ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal
ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 29 de março de 2011

INCOMPATIBILIDADE FATAL

Após termos visitado os 92 Rotary Clubs do Distrito 4500 no segundo semestre de 2004, ano essencialmente político, chegamos à conclusão, eu e Helena, que a filosofia do Rotary, de ser apolítico como instituição, é um princípio ético que não pode mudar.
Nesse período eleitoral, percorremos clubes inteiramente desagregados, divididos, perdidos.

Vimos clubes que suspenderam todas as atividades meses antes do pleito e que, somente por um milagre conseguiram retomar, posteriormente. O que restou foram escombros, restos recompostos do que antes fora um pujante Rotary Club
Encontramos clubes que nunca mais se recuperaram. Perderam-se definitivamente para o trabalho rotário.

Há o caso daquele tesoureiro de clube que se candidatou a vereador da pequena cidade, sem ter se desvinculado das funções rotárias. Perdeu a eleição e o clube perdeu o companheiro, as finanças, talões de cheques e documentos. Até hoje chora a ética esquecida.

E pior. Quando um presidente de clube candidatou-se a prefeito, escreveu-se a crônica da morte anunciada. Havia nesse clube outros companheiros candidatos a vereadores. O presidente não se elegeu, gastou o que podia e o que não podia. Botou a culpa nos rotarianos, divididos, que não o apoiaram. Rotary? Perda de tempo, gasto inútil de dinheiro que não tenho mais. Não quero nem saber. E os companheiros, desagregados, perderam a fé e a esperança. Nunca mais se reuniram.

Quando a política partidária permeia o clube, quando rotarianos levam para reuniões rotárias suas preferências, a divisão se instala. Desinstala-se a unidade, o companheirismo, a harmonia. A filosofia do Rotary é incompatível com os ânimos acirrados das campanhas eleitorais, principalmente nas cidades do interior.
E por que isso ocorre? Simplesmente porque o que move os homens, o instinto mais forte, é a fome de PODER. É da natureza humana. Todos querem sentir o gosto do poder, ter um poder cada vez maior, se lambuzar de poder e de autoridade.
Aí está a grande diferença: Em Rotary, ninguém tem poder ninguém tem autoridade. O que nós temos em Rotary são diferentes níveis de responsabilidade, disse-nos Jonatham Magyiabe, ex presidente de RI.

Mas não é apenas isso. Há muitas outras diferenças.
Um rotariano não pode ter inimigos, nem adversários. O rotariano é amigo e companheiro de todos, indistintamente. Já ao contrário, todo candidato político, seja ele de bom ou mau caráter, é uma usina de desafetos. São as pessoas interessadas em derrubá-lo, em usurpar fatia de seu poder, em não deixar que cresça. São “amigos” que muitas vezes agem na surdina, sem se mostrarem, sem aparecerem, sem se declararem como tal.
Além disso, o rotariano vivencia a prestação de serviço voluntário, o trabalho desinteressado em favor do próximo. Já o candidato político visa o interesse próprio, arranjar votos, aliciar novos eleitores.
O rotariano prega e pratica sempre a verdade, como um código de ética, em tudo o que pensa, diz e faz. O candidato tem a palavra fácil para prometer o que nem sempre pode cumprir. Em princípio, não se norteia pela Prova Quádrupla, quando coloca a verdade ao sabor dos interesses eleitoreiros. Como dizia Roberto Campos: Em política o que importa não é o fato, mas a versão.
O rotariano valoriza o trabalho em equipe e para tanto organiza-se em comissões, em grupos de trabalho. O candidato político articula-se conforme os interesses do momento. São as famosas alianças políticas. Os que ontem eram inimigos, adversários ferrenhos, de um dia para o outro passam a ser confrades, amigos íntimos, sinceros correligionários.

Pelo dito, estou mais do que convicto que, se alguém, em algum clube de Rotary, tiver a pretensão de concorrer a qualquer cargo político, deve se desvincular do clube antes da campanha eleitoral.

