ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 24 de junho de 2014

VIOLÊNCIA E NÃO VIOLÊNCIA





VIOLÊNCIA E NÃO VIOLÊNCIA

Alberto Bittencourt







No mundo violento de hoje, é importante refletir sobre os conceitos de violência e não violência. 

Não posso concordar que manifestações sociais bloqueiem vias urbanas e causem engarrafamentos quilométricos e sejam considerados movimentos pacíficos e não violentos. Tampouco aceito que militantes de um grupo casuísta qualquer invadam propriedades públicas ou privadas em protesto contra atos de autoridades constituídas e somente saiam mediante emprego de força coercitiva, respaldada por mandados judiciais e ainda posem como vítimas de abusos e injustiças.
Considero qualquer movimento de protesto que bloqueie ruas e avenidas, sem se importar em roubar o tempo das pessoas, um ato contra o direito constitucional de ir e vir. 
Considero um crime contra a sociedade e o patrimônio público quando esses mesmos manifestantes utilizam pneus em chamas para impedir o livre fluxo de veículos.
A polícia raramente aparece a tempo  de prender os líderes meliantes e incendiários.  Em geral chega depois de instalado o caos, com o objetivo declarado de dialogar para resolver o imbróglio e evitar danos físicos aos participantes. Mas consumado o prejuízo, os danos podem ser irreversíveis. E quem paga a conta? 

Dói ver marginais mascarados destruírem carros, lojas e agências bancárias, aproveitando-se do anonimato e do manto protetor dessas manifestações. Aonde querem chegar? Só perpassam ódio, ressentimento, revolta. Para quê? Quem são? Mercenários a soldo de forças ocultas? Estudantes? A recém apelidada "elite branca"? Pobres e excluídos? Bandidos comuns ou integrantes do crime organizado? Todos sabem e ninguém sabe. As explicações variam, conforme a vertente ideológica de cada um. 

A filosofia da não violência se baseia na recusa de todo e qualquer pensamento, palavras ou obras capazes de ameaçar a vida ou a dignidade do outro. Pode-se também defini-la pela regra de ouro da sabedoria universal, comum a todas as religiões: 
"Não faça ao outro aquilo que você não gostaria que o outro lhe fizesse" 

Gandhi considerava a não violência ou Ahimsa, uma estratégia de luta contra as injustiças sociais, sem conotação de vingança, mas visando sobretudo a reconciliação e o reconhecimento. Nelson Mandela também rezou pela cartilha da não violência. Poderíamos citar centenas de líderes pacifistas.

A humanidade sempre viveu em conflitos. Existem desde que o mundo é mundo. Sempre houve e haverá antagonismos maiores e menores, choques de interesses entre blocos de nações, povos, amigos, e até entre membros da mesma família. 
Habitamos um mundo dividido. É normal que nem sempre estejamos de acordo mas, acima de todas as divergências, existe o respeito mútuo, o dever de escutar-se uns aos outros e, sobretudo, a disposição de resolver os conflitos, quando aparecem, de modo pacífico, como gente civilizada. 

São tão simples os princípios da não violência!
  



segunda-feira, 2 de junho de 2014

A RAPOSA E O CORVO

A RAPOSA E O CORVO

escrito por Alberto Bittencourt - Colégio Militar do Rio de Janeiro, 1955
Adaptação da fábula de La Fontaine: "Le Corbeau et le Renard"
Orientação do professor de português, Ten. Cel. José Ramos da Silva Netto.






Uma raposa esfaimada, 
pela floresta trotando,
estava desanimada, 
alimento não achando.

Nisto, um corvo deparou,
sobre uma árvore pousado
e no seu bico notou, 
belo queijo atravessado.

Vendo o corvo com o petisco,
quis a raposa matreira,
atacar a todo risco,
falou-lhe desta maneira:

Ó rica ave formosa,
que divina criatura,
que cor preta, maviosa,
tens a voz como a figura.

A tais palavras rendido, 
o corvo, com afoiteza, 
por mostrar-se agradecido, 
abre o bico e solta a presa. 

Come-lhe a mestra o manjar,
e diz: meu amigo, aprende,
vive quem sabe adular,
à custa de quem o atende.








OBS: 
A fórmula​ é válida em quaisquer circunstâncias - nas relações sociais​, no mundo empresarial, na política... Sempre que você quiser chamar a atenção de alguém, repreender, pedir colaboração, motivar, ou mesmo vender algo,  elogie primeiro, depois dê o seu recado. Será muito mais fácil, conseguir o que quer.
La Fontaine e Esopo (600AC) bem o sabiam. ​




LE CORBEAU ET LE RENARD 
Original de Jean de La Fontaine (1621-1695) 


Maître Corbeau, sur un arbre perché, 
Tenait en son bec un fromage. 
Maître Renard, par l'odeur alléché, 
Lui tint à peu près ce langage :

Et bonjour, Monsieur du Corbeau, 
Que vous êtes joli ! que vous me semblez beau ! 
Sans mentir, si votre ramage 
Se rapporte à votre plumage,

Vous êtes le Phénix des hôtes de ces bois. 
À ces mots le Corbeau ne se sent pas de joie, 
Et pour montrer sa belle voix, 
Il ouvre un large bec, laisse tomber sa proie.

Le Renard s'en saisit, et dit : Mon bon Monsieur, 
Apprenez que tout flatteur 
Vit aux dépens de celui qui l'écoute. 
Cette leçon vaut bien un fromage sans doute.

Le Corbeau honteux et confus 
Jura, mais un peu tard, qu'on ne l'y prendrait plus.