações efetivas para serem experimentadas e testadas, como disse a Ministra, ao meu ver, esses seminários nao são sustentáveis.
Os eventos estão muito repetitivos e isso cansa os rotarianos, principalmente os mais jovens.
O nosso Conselho de Legislação -2016 inaugurou um novo Rotary, voltado para a flexibilização, inovação e criatividade.
Continuar fazendo a mesma coisa, do mesmo jeito, sempre, não tem sustentabilidade

ECOS DA CASERNA 2

Ecos da Caserna - 2
Alberto Bittencourt

Forte Orange, na ilha de Itamaracá, PE



Os jornais noticiaram em primeiras páginas, manchetes de rebeliões em presídios de Segurança Máxima, com centenas de mortes e fugas.  
O diagnóstico é claro.  O sistema prisional do Brasil há muito vem  montado em cima de um barril de pólvora. 

Superlotação e ociosidade

As estatísticas são gritantes: 
600 mil presidiários com um deficit de 250 mil vagas. Enquanto isso, 2 bilhões de Reais destinados à construção de mais presídios, dormitam há anos nas gavetas da burocracia estatal. 
40 % dos presos são provisórios, não sentenciados, para uma média de 8% no restante do mundo. 
A legislação paternalista acredita na ressocialização de pessoas na maioria irrecuperáveis.  
Cumpridos um sexto da pena com bom comportamento,  entram no regime semi-aberto. 
50% deles voltam a cometer delitos.  
O criminoso tem direito a bolsa-presídio e ao trabalho com remuneração mínima de 70% do salário mínimo. Tem direito a educação e outras benesses pagas pelo povo brasileiro. 
Assim mesmo, apenas 30% exercem algum tipo de atividade legal.  
Muitos são clandestinos, como os chaveiros dos presídios cariocas.  Estão ali em troca do poder e do tráfico de influências. 

Os presídios são verdadeiras escolas de criminalidade. 

Mas nem sempre foi assim.

Recém-chegado ao Recife em janeiro de 1972 após o término do meu curso de Engenharia de Construções e Fortificações do IME - Instituto Militar de Engenharia - vim servir na CRO/7 - Comissão Regional de Obras da 7a RM, órgão responsável pelas obras militares nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e no então território Federal de Fernando de Noronha. 

A CRO/7 tínha por objetivo, executar obras de construção,  reconstrução, reforma, restauração, melhoramento em instalações militares nesses estados. 

A CRO/7 era um órgão militar e técnico.  
Uma das missões recebidas, fruto de um convênio entre o Ministério  do Exército e o Ministério da Educação e Cultura, foi a restauração do Forte de Orange situado na ilha de itamaracá. 
Tratava-se de uma Fortaleza inexpugnavel, construída pelos holandeses e, após a derrota desses no continente, foi ocupada pelos portugueses. 

A obra precisava de reparos urgentes. As paredes externas eram formadas por blocos de uma pedra calcária amarelada existente em algum ponto afastado da ilha. 
Não se sabe como, esses blocos foram transportados pelos holandeses para aquele local estratégico de controle do acesso marítimo  para Recife e Olinda. 
Os blocos de pedra eram justapostos e colados com óleo de baleia já que não existia cimento naquela época. 
Com o avanço da maré, a parte das muralhas sujeita à agressividade do mar, estava ameaçada de ruir. 

O trabalho inicial foi redesenhar o projeto original, colocando tudo em papel vegetal,  sob a orientação dos técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.  O chefe  era o professor Airton da Costa Carvalho e o corpo técnico formado por outros arquitetos professores da Universidade Federal de Arquitetura, como os arquitetos José Luís da Mota Menezes, Helvio Polito e outros. 

Em seguida demos início à obra, sendo o mestre de campo encarregado dos trabalhos o sargento Etevaldo trazido especialmente da Paraíba pelo chefe da Comissão, o major joão Magalhães de Souza, que já conhecia a sua capacidade de trabalho eficiência e liderança no trato com operários em outras frentes nos batalhões de construção do Nordeste, naquele tempo.