Não quer dizer que, fora do período eleitoral, o político eleito, consagrado por seus ideais, não possa ser sócio de um Rotary Club. Conhecemos homens públicos, políticos, em nosso distrito, que são excelentes e exemplares rotarianos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O ROTARY DO SEGUNDOS SÉCULO


O ROTARY DO SEGUNDO SÉCULO
Alberto Bittencourt

Quando me perguntam como será o Rotary do futuro, eu não hesito em responder que o Rotary do segundo século de existência é o que nós estamos construindo hoje. Ele se baseia em três palavras de ordem, três tarefas principais que ocupam todos os momentos e energias do líder rotariano do presente. São elas: visibilidade, integração e mobilização.
 I) VISIBILIDADE
Seja a nossa primeira tarefa, a de dar visibilidade a todo o bem que o Rotary faz no mundo.
O presidente Glenn disse que o Rotary nada tem a esconder. Não tem senhas nem códigos secretos. Tudo é claro e transparente, para ser compartilhado com a humanidade.
O Rotary de hoje não se cala, nem fica quieto. O Rotary de hoje faz e mostra o que faz. O Rotary de hoje prima pela visibilidade, para que todos saibam da existência de pessoas irmanadas, de braços dados, integradas, ajudando a mudar este Brasil e a mudar o mundo.
Para divulgar Rotary, podemos usar recursos de marketing, da mídia, o que estiver ao nosso alcance para que todos o conheçam e aprendam a admirá-lo. Devemos levar o nome do Rotary ao nosso ambiente de trabalho, às nossos profissões, aos nossos círculos de amizades, à nossa casa, mostrar as ações, os feitos, as realizações de nossos clubes.
É preciso dar visibilidade a tudo o clube faz, mostrar para sociedade os seus trabalhos, divulgar para o povo todo o bem que esse grupo de voluntários pratica. Só assim o Rotary Club terá credibilidade, fazendo e mostrando o que faz. Não é a toa que o novo Plano de Liderança de Clubes, recém instituído, preconiza a Comissão de Relações Públicas como uma das comissões permanentes.
Visibilidade é primeira palavra de ordem neste segundo século da existência do Rotary.
II) INTEGRAÇÃO
A segunda tarefa do rotariano é a integração.  Integrar é desenvolver e motivar as pessoas. É ensinar ao novo companheiro, como ser um autêntico rotariano, despertando-lhe a vocação de serviço. É transformar o velho companheiro, já cansado e desestimulado, em autêntico homem de ação, verdadeiro líder, reacendendo em seu coração a chama da amizade, da boa vontade, da paz e compreensão.
É a integração da Família Rotária na vida do clube. A Família Rotária integrada, unida como um FEIXE DE VARAS. As esposas ao lado dos maridos nas sessões plenárias, os filhos, os parentes, os clubes de jovens, Rotaract e Interact Clubs, os ex-integrantes do Intercâmbio de Jovens, os ex-participantes dos programas da Fundação Rotária, os familiares de rotarianos já falecidos, os amigos do Rotary, os "Rotarianos de Coração", tudo isso faz parte da Família Rotária. Integrados, unidos, trabalhando junto, freqüentando os clubes, as reuniões plenárias, dando opiniões, palpites, sugerindo programas, não apenas em companheirismo mas em todos os momentos de trabalho e de atividades do clube. O cônjuge pode estimular, ajudar muito a levantar os clubes. O cônjuge muitas vezes é quem puxa o rotariano cansado, acomodado, para vir a uma reunião plenária.
A integração, é a busca de parcerias, no que se chama de mútua cooperação, porque um clube sozinho faz muito menos do que a soma de vários clubes. São como brasas isoladas, são limitados. Se nós unirmos essas brasas, podemos ter uma grande fogueira resultante. Integração de um Rotary Club com outro Rotary Club, integração com outros clubes de serviços, integração com empresas privadas, com órgãos públicos, autoridades municipais, secretarias de governo, Polícia Militar, com entidades de classe, associações comerciais.
Integração é a segunda palavra de ordem neste segundo século da existência do Rotary.
 III) MOBILIZAÇÃO
A terceira tarefa do rotariano é a Mobilização do Quadro Social, para atender ao chamamento do serviço. Mobilizar todos os sócios, a Família Rotária, esposas, filhos, parentes, amigos, parceiros.
Mobilizar para o trabalho, é fazer com que todos os rotarianos sejam cúmplices uns dos outros, na busca dos ideais rotários.
Disse o ex-presidente de RI, Luís Vicente Giay: “cada clube é a soma de seus membros, o reflexo de seus sócios, quanto mais eficientes formos, maior eficiência terá o clube. Clubes de qualidade correspondem a homens dispostos, devotados ao ideal de servir, consagrados à ação como produto de sua fé”.
O Rotary de hoje é um Rotary composto de pessoas que não são apenas comprometidas. Ser comprometido só não é suficiente, ser comprometido não muda a vida das pessoas, não muda o futuro de ninguém, não muda essa situação crescente de sofrimento. É preciso que nós sejamos cúmplices uns dos outros. Cúmplices das metas e sonhos do ideal rotário para que todos nós sejamos envolvidos e responsáveis, verdadeiros militantes rotários. Sim, posto que os idosos desamparados, os enfermos desassistidos, as crianças deficientes, pobres, nas ruas, as pessoas que não têm onde morar, as comunidades carentes, não precisam de simpatizantes. É isso que nós temos que ser, militantes rotários, para mudar um pouco esse quadro de violência que permeia a sociedade, para mudarmos o nosso Brasil. É com realizações concretas de nossos Rotary Clubs que podemos elevar a imagem do Rotary ante tantos que nos rodeiam, em nossas comunidades e no mundo. Mobilização é a terceira palavra de ordem neste segundo século da existência do Rotary.




