ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 18 de maio de 2010

“A peça de teatro da vida”

O ator de cinema e teatro italiano Vittorio Gassman (1922-2000), dizia que tudo seria melhor se a vida fosse como uma peça de teatro. Assim, poderíamos ensaiar os atos da vida real, antes de praticá-los. Somente depois de testados, experimentados, repetidos várias vezes, agiríamos para valer. Enquanto as coisas não dessem certo, seriam apenas ensaios .
Seria muito bom se assim fosse. Ninguém cometeria erros, e tudo andaria às mil maravilhas.
Na verdade a vida pode ser comparada a uma enorme produção teatral onde não são permitidos ensaios, onde tudo é improviso. Uma produção teatral com enorme complexidade. O roteiro trata de uma quantidade colossal de experiências, que vão das mais engraçadas e leves àquelas dramáticas ou que criam suspense. A produção é igualmente impressionante. Há os atores, o pessoal que trabalha nos bastidores, os críticos e até o público.
Mas, como a peça do teatro da vida é feita de improviso, eles nunca estão em sintonia. Os atores interferem nas tarefas do pessoal dos bastidores, os músicos dão palpites nos trabalhos dos iluminadores e assim por diante. Os participantes simplesmente não estão concentrados em seu papel e não se entendem.
E a peça do teatro da vida vai se desenrolando.
Se quisermos, entretanto, melhorá-la, torná-la harmoniosa e bela, três passos são necessários:
Como primeiro passo, concentre-se em descobrir qual é o seu papel. Pense no que está você fazendo, aqui e agora. Reflita como está você se sentindo nessa grande peça de teatro coletiva, que é a vida. Redirecione sua energia e atenção para o desempenho desse papel. Reconhecido o seu papel, você poderá curti-lo com alegria e identificar com mais clarividência seus próprios objetivos.
O segundo passo é aprender as suas falas, isto é, estudar o seu papel, adquirir conhecimentos, aprender. Assim fazendo, você adquirirá a consciência de que é parte de um todo. Deixe que seus talentos naturais e suas capacidades adquiridas se manifestem e evoluam até a perfeição.
O terceiro passo é confiar e respeitar as escolhas dos outros. Sabendo-se que os demais participantes também fizeram seus cursos e adquiriram conhecimentos, você deve atuar em harmonia e sintonia com todos, pois eles também foram instruídos para desempenhar seus papéis de forma harmoniosa. Isso seria muito mais fácil se cada um parasse de se preocupar com o que os outros estão fazendo
Ao dar esses três passos você entrará num estado de consciência em que o campo energético do coração estará completamente aberto. Você então pode estabelecer contato com a divindade interior, o mestre que há dentro de cada um. É um estado de consciência em que o personagem deixa de ser o “eu”, superando a separação e a limitação, procurando apenas servir ao coletivo, voltado para o que é melhor para o todo e não apenas para o indivíduo.
À medida que você entender como criar em seus pensamentos essa nova realidade, mesmo que você nem sempre consiga mudar as circunstâncias, sempre poderá mudar de atitude e, desse modo, criar novas experiências de vida.
Em resumo, são as seguintes as lições para uma vida harmoniosa:
· Discernimento – descobrir qual é o seu papel; saber qual é o próximo passo; descobrir qual é a dança que você quer dançar.
· Singularidade individual – aprender as suas falas; aprender os passos; desenvolver os seus talentos.
· Aceitação da diversidade do ser – confiar e respeitar as escolhas dos outros; aprender a dançar sem pisar nos pés dos outros; saber dividir o espaço, pois você pode querer dançar uma valsa e o outro pode querer dançar um samba.

caros amigos

E-mail enviado dia 10 de abril de 2010:

Caros amigos

Estamos no Rio de janeiro, para onde viemos comemorar o aniversário de 90 anos de minha mãe, dia 31 de março.

Em reposta à preocupação dos amigos do Recife, em decorrência das fortes chuvas desabadas sobre a cidade ao entardecer da segunda-feira, dia 05, informamos que, pessoalmente, graças a Deus, não tivemos maiores transtornos. Apenas meu genro ficou 6 horas engarrafado dentro do túnel Rebouças. Ele e minha filha só conseguiram chegar em casa, vindos do trabalho, às 01h30, na madrugada do dia seguinte.

O mais grave, infelizmente, ocorreu depois, em Niteroi, onde os deslizamentos causaram mais de 200 mortes.

O tempo ainda está instável aqui no Rio, com períodos de muita chuva. As ruas permanecem enlameadas, o trânsito caótico em determinados lugares.

Minha filha, genro e netos, moram numa cobertura que se debruça sobre a lagoa Rodrigo de Freitas, no Sacopã, a uns cem metros de altitude. O lugar é lindo, as construções sobem pelas encostas, pois a faixa a nível do mar é estreita. Do apto se descortina a vista maravilhosa da lagoa em primeiro plano, seguida dos morros Pão de Açúcar, Corcovado com o Cristo Redentor, por sinal em obras e cerdado de andaimes, pedra da Gávea mais ao fundo, e outros. Vemos o estádio de remo do Flamengo, os clubes Piraquê e Caiçara, o Joquei Club, que marcaram nossa juventude nos anos sessenta.

A tempestade do dia 05 coincidiu com a maré alta, o que fez o nível da lagoa subir cerca de 1m40 além do normal. Uma água vermelha e barrenta invadiu ruas e prédios do entorno. Plásticos e garrafas pet ainda hoje se acumulam nas margens, trazidos pela chuva. Um mar de cocô de algum esgoto rompido contribui para a poluição em outro trecho da lagoa.

Quando não chove, eu e minha filha iniciamos o dia com uma caminhada holística e ecológica, na ciclovia em volta da lagoa, em marcha acelerada, finalizada por uma pequena corrida até completar os 7500m do perímetro. Holística porque vamos observando as pessoas, os carros, o mundo á nossa volta e ecológica porque nos integramos à natureza farta e bela. Há uma variedade de pássaros, garças, marrecos, patos, uns nadando outros voando em V. Há também um tipo de frango d'água de plumagem negra e bico vermelho e até um local habitado por uma familia de capivaras, marcado por placas, embora eu nunca as tenha visto. Ninguém sabe de onde elas vieram.
O passeio é movimentado em dias de sol. As mamães levam seus bebês, outros levam seus cães, os idosos vão caminhar, os atletas treinar. Passamos pelo heliporto, onde a todo instante helicópteros aterrisam e decolam no transporte de ricaços, de casa para o trabalho e vice-versa.
Há muitos quiosques com restaurantes e bares famosos. A lagoa é, literalmente, uma festa.

Pagamos hoje o preço da falta de planejamento habitacional e familiar, o que já era alertado há trinta anos. Que falta faz o BNH - Banco Nacional da Habitação, extinto pelo governo Sarney de uma canetada só. O Brasil precisa construir um milhão de moradias por ano, a fundo perdido, para uma população extremamente pobre, sofrida, que se amontoa em locais de risco de modo sub-humano, nos morros e palafitas das capitais e das grandes cidades. Precisamos de um novo sistema em que os políticos possam pensar grande. Pensar grande é pensar no tempo dos outros, dos que virão depois, em lugar de só pensarem nas eleições seguintes.

Que nunca nos esqueçamos de toda essa tragédia.

Abraços.
Alberto Bittencourt