ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 16 de fevereiro de 2013

DA INDIFERENCA A SOLIDARIEDADE


DA INDIFERENÇA À SOLIDARIEDADE
Alberto Bittencourt





Chuvosa manhã de inverno no Recife. Como de hábito, saio de casa às seis para curtir uma corrida no calçadão à beira mar. Nada de sol no horizonte, nada de azul no céu encoberto de hoje. As águas prateadas parecem mais agitadas que o normal.
A pista de Cooper já está bem movimentada. As pessoas se exercitam antes das atividades do dia-a-dia. O CRI – Clube dos Rapazes Inocentes, idade mínima 70 anos, bate papo, de molho na piscina formada pelos arrecifes, a salvo dos tubarões. A disciplinada turma dos safenados caminha alegremente aos grupos de dois ou três. Os marombeiros malham em  aparelhos colocados pela prefeitura junto à pista. Há os que correm, há os que andam, há os que marcham aceleradamente, há os que apenas contemplam a natureza, todos adeptos do estilo de vida saudável.
Enquanto corro, medito. Tento completar os dez quilômetros perfazendo meia hora em cada sentido.
Na ida, passo por um corpo inanimado, encolhido ao pé de um depósito de lixo. Um mendigo jaz inerte no chão, ao lado de algumas latas. Um pequeno vira-lata o olha fixamente. Deitado, com a cabeça apoiada sobre as patas dianteiras, traz no semblante o sofrimento do dono.
Todos os adeptos do jogging matinal passam sem tomar conhecimento daquele ser humano. Quem seria? Há quanto tempo estaria ali? A indiferença é total. Pode até estar morto, ou quase. Continuo a correr, vou me afastando. Não saberia mesmo o que fazer.
Lembro-me da parábola do Bom Samaritano, Evangelho de São Lucas, cap X. Somos iguais aos seminaristas, ao padre, ao levita (que cuida das sinagogas): atravessamos a rua, indiferentes ao próximo. Afinal, temos nossas metas a cumprir. Nossos caminhos de hoje estão traçados. Os encontros, a família, o trabalho, a escola, é tudo tão importante, não há espaços para imprevistos. Sobretudo quando o imprevisto é um pobre qualquer, que não nos diz respeito. Não é conosco. Para isso tem as autoridades.
Completada a metade do percurso, volto pelo mesmo caminho. No ponto em que estava o mendigo, vejo uma jovem agachada tentando falar-lhe. Curioso, me aproximo e paro. A jovem lhe pergunta com doçura: Senhor, o que tem? Posso ajuda-lo? Após alguns instantes, o corpo murmura, sem abrir os olhos: Não tenho forças, não consigo comer, sinto dores.

O homem exala cheiro de cachaça. Penso no efeito devastador do álcool no estômago vazio. Outras pessoas se aproximam. Um pequeno grupo se forma em torno do mendigo. Alguém diz: Precisamos leva-lo a um hospital. Outro: Chamem o Corpo de Bombeiros! Um dos marombeiros, de seu celular, chama o 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. Enquanto isso alguém lhe oferece um cigarro. A jovem conversa com ele. 
A ambulância chega em vinte minutos. O pequeno vira lata parece entender. Late, balança a cauda, se agita, consegue embarcar. O grupo se dispersa.
Da indiferença à solidariedade, assim é a natureza humana. Basta uma pequena iniciativa para que as pessoas despertem.
Continuo a corrida, sinto-me mais leve agora. Acredito no ser humano. Penso na filosofia do Rotary, no legado de Paul Harris, na jovem que ajudou o mendigo.  Da mesma forma que o Bom Samaritano, ela vive e pratica o sentimento de DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI.  

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O FEIXE DE VARAS




O FEIXE DE VARAS

 

Baseado na fábula de la Fontaine, “o Velho e seus Três Filhos.


“Um ancião, no leito de morte, chamou os três filhos que não se entendiam e viviam brigando entre si. Deu a eles um FEIXE DE VARAS, e disse: 

- Aquele de vocês que conseguir quebrar este feixe de varas, herdará toda a minha fortuna.

Os três tentaram e nenhum conseguiu. Pacientemente, o ancião desatou o laço que unia as varas e as foi quebrando, uma a uma. Disse-lhes: 

- Se vocês se mantiverem unidos, como este feixe de varas, serão invencíveis, ninguém poderá derrotá-los. Porém, se derem lugar às desavenças, aos desentendimentos e vierem um dia a se separar, vocês se tornarão frágeis como as varas que foram quebradas.

Ele morreu e os irmãos permaneceram unidos. Enquanto estiveram unidos, foram fortes, ninguém conseguiu derrotá-los. Mas, em pouco tempo, as desavenças, os desentendimentos, começaram a aparecer. Chegaram a tal monta que eles acharam melhor dividir os bens herdados e cada um seguir o seu rumo.

Não demorou muito, o primeiro irmão foi vencido pelos concorrentes. Logo em seguida o segundo irmão foi derrotado pelos inimigos. Mais tarde, o terceiro irmão acabou sucumbindo ante os mais fortes e faliu.

Nesse momento, eles se deram conta que o velho pai tinha razão.”

A simbologia do Feixe de Varas, representa a força da união. Separados somos frágeis. Porém unidos, somos invencíveis.

Se a Família Rotária for partícipe das reuniões e eventos rotários e se mantiver unida como um Feixe de Varas, ela será forte, o clube será forte, terá um Quadro Social forte. Porém se ficar isolada, cada um por si, o clube será fraco e não fará nem a metade do seu trabalho.

Adotamos o mote do FEIXE DE VARAS, como um grito de entusiasmo pela força de união e do companheirismo da Família Rotária.


Não pretendemos ser o maior,
tampouco queremos ser o melhor,
mas a Família Rotária , creiam todos
é forte e unida como um...
FEIXE DE VARAS!