sábado, 5 de março de 2011

COMENTÁRIOS DE COMPANHEIROS

Comentários de Companheiros sobre o artigo de Alberto Bittencourt
Quadro Social – Reflexões

Alguns companheiros, utilizando o texto recebido, teceram considerações abordando a realidade de seus clubes. De tão ricas as reflexões, e por serem muitas vezes complementares ao artigo, resolvemos sintetizá-las num texto único, à guisa de auxílio aos clubes.

Segue-se abaixo um extrato resumido dos comentários recebidos dos seguintes companheiros:
• Carlos A. Marangone - Rotary Club de Presidente Prudente
• Roberto Flávio - Rotary Club RJ Rio Comprido
• Paulo Ricardo - Rotary Club do Recife Brum
Nossos agradecimentos sinceros a estes diletos pensadores e líderes, formadores de opinião.

Qual é nosso objetivo como clube de Rotary?
Promover (que significa criar condições para) e Participar de empreendimentos dignos, voltados para a melhoria do Planeta (desenvolvimento sustentável), partindo da região que acolhe cada clube, Proceder um contínuo estímulo e fomento do ideal de servir e Procurar apoio no companheirismo, elemento capaz de Proporcionar oportunidades de servir e Produzir a divulgação da ética profissional.
Dessa forma estaremos contribuindo: com nosso exemplo de vida, pública e privada, para a melhoria das comunidades; com nossa atitude de aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando, pelo intercâmbio de relações, a paz entre as nações.
Sem observar nosso objetivo, os clubes se enfraquecem.

Como está o jardim do nosso clube?
O verde do nosso jardim significa assumirmos nossa importante posição diante da região que nos acolhe. Somos uma instituição centenária, voluntária, fortíssima, reconhecida mundialmente e com um enorme capital intelectual.
Precisamos aprender a cultuar estas qualidades e usá-las em proveito de nossos serviços, de nossa comunidade.

Quem convidar para fazer parte de nossa equipe?
Voltemos nossa atenção para a nossa região, nosso território de atuação.
Lá estão todas as forças que de que necessitamos, personalidades com ética, inteligência, sensibilidade, altruísmo, responsabilidade, verdadeiros vencedores, prontos a colaborar no servir.
Como sabiamente Rotary preconiza, alcemos desta enorme plêiade de profissionais escolhidos, nomes de diferentes áreas de atuação, para que tornemos visíveis nossos objetivos e fortes nossas ações.

Continuamente devemos nos perguntar :
• Por que sou rotariano?
• O que tenho feito para desempenhar o papel que me cabe nesta organização?
• Como vejo o Rotary em minha vida?
• Qual a cota de satisfação que este vínculo trás para o meu dia a dia?
• Como me comporto na vida pessoal em correlação com os princípios que assumi ao me integrar ao Rotary?
• Qual a minha contribuição para o fortalecimento, ampliação, manutenção e revitalização do nosso Quadro Social?