Não sei de onde surgiu a ideia, mas o  major Magalhães resolveu usar a mão de obra dos detentos da Penitenciária Agrícola de  Itamaracá.  Cerca de 40 a 50 reeducandos, como eram chamados pelo diretor, foram empregados em serviços de cutelaria, corte de pedras, na reconstrução de parte das muralhas e dependências internas. 

Foram todos escalados pelo diretor como voluntários. Nesse serviço, o pagamento vinha na forma de uma pequena quantia semanal, alguns cigarros por dia, mais  um maço por semana. Todos trabalhavam de forma dedicada e disciplinada. Em pouco tempo o sargento Etevaldo verificou que era muito melhor a mão de obra do condenado por homicídio, do que a do condenado por roubo o assalto. O homicida, homem rude do interior, as vezes sentenciado por uma questão emocional, uma briga ou discussão de bar ou por um crime passional era, dentro da sua rudeza, um homem puro. Já o ladrão, esse era o malandro de sempre, querendo dar o golpe nos outros. 

Desse tempo surgiu o senhor Amaro, mais conhecido como o guardião do forte que, após o término das obras,  ficou encarregado de cuidar das instalações restauradas. Louro, olhos azuis, certamente um descendente longínquo dos holandeses, Amaro começou a gerir uma pequena loja de artesanato, servia de guia para os visitantes e organizou também um pequeno museu com os objetos encontrados na restauração, como bolas de ferro fundido que serviam de munição para canhões, cachimbos de barro de variados tamanhos e outros objetos. 

Amaro tomou conta do forte por muitos anos, até o dia em que foi dispensado. Mudou-se para a cidade, tendo sido assassinado logo depois, em briga com vizinhos e desafetos. 

Mas o que eu gostaria de ressaltar é que esses conflitos que lemos diariamente no jornais, com  muitos assassinatos gestos de violência sem par, degolas e esquartejamentos, ao nosso ver são frutos da ociosidade e da superpopulação de nossos estabelecimentos penais. 

A legislação moderna e avançada do Brasil, fora da realidade, estabelece que todo o trabalho tem que ser remunerado. Ora, o preso já se beneficia de uma bolsa para a família se manter, a chamada bolsa presídio, fora a despesa que gera para nação.

Pela lei, o apenado não pode trabalhar como voluntário. Tem que receber uma remuneração considerada justa. 

Isso faz com que fiquem ociosos, amontoados pela circulações, pátios e celas, sem nenhuma atividade, pensando apenas nos crimes que poderão cometer.  Só pode dar no que deu. 

Trabalhamos cerca de dois a três anos na restauração do Forte Orange sem que houvesse um único conflito, um só problema. Os homens se  sentiam úteis e produtivos com o trabalho.


CARTA AO PREFEITO DE OLINDA

CARTA AO PREFEITO DE OLINDA, PE
Alberto Bittencourt

Caro professor Lupércio. 
MD PREFEITO DO MUNICÍPIO DE OLINDA. 

Já o conhecia muito antes de sua entrada na política. 

Desde quando você acolheu, tratou e curou no sítio Cristo Liberta em Igaraçu, do filho de um amigo meu, dependente químico de crack, eu o antevia mentor de  grandes transformações sociais. 

O tempo é testemunha de que eu tinha razão.

Estive no sítio Cristo Liberta e conheci seu trabalho edificante, com  cerca de quarenta jovens, em regime de internato, submetidos a disciplina rigorosa, em trabalhos de campo e domésticos, isolados das fontes e dos traficantes de drogas. 

Postei um texto a respeito em meu blog, FEIXE DE VARAS, já visitado por vc:
  
http://albertobittencourt. blogspot.com  

Pertenço a uma organização chamada Rotary International e venho propor um programa de parceria.  

Trago a proposta de  desenvolver projetos em Escolas Municipais de Ensino Fundamental, em favor de adolescentes de até 15 ou 16 anos. 

