PARÁBOLA DA FUNDAÇÃO
ROTÁRIA
(Baseada na fábula de
Charles Péguy, escritor francês, 1873-1914)
Alberto Bittencourt
Uma vez um viajante, percorrendo uma
estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com
suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um
importante projeto.
O viajante aproximou-se, curioso.
Perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo.
Estou
quebrando pedras, não vê? Respondeu o
pedreiro. Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é
um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas, eu não
suporto mais este trabalho, concluiu.
Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao
segundo pedreiro e repetiu a pergunta .
Estou
ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou
conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
O viajante queria saber o que seria aquela
construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo?
Este respondeu: Estou construindo uma Catedral!
Três pedreiros, três respostas diferentes
para o mesmo trabalho. Cada um manifestou sua própria
visão.
Para o primeiro, o serviço significava dor
e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e
lhe fazia mal.
O segundo pedreiro manifestou indiferença.
Estava conformado mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o
fazia por obrigação.
Já o terceiro pedreiro tinha a
consciência da importância do que fazia. Desempenhava a função com orgulho e
satisfação. Tinha o sentimento elevado de participar de uma grande realização,
o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade.
O rotariano, como em tudo na vida, deve
encarar sempre as ações, com o sentimento superior do terceiro pedreiro,
com a consciência de que é vetor da construção de um mundo melhor, mais justo,
mais humano, de que trabalha para o bem do Brasil.
Em se tratando de contribuições para
a Fundação Rotária, é a mesma coisa. Ao se doar 10 ou 100 reais,
alguém com o sentimento do primeiro pedreiro, diria: Com esse dinheiro eu poderia estar jantando com a minha família,
ou fazendo tantas outras coisas. Ao invés disso, estou doando para a
Fundação Rotária. Esta é uma visão que só vai causar angústia, frustração,
mal estar.
Por sua vez, quem encarar como o segundo
pedreiro, estará pensando: Vou dar logo o
dinheiro. Dessa forma não preciso mais trabalhar e me livro disso.
Fazer qualquer tarefa, por menor
significado que tenha, apenas para se ver livre, não constrói, não edifica,
gera desânimo e em geral, acaba em desistência.
Porém, se você manifestar a visão do
terceiro pedreiro, ao colaborar com a Fundação Rotária, você estará dizendo com
devoção e orgulho: Eu estou construindo a Paz e a Compreensão Mundial!
É a visão maior de quem tem a verdadeira Conscientização Rotária, a consciência
de estar participando de uma grande obra. Assim, seremos felizes e teremos a
consciência de estarmos cumprindo a nossa parte.