Há anos, o Rotary internacional patina sobre um número imutável de 1.200.000 associados.
Por que?

Fala-se muito em expandir e manter o Quadro Social, mas o que de produtivo se tem feito nesse sentido?
Esforçamo-nos para trazer novos companheiros, especialmente companheiros novos, e logo eles se vão. Qual a razão?

Cumprimos nossa obrigação de acompanhamento próximo, atribuímos-lhes missões, interessamo-nos em conhecer suas pretensões, esforçamo-nos para mostrar-lhes o Rotary e a profundidade e importância de suas ações no Mundo, a começar pela apresentação de nossos projetos e imediatamente neles os envolvendo?

Sim, companheiros, Rotary exige algo especial, esforço além do possível, grandeza de coração, respeito às qualidades e defeitos das pessoas, ausência de discriminação, ouvidos surdos e bocas caladas a boatos e fofocas, humildade, muita vontade de contribuir para um mundo melhor.

Mais uma vez, voltando os olhos de jardineiro para o nosso jardim, observemos :
∙ Quais de nós frequentamos as plenárias sem efetivamente estarmos presentes a elas?
∙ Quantos de nós assistimos, concentrados, às palestras conseguidas, com muito esforço, pelo companheiro da Comissão de Programa?
∙ Quantos de nós participamos eficazmente dos programas e projetos do clube?
∙ Em nosso meio, quantos de nós somos rotarianos na essência, na filosofia rotária, de ser e proceder?

Para estar verde e crescendo, é necessário que o clube esteja eficiente e eficaz, atuante e determinado, consciente de sua força e de sua grandeza.
Como estamos nós no envolvimento em projetos?
Quais são nossos projetos? Relembrando, quantos projetos foram executados nos últimos 10 anos?


Alguns clubes, até muitos de menor porte, pela envolvência e conhecimento dos objetivos de Rotary, por uma eficiente engrenagem formada pela coincidência de objetivos, pela construção do companheirismo, pela eficácia de seu quadro profissional diversificado e motivado, pelos mesmos ideais de construção da paz mundial, através do servir, conseguem fazer muito mais em prol da região em que operam e se tornam eficazes em suas ações.

Incentivo é a palavra de ordem para este fim.
A partir de uma idéia, de uma vontade manifestada, de uma necessidade da comunidade, somos tocados em nosso âmago. Cada um de nossos motivos pessoais (motivação), diferentes na essência de cada um, se congrega na origem geradora, traduzida pela força conjunta que move cada uma das engrenagens que movimentam a nossa roda dentada, símbolo dos clubes de Rotary.

Motivação - todos nós a temos, pois foi nossa livre e espontânea vontade que nos trouxe a Rotary.
Incentivo – este, requer Trabalho, Liderança, Companheirismo, Convencimento e, sobretudo, Pesquisa (conhecimento do assunto) e Planejamento na abordagem e na Execução dos propósitos.

Por tudo isto que foi dito e sentido, a receita para fortalecer nossos clubes é simplesmente:
- O crescimento na diversidade, na quantidade e na qualidade do quadro associativo dos clubes
- No aumento de atividades, de realizações, de projetos e na participação em programas
- No envolvimento do clube com a sociedade que o insere, buscando usufruir experiências, compartilhar idéias, contribuir em ações e atitudes, influir, levando nossos valores morais e éticos ao meio em que vivemos.

A estas premissas se seguirão muitas outras, como:
Tornar nossas reuniões atraentes e produtivas, serem objeto de desejo para nós e para o próximo, observarmos a pontualidade às reuniões, buscarmos a assiduidade, colaborarmos sempre com os companheiros e procurarmos espontaneamente o companheirismo e a solidariedade entre os membros. Surgirá então a sinergia que faz com que cada sócio pense primeiro no clube, em seus objetivos maiores, para depois pensar em si próprio, nas regras de convivência harmônica, que devem manter a distância do Rotary qualquer forma de arrogância, de preconceito e de intolerância.

Muito obrigado.
Recebam nosso abraço com carinho e votos de clubes cada vez melhores, mais fortes e mais ousados.
Alberto e Helena Bittencourt