São esses jovens que se encontram na fase mais vulnerável ante o assédio e abuso sexual, a droga, a prostituição, o abandono pelas famílias, a violência doméstica, o bullying, o estupro, a gravidez precoce, as infecções sexualmente transmissíveis (IST), a ideologia  de gênero e outras ameaças.  

Perde-se a esperança justamente onde ela deveria ser mais forte - posto que a educação é a base de tudo e que é preciso oferecer oportunidades para os jovens. 

Retroalimenta-se o estigma de que a melhor solução seria a redução da maioridade penal. 

A situação é mais do que URGENTE. 

Desses jovens em situação de pobreza, podemos afirmar, sem medo de errar, que boa parte não completará 24 anos de idade. 

Infelizmente o Brasil é campeão mundial de mortes por armas de fogo.  

São mais de 50 mil homicídios ocorridos por ano. Em 2015 foram 58 mil. 80% das vítimas  são jovens  pobres, de cor parda, do sexo masculino, com idades entre 18 e 24 anos. 

Afinal, que saídas podemos oferecer para que esses jovens tenham um futuro auspicioso, se as escolas públicas são ineficientes e burocráticas?

Nossa proposta é ensinar e divulgar nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental a Cultura da Paz e Não Violência.   

Pesquisadores provaram  que o aumento da violência entre os jovens está ligado:
-  à baixa qualidade do ensino,
- à ausência da prática esportiva e de educação física,
-  ao péssimo rendimento escolar.

Os resultados do teste do PISA em 2015, mostram o ensino no Brasil na rabeira das setenta nações avaliadas.
É a falência da Educação Fundamental no Brasil.

Propomos a educação com valores humanos, éticos e morais, sem a intenção de doutrinação ou catequização de qualquer espécie. 

Não pertencemos a partidos políticos, nem a igrejas. Move-nos  apenas o desejo de que o jovem se desenvolva com amor  no coração e aprenda a ganhar honestamente o pão de cada dia.

Mediante parcerias internacionais, o Rotary pode realizar projetos chamados de Subsídios Globais, e aportar cerca de cem mil reais (US$ 30 mil) por projeto, com duração de um a dois anos cada, em benefício desses jovens. 

Podemos contratar educadores, pedagogos, terapeutas, sociólogos, médicos, e outros especialistas profissionais. 

Queremos conscientizar o corpo docente e discente das escolas municipais. 
Poderíamos estender esse projeto por várias escolas, com abrangência inicial de mais de dois mil alunos.  

Seriam denominados Projetos de Educação pela Paz. 

Gostaria de me encontrar consigo para desenvolver a ideia.  

Por favor, AVISE-me da possibilidade de marcarmos uma reunião a respeito. 

Precisamos difundir nas Escolas  a Cultura da Paz e Não Violência. 

Precisamos diminuir a violência no ambiente em que vivem esses jovens, para que eles se tornem verdadeiros cidadãos, úteis e produtivos para o mundo. 

E para que possamos afirmar com orgulho: 
A juventude brasileira tem jeito! 

Obrigado 
Abraços
ALBERTO BITTENCOURT. 
abitt9@gmail.com

RESPOSTA DO SR. LUPÉRCIO CARLOS, MD. PREFEITO DE OLINDA. 

Olá, Alberto! Tudo bem? Entramos em contato com a Secretaria de Educação para podermos avaliar esse projeto. Agradecemos sua participação, meu amigo! É muito bom saber que contamos com uma população com vontade de mudança. Estamos juntos! Um grande abraço. #EquipeLupércio


Ao Ilmo sr. Prefeito de Olinda.

Obrigado por sua atenção e resposta, caro prefeito Lupercio. O valor mínimo do projeto do Rotary  é de trinta mil dólares. Podemos estudar um projeto piloto nesse valor para depois, se for o caso, ampliar.  Estamos abertos a receber sugestões.
Alberto Bittencourt

REPERCUSSÕES
1) Que maravilha seria que essa ideia pudesse ser aplicada em todos os recantos de nosso País.
Aí sim, teríamos  alcançado um nível cultural digno de elogio em qualquer parte do mundo.
É lamentável imaginar que isso ainda é  um sonho.
George ARAÚJO Alves

2) Parabéns Alberto Bittencourt, você não surpreende as pessoas que o conhecem. Você faz parte de uma minoria  quê se propõe salvar jovens , salvar vidas praticamente perdidas no universo avassalador e que lhes restam pouquíssimas oportunidade de terem um futuro digno como criaturas humanas. Parabéns , um forte abraço .
Augusto Ernesto

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

VISITA AO SÍTIO "CRISTO LIBERTA"


VISITA AO SÍTIO CRISTO LIBERTA
Alberto Bittencourt
Sexta-feira, 15 de junho de 2012









Conheci, na quarta-feira, dia 13 de junho de 2012, o Professor Lupércio Carlos Nascimento, homem humilde, de gestos calmos e atitude ponderada. Olhando assim, à primeira vista, ninguém dá nada por ele. Quem poderia imaginar, sem o conhecer de perto, que aquele ser, de aparência modesta, é na realidade, um verdadeiro gigante. Por trás da figura franzina, da voz baixa e fala mansa, se esconde uma pessoa dinâmica, relativamente jovem, capaz de abraçar uma causa, de empreender uma obra humanitária sem tamanho, de grandes proporções. 



Como cheguei até ele? Através da Helena, que precisava encontrar uma instituição séria que oferecesse tratamento para jovens quimicamente dependentes. Um local onde eles pudessem ficar internados por períodos de pelo menos seis meses, afastados do meio em que viviam e, principalmente, do flagelo do crack. Assim, perguntando a uns e a outros, chegamos ao Professor Lupércio. 



Foi no Sítio “Cristo Liberta” que ficou internado Rômulo, 36 anos, um jovem problemático, que não conseguiu completar os estudos, sem qualificação profissional que lhe garantisse um salário mais digno. Certa vez ele nos confessou que andava loucão, pelas ruas do Recife, em busca da pedra. Para conseguir dinheiro, começou roubando o que podia na casa de seus próprios pais. Depois, passou a praticar pequenos furtos como descuidista, até entrar em um apartamento vizinho no prédio em que morava e furtar uma sofisticada câmera fotográfica. 

Na certeza de quem fora o autor, as vítimas bateram à porta de seus pais e ameaçaram dar queixa na polícia se não lhes devolvessem o objeto surrupiado. Foi um duro golpe para o casal, já com idades avançadas e com a saúde enfraquecida, que, embora desconfiassem do envolvimento do filho com drogas, fingiam nada saber, no intuito de poder ajudá-lo. Enquanto a mãe se acabava de chorar, o pai agiu com a energia necessária. Conseguiu se comunicar com Rômulo pelo telefone e foi bem claro: Se você não devolver o objeto surrupiado, vai para a cadeia. 

Assim, na busca de um centro de tratamento que isolasse o jovem do meio em que vivia e das drogas, chegamos ao Professor Lupércio. Rômulo aceitou ficar internado por seis meses e hoje, decorridos mais de um ano, parece ter se libertado do vício. Trabalha como motorista e consegue se sustentar 

Após minha palestra sobre drogas para as mães na Associação dos Moradores do Chié, a convite de Albertina Farias, presidente do E-Club D-4500, A presidente do NRDC e da Associação, Conceição, pediu-me socorro para outra mãe em desespero como o filho. 

Consegui marcar reunião com o prof Lupércio no Centro de Triagem, situado no terminal de Rio Doce. Compareceram Conceição e Avelino, da Comunidade do Chié. Numa ampla casa, toda branca e de esquina, lê-se pintado no muro: Tratamento de Dependentes Químicos Professor Lupércio. Com portas e janelas bem abertas, ali é feita a triagem, etapa preliminar do internamento. É aonde chegam as pessoas que querem e precisam se tratar, geralmente acompanhadas por parentes e voluntários ajudantes. No meio estava o Professor Lupércio, recebendo gêneros e doações, entrevistando pessoas, dirigindo os trabalhos. Esse extraordinário personagem ainda mantém em Rio Doce mais duas casas chamadas Núcleos de Saúde, destinadas a acolher as pessoas que, vindas do interior, necessitam de tratamento médico e não têm onde morar aqui na capital. 

Dali, com mais dois carros e uma kombi, formamos uma comitiva de voluntários e dependentes, um dos quais cadeirante e, carregados de malas, materiais e alimentos, dirigimo-nos ao sítio aonde funciona o Centro de Tratamento “Cristo Liberta”, em Igarassu. 

Amplo e muito arborizado, lá encontramos cerca de setenta jovens em processo de desintoxicação, chamados simplesmente de alunos. Sendo a quarta-feira um dia livre, sem atividades de trabalho, quando lá chegamos, por volta das 15h30min, todos estavam no campo de futebol, organizados em diversos times, para um torneio rápido. O gramado bem verde, plano e uniforme indicava um campo de boa qualidade. 

No sítio, cercado de árvores frutíferas, existe a casa central onde ficam os escritórios e alojamento dos gerentes e diretores. No entorno há outras construções que abrigam alojamentos dos alunos, em camas beliches. Os próprios alunos estão construindo uma cozinha e um refeitório. No momento, a obra se encontra paralisada por falta de material, infelizmente. 





Nos demais dias da semana, a rotina é pesada. Às seis da manhã toca a alvorada, literalmente, em regime militar, com o toque de corneta reproduzido por uma gravação, porém não menos eficaz. Após o café, vem a atividade física, o culto religioso e depois, cada um vai executar sua tarefa: uns cuidam da horta e das plantações, outros dos animais – há cavalos, patos, galinhas caipiras e um açude com peixes. Os encarregados da cozinha preparam a comida, em um fogão improvisado, à lenha. Após o almoço, sinalizado pelo toque de rancho, as atividades continuam. Ao fim da tarde, outro culto (evangélico), avisado pelo toque de reunir, precede a hora do banho, às 18 horas. Depois vem o jantar, seguido do horário do silêncio, às 21 horas, quando todos se preparam para dormir. Não há médicos nem enfermeiros, tampouco são ministrados remédios. A cura se dá pelo despertar no jovem da vontade de se livrar da dependência e pelo afastamento do seu ambiente anterior. E tudo, tudo isso de graça, sem um centavo de custo.




Como se pode observar, a disciplina é rígida. Todos os volumes que chegam são minuciosamente revistados para evitar a entrada de drogas. Telefones celulares são mantidos desligados e na TV, somente é permitido assistir programas esportivos.

O Centro vive de doações e contribuições espontâneas. As necessidades são muitas, mas nada parece desanimar esse homem simples, trabalhando com gente pobre, em lugares de pouca importância, mas fazendo uma obra extraordinária. 



PAUL HARRIS E A MURALHA DA VERGONHA




PAUL HARRIS E A MURALHA DA VERGONHA

Alberto Bittencourt


Assim se expressou Paul Harris, o fundador do Rotary International, em ESTA ERA ROTÁRIA, 1935: 

“Há quem acredite que a maior garantia de paz entre dois países vizinhos é uma muralha ao longo da linha fronteiriça, embora tenha sido comprovado repetidamente que essa tática não funciona. Cem anos ininterruptos de amizade entre Estados Unidos e Canadá que compartilham mais de 1800 quilômetros de fronteiras sem muros, esvaziam o argumento daqueles que proclamam ser a segregação o meio de evitar a guerra”. 

Sábias e definitivas são as palavras de Paul Harris. 
Leiam e reflitam as verdades históricas transcritas do capítulo “As Origens do Rotary”, de seu livro ESTA ERA ROTÁRIA, 1935 (This Rotarian Age):



“A segregação não resolve coisa alguma. Se houver em qualquer comunidade uma discórdia, seja ela racial ou religiosa, o modo mais radical de fomentá-la está na fórmula:
_Conservem-se vocês do seu lado e nós nos conservaremos do nosso. Nossa comunidade é anglo-saxônica e nos pertence. Queremos conservá-la assim. Viveremos ao leste, vivam vocês ao oeste. Construam igrejas, façam tudo, contanto que nos deixem em paz.”

“A solidão induz ao complexo de superioridade e este nos sujeita a muitos aborrecimentos. No decorrer da história, a superioridade permanente ainda não foi conseguida por nenhuma nação. Em seguida à supremacia vem a queda. A nação que, num certo período sobrepuja as outras, terá logo o seu eclipse. A própria força da nação é eventualmente a sua fraqueza. Após a mocidade vem a velhice, ao amadurecimento segue-se a deterioração. Esta é a lei da natureza, não podendo ser revogada nem transgredida.” 

“A religião é um direito pessoal indispensável. A nacionalidade não é escolhida pela pessoa, todavia, qualquer que ela seja, merece todo o respeito. Todas as nações têm o seu lugar honroso na família universal.”

“É simples o meio de se por termo à essas práticas indefensáveis: _Basta promover o intercâmbio entre os membros das diversas seitas religiosas e entre os habitantes das diversas nações.”

“Os programas do Rotary, iniciados em 1905, para promover uma compreensão mais perfeita entre os diversos grupos raciais e entre os devotos das diversas crenças religiosas, alcançaram maior êxito que as negociações diplomáticas.”

“Rotary, com seus ideais elevados de serviço e de amizade, continua, suavemente, no caminho traçado. Embora, lá fora, os ventos rujam impetuosamente e os temporais se enfureçam, ao abrigo da nossa convivência amorosa, tudo se passa doce e suavemente como a brisa fagueira da tarde.”

São palavras de extrema sabedoria, proferidas por Paul Harris, em "Esta Era Rotária", que a visão limitada dos políticos não consegue alcançar.


UM MURO DE MENTIRAS

O presidente americano George W. Bush pretendeu construir um muro para barrar a migração pela fronteira com o México. De um artigo de Paulo Gadelha, desembargador do TRF da 5ª. Região, publicado em jornal de grande circulação do Recife, sob o título UM MURO DE MENTIRAS, extraímos o seguinte:

“O presidente George W. Bush, ferindo normas e preceitos internacionais resolve construir um novo muro da vergonha separando os Estados Unidos do México. Tem 1.100 quilômetros de extensão.


A Anistia internacional, pela sua representação no México o condenou pelo fato de violentar o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que consagra e protege o livre trânsito entre as pessoas. 

Segundo o ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, existem 191 milhões de migrantes, refugiados, no mundo.

Recentemente a 16ª. Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e Chefes de Governo, realizada em Montevidéu, Uruguai, deliberou que “migrar é um direito e não um crime”.


O consagrado escritor Mário Vargas Llosa escreveu, sob o título “Um Muro de Mentiras”: _Os US$ 7 bilhões do muro de mentiras prestariam um serviço muito mais efetivo em relação à imigração ilegal se, em vez de dissipados numa ficção de cimento, fossem investidos em fábricas ou créditos destinados a criar postos de trabalho do outro lado da fronteira, ou esta se abrisse de par em par aos produtos latino-americanos, o que, além do mais, beneficiaria enormemente os consumidores locais”.

Chesterton disse: 

“As coisas essenciais nos homens são as coisas que eles possuem em conjunto e não as que possuem separadamente”. 

Em nome da paz, que se sepultem os muros e abram-se avenidas do entendimento”.

OBS: Referido várias vezes no livro de Paul Harris, escritor britânico G. K. Chesterton (1874 – 1936), foi quem denominou de ESTA ERA ROTÁRIA àquele período da história mundial.